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Realeza

Capítulo 38 – Realeza

TRIGÉSIMO OITAVO CAPÍTULO

 


Cena 1- Cobertura de Marisa- Tarde.
Marisa e Melissa imaginam quais os motivos que levaram Celso a fazer isso.

Marisa: Gente. Eu não estou conseguindo acreditar numa coisa dessas. Será mesmo que é ele nessas imagens? Pode ser que nós estejamos enganadas.
Melissa: Não tente tirar a culpa dele, mamãe. Convivemos algum tempo com o Celso, lá em Barcelona. Tanto que a senhora acabou se envolvendo com o cafajeste. Não tem como nós estarmos confundidas, sabemos que é ele.
Marisa: Se não for, é mesmo muito parecido. Mas por que o Celso faria uma atrocidade dessas, Melissa? É isso que não entra na minha cabeça.
Melissa: Talvez tenha sido um plano. Ele só conseguiu se envolver com você, porque o Rodolfo estava morto. Caso contrário vocês estariam juntos até hoje, e o Celso não teria conseguido nos enganar.
Marisa: Nossa. Claro que não. O Rodolfo morreu muito tempo antes de eu me envolver com o Celso.
Melissa: Eu sei disso. Mas talvez ele já tivesse planejado tudo. Somos normais demais para entendermos a mente de um psicopata.
Marisa: Não estou muito convencida disso. Por mais que o Celso tenha nos enganado, não acredito que ele seja tão sangue frio.
Melissa: Pode até ser que essa minha hipótese esteja errada. Mas que era o Celso naquelas imagens, quanto a isso eu não tenho dúvidas.
Marisa: Esqueça isso. Até porque a polícia não vai prender ele sem termos provas.
Melissa: Mãe, se colocarmos o Celso frente a frente com um policial, pode ter certeza que ele facilmente será reconhecido no vídeo. – Ela se levanta. – Eu vou ligar para o Rogério. Preciso que vocês tenham uma conversa.

Cena 2- Mansão Garcia de Albuquerque- Tarde.
Frederico repreende a mãe por ter mentido para ele sobre a morte do pai.

Frederico: Mãe. Estava mesmo querendo falar com você. Que história é essa de que você anda mentindo para mim?
Marillu: Será que você não respeita mais nem o meu luto? – Ela fala com a voz chorosa. – Preciso descansar um pouco.
Frederico: Você até vai poder descansar. Mas depois que falar comigo. Anda dona Marillu, me diz porque não me contou antes sobre o meu pai estar vivo. – Ele cruza os braços.
Marillu: Como é que é? – Ela olha para ele rapidamente. – Como assim o seu pai está vivo? Onde é que você o viu, Frederico?
Frederico: Eu não vi ele ainda. Foi o meu tio quem veio até aqui e me contou tudo. Como é que você pôde mentir sobre isso?
Marillu: Seu tio? Não estou te entendendo. O seu pai não tinha irmãos… – Ela parece pensar em algo. – Como era esse homem? Descreva ele para mim.
Frederico: Ele devia ter a mesma idade que a sua. Quem sabe era até mais velho que você. Tinha o cabelo grisalho. Apesar da idade, estava em boa forma. Por quê?
Marillu: Porque não existe tio nenhum. Esse homem te enganou. – Ela bola uma boa resposta rapidamente. – Só pode ser aquele ex funcionário do seu pai, que entregou ele para a polícia.
Frederico: E porque diabos aquele homem mentiria para nós? Sem dizer que eu nunca vi a cara dele, não sei te dizer se é mesmo esse tal ex funcionário.
Marillu: Por que ele mentiu? Porque ele quer infernizar as nossas vidas. Temos que tomar bastante cuidado, meu filho. – Ela mente sem sentir remorso. – Não duvido nada que ele tenha matado o seu pai envenenado.
Frederico: Nós precisamos notificar a polícia sobre isso. Esse homem representa um grande perigo para nós, mamãe.
Marillu: Não vamos meter a polícia nisso, filho. Pode ser que com isso, a nossa morte seja adiantada. – O celular de Frederico toca e ele atende.
Frederico (Ao celular): Dani? É claro que eu vou, meu amor. Acha que eu daria um bolo em você? Tudo bem. Também estou muito feliz por nós dois.

Cena 3- Apartamento de Celso- Tarde.
Maria Letícia volta firme e forte. E pede para que Celso a atualize sobre os acontecimentos.

