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Realeza

Capítulo 46 – Realeza

QUADRAGÉSIMO SEXTO CAPÍTULO

 


Cena 1- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Célia tenta impedir que levem a sua filha, mas não consegue. Ela discute com Daniele e Roberto.

Célia: Vocês não podem fazer isso. A Simone não é nenhuma louca. – Ela avança em cima de um dos homens. – Solte-a imediatamente.
Roberto: Não escutem essa velha. Podem levar a paciente. – Os homes o obedecem. – Vá com Deus, meu amor. Qualquer dia eu lhe faço uma visitinha.
Simone: Desgraçado. Eu vou acabar com você, Roberto. Isto não vai ficar assim. – Ela se debate, e chega a cair no chão. – Me soltem.
Célia: Por favor, me escutem. Pelo amor de Deus, a minha filha não é nenhuma doida. – Ela implora, acompanhando-os até a ambulância. – Não façam isto com a minha Simone, eu suplico.
Simone: Eles vão nos pagar, mamãe. Eu irei voltar, e farei com que eles paguem por isso. – Eles a jogam na ambulância.
Célia: Eu vou matar aqueles dois. – Ela entra cheia de fúria na mansão. – Quero as cabeças de vocês, servidas em duas bandejas de pratas.
Roberto: Pena que querer, não é poder, minha ex sogrinha. – Ele ironiza. – Viu só como você complicou a vida da sua filhinha? Talvez nada disso tivesse acontecido, se você não se metesse em nossos desentendimentos.
Célia: Vou matar você, ou eu não me chamo Célia. – Ela está totalmente irritada. – Vocês vão pagar por tudo isso, ah se vão!
Daniele: Aceita que dói menos, Celinha. Não vê que não pode fazer nada? Você está com os pés e as mãos atadas.
Célia: Miserável. – Ela dá um tapa na cara de Daniele, que revida. – Sei que você também está envolvida nisto, desgraçada.
Daniele: Fui eu mesmo. Sugeri isso para o meu pai, e foi o que ele fez. Agora só falta nos livrarmos de você.
Célia: Vocês nunca irão se livrar de mim, pois eu sou indestrutível. E mais, sei muito bem que vocês a internaram sem procedimentos legais. Isto é um crime, e eu irei entrega-los para a polícia.
Daniele: Ah, mas você não vai mesmo. Se fizer isso, a sua filhinha sofrerá nas mãos daquelas pessoas, que não estão nem ai para o modo que ela foi internada. Eles não querem saber de procedimentos legais, aquele pessoal são fora da lei, e querem mais é encher o bolso.
Célia: Posso até demorar, mas ainda derrubo vocês. – Ela aponta o dedo na cara de Daniele. – Você não sabe o erro que cometeu ao entrar nesta casa. Só sairá daqui morta.
Daniele: Pois eu estou pagando para ver. – Ela bate palma. – Quero ver se você é tão mulher assim, como diz.
Célia: Não me desafie, garota. Você não me conhece. Eu sou capaz de me queimar no fogo do inferno pelo bem da minha família.
Daniele: Pois então prepare a sua cútis incrível, pois ela ficará toda mole e flácida quando você voltar de lá.
Célia: Vocês irão me pagar, vocês irão me pagar. – Ela grita. – E você, seu cachorro sarnento. Não percebe que está destruindo a sua família? Antonella e Simone nunca o perdoarão pelo que você as fez, e mesmo com tanto sapo que eu já engoli… também não irei te perdoar por isso.
Roberto: E quem disse que eu quero o perdão de vocês? Definitivamente aquela não era a minha família, e eu me arrependo de tudo o que fiz para preservá-la. Agora está na hora de construir a minha verdadeira família, aonde Daniele e Michele fazem parte dela. As duas são as únicas que importam para mim.
Célia: É tudo culpa dessa safada, será que você não vê? Foi por causa dela que começou esta guerra toda, se lembra? Ela quer te destruir, e só você não percebe isso.
Roberto: Me destruir? A Daniele me mostrou o que é uma família de verdade, pois usufruindo do meu dinheiro, ela sempre quis a minha atenção, o meu reconhecimento paterno, e lutou por isso. Ao contrário de vocês que só estavam comigo pelo meu dinheiro, nada mais as importavam. Sem falar na Michele, que mesmo eu tendo uma baita de uma mansão, não veio morar comigo.
Célia: É o que veremos. – Ela sobe a escada.

