Séries de Web
Realeza

Capítulo 42 – Realeza

QUADRAGÉSIMO SEGUNDO CAPÍTULO

 


Cena 1- Boate- Noite.
Após mais algum tempo de briga, Ivan separa Maria Luiza da outra mulher.

Maria Luiza: Eu também não sou lésbica, querida. Nunca quis nada com você. – Ela está em cima da moça, lhe dando vários tapas. – Gosto é de homem.
Mulher: Mas não foi o que pareceu, sapatona. – Ela empurra Maria Luiza, e toma o domínio da briga. – Vou te matar.
Tiago: Briga de mulher me excita. – Ele grava a cena. – Essa Maria Luiza é muito gostosa, cara.
Rapaz: Por que você não tenta ajudar ela? A patricinha vai ficar agradecida, não acha?
Tiago: Tem toda razão. Vou lá. – Ele coloca o celular no bolso, e se aproxima das moças. – Isso já deu o que tinha de dar, vamos parar com essa briga. – Ivan perde o sorriso ao ver Tiago se aproximando de Maria Luiza.
Maria Luiza: Quem é você? Vai cuidar da sua vida. – Ele pega ela pelo braço, mas Ivan é grosseiro e toma a moça das mãos dele.
Ivan: Tira as mãos da minha namorada, meu irmão. – Completamente irritado. – Vamos embora daqui Maria Luiza. Esta noite já nos divertimos bastante.
Tiago: A minha intenção só era ajudar. Foi mal se você interpretou de uma forma errada.
Ivan: Eu também sou homem, cara. Sei muito bem qual era a sua intenção. – Ele e Maria Luiza vão embora.
Tiago: Chega de palhaçada. Vamos cada um para suas casas. – Ele bate palma. – O show acabou.
Rapaz: Que ideia de girino é esta? Você não pode fechar a boate agora, a noite só está começando.
Tiago: Até onde eu sei, a boate é minha. E a noite já acabou para mim.

Cena 2- Mansão Garcia de Albuquerque- Noite.
Antonella conversa com Marillu sobre a estadia dela no local. A mãe de Frederico fica preocupada, e conta para o filho que eles terão que mudar de cidade.

Antonella: E foi por isso que eu resolvi vir pedir ajuda a vocês. Até porque eu sabia que vocês têm bons corações, e que não me deixariam na mão.
Marillu: Imagina, querida. Pode contar conosco para o que der e vier. É o maior prazer recebe-la aqui em nossa casa.
Antonella: Ai, Marillu. – Ela a abraça. – Você não sabe o quão isso é importante para mim.
Marillu: Você pode ficar aqui por quanto tempo for necessário. Não precisa se preocupar, viu?
Antonella: Serei eternamente grata a vocês. – Ela olha para Frederico, que parece não estar nem ai. – Frederico? Está tão quieto.
Frederico: Estou pensando numa boa desculpa para dar a Daniele. Sei que ela não vai gostar de saber que você está aqui.
Antonella: Quando eu falo, você não gosta. Dá mais importância para ela, do que para mim. Estou começando a duvidar se você me ama mesmo mais do que ela.
Frederico: Como você pode questionar o meu amor assim? É claro que eu te amo, Antonella.
Antonella: Se me amasse mesmo, terminava logo de uma vez com a Daniele e ficava comigo. Sabe? Estou mais nem ai também. Vou ligar para minha mãe, dizer que estou bem. – Ela sobe a escada.
Frederico: Viu o que a senhora fez, mamãe? Eu estou surtando com isso.
Marillu: Como assim? Eu não tenho nada a ver com isso, meu filho. Foi você quem abrigou a Antonella aqui. O mínimo que eu podia fazer, era trata-la bem.
Frederico: Eu abriguei ela aqui porque eu não tinha outra escolha. Não posso magoar ela, muito menos a Daniele. Essa história de golpe, está tirando o meu sossego.
Marillu: Só estou pensando no seu bem, Frederico. Você precisa se casar logo com uma delas, tenha atitude.
Frederico: Já estou de saco cheio. – Ele leva as mãos até cabeça. – Eu não aguento mais isso.
Marillu: Mas continua querendo ser rico, não é? Porém, as coisas não são tão fáceis, meu filhote. E te confesso que estou muito preocupada, pois você trouxe a Antonella para morar conosco e se esqueceu das nossas condições.
Frederico: Mãe. – Ele senta ao lado dela. – Eu já estou ficando agoniado com essa história de que ficaremos pobres a qualquer momento.
Marillu: Então casa-se Frederico. O quanto antes melhor. Não é feio o homem depender da mulher, feio é ser pobre.
Frederico: Que humilhação. Tendo que dar golpes nas pessoas para poder me manter rico.
Marillu: Vai ser melhor ainda se o seu sogro lhe der um emprego aonde ele trabalha. O Roberto é administrador de uma empresa, e sei que ele ganha bem.
Frederico: Eu só queria viver do meu jeito. – Ele fala triste.