Maria Letícia: Lar doce lar. Como é bom estar de volta. – Ela abre os braços e se joga no sofá. – E pensar que eu quase morri.
Celso: Pois é, por desatenção sua, quase que eu fico viúvo. – Ele se junta a ela. – Mas ainda bem que você está viva. E é isso o que importa.
Maria Letícia: Se eu tivesse tomado aquele chá todo, eu morreria na hora. Ainda bem que só bebi metade. Aquela desgraçada da Clotilde me paga.
Celso: Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro. Você queria envenenar a sua prima, mas quem acabou envenenada foi você.
Maria Letícia: Enfim. O que foi que aconteceu na minha ausência? Quero saber de tintim por tintim.
Celso: Ah! Fora a morte do Alberto, não aconteceu nada de bom. As coisas continuam as mesmas.
Maria Letícia: É. Ao menos é uma ótima notícia. Em vista que eu estarei no testamento dele. Logo voltarei para onde eu nunca deveria ter saído.
Celso: Assim esperamos. Ainda acho que ele mudou aquele testamento.
Maria Letícia: Bate nessa boca. Fora isso, o Pierre nos garantiu que ele não havia mudado uma vírgula daquele testamento.
Celso: O Pierre pode ter se enganado. – O telefone toca. – Mal chegou em casa, e já está sendo procurada. – Maria Letícia se levanta para atender.
Maria Letícia: Quem e garante que é para mim? – Ela atende. – Alô. Hm! Já fiquei sabendo. Notícia atrasada, querido. Ah, sim. Muito obrigada. Me traga o quanto antes. Beijos, até mais.
Celso: Será que eu posso saber quem era o “querido”?

Cena 4- Cobertura Queiroz Galvão- Tarde.
Simone faz uma visita a Luciana.

Luciana: Simone. Que bom te ver. – Ela abre os braços para dar um abraço na amiga. – Quanto tempo que não nos vemos, não é?
Simone: Depois do fim da “SDP” nunca mais nos vimos. – Ela sorri. – Talvez isso tenha te distanciado lá do clube.
Luciana: Senta ai, Si. Aceita uma água, um suco? – Simone nega. – Então vamos às fofocas.
Simone: Sim. A minha mãe me contou que veio te visitar. E depois do que ela me disse, não tive como fingir que não tinha escutado. O Riginaldo está mesmo te agredindo, Lu?
Luciana: Pelo visto esse foi o assunto dos últimos dias lá no clube, não é? As pessoas gostam muito de cuidar da vida dos outros.
Simone: Depois da poeira sobre Maria Letícia ter abaixado, você e a sua família foi o novo alvo. Parece até que te viram lá no clube uma vez, com alguns hematomas.
Luciana: Sei que posso confiar em você. – Ela aperta as mãos de Simone, transmitindo-lhe confiança. – E é verdade. O ogro do Riginaldo piorou, e eu venho sofrendo com isso cada vez mais.
Simone: Você precisa dar um basta nisso, amiga. Ele não pode te bater assim. Nem seu pai ele é, mesmo que fosse.
Luciana: Eu sei, amiga. Sei que sou errada por não ter denunciado ele ainda. Mas é que não me vem coragem para fazer isso. Até porque ele é rico, e pode sair da cadeia em um piscar de olhos. É só ele querer.
Simone: Sei que ele pode pagar vários advogados para tirar ele de lá. Também sei que ele pode pagar fiança, e voltar a te atormentar. Mas é um risco que você tem de correr para viver em paz.
Luciana: Você deve saber que o Leonardo tentou fazer isso, mas não conseguiu detê-lo. E foi por isso que eu fiquei mais receosa ainda.
Simone: Eu te entendo. – Ela abraça a amiga. – Para te falar a verdade, minha vida também não está nada fácil. Acredita que o Roberto anda me traindo?
Luciana: Nossa amiga, que horror. Como ele pôde trocar você por uma qualquer?
Riginaldo: Talvez ela não tenha dado o que ele queria. – Ele surge, com uma voz monstruosa. – Essa é a única explicação que existe para os famosos chifres.
Simone: Não. É porque ele é sem vergonha mesmo, Riginaldo. Assim como você. Mas eu o coloquei em seu devido lugar, acho que aprendeu a lição.
Riginaldo: Se eu fosse você não tinha tanta certeza. – Ele senta próximo de sua esposa. – Também sou homem, e sei que ele vai continuar a apertar a mesma tecla, ou seria teta?
Simone: Como você é nojento. Não sei como a minha amiga aguenta um homem como você.
Luciana: Riginaldo, por favor. Nós estamos conversando.
Riginaldo: Pois a conversa de vocês termina aqui. – Ele se levanta. – Acabei acordando com essa conversa toda. Vocês falam muito alto, e eu preciso descansar.
Simone: Que indelicado. – Ela faz cara de nojo. – Percebe-se que você é um verdadeiro lixo. Não aguento ficar nem mais um segundo aqui. – Ela se levanta.
Riginaldo: Então pode se sentir à vontade para sair daqui. – Luciana acompanha Simone até a porta. – A porta da rua é a serventia da casa.
Simone: Só quero que você saiba que pode contar comigo para o que der e vier. – Ela fala baixinho para a amiga. – Eu gosto muito de você.
Luciana: Muito obrigada, amiga. E me desculpe por este papelão todo.