Cena 2- Cobertura de Severino- Dia.
Severino questiona sobre Maria Luiza a Ivan. Ele responde com ódio da garota.

Severino: Por que é que você está com essa cara? Algum bicho te mordeu? – Ele pergunta quando Ivan senta à mesa. – Parece até que está pior do que o normal.
Ivan: Não estou com cabeça para discutir hoje, papai. Pelo amor de Deus, me deixa quieto.
Severino: Não está com cabeça para discutir, isso quer dizer que você anda feliz ou não?
Ivan: Isso quer dizer que eu apenas não estou com saco hoje. Será que não posso ter um minuto de sossego?
Severino: Só perguntei se você estava feliz, porque achei que estava bem com a sua nova namorada.
Ivan: Namorada? – Ele sorri. – Além de velho, está ficando louco? Que namorada? Até onde eu sei, não estou namorando ninguém.
Severino: Nem tente me enganar, rapazinho. Eu vi com os meus próprios olhos, você e Maria Luiza juntinhos no seu quarto.
Ivan: É pior do que eu pensava, além de velho e louco, também é fofoqueiro. Não tenho nada com aquela patricinha nojenta.
Severino: Ah, pera ai! Vocês estavam no maior chamego, e agora está chamando a garota de patricinha nojenta? Fala a verdade, vocês estão passando por uma DR.
Ivan: Que discussão de relacionamento o que. Nós não temos nada. Passamos apenas uma noite juntos, nada mais do que isso.
Severino: Ah, então foi na casa dela que você dormiu naquele dia? Acho que já entendi tudo.
Ivan: Para de se intrometer na minha vida. Não fique ai pensando que tem liberdade para falar comigo sobre isso.
Severino: Eu sou o seu pai, e tenho todo o direito de falar isso com você. Fui eu quem te criou, Ivan. Aliás, sou eu quem te cria até hoje.
Ivan: Porque quer, eu não pedi nada para você. E mais uma vez até perdi a minha fome. Será que nunca poderei tomar café em paz nesta casa? – Ele se levanta revoltado.

Cena 3- Apartamento de Celso- Dia.
Maria Letícia acabara de assistir a entrevista de Maria José, e confessa todo o seu ódio pela travesti.

Maria Letícia: Que audácia desse projeto de mulher. Nem acredito que falou uma coisa dessas.
Celso: Parece que ela tomou o seu lugar, absolutamente. Não foi somente no testamento do Alberto, como também na sociedade paulista.
Maria Letícia: Nova rainha, é? Ela terá o que merece. Ai, que raiva eu tenho daquela camundonga. Tomara que ela morra lentamente.
Celso: A primeira rainha travesti, como ela teve coragem de falar isso? Se fosse eu, teria vergonha. – Ele dá uma gargalhada.
Maria Letícia: Agora ela despertou ainda mais o meu furor contra ela. Ai como eu odeio aquela travesti imunda, desgraçada, passa fome.
Celso: Desculpa, Maria Letícia. Mas agora a José pode ser tudo, menos passa fome. – Ele sorri. – Está montada na grana.
Maria Letícia: Porém, não por muito tempo. Quero que ela saiba que eu estou voltando, e com mais sede de sangue do que antes. Tudo o que mais quero no momento, é voltar para a minha realeza.
Celso: Temos que esperar pelo Lourival. Sem ele, nós não somos nada.
Maria Letícia: Diga isso por si mesmo, pois eu sou imbatível, tanto sozinha quanto acompanhada. Não é Lourival nenhum que vai resolver o meu problema.
Celso: Às vezes fico preocupado com o seu egocentrismo. E você pode até viver sem ele, mas não sem mim, estou certo?
Maria Letícia: Celso, vamos combinar que na escola em que você se formou, eu fui professora. E por falar no Lourival, você voltou a falar com ele? Tem alguma notícia sobre a papelada?
Celso: Por enquanto, nada. O Lourival sumiu do mapa, mas não creio que ele deixe de aparecer. Até porque tem bastante dinheiro envolvido no esquema.
Maria Letícia: Ele que não se atreva a sumir nos quarenta e cinco do segundo tempo. Vou derrubar a Maria José, e não aguenta esperar mais nenhum um dia para isso.
Celso: Mas vai ter que esperar, se duvidar, até mais que um dia.

