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A Fênix

A Fênix – Capítulo 05

Capítulo 05

Cena 01 – Mansão dos Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Miguel.
Sérgio se afasta um pouco de Miguel quando nota a presença de Helena.
Sérgio: Helena, o que faz aqui?
Helena: Vim visitar minha irmã, meu cunhado e meus sobrinhos.
Sérgio: Há quanto tempo você está aí?
Helena: Tempo suficiente! Miguel, por que você está nesses trajes?
Miguel: É que eu estava me trocando e ele entrou aqui.
Sérgio: Mas não tem nenhum problema, somos pai e filho.
Helena: Entendi. Sérgio, venha comigo, vamos conversar um pouquinho e dar um pouco de privacidade ao garoto.
Sérgio: Já que insiste, vamos!

Cena 02 – Jardim.
Helena: Você deve ter muita intimidade com o Miguel para que ele deixe você entrar no seu quarto enquanto troca de roupa.
Sérgio: Você sabe Helena, relação familiar é assim mesmo.
Helena: Sabe, minha relação com Raquel nunca foi das melhores, e olha que nós somos irmãs.
Sérgio: Talvez não fosse pra ser.
Helena: Sabe Sérgio, depois de ver aquilo, eu estou começando a desconfiar que você nunca mudou muito durante todos esses anos.
Sérgio: Do que está falando Helena?
Helena: Eu tenho muitas lembranças de nós dois Sérgio, desde que nos conhecemos, quando nos casamos e até aquela noite na boate.
Sérgio: Algumas coisas foram boas.
Helena: Hipócrita, até parece que não se lembra daquela noite.
Sérgio: Foram tantas.
Helena: Não seja cínico, naquela noite há 19 anos em que eu engravidei dos meninos.
Sérgio: Nós tivemos tantas noites…
Helena coloca Sérgio contra a parede: Já chega dessas suas ironias, você sabe muito bem de que noite eu estou falando.

FLASHBACK.
Ano de 1998.
Mansão dos Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Helena e Sérgio. Helena sai do banho em seu roupão, Sérgio está deitado.
Helena: Boa noite amor.
Sérgio: Boa noite. Você está bonita.
Helena: Obrigada meu bem.
Sérgio: Então querida, vamos nos divertir hoje?
Helena: Sérgio, não fale desse jeito.
Sérgio: Eu falo como eu quiser, eu sou seu marido, você deve obedecer a mim.
Helena: Por favor, não seja grosso.
Sérgio: Somos marido e mulher Helena, não tem porque evitar esse linguajar entre quatro paredes.
Helena: Enfim, eu estou exausta, então não vamos fazer sexo hoje!
Sérgio: O que?
Helena: Sérgio, eu já disse, por favor, hoje não, estou muito cansada.
Sérgio se levanta furioso. Ele segura Helena pelo braço com força.
Sérgio: Se não quer por bem, que seja por mal. Você hoje vai ser minha, mas nem que seja a força que eu já cansei de você decidir tudo.
Helena: Sérgio, você está me machucando…
Sérgio: Tire a roupa, agora!
Helena: Eu já disse que não.
Sérgio atira Helena na cama.
Sérgio, tirando a camisa: Pois bem, vai ser do meu jeito!
Sérgio avança sobre Helena.
Helena, batendo em Sérgio: Para Sérgio, me solta.
Sérgio segura os braços de Helena e a imobiliza, começa a rasgar a roupa dela e a beijá-la a força.
FIM DO FLASHBACK.

VOLTA AO PRESENTE.
Sérgio: Pelo visto você se lembra bem daquela noite.
Helena: Claro que me lembro, foi uma noite horrível.
Sérgio: Éramos marido e mulher Helena, eu não fiz nada de errado.
Helena: Mesmo que fossemos casados, isso não justifica o fato de você me forçar, abusar de mim.
Sérgio: Você bem que gostou.
Helena: Gostei? Aquilo me deu nojo. Mas o bom, é que depois daquela noite eu ganhei dois grandes tesouros, meu filhos!
Sérgio: Você não mudou nada mesmo, continua muito dramática!
Helena: Pelo que eu notei, você e os meninos não se dão muito bem.
Sérgio: Realmente nossa convivência é complicada.
Helena: Ouça bem Sérgio, você me fez mal! E se eu descobrir que em algum momento você fez mal a esses meninos, você vai se arrepender.
Sérgio: Por que se preocupa com esses meninos? Eles não são seus filhos!
Helena: Um deles não, mas o outro eu tenho certeza que sim. Eu ainda vou descobrir qual dos dois é o meu filho e aí descobrirei o que vocês fizeram com o outro.
Sérgio: É melhor que não se meta nisso Helena, vai se arrepender.
Helena: Me arrepender? Essa não é a primeira vez que vocês dois armam contra mim, e não vai ser dessa vez que vão conseguir!
Helena diz isso e vai embora.

