A Fênix – Capítulo 07
Capítulo 07
Cena 01 – Morro do Alemão. Casa dos Oliveira.
Gustavo dá um soco em Teresa.
Gustavo: É mesmo uma vadia, já esqueceu das lições que te ensinei.
Léo: Não bate na minha mãe.
Gustavo dá um soco em Léo: Você também, vou te dar uma lição.
Léo cai no chão. Ele se levanta e passa a mão na boca, está sangrando.
Léo: Maldito.
Gustavo: Eu vou te dar a surra que devia ter dado quando você era pirralho.
Teresa: Gustavo, para!
Gustavo pega Léo pelo ombro e lhe dá outro soco.
Léo, começando a chorar: Desgraçado!
Gustavo abre a gaveta do móvel da cozinha e pega uma faca.
Gustavo: Eu devia cortar essa sua língua fora pra você parar de me faltar com o respeito.
Gustavo avança sobre Léo com a faca. Teresa se levanta e vai pra junto do filho.
Teresa: Não o machuque.
Gustavo: Não se mete senão sobra pra você.
Teresa abraça Léo: Me mata se quiser, mas deixa ele em paz.
Gustavo ergue a faca por um tempo, tremendo a mão. Ele deixa a faca cair.
Gustavo: Dessa vez eu só avisei, da próxima vai ser pior.
Gustavo diz isso e sai. Ele bate a porta com força.
Teresa abraça Léo: Leonardo, você está bem?
Léo, chorando: Eu não aguento mais essa vida mãe.
Cena 02 – Balada.
O garçom serve a bebida de Zeca.
Garçom: Aqui está rapaz.
Zeca: Obrigado.
Mateus chega para beber também.
Mateus, animado cumprimentando o garçom: Fala cara!
Garçom: E aí Mateus, o que vai querer cara?
Mateus: O de sempre, e com gelo!
Garçom: Tá saindo!
Mateus se senta no balcão e só aí que ele vê Zeca bem do seu lado. Mateus fica surpreso e confunde o rapaz com seu irmão.
Mateus, surpreso: Não acredito nisso! Você aqui?!
Zeca: Falou comigo?
Mateus: Lógico, o que tá fazendo aqui?
Zeca: Eu tô bebendo um suco, por quê?
Mateus: No sério Miguel, você não disse que não gosta de festa?
Zeca: Miguel? Eu?
Mateus: É claro irmão, já bebeu tanto que nem tá me reconhecendo?
Zeca: Olha cara, eu não te conheço!
Mateus: Entendi, é uma pegadinha! Mas se você queria vir por que não veio comigo e com as meninas? Se queria me fazer uma surpresa, você conseguiu!
Zeca: Cara, você deve tá me confundindo com alguém.
Mateus: Miguel, eu já te vi e eu ainda não bebi, então não adianta dizer que eu tô bêbado e não tô te vendo.
Zeca: Cara, eu já disse que não te conheço.
Mateus: Não conhece o seu irmão? Então aqui na festa você é outro?
Zeca, irritado: Olha, você já tá me enchendo o saco, eu vou cair fora!
Mateus segura Zeca pelo ombro: Espera aí Miguel, o que deu em você? Vem comigo, as meninas estão por ali.
Zeca: Olha cara, eu já falei que eu não sei quem é você e agora vê se me deixa.
Zeca sai andando bravo.
Mateus: Miguel, espera!
Mateus tenta seguir Zeca, mas ele some no meio da multidão.
Mateus, falando sozinho: Olha, por essa eu não esperava.
Cena 03 – Casa dos Matos.
A campainha toca. Wanda atende. É Sérgio.
Sérgio: Olá Wanda.
Wanda: Olá Sérgio.
Sérgio entra: Onde meu bem está?
Alguém entra na sala, uma mulher, mas não se revela seu rosto.
Sérgio abraça a amante misteriosa: Meu amor!
Os dois vão para o quarto de Wanda e Humberto.
Wanda, chorando de ódio: Isso me dá nojo.
Sérgio e a amante entram no quarto e começam a se abraçar e se beijar, ambos rasgando a roupa do outro.
Cena 04 – Manhã seguinte. Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque.
Todos estão sentados a mesa tomando café.
Raquel: Por quanto tempo vai durar essa sua suspensão Mateus?
Mateus: Acho que uma semana.
Raquel: Nem pense que só porque vai ficar em casa, vai poder ir todos os dias pra balada.
Mateus: Eu não disse isso.
Miguel: Deixa mãe, ele logo mais vai cansar dessas festas.
Mateus: E você, o que achou de ontem?
Miguel: Vai começar de novo com isso?!
Mateus: Vou continuar com isso até você admitir.
Raquel: Parem, admitir o que Miguel?
Miguel: O Mateus tá dizendo que eu tava lá na balada que ele foi ontem.
Raquel: E você estava?
Miguel: Mas é claro que não mãe, você sabe que eu não gosto dessas festas.
Mateus: Mentira, ele estava lá sim, eu tenho certeza que era ele.
Miguel: Vai ver, pra variar, você bebeu demais e tava vendo coisas.