Cena 4- Mansão Corte Real- Dia.
Regina pega Rafael e Gaby aos beijos. Ela exige explicações do rapaz, e conta que é contra o namoro dos dois.

Rafael: Não se acostuma não, hein. Pois não vai ser todo dia que eu poderei passar por aqui. – Ele beija Gaby.
Gaby: Tudo bem, meu amor. Aliás, estou até surpresa por você ter vindo. Não me avisou, nem nada. Quis fazer uma surpresa? Pois se era essa a intenção, conseguiu.
Rafael: Na verdade, eu já estava morrendo de saudades de você. Agora que a distância entre nós aumentou, parece que a saudade aparece constantemente.
Gaby: Mas vem aqui. – Ela o abraça. – Você não vai chegar no trabalho atrasado por causa de mim, não é?
Rafael: Eu sei conciliar os meus horários, tá mocinha? – Ele a beija. Regina surge bem nesta hora.
Regina: O que é que está acontecendo aqui? E eu pensando que você já havia ido trabalhar.
Gaby: Ué, vocês se conhecem? – Ela estranha. – Eu não sabia que vocês se conheciam.
Rafael: Para te falar a verdade, é por causa dela que estou aqui. Vim trazer a minha mãe, e acabei passando para te dar um beijo.
Regina: Então ela é sua namorada? Eu bem sabia que você estava me aprontando alguma. Melhorou muito rápido depois do que te aconteceu.
Rafael: Acho que já está mais do que na hora de colocarmos os pingos nos is, mamãe.
Regina: Nada disso. Você vai para o seu trabalho, antes que se atrase. E outra, eu te proíbo de se envolver com outra garota de programa. Sou totalmente contra este namoro. Não darei mais nenhum voto de confiança para mulheres desta laia.
Gaby: Pera lá, agora você está me ofendendo Regina. Além do mais, eu não sou mais garota de programa. – Ela mente. – E o seu filho sabe disso.
Rafael: Pois é, mamãe. A Gaby deixou de ser vida fácil para namorar comigo.
Regina: Eu não quero te ver sofrer novamente, Rafael. Não quero que namore pessoas deste tipo, e ponto.
Gaby: Acho melhor você ir para não se atrasar. – Ele consente, e vai embora sem dizer um a. – Agora será que nós poderíamos conversar?
Regina: Desculpa, Gaby. Sei que te ofendi, mas… não quero ver o meu filho sofrer por mais nenhuma mulher. Depois de ele ter desejado se matar por causa daquela vagabunda, não tenho mais estômago para ver o meu filho se decepcionar.
Gaby: Eu entendo você, por ser mãe do Rafael. Mas então quer dizer que… ele tentou tirar a própria vida por uma outra mulher?
Regina: O Rafa acabou se envolvendo com uma garota de programa, até achei um desaforo quando ele me disse que estava apaixonado por ela, e que a moça não podia deixar o que fazia, pois era a sua única fonte de renda. – Ela e Gaby se sentam no sofá. – E você sabe como é mãe, não é? Faz qualquer sacrifício para ver o filho feliz, e já que aquela mulher o agradava… acabei depositando um voto de confiança neles.
Gaby: Então… o Rafael mentiu para mim.
(FLASHBACK)
Gaby: Então quer dizer que você já namorou antes. Você gostava muito dela?
Rafael: Não o quanto eu gosto de você. – Ele mente. – Nós nos envolvemos, mas não foi nada tão intenso.
Gaby: E por que terminaram?
Rafael: Porque ela era daquele tipo… obsessiva. Sentia muito ciúme de tudo, até mesmo da minha mãe. Por isso não deu certo.
Gaby: E eu pensando que pessoas assim só existiam em web novelas. Vocês chegaram a usar alianças?
Rafael: Não. – Ele respira fundo. – Como eu disse, não foi nada intenso. Tudo não passou de um passatempo.
(FIM DO FLASHBACK)
Regina: Ele mentiu para você totalmente. Os dois viveram algo muito intenso. E quando ela foi embora, sem dar nem ao menos uma explicação pelo motivo da partida, o meu filho quis morrer. O Rafael não se alimentava direito, tentou se matar cortando os pulsos, mas graças a Deus ele superou isso. Foi até que rápido, tudo isso durou cerca de uns dois, três dias.
Gaby: Deve ter sido quando ele me conheceu.
Regina: Tudo isso ocorreu por volta do natal. A vaca foi embora, e nunca mais voltou… quer dizer, agora ela está de volta. E eu tenho que me conter perante a presença dela, pois tudo que não quero no momento é perder o meu emprego.
Gaby: Pera ai. Essa mulher trabalha aqui? A ex do Rafael está debaixo do mesmo teto que o meu? – Ela se levanta, surpresa. – Não vai me dizer que é a Michele.
Lilla: Não, Gaby. Pode ficar despreocupada que a Michele não tem nada a ver com isso. A Regina está falando do seu pior pesadelo… eu. – Ela surge no local.
Gaby: Então você é a ex do meu namorado?
Regina: Sim, Gaby. É essa lambisgoia ai mesmo. – Ela fala com raiva. – Foi ela quem acabou com a vida do meu filho.

