Capítulo 34 – Realeza
Cena 1- Mansão Corte Real- Noite.
Clotilde pede para que Alberto entregue Maria Letícia para a polícia.
Alberto: Eu acho que não escutei direito. – Ele fala se sentando em sua cama. – Por que ela fez isso com o meu filho?
Clotilde: Eu também não sei te dizer o porquê, mas… foi ela. – Clotilde se aproxima dele. – Porém, não foi só para isso que eu vim até aqui.
Alberto: Ainda tem mais? De uns tempos para cá, descobri que me casei com uma pessoa que nunca conheci. – Ele para pensar.
Clotilde: Eu tenho até vergonha de ser prima de uma pessoa como ela. – Ela se senta ao lado de Alberto. – Enfim, eu vim te pedir para que você contasse tudo isso a polícia.
Alberto: Mas como? Nós não temos provas, Clotilde. – Ele fala com aflição.
Clotilde: Pode deixar. Eu conseguirei gravar uma confissão da megera, e lhe entrego ainda esta semana.
Alberto: E por que você mesma não a entrega para a polícia? – Ele estranha.
Clotilde: Celso e Maria Letícia estão planejando me matar. E se eles conseguirem fazer isso, você estará com as provas que os incrimina. Entendeu?
Alberto: Perfeitamente. – Ele percebe o desespero estampado na cara de Clotilde. – Se você quiser ficar por aqui…
Clotilde: Não. – Ela o interrompe. – Eu posso até morrer, mas quero que Maria Letícia seja presa por tudo o que fez. – Ela é enfática. – Vou conseguir uma gravação dessa mulher confessando as atrocidades que cometeu. E pode ter certeza de que ela vai cair. – Ela se levanta para ir embora. – Se ela não me matar, pode deixar que eu mesma a entrego. Semana que vem, se tudo der certo, estarei partindo para Paris. Mas antes, acabarei com a Maria Letícia, caso ela tente me matar.
Alberto: Eu entendi. Você quer derrubar a sua prima, e faz questão de fazer isso. Mas está com medo que ela te mate, e saia impune depois de tudo o que fez. Por isso você me contou isso tudo: para que se algo aconteça com você, eu a entregue. – Ele conclui. – E não farei feio se isso acontecer.
Clotilde: Muito obrigada, Alberto. – Ela o beija na bochecha e vai embora.
Alberto: Ai meu Deus. – Ele se deita cautelosamente. – Por que isso está acontecendo comigo? Primeiro, eu descubro que a mulher que eu amava… nunca foi quem eu pensava ser. Depois, Maria Luiza é internada com uma doença grave… me deixando aqui sozinho e desamparado. Agora, descobri que o Marcelo morreu, e que foi a própria mãe quem o matou. – Ele começa a chorar. – Eu não sei se vou aguentar por muito tempo.
Passa-se uma semana…
Cena 2- Apartamento de Celso- Dia.
Maria Letícia coloca veneno no chá e dá para Clotilde, mas ela havia trocado as xícaras.
Maria Letícia: Ela adora tomar chá de manhã, não é? Pois chegou a hora dela partir desta para a pior. – Ela sorri, pingando um líquido escuro na xícara de chá. – Vou colocar só mais um pouquinho para garantir que ela não fique viva até chegarmos ao aeroporto. – Clotilde vê tudo.
Clotilde: “Você deveria ser mais esperta, priminha”. – Ela pensa. – “Agora eu te pego sua cachorra”. – Maria Letícia termina de pingar o remédio, e Clotilde se aproxima. – Bom dia, querida. Depois de hoje, você demorará a me ver novamente.
Maria Letícia: Assim espero. – Ela se vira para jogar o frasco do remédio fora. Nesse meio tempo, Clotilde troca as xícaras. – Espero que você goste do seu ultimo chá aqui no Brasil. Fui eu quem fez.
Clotilde: É a única coisa que sabe fazer. Mesmo assim, ainda sai um pouco aguado. – Ela caçoa da cara de Maria Letícia, e dá uma bela golada em seu chá.