Cena 5- Mansão Corte Real- Tarde.
Ivan faz uma visita a Maria Luiza. Os dois conversam sobre Alberto.

Maria Luiza: Presumo que você seja o filho do advogado do meu pai. Reconheci pelo nome.
Ivan: Sim. Sou eu mesmo. Aliás, eu fui uma das testemunhas do testamento de Alberto Corte Real.
Maria Luiza: Fiquei sabendo. Mas, o que devo a honra da sua visita?
Ivan: O Alberto falava muito sobre você. Tanto que acabou despertando a minha curiosidade. Quis muito saber como você era, se ele estava certo em sentir tanta saudade de você.
Maria Luiza: Pois fique sabendo que sou tudo isso, e um pouco mais. – Ela brinca. – O meu pai estava sentindo a minha falta por eu estar internada. E também senti muita saudade dele.
Ivan: Como aquele homem sofria. Só sabia falar sobre você, e seu falecido irmão.
Maria Luiza: Ele deu algum indício de que pensava em se matar?
Ivan: Não. Confesso que ele estava mesmo muito deprimido com a sua internação, e também com a morte do seu irmão. Mas, não falou nada sobre quer se matar. Acho que foi coisa de momento, ele não planejou isso.
Maria Luiza: Pode ter sido. – Ela fala, triste. – Sabe, ele era a única pessoa que tinha me restado. Agora eu me sinto tão sozinha.
Ivan: Você ainda tem a sua tia, e também a sua prima. – Ele se aproxima de Maria Luiza. – E se precisar de mais alguém, pode contar comigo.
Maria Luiza: Eu sei. Mas elas não moram aqui comigo. As duas têm a casa delas. E esta mansão é muito grande para uma pessoa só.
Ivan: Tenho que concordar com você. Será que eu posso te dar um abraço? – Maria Luiza consente. – Estou vendo porque o seu pai te amava tanto, porque este sentimento era recíproco.

Cena 6- Clube Realeza- Tarde.
Melissa conversa com Jonathan.

Jonathan: Viu só? Não adiantou de nada você ter barrado a minha visita. Consegui falar com a Maria Luiza de qualquer jeito.
Melissa: Hm! Você ao menos conseguiu se reconciliar com ela? – Ela está bebendo um drinque. – Pois só vai ter valido a pena, se vocês tiverem se acertado.
Jonathan: Ai é que se engana. Ela nem me deixou falar direito. Parece que não quer mais me ver nem pintado de ouro.
Melissa: Ponto para mim. Tentei até te ajudar, mas você não me ouviu. Sabia que a reação dela seria essa, Maria Luiza nunca irá te perdoar. – Ela parenta estar um pouco alterada com o álcool, Jonathan percebe.
Jonathan: Realmente, eu deveria ter te escutado. O amor que existi entre Maria Luiza e eu, acabou. – Ele fala meio triste. – Mas parece que você veio afogar as mágoas. Brigou com o namorado?
Melissa: Namorado? Que namorado? Quem dera se eu estivesse preocupada com o meu namoro, que não existe. Porém, estou aqui pensando sobre o que leva uma pessoa a matar outra.
Jonathan: Quer dizer que você tá pensando matar alguém? – Ele se surpreende. – Acho melhor você ficar sozinha.
Melissa: Imagina. Não é nada disso que você está pensando, garoto. Eu não sou uma assassina, tá?
Jonathan: Eu sei. Só estava brincando com a sua cara. – Ele pensa que ela está completamente bêbada, e que não está mais falando coisa com coisa. –  Será que você vai me dizer o que pega, ou prefere ficar ai sozinha?
Melissa: Acho que a segunda opção é melhor. Não que eu queira, mas é o que precisa ser feito. Só consigo pensar com o silêncio.
Jonathan: Como você quiser. – Ele se levanta. – Preferia que você tivesse magoada comigo, do que com esse caso doido ai. – Ele brinca com a moça por pensar que ela está bêbada.
Melissa: Isso foi uma cantada? Por que eu estaria magoada com você? Só se você fosse meu namorado, e não é.
Jonathan: Eu não preciso ser seu namorado para que se magoe comigo. Poderia ser apenas um amigo.
Melissa: Então quer dizer que você é meu amigo? Fico feliz por saber disso.
Jonathan: Já que não posso ser outra coisa. Ser amigo basta. – Ele sorri, mas tudo não passa de uma brincadeira.
Melissa: Cara, você só pode estar dando em cima de mim. Fala a verdade, você não está mesmo me cantando?
Jonathan: Está tão bêbada que não sabe se estou brincando ou se estou mesmo falando a verdade. – Ele fala para si mesmo.
Melissa: O que foi que você disse?
Jonathan: Disse que estou brincando com você. – Ele pega a sua bandeja para ir embora, mas decide se divertir mais um pouco com a situação da moça. – Mas toda brincadeira tem o seu fundo de verdade. – Ele volta ao trabalho.