Cena 3- Cobertura de Marisa- Noite.
Melissa combina de levar a mãe para conhecer o namorado. Rogério vai pegar a mulher para leva-la a um restaurante.

Melissa: Ok, mãe. Eu já entendi. Amanhã mesmo a senhora conhecerá o meu ficante. Mesmo que isso seja uma tremenda de uma basbaquice sua, só farei isso para não ficar pegando no meu pé.
Marisa: Gosto assim. Você sabe que eu me preocupo com você. Mesmo já estando crescidinha, você é a minha única filha. E tem todo o meu amor de mãe somente para ti.
Melissa: É tanto amor, que dá até enjoo às vezes. – Ela repara no look da mãe. – Mas para onde é que a senhorita vai toda arrumada? Faz tempo que não se arruma tão bem assim.
Marisa: Estou bela, não estou? – Ela dá uma rodada. – Vou ir jantar com uma pessoa ai.
Melissa: Bem lembrado. Há alguns dias atrás, eu ouvi a senhora conversando no telefone com alguém. Quem era?
Marisa: Você já o conhece, sua boba. Só não ficamos com tanto chamego na sua frente, porque temos vergonha.
Melissa: Então quer dizer que a senhora está de namorado novo, e nem se quer me avisa?
Marisa: Não estamos namorando, não ainda. É apenas uma amizade colorida, como você me disse mais cedo, estamos apenas nos conhecendo, ficando.
Melissa: Você pode ficar e eu não? Bonito, né dona Marisa? – A campainha toca. – Deve ser ele, deixa que eu abro.
Marisa: Melissa, comporte-se. Ele veio me buscar, não falar com você. – Ela tenta impedir a filha, mas a moça acaba abrindo a porta.
Melissa: Rogério? Então é você o peguéte da minha mãe? – Ela fala boquiaberta. – Esconderam o caso de vocês direitinho, hein! Nem desconfiei de nada.
Marisa: Para com isso, menina. – Ela se aproxima da porta e Rogério lhe entrega um buquê de flores. – Muito obrigada. E desculpe pela intromissão da Melissa.
Rogério: Ainda não rolou nada entre sua mãe e eu, Melissa. – Ele é galanteador. – Até porque não depende só de mim.
Melissa: Me dá essas flores aqui, mãe. – Ela pega o buquê da mão de Marisa. – Vão logo. E voltem apenas depois de um beijo.
Marisa: Melissa! Tenha modos. – Ela fala sem graça. – Vamos antes que essa louca fale mais alguma besteira.
Rogério: Por que besteira? Não vejo problema nenhum, se algo rolar entre nós dois. – Ele sorri, e dá uma piscadela para Melissa.

Cena 4- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Simone confessa que está com muita raiva de Roberto, Célia a aconselha. Ela recebe uma ligação de Antonella.

