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Realeza

Capítulo 36 – Realeza

TRIGÉSIMO SEXTO CAPÍTULO

 


Cena 1- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Michele não aceita o convite de Roberto. Há um jantar tenso.

Michele: Imagina meu amor. Não tenho como aceitar um convite desses. Até porque estou vendo que vocês estão em um verdadeiro pé de guerra. – Ela fuzila Célia com os olhos. – Ao contrário do que dizem nas revistas.
Roberto: Quase tudo que essas revistas de hoje em dia publicam, é mentira. O meu casamento vai de mal a pior, mas não deixamos transparecer. – Ele olha para Simone. – Não é mesmo minha esposa?
Simone: Vocês pensaram que iriam estragar com a minha noite? Se sim, quebraram a cara. – Ela se senta à mesa novamente. – Não irei fugir desse pesadelo, que vocês fizeram questão de tornar em realidade.
Roberto: Sente-se Mi. – Ele puxa a cadeira para que Michele se sente. – A noite será esplêndida. – Ele também se senta. – Quanto a você Simone. Não finja ser uma mulher forte, pois não é isso o que você demonstra quando não temos visitas. E adianto que, toda essa força não combina com a cor do seu vestido. – Ele sorri da cara dela.
Simone: Por que você não para de reparar em mim e dá atenção à sua piranha? – Ela fala sem demonstrar abatimento.
Michele: Vejo que você se encaixou perfeitamente neste lugar. – Ela fala olhando para Daniele. – Onde todos são lobos em pele de cordeiro. Com exceção de você, querido. – Ela pega na mão de Roberto.
Daniele: Desculpe, mas não posso dizer o mesmo quanto a você. Pois uma prostituta nunca combinará com a elegância desta residência.

Cena 2- Mansão Corte Real- Noite.
Jonathan tenta conversar com Maria Luiza. Regina os interrompe.

Jonathan: Que bom ver que você já está recuperada. Tanto da doença, quanto da morte de seu pai, e do seu irmão. Sem contar a perda da sua mãe. – Ele se aproxima dela, que está correndo na esteira.
Maria Luiza: Realmente, só uma mulher de fibra aguentaria tanto baque. Acho que isso eu acabei puxando da minha mãe. Ah! Você esqueceu de mencionar sobre o nosso relacionamento. – Ela para de correr. – E pensar que eu desafiei a minha mãe por você. Sem dizer que tudo isso foi em vão.
Jonathan: Eu tentei te visitar no hospital, mas a sua prima barrou a minha entrada. Então eu resolvi dar um pulinho aqui, já que não consegui falar com você antes.
Maria Luiza: Será que você ainda tem algo para me explicar? – Ela faz uma pausa para se aproximar dele. Já perto, ela sussurra em seu ouvido. – Pois se tiver, não quero escutar.
Jonathan: Por favor Maria Luiza. Me deixe ser sincero com você. Eu ainda te amo, e não quero te perder.
Maria Luiza: Você me ama? – Ela grita. – Só porque eu não estou grávida. Pois se eu tivesse, nem aqui você estaria. – Uma lágrima escorre o seu rosto. – Não sei como pude acreditar que você era diferente dos outros. Homens são todos iguais, e você é a prova disso.
Jonathan: Não, eu não sou. E é por isso que estou aqui. Quero me reconciliar com você Malu, e para termos um belo relacionamento… preciso te contar a verdade. Por mais que me doa.
Maria Luiza: Tá bom. – Ela se senta. – Quer explicar? Então explica. Se é que tem explicação para uma pessoa não gostar de crianças, que são seres tão inofensivos.
Jonathan: Não é que eu não goste de crianças. – Seus olhos enchem de lágrimas. – Eu passei por uma coisa na minha vida que… acabou me traumatizando. E que… é tão difícil de superar.
Regina: Jonathan. Ai está você meu filho. – Ela se aproxima do rapaz. – Vamos embora, estou morta de cansaço.
Jonathan: Só um momento mamãe. Eu preciso terminar minha conversa com Maria Luiza.
Regina: Não, você não precisa. – Ela é um tanto que agressiva. – A menina está exausta. Teve alta hoje, e além disso, deve estar sendo difícil superar a morte do pai. Deixe ela descansar. – Jonathan a obedece, eles vão embora.
Maria Luiza: Trauma? Ele não cansa de inventar desculpinhas? – Ela se pergunta.

Cena 3- Apartamento de Leonardo- Noite.
Frederico demonstra todo o seu amor por Leonardo, que não consegue disfarçar a desconfiança.