Cena 03 – Horas mais tarde. Morro do Alemão. Bar.
Zeca e Léo trabalham como garçons e estão conversando no balcão.
Zeca, limpando o balcão: Vou te contar, esse trabalho tá um saco.
Léo: Se dê por contente Zeca, pelo menos o movimento aqui no bar tá indo bem, pelo menos isso garante o nosso salário.
Zeca: E de que adianta que nosso salário venha normal? A gente tem que entregar mais de metade pro Gustavo.
Léo: Pelo menos assim a gente pode ir juntando uma graninha pra entrar na Universidade.
Zeca: Ah, quem dera alcançar fosse tão fácil quanto sonhar.
Chega um rapaz amigo dos dois no bar, Wiliam.
Wiliam, cumprimentando os dois: E aí rapaziada?
Zeca: Fala Wiliam.
Léo: E aí, beleza?
Wiliam: Beleza. Aí, hoje vai rolar uma balada, vocês vêm com a gente?
Zeca: Uma balada? Aonde?
Wiliam: Lá pros lados do centro, eu e a minha galera vamos, vocês dois estão convidados.
Léo: Ih, valeu pelo convite, mas eu ando sem vontade e motivo pra festejar.
Wiliam: Qual é cara? Vamos pra descontrair.
Zeca: Deixa Wiliam, ele é preguiçoso assim mesmo. Eu topo.
Léo: Você tá maluco Zeca? Imagina como o Gustavo vai reagir quando souber que você vai gastar dinheiro numa balada!
Zeca: Ele que se dane!
Wiliam: Beleza cara, a gente se encontra aqui hoje às 19h. Fechou?
Zeca: Fechou!

Cena 04 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Miguel.
Miguel, Mateus, Priscila e Suzana estão no quarto conversando.
Mateus: O dia hoje até que foi bem bom.
Miguel: Pra você estar em casa deitado é bem melhor do que estar na escola.
Mateus: Mas é lógico! Além disso, eu nem sei pra que faço Universidade, nós já somos ricos, não precisamos trabalhar.
Priscila: Hum, como você é imaturo.
Suzana: Faz um certo sentido pensar assim.
Miguel: Que besteira, pois pra mim, o importante é você se formar em alguma coisa pra poder trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro.
Mateus: Trabalhar? Só de pensar me dá cansaço!
Miguel: O que não te dá cansaço?
Mateus: Fala sério Miguel, não é bem melhor curtir a vida torrando a grana dos coroas do que ter que ralar pra ganhar a nossa?
Miguel: Talvez pra vadios como você.
Mateus: Quer parar de bancar o certinho?
Miguel: Às vezes eu me pergunto se eu e o Mateus somos mesmo irmãos.
Suzana: Dá pra parar vocês dois?
Mateus: Relaxa Suzana, é briga de irmão, no fundo a gente se ama.
Priscila: Tudo bem, mas vamos deixar de falar disso. Eu tenho um convite pra fazer a vocês!
Mateus: Convite, que convite?
Priscila: Pra uma balada hoje a noite que eu marquei com a galera lá da escola, vocês dois topam?
Mateus, animado: Opa, eu tô dentro!
Suzana: E você Miguel?
Miguel: Eu não, prefiro ficar em casa!
Mateus: Pô Miguel, você nunca vai na balada com a gente, vamos dessa vez.
Miguel: Não Mateus, você sabe que eu não gosto de festas, bebidas e essas coisas.
Mateus: No sério, eu às vezes também me pergunto se nós dois somos irmãos.

Cena 05 – Noite. Apartamento de Helena.
Helena está no sofá lendo uma revista quando Tadeu chega.
Tadeu entra: Boa noite querida.
Helena, dando um beijo em Tadeu: Boa noite meu amor. E então, como foi seu dia?
Tadeu: Cansativo. E amanhã eu vou ter que viajar.
Helena: Viajar, como assim?
Tadeu: De última hora a empresa me mandou fazer uma entrega de alguns produtos nos Estados Unidos, tenho que ir amanhã.
Helena: Puxa, então você está ficando importante?!
Tadeu: Sim e adivinha, eles me deixaram levar um acompanhante!
Helena: Como assim?
Tadeu: Você vem comigo! Não é ótimo?
Helena, desanimada: É, é ótimo sim.
Tadeu: O que foi querida? Não quer ir para os Estados Unidos comigo?
Helena: Eu adoraria meu amor, só que eu não vou!

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