Simone: O que o Roberto fez foi imperdoável. Ele não se contentou em esfregar a amante dele na nossa cara.
Célia: Eu sabia que essa guerra não daria em boa coisa. Como será que a nossa menininha deve estar? Fico até mal só de pensar no perigo que ela pode estar passando.
Simone: E tudo por culpa daquela bastarda. Foi ela quem motivou o Roberto a expulsar a nossa filha de casa.
Célia: A vadia fez o que? Você não pode deixar aquela rata tomar conta da sua casa. Daqui a pouco ela está tomando até mesmo o seu lugar aqui dentro.
Simone: Não. Quem tomou o meu lugar aqui dentro, foi a amante do Roberto.
Célia: Aquela promíscua? Faça-me o favor, não é minha filha? Você é muito mais do que ela, só se o Roberto for cego para fazer uma troca dessas. E outra, não é a primeira vez que ele te trai. Da primeira vez, foi capaz de cair no mundo mesmo a vagabunda estando grávida.
Simone: Para você ver. O Roberto nunca gostou de mim, nem daquela mulher, o quanto ele gosta dessa tal de agora.
Célia: A verdade, é que ele se importava com você. Foi por isso que deixou a mãe da Daniele grávida, e fugiu, por medo de perder você.
Simone: Parece que ele se cansou de se importar comigo. – Os olhos dela enchem de lágrimas. – Por mim, que ele seja muito feliz com a amante atual dele.
Célia: Se depender de mim, vocês ficarão juntos até a morte. Não podemos perder o apoio financeiro que o Roberto nos dá.
Simone: Eu não irei aguentar até lá. Esse casamento já chegou ao fim, só falta ter coragem para sair daqui. – O telefone toca, e ela atende.
Célia: Não se depender de mim. – Ela fala para si mesma. – Duvido que a amante dele não escute o meu apelo emocional.
Simone (Ao telefone): Minha filha. Como é bom escutar a sua voz. Aonde é que você está, minha querida? Você está bem?
Antonella (Ao telefone): Melhor impossível, mamãe. É tão bom respirar ar puro. Longe do papai e da filha dele. Só lamento por você e pela vovó.
Simone (Ao telefone): Onde é que você está, Antonella? Eu não admito que você durma na rua.
Antonella (Ao telefone): Eu não estou na rua, mamãe. Vim pedir abrigo a Marillu, e ela me acolheu super bem.
Simone (Ao telefone): Você está na casa do namorado dela? – Ela pergunta surpresa.

Cena 5- Motel- Noite.
Roberto conta para Michele que conversou com Antonella, Célia e Simone. E diz que elas aceitaram sair de casa. Ela questiona o curativo na cabeça dele.

Roberto: Minha gostosa. – Ele dá um tapa na bunda dela. – Continua boa, como sempre.
Michele: E você nunca perde o fogo. – Ela fala ofegante. – Como é que andam as coisas na sua casa?
Roberto: Estão começando a melhorar. – Ele mente. – Antonella encafifou que quer sair de casa. Foi ai que nós conversamos sobre, e acertamos que elas irão embora de lá.
Michele: Quem? A sua filha, esposa e sogra? – Ela pergunta surpresa. – Vai ser só você e a Daniele naquele casarão todo?
Roberto: Se você aceitasse o meu convite, queria muito que você fosse morar comigo. Seria um prazer imenso te ter como minha mulher.
Michele: As coisas não são tão simples assim, Roberto. Se lembra que você deixou a Denise quando descobriu que ela estava grávida? Tenho medo que o mesmo aconteça conosco, que o nosso amor desgaste.
Roberto: Só deixei a Denise, porque eu priorizava o meu casamento. Mas eu descobri que a Simone não é a mulher da minha vida, não foi nenhuma das duas que escolhi para acompanhar até a morte. Quero você, Michele. Somente você.
Michele: Eu também te quero muito, meu amor. Mas é preciso que nós pensemos em tudo, antes de nos arriscarmos com essa história toda.
Roberto: Tudo bem. Eu te darei um tempo para pensar sobre a minha proposta.
Michele: Sem contar que a Daniele não me aceitará numa boa. Ela não vai me engolir. Inclusive, vocês já estão se dando bem? Porque para expulsar a sua família de lá, e manter a filha que você nunca quis saber, só pode estar tendo uma relação melhor entre os dois.
Roberto: Nós estamos nos acertando. Percebi que é melhor ser amigo dela, do que inimigo. E é por isso que eu te afirmo: ela irá te aceitar na nossa casa, numa boa. Não se preocupe quanto a isso, pois percebi que a Daniele só quer me ver feliz.
Michele: Pelo visto as coisas entre vocês andam melhor do que eu pensava. – Ela percebe um curativo na testa de Roberto. – O que foi isso?
Roberto: Foi… – Ele pensa em alguma mentira. – … uma cabeçada na porta. – Ela desconfia.
Michele: E porque diabos você bateu com a cabeça na porta? Não foi a Simone quem fez isso, foi? Você acabou de me dizer que a saída dela da sua casa, aconteceu através de um acordo de paz. Ou você está mentindo para mim?
Roberto: Você devia acreditar mais em mim, sabia? Tudo bem que eu pulei de alegria por saber que minha esposa e minha sogra sairiam de casa. Mas foi difícil saber que essa saída foi motivada pela minha Antonella. – Ele finge tristeza. – E eu bati com a minha cabeça na porta, pois estava muito nervoso. Não queria que minha filha fosse embora, tinha de haver algo que eu pudesse fazer. Mas não consegui achar nada, e por isso fiz isso.
Michele: Ela só pode estar querendo sair de casa, por causa do nosso caso. Depois de você ter me levado até lá, acho que ela perdeu o encanto por você, o pai perfeito dela.
Roberto: Não. Ela está fazendo isso por ciúme da Daniele. – Ele mente.
Michele: Tem mais uma novidade. Eu irei morar na mansão Corte Real com a Maria José.
Roberto: O que? – Ele pergunta surpreso.