Maria Letícia: Beba com calma para não se queimar. – Clotilde bebe o chá todo, e Maria Letícia bebe apenas meia xícara.
Celso: Estão prontas? – Ele aparece todo arrumado e cheiroso. – Me deixe pegar as chaves do carro. – Ele as pega na instante.
Clotilde: Está indo para um casamento? – Ela sorri. – Pensei que estavam indo me levar para o aeroporto.
Maria Letícia: Sentirei falta do seu humor acido. – Ela é falsa.
Cena 3- Mansão Garcia de Albuquerque- Dia.
Marillu desabafa com Marisa.
Marillu: Eu tentei. Juro para você como eu tentei, mas o Alberto não me deu trela. – Ela diz triste. – Preciso da sua ajuda Marisa. Ele deve escutar você, já que são irmãos.
Marisa: Eu estive na casa dele esses dias. Ele mudou o testamento na terça, até onde eu sei.
Marillu: Ele deve ter retirado a Maria Letícia, já que se casaram sem separação de bens. E também o Marcelo, porque ele morreu.
Marisa: Eu também havia pensado nisso. Acho que sobrou somente Maria Luiza, além de mim. Enfim, ele está mais pra lá do que pra cá. O Alberto anda muito abatido, perdeu a vivacidade.
Marillu: Coitadinho dele. – Ela se entristece. – Mas eu estou disposta a levar a vivacidade para ele de volta. Porém, não tem como eu fazer isso se ele não me ajudar.
Marisa: Eu irei conversar com ele. – Ela apanha sua bolsa. – Até mais ver, querida. Espero que consigamos juntar você e o Alberto.
Cena 4- Apartamento de Leonardo- Dia.
Riginaldo promete para Luciana que matará Leonardo.
Riginaldo: O seu filhinho acabou quebrando a cara. Pensou que conseguiria me prender. Ele esqueceu que sou rico.
Luciana: Eu não gosto de ver vocês se tratando como dois inimigos. – Ela é sincera. – Só Deus sabe o quanto eu tenho orado para que vocês se acertem.
Riginaldo: Eu vou me acertar com ele sim. Mas será de outra forma. – Ele faz uma pausa. – Mesmo pagando a fiança, eu tive que passar uma noite na cadeia. Ele me pagará por isso, e me pagará com a própria vida.
Luciana: Riginaldo, o que você está pensando em fazer? – Ela se preocupa. – Não vá fazer nenhuma besteira, pois depois você pode se arrepender.
Riginaldo: Eu não me arrependo de nada do que faço, apenas do que deixo de fazer. – Ele é grosso. – Eu vou matar aquele moleque. Ele vai se arrepender de ter tentado me entregar à polícia.
Cena 5- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Antonella ameaça Roberto. E Simone apoia a filha.
Antonella: Devido à morte do Marcelo, eu adiei a nossa conversa papai. Mas, agora estou recuperada. – Ela se senta à mesa para o café da manhã.
Célia: Eu não vou poder ficar para essa conversa que vocês terão, mas eu quero saber depois sobre o que foi conversado. Até mais tarde, queridos. – Ela se levanta.
Simone: Para onde você vai, mamãe? – Ela estranha.
Célia: Vou averiguar a segunda maior fofoca do ano que se passou. Pois a primeira foi saber que Maria Letícia era uma prostituta.
Simone: Não acredito que a senhora está indo…
Célia: Na casa da Luciana. – Ela completa. – Tenho certeza de que ela está apanhando do Riginaldo. Por isso sumiram lá do clube. – Ela sorri para a filha. – Você sabe como sua mãe adora uma fofoca. – Ela sai às pressas.
Simone: Só espero que não acabe acontecendo nada de ruim com a senhora. – Ela fala para si mesma.
Antonella: Enfim. – Ela percebe que Daniele não está no local. – Cadê a bastardinha?
Simone: Saiu cedo. Parece que foi ao clube.