Cena 7- Cobertura de Marisa- Noite.
Marisa conversa com Rogério sobre o caso de Rodolfo.

Rogério: A sua filha me disse que você namorou tanto com a vítima, quanto com o suposto assassino. Isto se confirma? – Ele já está sentado, ela também.
Marisa: Sim. Primeiro me envolvi com o Rodolfo, e anos depois acabei namorando o Celso.
Rogério: Você não se lembra de nada que possa nos ajudar em algo? Um desentendimento, uma surpresa, ou algo do tipo.
Marisa: Olha. Não me lembro de nada que possa ser relevante. – Ela faz força para lembra, mas não vem nada a mente. – Quer dizer, o Celso me surpreendeu e muito, recentemente. Ele mantinha um caso com a minha ex cunhada.
Rogério: Esse foi o motivo pelo qual vocês se separaram? Depois do acontecido, eles continuaram juntos?
Marisa: Sim. Esse foi o motivo. Não sei te dizer se eles estão juntos, mas devem estar sim.
Rogério: Tente fazer um esforço. E conte-me algo sobre Rodolfo. Qualquer coisa que possa me ajudar.
Marisa: Deixa eu ver. – Ela coloca a mão sobre o queixo. – Ah, sim. Houve uma vez, num jantar: o Rodolfo e a minha ex cunhada se viram pela primeira vez, e eles pareciam surpresos em se verem. Pareciam não, eles ficaram surpresos. Eu achei isso extremamente estranho, mas depois me convenci de que ele devia ter se surpreendido por Maria Letícia ser muito influente na sociedade. Naquele tempo ela já tinha saído em muitas capas de revistas, e vivia nas colunas sociais das mesmas.
Rogério: Isso até explica a surpresa dele, mas não a dela. Por que sua cunhada se surpreenderia com o seu namorado, já que ele não era famoso, nem nada?
Marisa: Sobre isso o senhor tem razão. Nunca pensei por esse lado. Por que será que Maria Letícia ficou tão surpresa?
Rogério: Isso é muito curioso. A sua cunhada se surpreender com o seu namorado, e posteriormente ser descoberto que ela tinha um caso com o suposto assassino.
Marisa: Realmente, é mesmo muito suspeito. O que o senhor acha sobre isso, doutor delegado?
Rogério: Antes de mais nada, me chame de você. Temos a mesma idade praticamente, e isso soa meio estranho. – Ela fica sem graça. – E respondendo a sua pergunta: acho isso extremamente estranho.

Cena 8- Casa de Maria JoséNoite.
Rafael e Gaby conversam sobre o antigo relacionamento dele.