Cena 6- Casa de Regina- Noite.
Nelson pede a Jonathan e Rafael para namorar Regina.

Jonathan: Então quer dizer que você quer namorar a nossa mãe? – Ele pergunta, com a mão no queixo.
Rafael: E precisa da nossa aceitação para que isso aconteça. – Jonathan e ele se entreolham. – É mesmo uma questão muito… delicada.
Jonathan: Talvez precisemos de dias, ou até mesmo meses, para lhe dar uma resposta.
Nelson: Eu espero o quanto for necessário. Contanto que vocês me deixem namorar a mãe de vocês.
Rafael: E ai, Jonathan? O que você acha sobre o assunto? Gostou do sujeito?
Nelson: O que é isso, rapazes? Vocês já me conhecem a um bom tempo.
Jonathan: Mas agora é diferente, você quer namorar a nossa mãe. E isso não é pouca coisa. Temos que analisar, antes de mais nada.
Regina: Como é que é a história ai? – Ela surge na sala. – Quem vai namorar quem?
Rafael: O Nelson veio pedir para que nós deixássemos a senhora namorar com ele. E estamos pensando seriamente no pedido dele.
Regina: Que palhaçada é essa? – Ela cruza os braços. – Desde quando eu disse que queria namorar com você, Nelson? E mais, já sou velha e muito bem vacinada. Apesar de estar em forma, eu tive potencial para cuidar de três filhos e me manter em forma. Se eu quisesse namorar, os senhores não teriam que aceitar ou deixar de aceitar ninguém.
Nelson: Rê, acho que você errou. Se não me engano, disse três filhos. Desde quando te conheço, só sei de dois.
Regina: É você que me deixa tensa demais. Por favor, Nelson, quando eu quiser algo com você… te aviso, tá bom?
Nelson: Pelo jeito não vai rolar mesmo. Eu vou embora então, boa noite! – Ele vai embora cabisbaixo.

Cena 7- Apartamento de Leonardo- Dia.
Frederico fica irado ao ver Cléber seminu. Ele discute com Leonardo, e vai embora.

