A Sangue Frio – Cap. 35
A Sangue Frio
Capítulo – 34
Escrito Por Felipe Lima & Bhrunno Acosta
1ª Cena – Mansão Drummond/ Exterior/ Jardim/ Noite.
(Continuação imediata do episódio anterior. Tensão. Maria Júlia se assusta com a chegada de Ângela.)
Maria Júlia (irritada) – Quem é você para me chamar de negra? Olha, perua, eu posso lhe denunciar.
Ângela (rindo) – E você acha mesmo que eles irão acreditar em você, uma negra que deveria está em uma cozinha? Não, meu amor! Eles irão acreditar em uma mulher rica, de pele clara e poderosa, como eu.
Stella – Ângela, é só uma conhecida, por favor…
Ângela – Então converse com essa conhecida fora da minha propriedade, porque negros aqui só se forem empregados.
Maria Júlia – Você irá pagar tudo o que fala sobre a minha raça, sua preconceituosa!
(Ângela se retira. Maria Júlia e Stella continuam a conversa.)
Stella – Então, o que você veio fazer aqui?
Maria Júlia – Eu quero dinheiro, simples. Se não me der, eu irei contar para o seu marido quem é a verdadeira Stella.
Stella – No caso, eu sinto muito. Meu marido sofreu um acidente e perdeu a memória. Então, o plano que você tinha de acabar com minha vida, foi por água abaixo. Agora sai daqui!
Maria Júlia – Eu vou, mas eu volto. Você não perde por esperar.
(Foco em Stella, ela se irrita. Tela escurece. Amanhece.)
2ª Cena – AP de Bruno/ Interior/ Cozinha/ Dia.
(Fundo: “Me Too – Meghan Trainor”. Bruno está à mesa, fazendo o desjejum.)
Bruno (falando para si) – Hoje o dia promete. Nem sei como vou comandar aquela empresa…
(Gabriel entra.)
Gabriel – Bom dia, “viadooo!” Falando só?
Bruno – Estou pensando como será comandar a empresa.
Gabriel – Você vai arrasar! É preciso eu ir?
Bruno – Fundamental. Ande! Se arrume! Estamos atrasados.
(Música toma conta do local. Depois, sai dali vagarosamente.)
CORTA PARA
3ª Cena – Mansão Montenegro/ Quarto do casal/ Interior/ Dia.
(CORTA a música. CÂM aérea mostra Raquel observando James, que logo começar a acordar.)
James – Que noite! Ainda bem que estou melhor. Obrigado por passar a noite comigo!
Raquel – Claro! Não faria diferente. Drummond ligou, disse que faria uma reunião de emergência. Será que você será o presidente?
James – Não sei. Mas tenho que ir.
Raquel – Mas você está bem? Tem certeza que irá?
James – Claro! Eu preciso comparecer. Talvez seja algo importante.
(James se levanta vagarosamente, e se encaminha para o banheiro.)
4ª Cena – São Paulo/ Dia.
(Ao som de “Garota Nacional – Skank”, são mostradas imagens de toda a capital de SP. Pessoas se alimentam, se exercitam, amam-se. Passam-se algumas horas. Música cessa.)
5ª Cena – Drummond Têxteis/ Interior/ Sala de reuniões/ Dia.
(Drummond espera todos os diretores e acionistas na sala de reunião. Todos começam a chegar. Por último chega Bruno.)
Drummond – Bom, já posso iniciar a reunião. Não é bem uma reunião, é só um comunicado mesmo.
(Drummond se levanta e começa a ministrar a reunião. Música “Royals” começa a tocar, vagarosamente.)
Drummond – Poucos sabem, mas meu filho sofreu um acidente. Eu não vou entrar em detalhes. Mas por agora ele não pode presidir a empresa. Então, Bruno Lafaiete será o novo presidente da Drummond Têxteis. Só quero saber se todos apoiam.
(Todos confirmam que sim. Ninguém se recusa ao novo presidente.)
Drummond – Então…
(Stella entra e interrompe.)
Stella – Eu sou contra. Eu não vou deixar uma pessoa que mal entrou na empresa presidi-la.
Drummond – Você não é acionista, Stella. Então, sua opinião de nada vale.
Stella (olhando para os acionistas) – Vocês sabiam que ele é gay? Que anda em boates gays. Como podemos confiar em uma pessoa que, ao sair do trabalho, se deita com outro homem?