Frederico: Já estava morrendo de saudades de você. – Ele o abraça. – E ai? Como você está depois do que eu te falei?
Leonardo: Ué. Para mim está tudo normal. Apenas me espantei no início, mas você é do tipo “filhinho da mamãe”. Faz tudo o que ela pede, e eu compreendo isso.
Frederico: Não é que eu seja “filhinho da mamãe”, mas eu me importo com o meu futuro. Aliás, com o nosso… minha mãe é muito importante para mim. E sei que será difícil para ela ficar pobre.
Leonardo: Mas você não acha estranho? A sua mãe quer que você se case com uma pessoa rica, porém, vocês são ricos.
Frederico: Não por muito tempo. – Ele abaixa a cabeça. – Meu pai morreu há alguns meses. E deixou uma grande herança, mas ela não é eterna. E além disso, a mansão demanda muito dinheiro.
Leonardo: Tá. E se você conseguir casar com aquela tal de… Daniele? E o que há entre nós? O que você fará com isso? Com o nosso amor.
Frederico: Uma coisa de cada vez, Leo. – Ele fica sem ter o que falar. – Pretendo me casar com separação de bens. E farei de um tudo para que ela peça o divórcio.
Leonardo: É legal ver como você acredita em conto de fadas. – Ele força o sorriso. – E espero que essa história tenha o fim que você planeja.
Frederico: Mesmo que não tenha. Eu escreverei o fim que quero. – Ele se aproxima para beijá-lo, mas Leonardo se esquiva.
Leonardo: Outra coisa. Como o seu pai conseguiu tanto dinheiro? – Ele faz uma pausa. –  Presumo que ele tenha deixado uma empresa.
Frederico: Sim, ele tinha uma empresa. Mas pouco tempo antes de morrer, ele vendeu. – Ele se senta. – E todo o dinheiro que ele conseguiu com a venda foi deixado para mim, como herança. Além dos lucros que a empresa trouxe, que agora também são meus.
Leonardo: Por que ao invés de ficar tentando golpear pessoas, vocês não investem em algo rentável?
Frederico: A minha mãe não me deixa mexer na grana. Deve ter receio de que eu gaste tudo com bobeira.
Leonardo: Sabe? Acho que já está tarde. – Ele se levanta. – Preciso dormir.
Frederico: Você está me mandando ir embora? – Ele estranha.
Leonardo: Imagina. Pode dormir aqui mesmo. Como já disse, está muito tarde. – Ele vai para o quarto e Frederico fica pensativo.

Cena 4- Cobertura Queiroz Galvão- Noite.
Luciana demonstra estar triste pela morte de Alberto. Riginaldo surra a mulher.

Luciana: A morte de Alberto foi algo muito repentino. Também o coitado estava passando por tanta coisa ruim. Não me espantou nada que ele viesse a se matar.
Riginaldo: Cala a boca e vai terminar de fazer a comida. Estou tentando economizar não tendo empregados, mas pelo visto as coisas aqui andam difíceis. – Ele está esparramado no sofá, todo largado.
Luciana: Você é mesmo um ogro Riginaldo. – Ela vai para cozinha. – Mas uma coisa é certa, aquele clube nunca mais será o mesmo. Primeiro Maria Letícia, agora o Alberto. Acho que Maria Luiza ficará responsável pelo local, porém, não acredito que ela tenha a mesma competência do pai.
Riginaldo: Será que você não consegue ficar um minutinho calada sua imbecil? – Ele grita do sofá. – Nessa porcaria dessa tevê não passa nada de bom. – Ele desliga. – A comida já tá pronta Luciana? – Ele se levanta.
Luciana: Falta só mais um pouquinho. Daqui a pouco está tudo pronto. – Ela grita de lá. Ele se aproxima dela.
Riginaldo: Você me chama de ogro, mas é uma verdadeira incompetente. Essa comida já era para estar pronta. – Ele fala irritado. – Porém, você estava ai perdendo tempo falando do Alberto. Ele já se foi, está morto. Não nos interessa mais.
Luciana: Não sei como você consegue ser tão frio. – Ela termina de fazer a janta. – Pronto, acabei. Só está um pouco quente. – Ele se senta à mesa.
Riginaldo: Não me diga. É óbvio que está quente. Você acabou com isso agora. – Ele fala revoltado. – Mas a minha fome é tanta, que não posso aguentar nem mais um segundo. Coloca no prato ai para mim. – Ela faz o que o marido lhe pediu.
Luciana: Aqui está. – Ela lhe entrega o prato, e se senta à mesa junto a ele. – Está bom?
Riginaldo: Pode esperar eu dar uma garfada? – Ele é grosso. Riginaldo pega o garfo e apanha um pouco de comida, assopra, e coloca na boca. – Mas isso está horrível. – Ele cospe no chão. – Fui um tolo em acreditar que você saberia preparar algo. Vou ter que ligar mais uma vez para o restaurante.
Luciana: Não está tão ruim assim. Deve ser a sua boca que está estragada. – Ela diz, provando da sua comida.
Riginaldo: Que audácia é essa? – Ele a pega pelo cabelo. – É a minha boca que tá suja Luciana? – Ele dá um tapa na cara dela, que a faz cair. – Suja está você que ainda não tomou banho. Sua cachorra sarnenta. – Ele pega a panela que está com a comida. – Já que está bom, então come. Come tudo. – Ele vira sobre a cabeça dela, que está ajoelhada no chão.
Luciana: Ai está quente. – Ela grita. – Para com isso Riginaldo.
Riginaldo: Eu não vou parar. Não vou porque eu sei que você nunca vai me deixar. Sempre vou ter você na palma da minha mão, já que não quer voltar a ser pobre… e eu sou o dono da grana. – Ele bate nela com uma colher grande. – E mulher que não sabe se portar como uma boa esposa… recebe isso, e mais isso. – Ele continua a bater nela, que geme de dor.