Frederico: Não foi mais atenção que você cobrou de mim? – Ele pergunta quando Leonardo abre a porta. – Pois eu vim consertar isso. – Ele o pega na cintura e o beija.
Leonardo: É bom saber que você está se esforçando para não deixar o nosso amor morrer. – Frederico o joga no sofá, e se deita por cima dele.
Frederico: Você é a única coisa verdadeira que há na minha vida. O resto é somente ilusão.
Leonardo: Coitada da Dani, é assim que você a considera? Uma ilusão? – Ele é irônico. – Deixa só ela ficar sabendo disso.
Frederico: Não vejo necessidade de você trazer ela para o meio de nós. – Ele se levanta. – Estava tudo tão bom.
Leonardo: Desculpa. Eu sei que se fosse por você, não golpearia a Daniele, não passaria por todo esse perrengue. O problema é a sua mãe, e essa terrível ganância por dinheiro.
Frederico: Ela só vai se contentar quando me ver casado com alguma ricaça.
Leonardo: Pera ai. – Algo parece ter surgido na sua cabeça. – Você não precisa mais se submeter a isso, Fred. Eu tenho a sua solução.
Frederico: Não me diga que você sabe como plantar uma árvore de dinheiro? Pois somente assim eu não terei que dar golpe em ninguém, e minha mãe para de azucrinar a minha vida.
Leonardo: Não é nada disso, seu bobo. A sua mãe não quer que você case com alguém rico? Eu sou rico. Mas a diferença, é que você não terá que me dar golpe nenhum. Eu os ajudarei em tudo que for preciso.
Frederico: Entendo que você está querendo me ajudar, mas não posso aceitar. Você vive em um pé de guerra com o seu pai, ele nunca liberará dinheiro para você. Sem contar que os caprichos da minha mãe são bem caros.
Leonardo: Ai é que você se engana. Meu pai é um burro ignorante. Não sabe nem ao menos sacar dinheiro, é minha mãe quem faz isso por ele. E é assim que eu continuo mantendo este apartamento, com a ajuda dela.
Frederico: A sua mãe deposita dinheiro do seu pai para você? O seu pai é analfabeto?
Leonardo: Não concluiu nem o ensino fundamental. Se ele não tivesse sorte em ganhar num jogo da loteria, era bem capaz que nós estivéssemos na miséria agora.
Frederico: Talvez seja mesmo uma… – Cléber surge na sala, apenas com uma toalha amarrada na cintura. – O que é que significa isso?
Cléber: Desculpa interromper vocês, mas é que eu esqueci a minha roupa lá no quarto.
Frederico: Aqui só tem um quarto. – Ele olha para Leonardo. – O seu quarto. Como você pôde fazer isso comigo? E ainda tem a cara de pau em querer me ajudar. – Ele está irado.
Leonardo: Calma, Fred. Nós podemos te explicar tudo. – Ele se aproxima de Frederico.
Frederico: Me poupe das suas explicações. – Ele sai com raiva, e bate a porta alto.
Cléber: Não foi minha intenção. É que eu esqueci a roupa no quarto. – Ele fala, inocente.
Leonardo: Sei que não foi sua intenção. O Frederico que é um esquentadinho. Nem deixou explicar que você só veio tomar banho aqui porque faltou água na sua casa.

Cena 8- Padaria- Dia.
Antonella conversa com Célia e Simone, e diz que não desistirá de atacar o pai. A mãe da moça pede para que ela esqueça isso tudo.

Antonella: Que bom ver vocês novamente. – Ela abraça a mãe e a avó. – Já estava morrendo de saudades.
Célia: Ai minha neta, nem me conte. Mas você não vai se deixar render, estou certa? O seu pai tem muito o que te pagar.
Antonella: Pode ter certeza que ele vai me pagar, vovó. Eu não vou deixar isso barato.
Simone: Parem com isso, vocês. Eu não quero mais fatalidades nesta história. Vamos acabar com essa rixa de uma vez por todas.
Antonella: Eu só paro quando ver o papai sofrendo. – Ela enfática. – E confesso que continuo a querer atacar a amante dele para atingi-lo.
Célia: Também estive pensando em algo, querida. E não acho uma forma de ataca-lo a não ser através da amante.
Simone: Não acredito que vocês duas não estão dando a mínima para o que eu acabei de falar.
Antonella: Mãe, entende uma coisa, o papai merece uma punição. Ele pode fazer o que quer com a gente, e nós não podemos revidar?
Simone: Deixe que eu revido. Estou pronta para usar as mesmas armas que ele. Se o Roberto não sente mais nada por mim, por que eu não posso ter um amante?
Célia: Filha. Você teria coragem de degradar a sua honra por causa daquele patife? Eu não admito que faça isso, Simone.
Simone: O problema é que eu não pedi a sua opinião, mamãe. Eu irei fazer isso.
Antonella: Mãe, eu concordo com a vovó. Você não pode descer o nível igual a ele. Esqueceu que somos ladys?
Simone: Lady? Já nem sei o que é ser isso mais. O tempo em que eu era uma dama, se foi. Agora o que eu mais quero é tirar vocês desta guerra que há entre mim e o Roberto.
Antonella: Já te disse que essa guerra não é sua. Fui eu quem desafiou o papai, por causa da Daniele.
Simone: Mas ele fez questão de levar essa guerra para o nosso lado. Porque se ele quisesse te atacar, ele faria qualquer outra coisa, mas não, ele preferiu me atingir levando aquela prostituta para nossa casa.
Antonella: Ele atingiu todas nós. O papai me fez enxergar quem ele realmente é, um ser nojento e baixo.
Simone: Já que vocês se recusam a parar com isso, só me resta apoiar vocês, mas do meu jeito. Eu irei sim trair o Roberto, e não há quem me convença do contrário.