Cena 5- Mansão Garcia de Albuquerque- Tarde.
Marillu desabafa com Rogério. Ele a conforta.

Marillu: Ai, meu amor. Eu ando tão para baixo ultimamente. Não sei o que seria de mim sem você.
Rogério: O que foi que está acontecendo? – Ele encosta a cabeça dela em seu peito. – Estou aqui para te escutar.
Marillu: É tanta coisa me deixando preocupada, que… não sei nem por onde começar. – Ela fala com a voz chorosa. – Acredita que eu vou ter que me mudar?
Rogério: Como é que é? – Ele fica surpreso. – Não acredito que vai me deixar. Logo agora que eu estava me acostumando com você.
Marillu: O que eu mais queria era ficar, mas estou sendo obrigada a fazer isso. Não posso ficar nem mais um segundo neste lugar.
Rogério: Obrigada? Quem é que está te obrigando a isso? É só falar que eu prendo na hora.
Marillu: Só você mesmo para me fazer rir de uma situação desta. – Ela sorri. – Tem muita coisa que eu não posso te contar, meu amor.
Rogério: Assim fica difícil de te ajudar, não é? – Ele a abraça. – Mas qualquer coisa que você escolher, eu irei te apoiar. Até mesmo se quiser me deixar.
Marillu: Te deixar? – Ela arregala os olhos. – Nem se Deus quiser, eu faço isso. Te amo tanto Rogério.
Rogério: Também gosto bastante de você. – Ele a beija. – E espero que você resolva logo esses seus problemas.
Marillu: Pode deixar, farei o possível para acabar com essa perturbação. – Ela o olha nos olhos. – Só não fui embora ainda porque eu te amo, e acho que não conseguirei te deixar. Até porque se tudo der certo, o Fred estará se casando logo mais. Inclusive, ele vai me apresentar hoje a pessoa que está fazendo o coração dele bater a mil.
Rogério: Hm! Então quer dizer que só não foi ainda por causa de mim? Não precisa se importar comigo, Marillu. Se você tiver que ir, vá.
Marillu: Você está me expulsando, seu Rogério? – Ela brinca. – E eu aqui abrindo o meu core para você.
Rogério: Não é nada disso, minha flor. É que eu só não quero ser um empecilho na sua vida, entendeu?
Marillu: Você não é nenhum empecilho, seu bobo. – Ela o beija.