Antonella: Ela não sai mais de lá? – Ela pergunta irritada. – Isso não é da minha conta. – Ela olha para Roberto. – Papai, soube através da minha querida irmã, que o senhor só age através de ameaças. E foi por isso que decidi ter esta conversa com você.
Roberto: Diga logo o que você quer Antonella. – Aparentemente abatido.
Antonella: Eu decidi que sairei desta casa. Pois não tem cabimento eu viver junto com aquela fulaninha. A não ser que o senhor tome as providências necessárias, ou seja, expulse a Daniele deste lugar.
Simone: Estou com você minha filha. Você vai ter que escolher Roberto. É ela ou nós. – Roberto as encara com sangue nos olhos.
Cena 6- Restaurante- Dia.
Melissa e Rogério conversam sobre o caso de Rodolfo.
Melissa: E então? O senhor conseguiu descobrir algo sobre o caso do Rodolfo? – Ela se senta.
Rogério: Eu já te pedi para que não me chame de senhor. Assim até parece que sou velho. – Ele brinca. – Enfim. Essa semana eu fui até a rua que ele foi encontrado morto. Há uma loja no local, que está lá desde muito tempo atrás. E por coincidência, no estabelecimento tem câmeras na parte externa.
Melissa: Mas, ainda há filmagens daquele tempo? – Ela fica curiosa. – Porque só vai servir de alguma coisa, se tiver essas filmagens.
Rogério: Depois de muito procurar, eu acabei achando algo suspeito. Justo na data e horário, que você disse que o Rodolfo poderia ter morrido. – Ele retira um cd de seu bolso.
Melissa: Ai tem as filmagens? – Ele responde que sim. – Pois eu tenho que assistir isso o quanto antes.
Rogério: Não te garanto que seja o Rodolfo. Mas, acontece algo muito estranho nas imagens. E você precisa verificar. – Ele dá uma golada em seu suco. – Será que você poderia ir comigo até a delegacia?
Melissa: Só se for agora.
Cena 7- Mansão Corte Real- Dia.
Nelson canta Regina. Mas Pierre os interrompe com uma grave notícia.
Nelson: Nossa. Nessa posição você me mata, Regina. – Ela está de quatro limpando uma mancha no chão.
Regina: Me respeita, Nelson. – Ela se levanta de imediato. – Nunca te dei essa liberdade.
Nelson: Desculpa. É que eu não aguentei te ver… nessa posição. – Ele fica sem jeito. – E além do mais, você é muito bonita. – Ele se aproxima dela.
Regina: Para com isso. – Ela se vira para lavar a louça, e disfarçar a sua vergonha. – Vai lavar o carro do seu Alberto que deve estar sujo.
Nelson: Não. Está limpinho. Eu dei uma bela limpada esta semana. – Ele se senta na cadeira. – E eu nunca vi aquele carro tão sujo como ele estava na terça.
Regina: Terça não foi o dia que aquele advogado esteve aqui? – Ela continua a limpar a louça.
Nelson: Sim. Pelo que eu entendi, parece que o seu Alberto o chamou para modificar o testamento dele. – Ela faz uma pausa. – Fomos até o cartório. O advogado, o filho dele, Melissa e o seu Alberto.
Regina: Deve ter retirado a Mala Letícia, e o seu Marcelo, que Deus o tenha. – Ela faz o sinal da cruz.
Nelson: Você é tão meiga Rê. – Ele se levanta, e aproxima-se dela. – Gostaria de encontrar uma mulher meiga assim para vim morar comigo no meu cafofo. – Ele a pega pela cintura.
Pierre: “Par Dieu” me ajudem vocês. – Ele chega à cozinha desesperado. Nelson se assusta e larga Regina, que acaba quebrando um copo. – O seu Alberto se jogou escada a baixo.
Regina: Ai meu Senhor. Eu sabia que aquele homem não estava bem. – Ela seca as mãos em um pano. – Ele andava muito deprimido e sozinho com a morte do filho, e a internação da filha. Sem contar sobre aquele acontecimento do natal: A esposa dele sendo desmascarada. – Ela, Nelson e Pierre saem às pressas.