Drummond – A vida pessoal dos nossos funcionários não é de nosso interesse. O que eles fazem na empresa, sim. Está decidido. Bruno será o novo presidente.
Stella – Faça como você quiser, Drummond. (em pensamento) Eu quem deveria assumir essa presidência.
Drummond – Está encerrada a reunião. Com licença!
(Todos saem. Bruno e Drummond conversam.)
Drummond – Tem uma pessoa que quer conversar com você.
(Marta adentra rapidamente o recinto.)
Drummond – Essa é a Marta. Acredito que você já conhece-na. Ela quer fala contigo. Vou deixá-los a sós.
(Drummond se retira. Marta e Bruno conversam. Canção termina.)
CORTA PARA
6ª Cena – Drummond Têxteis/ Interior/ Recepção/ Dia.
(James arruma algo na sua maleta.)
James – Eu tenho que tirar essa dúvida. O que será que eu tenho? Vou imediatamente a um hospital.
(James entra no elevador. Tela escurece. James sai do elevador, só que já no hospital.)
7ª Cena – Hospital/ Interior/ Dia.
(James adentra a sala do médico.)
CORTA RAPIDAMENTE PARA
8ª Cena – Mansão Drummond/ Interior/ Dia.
(O delegado adentra a mansão. Ângela já está à sua espera.)
Ângela – O que foi, senhor delegado? Alguma notícia da minha filha?
Delegado – É, conseguimos identificar o carro que levou sua filha. Ele foi encontrado totalmente destruído em uma ribanceira.
(Ângela se desespera.)
Ângela – Não! Não… minha filha morreu?
Delegado – Então, não encontramos nenhum corpo no carro, nem no local. Ainda nos resta una esperança de encontrar sua filha viva.
Ângela (chorando) – Por que isso? O que fizemos para acontecer tantos problemas em nossa família?
Delegado – Não se preocupe! Qualquer notícia a senhora será a primeira a saber.
(O delegado se retira. Thomaz desce a escada.)
Thomaz – O que foi, “vó”?
Ângela – Encontraram o carro que foi usado no rapto da sua tia. Não sei o que faço. Minha filha desaparecida…
(Campanhia toca.)
Thomaz – Deixa que eu atendo.
(Thomaz corre para abrir a porta. Ao abrir, ele se surpreende com quem vê.)
Thomaz – Você?
CORTA PARA
9ª Cena – Drummond Têxteis/ Interior/ Sala de reuniões/ Dia.
(Ainda na sala de reuniões, Bruno e Marta dialogam.)
Marta – Então, você aceita ser meu representante?
Bruno – Eu gostei muito da proposta. Mas nenhum dos seus familiares irão se impor? Porque eu fiquei constrangido com Stella.
Marta – Não, não se preocupe que isso não irá acontecer. E sobre Stella: não fique assim. Ela é uma pessoa sem coração, matou minha filha para ascender socialmente.
(Bruno olha impressionado para Marta. Ela, ao perceber que falou além da conta, se assusta.)
Marta – Meu Deus, falei demais. Desculpa!
Bruno – Eu não queria me intrometer, mas eu já vi muitos embates entre vocês duas. A senhora acusou-a de assassina há pouco tempo. Se quiser desabafar…
Marta – Eu acho que posso confiar em você. Eu vou te explicar.
(Eles continuam a conversa. Música “Hair” toma conta do ambiente.)
10ª Cena – Hospital/ Interior/ Sala do médico/ Dia.
(Música cessa. James está na sala do doutor. Ele espera ansiosamente pelo resultado do exame que fizera mais cedo.)
James – Então, doutor, o que eu tenho?
(O médico olha preocupado para James. Instrumental de mistério começa a tocar.)
Doutor – Encontramos uma substância em seu sangue que, com o uso frequente, pode matar. Falando em português claro: o senhor está sendo envenenado.
Foco em James. A imagem congela ganhando tons de vermelho sangue.
Que capítulo foi esse? sensacional, o racismo abordado na primeira cena foi incrível, os diálogos são bons, profundos e conseguiu me conquistar. Deveria ter algo mais chamativo no final do capítulo, como gancho para o próximo capítulo, mas tenho certeza que farás isso nos próximos capítulos, parabéns.
OBS: Deve ser citado aqui, que a trama está com um desenvolvimento morno e que deve ser mais ágil (dica)