Cena 6- Cobertura de Marisa- Tarde.
Maria José conversa com Marisa sobre a entrevista. E diz que teme prejudicar o clube.

Marisa: Você disse que não queria se envolver com a imprensa, então o que foi aquela entrevista?
Maria José: Acredita que quando acordei, aqueles urubus já estavam entrando na mansão? Eles tapearam a nova empregada, dizendo que eu havia marcado a tal entrevista.
Marisa: Ah, então a culpa foi da empregada. Ela deveria ter te consultado antes de deixá-los entrar, não é?
Maria José: Para te falar a verdade, nem pensei nisto. A Lilla errou mesmo. Mas confesso que não estou preocupada com essa entrevista, o que me preocupa é a repercussão de eu ser uma das herdeiras do Alberto.
Marisa: E porque é que isso te preocupa? Você devia estar feliz por isso. Aliás, quem não queria estar no seu lugar?
Maria José: Não é isso. Eu estou muito preocupada com a imagem do clube, pois você sabe como é a sociedade… um bando de preconceituosos.
Marisa: Realmente, muitas pessoas podem não aceitar as mudanças tão bem assim. Muito dos sócios tem “pré-conceitos”, e acho que será difícil para eles, frequentar um clube aonde uma das donas é travesti.
Maria José: Estou morrendo de medo de prejudicar o clube com isso, sabia? Não irei me perdoar se eu arruinar o que o Alberto se esforçou tanto para construir.
Marisa: Pode ter certeza que nós só temos a acrescentar àquele clube. Vamos batalhar pelo melhoramento do clube Realeza.
Maria José: Não deixarei a peteca cair, nem que eu seja obrigada. Honrarei a memória do Alberto.
Marisa: É isso ai. Agora, você conversou com a Maria Luiza? O que foi que ela falou sobre aquele papelão?
Maria José: Falei com ela sim. E parece que a coitada está muito abalada com tudo. A Maria Luiza acabou bebendo demais, e por isso ficou ai mesmo pelo sofá.
Marisa: Ela ao menos demonstrou vergonha por aquela situação inusitada? Pois isso era o mínimo que ela podia fazer, sentir vergonha.
Maria José: A moça falou que estava morrendo de vergonha pelo que fez, e prometeu fazer isso nunca mais.

Cena 7- Mansão Sales Couto de Sá- Tarde.
Antonella chega no local cheia de fúria, e parte para cima de Daniele, já que Roberto não está. Célia pede para ir morar com a neta.