Cena 5- Casa de Maria José- Noite.
Maria José diz para Gaby que está preocupada com Michele. Rafael surge interrompendo a conversa delas.

Maria José: Eu ando muito preocupada com a Michele, Gaby. Tenho quase certeza que ela não sabe com quem está se metendo. Aquele Roberto não presta.
Gaby: Eu sou testemunha de tantas vezes que você tentou alertá-la. Mas, ela parece que não escuta.
Maria José: Já disse que quero que vocês duas tenham tudo do bom e do melhor. Porém, o Roberto não é uma boa escolha. Morro de medo de que aconteça com ela, o mesmo que aconteceu com a minha irmã.
Gaby: A Michele é do tipo de pessoa que só aprende quando acontece com ela. Entre os seus defeitos, este é o pior.
Maria José: A Denise também era assim. E não gostava quando ficávamos preocupados com ela.
Gaby: Sabe de uma coisa? Eu estou tão feliz com a minha vida que…
Rafael: Que o seu desejo foi realizado: aqui está o seu príncipe. – Ele sorri. – E ai? Como você está minha linda? – Ele a beija na boca.
Gaby: O meu príncipe convencido. – Ela faz uma pausa. – Estou bem, e você? Muito cansado?
Rafael: Extremamente cansado. – Ele percebe a presença de Maria José. – Olá Maria.
Maria José: Tudo bem com você, Rafael? Pensei que eu tinha tomado algum antidoto, que havia me deixado invisível. – Ela é irônica. – Como anda esse namoro ai, hein?
Rafael: Acho que melhor impossível, não é? – Ele beija Gaby novamente. – Fique despreocupada, José. Sou um homem direito.
Maria José: E pode ter certeza de que se magoar a Gaby. Eu te capo. – Ela sorri, e vai para o seu quarto.
Rafael: Tenho medo quando ela fala essas coisas. Se ela foi capaz de desmascarar a Mala Letícia, que é uma verdadeira “rainha”… me capar seria fichinha. – Gaby sorri da cara dele.

Cena 6- Mansão Corte Real- Noite.
Marisa, Maria Luiza e Melissa conversam. Pierre escuta a conversa delas.