Gaby: Então quer dizer que você já namorou antes. Você gostava muito dela?
Rafael: Não o quanto eu gosto de você. – Ele mente. – Nós nos envolvemos, mas não foi nada tão intenso.
Gaby: E por que terminaram?
Rafael: Porque ela era daquele tipo… obsessiva. Sentia muito ciúme de tudo, até mesmo da minha mãe. Por isso não deu certo.
Gaby: E eu pensando que pessoas assim só existiam em web novelas. Vocês chegaram a usar alianças?
Rafael: Não. – Ele respira fundo, não aguentando mais mentir. – Como eu disse, não foi nada intenso. Tudo não passou de um passatempo. Mas e você? Nunca namorou antes?
Gaby: Eu era uma garota de programa, como você sabe. E pensava que meu namorado nunca aceitaria isso. Sempre sonhei em encontrar um príncipe encantado, mas não sou boba, sabia o quanto era difícil achar alguém que me amasse.
Rafael: Ah! Que bobagem, Gaby. Você poderia sair dessa vida se quisesse. E namoraria normalmente.
Gaby: Mas o difícil foi encontrar alguém que me tirasse dessa vida, meu amor. Os homens só me olhavam como um pedaço de carne, não havia amor, apenas prazer. Mas ai você surgiu, e mudou o rumo da minha história.
Rafael: Presumo que eu tenha sido o primeiro homem que te convidou para sair, sem que fossemos realizar um programa.
Gaby: Sim. E te considerado como meu primeiro namorado, já que não vale contar com os rolos da adolescência. – Ela o beija.

Cena 9- Apartamento de Leonardo- Noite.
Leonardo confessa a Cléber que estranhou a voz da mãe no telefone.

Leonardo: A voz dela estava estranha. Parecia que queria chorar, sabe? Como se estivesse sendo torturada.
Cléber: Ah! Talvez essa sofreguidão acabe quando ela vir aqui. Tenho certeza que ela só precisa te ver para acabar com a mágoa.
Leonardo: Pode ser que seja mesmo isso. Desde quando fui com a polícia prender o meu pai, nunca mais vi minha mãe.
Cléber: Agora que o louco está a solta, o que você pretende fazer? Ele pode vim atrás de você, sabia?
Leonardo: Claro que sei, Cléber. Não sou nenhum trouxa. Conheço o Riginaldo como a palma da minha mão, tenho certeza que ele não deixará isso barato.
Cléber: Tenho dó é da sua mãe. Me arrepio só de pensar em viver com um homem igual a ele.
Leonardo: Também tenho muito dó dela. Viver com um monstro daqueles não é fácil, mas creio que haja amor entre eles. É possível que ele seja diferente com ela.
Cléber: Você viveu tanto tempo com os seus pais, e não sabe sobre como é a relação deles?
Leonardo: Ah! Meu pai é um ignorante, em todos os sentidos. Mas ele se dava bem com a minha mãe, até mesmo comigo. As coisas entre nós dois só foram de mal a pior, por causa do meu noivado com Maria Luiza. Ele queria que eu tivesse o pulso firme igual a ele, mas quem mandava na nossa relação era a Malu. E se ele mudou comigo, também pode ter mudado com ela.
Cléber: Será?

Cena 10- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Antonella tira proveito da noite que passou com Frederico.

Daniele: Família. – Ninguém lhe dá atenção. – Desculpa atrapalhar a janta de vocês, mas já que o papai teve a liberdade de trazer a amante dele para jantar conosco, creio que vocês não vão se incomodar de eu ter trago o meu namorado para se juntar a nós.
Roberto: Com que autoridade você traz um favelado para esta casa? Pois sabendo de onde você veio, esse pé rapado só pode ser de lá.
Daniele: Até parece que não me conhece. Eu sou uma mulher refinada agora, papaizinho. – Ela chama Frederico e ele se junta a ela. – Acho que vocês o conhecem lá do clube, mas mesmo assim… quero que conheçam o meu namorado Frederico Garcia de Albuquerque. – Antonella olha de imediato.
Antonella: Fred? – Ela se levanta surpresa. – Vocês estão namorando?
Simone: Não dê atenção a essa palhaçada, Antonella. Termine de jantar.
Daniele: Fred? Que intimidade é essa com o meu namorado? Como namorada dele, não quero que o chame assim.
Antonella: Faça-me o favor, né querida? – Ela ri da cara de Daniele. – Eu peguei o Frederico bem antes que você. – Daniele fica boquiaberta. – E é interessante frisar como o destino é mal, mas mal somente com você.
Daniele: Do que você tá falando?
Antonella: Mais uma vez, ai está você se contentando com o meu resto. É impressionante como você adora comer as minhas sobras. – Daniele se sente humilhada.
Daniele: O que ela está falando é verdade, Frederico? Vocês tiveram um caso? – Frederico engole em seco.

CONTINUA…

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