Cena 8- Clube Realeza- Dia.
Frederico e Daniele finalmente se beijam. Leonardo e Cléber presenciam a cena.
Frederico: Olá! Quem é viva sempre aparece, não é? – Ele fala ao ver Daniele. – Como você está?
Daniele: Estou bem, e você? Já faz um tempinho que não te vejo. Desde o enterro do Marcelo.
Frederico: Pensei que não te veria lá. Já que, supostamente, ele se matou depois de ter descoberto…
Daniele: Eu não gostaria de falar sobre isso. – Ela o corta. – Marcelo é passado, que aliás, já está morto e enterrado.
Frederico: Você gostava muito dele. – Frederico se senta, está apenas de sunga. – O que vocês viveram não pode ter sido apagado de sua mente assim tão… facilmente.
Daniele: Por favor, vamos conversar sobre coisas boas.
Frederico: Coisas boas, como o que? – Ela o beija. Leonardo e Cléber estão passando por perto da piscina quando os vê. O rapaz não gosta de ver Frederico e Daniele se beijando, e sai correndo. Cléber vai atrás dele.
Daniele: Como isso. – Ela fala depois de tê-lo beijado. – Frederico fica aéreo.
Frederico: O que foi isso? – Ele leva a mão até a boca. Fingindo estar fascinado com o acontecido. – Eu sempre sonhei com isso. – Ele mente. – Desde o primeiro dia em que eu te vi.
Daniele: Não seja por isso. – Ela o beija novamente.
Cena 9- Casa de Maria José- Dia.
Maria José conversa com Michele e Gaby.
Michele: O Roberto contou tudo para mim. Fiquei até estupefata quando soube.
Maria José: Eu nunca imaginei que a Daniele chegaria a tanto. Ameaçar para conseguir o que quer… isso é coisa de gente baixa.
Gaby: Para você vê como nós se enganamos com as pessoas. Hoje em dia, elas conseguem mentir olhando nos nossos olhos.
Maria José: Mas não vamos falar sobre ela. Aquela menina tem muito que aprender com a vida. – Ela se vira para Gaby. – Rolou algo a mais entre você e o Rafael?
Gaby: Acredita que ele se declarou novamente para mim? Foi tão lindo. – Ela se emociona. – Ele disse que comprará a nossa aliança em breve.
Michele: Ai que meigos.
Maria José: Eu espero que vocês mudem de vida, meninas. – Os olhos dela enchem de lágrimas. – A prostituição não as levará a caminho algum. Por isso peço a Deus todas as noites, para que ele prepare um caminho bom para vocês.
Michele: E se Ele quiser, nós iremos conseguir modificar as nossas vidas. – Ela abraça Maria José, emocionada.
Gaby: Agora que estou com o Rafa… Tô até procurando um emprego descente. – Ela faz uma pausa. – Eu não quero mais essa vida de prostituta.
Maria José: Antes de morrer, eu quero ver vocês felizes, casadas e com muitos filhos.
Cena 10- Mansão Corte Real- Dia.
Marisa encontra Alberto morto.
Marisa: Que alvoroço todo é esse ai? – Ela entra e dá de cara com Nelson, Pierre, e Regina envolta de Alberto, que está caído.
Regina (Ao telefone): Obrigado. Quanto tempo mais ou menos vocês vão demorar? – Ela fala com a emergência.
Marisa: Gente o que está…? – Ela vê Alberto no chão, e uma poça de sangue em sua volta. – Alberto. – Ela grita, e corre até ele. – O que foi que aconteceu aqui?
Pierre: Ele se jogou da escada. Eu vi tudo. – Pierre chora.
Marisa: Não, não, não. – Ela checa o pulso dele, que não está batendo mais. – Alberto, fala comigo meu irmão. Não me deixe aqui. – Lágrimas escorrem o seu rosto. – Alberto. – Ela grita.
CONTINUA…