Mateus: Bebi nada, e você por que não admite que foi pra balada ontem?
Miguel: Porque eu não fui!
Mateus: Mentiroso!
Raquel: Os dois, calem a boca agora!
Sérgio chega.
Sérgio: Bom dia família!
Mateus: E aí?
Miguel: Oi pai.
Raquel: Sérgio, eu posso saber aonde você passou a noite?
Sérgio: Ué, eu não disse ontem que teve uma reunião na empresa?
Raquel: E por acaso vocês ficam reunidos até às 7h da manhã?
Sérgio: Querida, negócios são assim, e o trabalho pra mim é o mais importante, pois assim eu sustento vocês.
Raquel: Sei, sustenta a nós e a mais alguma família, não é?
Sérgio: Olha, eu tive uma noite inteira de trabalho e não vou ficar aqui ouvindo suas reclamações. Estou exausto e preciso de um banho.
Sérgio sai da cozinha.
Raquel: Que canalha.
Mateus, irônico: O clima tá pesado por aqui.
Raquel: Sem piadinhas Mateus, termina logo o seu café!
Cena 05 – Morro do Alemão. Casa dos Oliveira.
No quarto, Léo e Zeca estão conversando sobre a noite anterior.
Zeca: Puxa, então ontem o clima pegou fogo mesmo aqui.
Léo: E foi feio, não sei como aquele desgraçado não nos matou.
Zeca: Desculpa por ter saído, eu devia ter ficado aqui e defendido você e a mamãe.
Léo: Tudo bem, você ia apanhar do mesmo jeito.
Zeca: Eu sou o mais velho, eu me sinto responsável por você.
Léo: Eu entendo. Eu acho que nunca senti tanto medo nessa vida como quando ele levantou aquela faca, eu achei que finalmente tinha chegado a minha hora.
Zeca: Eu não entendo, como com mais de 6 bilhões de pessoas no mundo a mamãe foi errar tanto e escolher logo esse cara.
Léo: Dizem que quando a gente se apaixona a gente fia cego!
Zeca: Eu não a culpo, imagino como ele deve ter inventado mentiras pra ela antes deles ficarem juntos de vez. Às vezes eu me culpo.
Léo: Se culpa pelo que?
Zeca: Penso que se talvez eu não tivesse nas ido, a mamãe teria pulado fora disso antes, vai ver ela não passasse por isso.
Léo começa a chorar: A culpa não é nossa, Zeca, mas eu não sei quanto tempo mais eu aguento essa vida.
Zeca abraça o irmão: Calma Léo, eu tenho certeza que um dia as coisas vão mudar, eu vou tirar a gente dessa.
Cena 06 – Casa dos Matos.
A família está tomando café.
Wanda: Andem meninas, terminem logo o café.
Priscila: Mãe, a gente precisa mesmo ir pra aula hoje? Só um dia não vai fazer falta!
Suzana: É verdade mãe, eu tô morrendo de sono.
Humberto: Não deviam ter ficado até tão tarde ontem na balada.
Priscila: Pai, falando desse jeito até parece que você nunca teve a nossa idade, você nunca foi pras festas com os amigo e ficou lá até tarde?
Humberto: Já, mas eu sempre colocava estudo e trabalho em primeiro lugar, depois vinha os amigos e a diversão. Por falar nisso, eu eatou indo agora, tchau família.
Humberto sai pro trabalho.
Priscila: Ah mãe, quer parar de bancar a careta? Deixa a gente ficar em casa?!
Wanda: Não adianta meninas, vocês não vão me enrolar, querem é dormir um pouco pra depois passarem o resto do dia no Whatsapp!
Suzana: E daí? A gente precisa relaxar, né?
Wanda: Ah, essa juventude de hoje.
Cena 07 – Apartamento de Helena.
O telefone toca.
Helena atende: Alô? Oi, Pilar, minha querida, quanto tempo? Sim, estou muito de bem com a vida e você? Que bom! Claro, claro que pode vir aqui e me visitar, eu estou ansiosa pra te ver de novo, um beijo, quando você aparecer nós nos falamos melhor!
Cena 08 – Casa dos Matos.
Wanda: Andem meninas, pra aula.
Suzana: Mamãe, o meu perfume acabou, posso pegar o seu emprestado?
Wanda: Pode sim querida, está na minha mesa de cabeceira do lado da cama lá no meu quarto.
Cena 09 – Quarto de Humberto e Wanda.
Suzana pega o perfume e coloca um pouco. Quando ela bota o perfume em cima da mesa, na pressa ela derruba um copo que estava em cima dela, ele cai e quebra.
Suzana: Ah que droga, eu fiz besteira!
Suzana pega alguns cacos e começa a colocar na lixeira.
Suzana, recolhendo os cacos: É melhor eu arrumar que vai ver assim a mamãe não percebe.
Suzana coloca os cacos na lixeira, mas ela repara em alguma coisa curiosa dentro dela.
Suzana: Espera, o que é isso?
Com um lápis, Suzana tira o que viu dentro da lixeira e fica surpresa com o que é: uma camisinha masculina usada.