Cena 9- Cobertura de Severino- Dia.
Ivan chega em casa, e Severino repreende o filho por ter passado a noite fora. Os dois discutem.

Ivan: Lar doce lar. – Ele se joga no sofá. – Acho que finalmente posso dormir agora. Quer dizer, dormir de verdade.
Severino: Ai está você. – Ele vê Ivan jogado no sofá. – Aonde foi que você passou a noite?
Ivan: Vai encher o saco de outro. – Já com os olhos fechados. – Me deixa descansar.
Severino: O horário de descanso já acabou. Agora está na hora de se tomar o café da manhã. Você passou a noite inteira se drogando, Ivan, é isso?
Ivan: Mas que merda. – Ele se levanta. – Ninguém pode descansar aqui nesta casa.
Severino: Até pode, mas como eu já disse, esse horário acabou. Aonde é que você estava, Ivan? Se você quiser mesmo ficar em paz, então me responda.
Ivan: Eu estava em uma boate, acabei bebendo demais e dormi na casa de uma amiga.
Severino: Você está mentindo para mim. Se você tivesse ido mesmo nessa tal boate, você sairia tarde de lá, e estaria dormindo até agora na casa da sua amiga.
Ivan: É que eu tive que voltar na boate para acertar algumas coisas, por isso acordei cedo, e agora estou aqui.
Severino: Escuta aqui. Eu estou acreditando em você, não ouse me decepcionar.
Ivan: Tá, tá. Agora eu vou dormir, boa noite!

Cena 10- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Daniele diz ao pai que ele fez certo ao não contar a verdade para Michele. Ela o aconselha a tratar logo sobre o que fará com Simone.

Roberto: Eu tive que mentir para a Michele, conheço bem ela. Se soubesse o que fiz com Antonella, e o que pretendo fazer com Célia e Simone… ela iria querer que eu voltasse atrás na hora, pois a Michele se sente culpada por tudo que está acontecendo.
Daniele: Então o senhor fez certo em mentir. Temos que conseguir concluir o nosso plano.
Roberto: O nosso não, o seu. – Ele sorri. – Tenho orgulho de tê-la como filha. Se eu soubesse o quanto você me ajudaria no futuro, não tinha titubeado ao te aceitar aqui em casa.
Daniele: A verdade é que isso tudo só está acontecendo por causa de mim. – Ela se faz de arrependida. – Se o senhor vive às turras com a sua família, é por minha culpa. Porque a Antonella só te enfrentou por causa da minha presença, que a incomodava tanto.
Roberto: Você tem razão. Mas mesmo assim, eu não devia ter sido tão grosso contigo como fui. – Ele a abraça, deixando Daniele emocionada.
Daniele: Desde quando entrei por aquela porta, eu queria que você me abraçasse como agora. – Os olhos dela estão cheios de lágrimas.
Roberto: Eu te amo, Daniele. E tenho o maior orgulho de ser seu pai. Olha que não estou dizendo isso da boca pra fora.
Daniele: Cortando esse momento família, já está na hora do senhor voltar a agir. Você precisa ir logo naquele lugar, fazer o que deve ser feito.
Roberto: A mala de dinheiro já está pronta. Tenho certeza que ele vai aceitar. A Simone está perdida. – Eles riem.
Daniele: E depois que tirarmos ela do nosso caminho, iremos acabar com a coruja velha.
Roberto: Terei que desembolsar mais umas notas.
Daniele: Prepare o bolso, papai. Quando está pensando em ir falar com o cara?
Roberto: Agora mesmo. Não podemos deixar para depois.

Cena 11- Mansão Corte Real- Dia.
Marisa mostra cada cômodo do local para Maria José.