Antonella: Eu vim assim que me ligou, vovó. – Ela chega toda esbaforida. – Cadê aqueles vagabundos? Vou mata-los agora mesmo.
Célia: Calma, minha filha. Não vamos exaurir as nossas forças, temos que poupá-las para encontrar a Simone.
Antonella: Ela não se deu por satisfeita em me expulsar daqui? Agora aquela vagabunda fez o mesmo com a minha mãe. Tenho certeza que ela fez isso por vingança.
Daniele: Confesso que de vez em quando você é bastante espertinha, minha irmã. – Ela desce a escada. – Como adivinhou que fiz isso por vingança?
Antonella: Porque eu conheço dissimuladas como você. – Ela avança em cima de Daniele, cheia de fúria. – Vou te matar, sua desgraçada.
Célia: Calma, Antonella. – Ela puxa a neta. – Pare de se igualar a essa suburbana, você é muito mais do que isso.
Antonella: Eu já aturei muita coisa, vó. Isso foi o cúmulo. O que eles fizeram com a minha mãe é completamente revoltante. Você já ligou para a polícia?
Célia: Nós não podemos fazer isso. O Roberto jurou que se a gente os entregasse, ele faria questão de torturar a Simone.
Antonella: Quero ver se ele é tão macho assim. – Ela pega o telefone. – Vou ligar para a polícia agora mesmo. Pois nós sabemos que essa internação foi ilegal.
Daniele: Ele pode não ser macho o suficiente, mas te garanto que se você nos entregar… a sua mamãezinha não aparecerá com vida. – Ela ameaça.
Antonella: Você está me ameaçando? – Ela coloca o telefone no gancho. – É agora que eu acabo com a sua raça. – Antonella derruba Daniele no chão, e as duas brigam como selvagens. – Cadê o miserável do Roberto? Ele também merece uns bons tapas na cara.
Daniele: O meu pai foi resolver alguns assuntos. – Elas se levantam, totalmente machucadas. – Agora, será que você pode sair da minha casa? Já deu o seu showzinho, e agora está na hora de ir.
Antonella: Eu vou, mas fique ciente de que volto. – Célia impede a moça de ir.
Célia: Por favor, Antonella, me leve contigo. Se eu ficar aqui, é capaz de que eles me matem. – Ela suplica. – Pelo amor de Deus, minha neta.
Antonella: Tudo bem, vovó. Nós conversamos com a Marillu, e ela com certeza irá te abrigar lá. A minha sogra tem um coração imenso. – Ela provoca Daniele.
Daniele: Mas é claro que essa velha estúpida não vai. – As duas a olham atentamente. – Se ela for, ligarei imediatamente para clínica e mandarei torturarem a Simone até a morte.
Antonella: Você não teria tanta coragem. Para de tanto falar e age, pois as suas ameaças não colam mais.
Daniele: Se eu fosse vocês, não duvidava da minha palavra. – Ela pega o celular. – Basta uma ligação para eu acabar com a vida dela.
Célia: Tudo bem, eu fico. – Ela chora. – Não faça nada com a minha filha, por favor.
Antonella: Não entendo. Você me tirou daqui, internou a minha mãe, e por que querem que a vovó fique? Os planos de vocês mudaram? Não estão satisfeitos em expulsarem todas nós de casa?
Daniele: É que… – Ela pensa em alguma mentira. – Vocês podem nos entregar para a polícia, e eu não sou nenhuma boba. Tenho certeza que se a Célia ficar por aqui, será bem mais seguro, pois você não terá coragem de colocar a vida da sua avó e de sua mãe em risco.
Antonella: Miserável. Venha vovó, temos que conversar sobre aonde eles devem ter internado a mamãe.
Daniele: Pera lá. Desta casa a Célia não sai.
Antonella: Vamos, vó. Iremos conversar lá no jardim. – As duas saem, acuadas.
Daniele: Está acabando, Dani. – Uma lágrima escorre o seu rosto. – Está acabando.

Cena 8- Apartamento de Leonardo- Tarde.
Frederico conversa com Leonardo e Luciana. O rapaz diz para ambos que apresentará o namorado a mãe dele.

Frederico: Tudo o que eu mais quero é fazer o seu filho muito feliz, dona Luciana. Estou completamente apaixonado por ele, e ninguém fará com que este amor entre nós acabe.
Luciana: Pelo visto, as suas intenções para com o meu filho são mesmo muito boas. Acho que é com toda firmeza que dou permissão a esse namoro.
Frederico: Pode ter certeza que a senhora não se arrependerá disto, viu? Eu amo muito o Léo, até mais do que a mim mesmo.
Leonardo: Vai se acostumando, mamãe. O Frederico é bastante exagerado às vezes. – Ele brinca. – É claro que ele não me ama mais que a si próprio.
Frederico: Mal sabe você o quanto eu te amo. – Ele o beija. – E o papo está bom, mas…
Leonardo: Sabia que não ia demorar muito para ele fugir. – Ele sorri. – O seu genro é assim, mãe, só aparece aqui quando bem quer.
Luciana: Talvez ele tenha bastante problema para resolver, não é Frederico?
Frederico: Na verdade, o seu filho nem deixou eu terminar de falar. Como estava dizendo: o papo está bom, mas nós precisamos ir.
Leonardo: Nós quem? Eu e você, você e eu? – Ele arqueia a sobrancelha. – E para onde é que nós vamos?
Frederico: Não disse que ia te apresentar a minha mãe? Pois então. Chegou a hora disso acontecer. – Leonardo se senta perplexo.
Leonardo: Jura que você vai me levar para conhecer a sua mãe? Não creio. – Ele leva as mãos até a boca. – É sério isso, Fred?
Frederico: Olha a minha cara de quem está brincando. – Ele faz uma cara séria. – Viu só, dona Luciana? O seu filho não confia muito em mim.
Luciana: Para de bobeira e vai logo vestir alguma coisa descente, Leonardo. Você vai conhecer a sua sogra, e não pode ir vestido como bem entende.
Leonardo: É claro que eu confio em você, meu amor. – Ele o beija. – Calma, mãe. Já estou indo.