Maria Luiza: Então ele havia mudado o testamento antes de morrer? – Ela pergunta, meio assustada. – Pelo visto ele tinha tudo muito bem planejado.
Marisa: Pelo que ele tinha falado, meu irmão retirou Marcelo e Maria Letícia do testamento.
Maria Luiza: Se aquela maldita doença não tivesse me atingido… eu estaria aqui dando forças para ele. Tanto pela perda do Marcelo, quanto por ter descoberto quem realmente é a minha mãe. – Ela faz uma pausa, emocionada. – Quem foram as testemunhas do testamento?
Melissa: Fui eu. E também um tal de Ivan. Parece que ele era filho do advogado do tio Alberto.
Maria Luiza: Ivan? Nunca ouvi falar desse ai. Deve ser filho do Severino. Meu pai confiava muito nele, não creio que tenha mudado de advogado.
Melissa: Isso, o nome do advogado era mesmo Severino. – Pierre escutara toda a conversa delas. – O tio Alberto o chamara por causa do testamento. E pediu para que o filho dele fosse testemunha porque não havia outra pessoa.
Maria Luiza: Como assim não havia outra pessoa? E a tia Marisa?
Melissa: Ela está no testamento. Por isso, ele não a chamou para ser uma das testemunhas.
Marisa: Mas e ai minha sobrinha? Como é que está sendo isso tudo para você? – Ela abraça Maria Luiza.
Maria Luiza: Tenho vontade de chorar a todo momento. Estar aqui sozinha me deixa tão aflita e pensativa. Mas, eu procuro ser forte. E muitas vezes contenho as minhas lágrimas.
Marisa: É isso ai. Você tem que ser forte. Eu também estou sendo forte demais.
Maria Luiza: O que eu mais quero, é ver o rosto dele pela ultima vez. – Ela se emociona. – Só mais uma vez. – Marisa e Melissa se entreolham.
Melissa: Prima. Não vai ser possível que isso aconteça. – Ela fala comovida. Maria Luiza a questiona.
Marisa: Porque o seu pai queria ser cremado. Desde muito jovem ele queria isso. E foi por isso que ele chamou o Severino até aqui. – Ela faz uma pausa. – Ele não o chamou por causa do testamento, mas sim porque ele queria deixar registrado de que… gostaria de ser cremado quando morresse. E não podemos fazer nada quanto a isso, está registrado em cartório.
Maria Luiza: Então eu não vou poder ver o meu pai? Nunca mais? – Pierre vai para a cozinha, pega o telefone e disca um número.
Pierre (Com o telefone na orelha): Atende. Vamos! – Dá caixa postal, e ele tenta novamente. – Mas o que será que está acontecendo? – Ele olha para o telefone. – Você não vai me atender?

Cena 7- Hospital- Noite.
Celso conta a Maria Letícia sobre a morte de Alberto, ela fica na expectativa de estar no testamento.

Celso: Tenho boas notícias. – Ele entra no quarto sorrindo. – Alberto Corte Real está morto.
Maria Letícia: Espero que eu esteja no testamento. – Ela fala com dificuldade. – Quase que eu morri também.
Celso: Foi o feitiço que virou contra a feiticeira. Você quis matar a Clotilde, mas acabou se ferrando.
Maria Letícia: Se eu tivesse bebido aquela xícara inteira… eu estaria morta agora. Ainda bem que tomei só até a metade.
Celso: Foi muita sorte mesmo. Mas ela continua a solta, e está com seu segredo em mãos. Pronto para entrega-lo a polícia.
Maria Letícia: Eu sei. Aquela desgraçada me paga. Nem que eu tenha de ir ao inferno, mas eu acabo com ela.
Celso: Será difícil. Mas não é impossível. – Ele beija Maria Letícia. – É tão bom ver que você está melhor.

Cena 8- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Simone tenta matar Michele e Roberto com a faca.

Simone: Esses dois estão brincando com a minha cara. – Ela fala para si mesma, ao escutar gemidos vindo de seu quarto. – Eles tão transando na minha cama? Isso eu não vou admitir. – Ela desce e vai até a cozinha. Simone pega uma faca na gaveta, e sobe novamente. – O que é que significa isso? – Ela diz abrindo a porta com tudo.
Roberto: Oh! Meu anjo. Não é nada disso que você está pensando. – Ele é irônico. – Eu não estou transando com a minha amante na nossa cama.
Michele: Vem meu amor. – Ela puxa Roberto. – Deixa essa mulher para lá. Vamos continuar de onde paramos. – Ele a beija.
Roberto: Você tem razão. – Ele sorri da cara de Simone. – O máximo que ela conseguirá fazer é chorar para a coruja velha (Ele se refere a Célia). – Roberto tira o edredom de cima dele e de Michele. Os dois transam na frente de Simone, que fica possessa de raiva.
Simone: Chega! – Ela grita com toda a sua voz. – Você pode ser o dono do dinheiro, da casa, mas eu não sou obrigada a aguentar isso calada. – Simone mostra a faca para os dois, que se assustam e param com o que estavam fazendo.
Roberto: O que é isso Simone? – Ele pergunta assustado.
Simone: Não tá vendo? – Ela está dissimulada. – É uma faca. – Ela avança para cima deles, que dão um pulo da cama. Simone fica com a faca cravada no colchão, eles olham assustados para a mulher, que quase os matara.

Continua…

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