Marisa: Está preparada para explorar essa imensidão toda? – Ela chega com Maria José. – Já digeriu que é dona disto tudo?
Maria José: É difícil digerir da noite pro dia, mas com o tempo, quem sabe. – Elas veem Maria Luiza deitada no sofá, pelada. – Oh, meu Deus! O que foi que aconteceu com ela?
Marisa: Eu também não sei. – Ela se aproxima de Maria Luiza, que está cheirando a álcool. – Pelo visto, ela bebeu até cair no sono. Ah, mas esta mocinha vai levar uma boa bronca quando acordar.
Maria José: O que é isso, Marisa? Não precisa de tanto. Temos que compreender, ela não está passando por um bom momento.
Marisa: Tenho que concordar com você. Agora vem, vamos conhecer a sua nova casa. – Ela a puxa Maria José até a cozinha. – Creio que esta seja a melhor parte da casa.
Maria José: Também adoro comida. – Ela vê Regina trabalhando. – Regina, quanto tempo.
Regina: Maria José. – Elas se abraçam. – Ultimamente eu sumi mesmo, muito trabalho. E quando estou de folga, fico em casa.
Marisa: Quero que vocês conheçam a nova patroa de vocês. – Ela fala para Nelson e Pierre. – E espero que a sirva tão bem, quanto serviam o meu irmão.
Regina: Como é eu é? O seu Alberto deixou a mansão dele para você? Tá poderosa, hein!
Maria José: Os meus problemas também cresceram. – Ela olha para Marisa. – Agora sou uma das donas do clube realeza.
Regina: Ah, mas não tá fraca não. – Elas sorriem. – Te servirei com o maior gosto, patroa.
Marisa: Vamos conhecer o resto da casa. Ainda há muita coisa para ser vista. – Maria José cumprimenta Nelson e Pierre, depois vai para o escritório com Marisa.
Pierre: Então quer dizer que o “Monsieur” Alberto trocou a minha rainha por essa plebeia? Ele estava mesmo muito surtado. – Ele comenta com Nelson.
Nelson: Ih, acho que não vou aguentar isso não. O que meus amigos vão falar quando souberem que eu sou motorista de um travecão? – Ele fala para Pierre.

Cena 12- Apartamento de Celso- Tarde.
Maria Letícia conversa com o advogado que a ajudará golpear Maria José.

Maria Letícia: Ai está você. Sumiu a manhã inteirinha, pensei até que havia morrido. – Ela fala ao ver Celso entrar.
Celso: Demorei, mas voltei. – Ele está acompanhado por um homem. – Trouxe a solução do seu problema.
Maria Letícia: Você deve ser o Lourival? – Ele estende a mão, e ela o cumprimenta. – O Celso elogiou muito o seu trabalho. Espero que seja bom mesmo.
Lourival: Não é querendo me gabar, mas todos os trambiques que pediram para que eu fizesse… fiz com muito sucesso.
Celso: Pode acreditar, meu amor. Lourival é meu camarada de longas datas, tenha a certeza de que ele nunca falha em serviço.
Maria Letícia: Veremos em breve. – Ela o encara. – Até porque há muito dinheiro envolvido nisso, e eu quero que valha a pena.
Lourival: Farei com que a senhora se orgulhe de cada centavo que me der. – Ele sorri. – Agora, digam-me, o que querem de mim?
Celso: Maria Letícia está tramando a sua volta triunfal para a realeza dela. Mas as coisas ficaram difíceis por ela não estar no testamento do falecido marido.
Lourival: Fiquei sabendo que a “rainha” foi desmascarada em sua própria casa. Uma pena.
Maria Letícia: Não iremos chorar sobre o leite derramado, não é? Aliás, dependerá de você para que eu volte ao meu trono.
Lourival: Pode ter certeza que farei isso com gosto.
Maria Letícia: Eu quero a minha mansão, o meu clube, quero tudo que era meu de volta. – Ela é objetiva. – O quanto antes melhor.
Lourival: Para isso teremos que tapear a nova dona da sua realeza. Sabe como podemos fazer isso?
Maria Letícia: Maria José é uma anta burra. – Ela sorri. – Vai ser mais fácil do que tirar doce da boca de criança.

CONTINUA…

Deixe um comentário

Séries de Web