Cena 9- Mansão Corte Real- Tarde.
Roberto tenta desesperadamente falar com Michele. Ele explica tudo o que aconteceu.

Michele: Não deixem esse homem entrar, não tenho nada para falar com ele. – Ela avista Roberto fazendo um escândalo no portão. – Eu já te pedi para me esquecer, Roberto.
Roberto: É impossível de eu fazer isso, Mi. Não percebe que eu te amo, poxa? Vem até aqui, deixa eu te explicar tudo.
Michele: Você não tem nada para me explicar, não tenho mais nada com você. Por que se recusa a entender isso?
Roberto: Porque você não percebe que foi uma armação. Como é que a Célia ia saber que nós estávamos naquele motel? Ela só pode ter nos seguido. E se ela nos seguiu, foi com muita cautela para não percebermos.
Michele: Até que o que ele está falando tem sentido. – Ela fala para si mesma. – Se a mulher tivesse mesmo passado mal, a mãe dela deveria ter ligado… pois não tinha como ela saber o motel que o Roberto e eu frequentamos.
Roberto: Sei que isso faz algum sentido, e esperarei o quanto for necessário para que me perdoe. Quer dizer, não fiz nada de errado, muito mesmo você. A Célia foi quem armou isso tudo só para nos separar, e se tem alguém que precisa de perdão nesta história é ela.
Michele: Eu acredito em você. – Ela se aproxima do portão, correndo. – Fui uma tola em ter caído no papo fiado daquela… coruja velha. – Eles sorriem. – Eu te amo, meu amor.
Roberto: Também te amo muito, minha gatosa. – Eles se beijam pelo portão. – Será que agora eu posso entrar?
Michele: Não. A José pode chegar, e não vai gostar da sua presença. – Ela o olha atentamente. – E se nós nos encontrarmos no nosso lugarzinho de sempre?
Roberto: Não. Chegou a hora de mudarmos o nosso ponto de encontro. – Ele sorri. – Vamos para um motelzinho diferente hoje à noite, que tal? – Ela faz um gesto positivo com a cabeça.

Cena 10- Mansão Garcia de Albuquerque- Noite.
Frederico apresenta Leonardo a Marillu. Ela fica surpresa ao saber que os dois estão namorando.

Marillu: E ai? Cadê a pessoa que você disse que iria trazer? Quero saber com quem o meu filho anda namorando.
Frederico: A Antonella ainda não chegou, né? – Ele cochicha. – Porque se ela chegar, vai estragar tudo. Por isso temos que ser rápidos com este jantar.
Marillu: Pode mandar entrar, porque a outra ainda não chegou. – Ela cochicha. – E parece que não tem previsão para voltar.
Frederico: Pode entrar. – Leonardo surge, e Marillu fica surpresa. – Então, mamãe… gostaria de te apresentar o meu namorado, Leonardo Queiroz Galvão.
Leonardo: Tudo bem com a senhora? É um prazer inenarrável conhece-la. – Ele estende a mão.
Marillu: Então… então… você está namorando um homem, Fred? – Ele está incrédula. – Você trocou a Daniele por ele? – Frederico e Leonardo se entreolham.

CONTINUA…

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