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A Sangue Frio

A Sangue Frio – Cap. 10

A Sangue Frio

Capítulo – 10
Escrito Por Felipe Lima& Bhrunno Acosta

1ª Cena – Empresa Drummond/ Interior/ Sala de Vinícius/ Dia.

(Fundo: “Instrumental Tensão”. Continuação imediata do episódio anterior. Vinícius e Bruno não acreditam no que ouviram. Close na face de Vinícius, que está surpreso.)

Vinícius – Morto? Como?

Secretária (eufórica) – Sim, sim, senhor. Segundo a polícia, encontraram o corpo através de uma denúncia anônima.

Bruno – Mas por que alguém faria isso?

Vinícius – Eu acho que sei quais foram os motivos. Ele estava no comando para transferir o dinheiro para James, mas esse dinheiro não foi transferido, e logo após ele some? Tem alguma coisa, tem algum espião entre nós, poucos sabiam dessa transferência.

Bruno – Se tiver, iremos descobrir.

Vinícius – Pode ter certeza que sim, não quero ninguém que não seja de minha confiança aqui.

(Eles se olham por alguns segundos.)

Bruno – Bom, agora tenho que revisar algumas pastas. Com licença!

(Bruno sai.)

2ª Cena – Imagens de São Paulo/ Dia/ Noite.

(Fundo: “É Preciso Saber Viver – Titãs”. Imagens de pontos da cidade. Pessoas fecham seus estabelecimentos. Close no pôr do sol. Anoitece. Fim da música.)

3ª Cena – Morumbi/ Mansão Drummond/Interior/ Noite.

(Thomaz e Drummond, na sala da casa, conversam.)

Thomaz – Eu nunca entendi o motivo da minha mãe não querer que eu voltasse.

Drummond – Ela quer ver você feliz. (T) E sabe que no Brasil as coisas estão difíceis.

Thomaz – Mas isso não é motivo para querer ver seu único filho longe.

Drummond – Pode ser que não, mas ela é mãe e sempre vai querer o seu bem.

Thomaz – Ou o bem dela, pois eu aqui posso atrapalhar algo.

(CÂM foca em Stella, que adentra o local. Ao ver Thomaz, ela bufa, irritada. Fundo: “Erva Venenosa – Rita Lee”.)

Stella (se aproximando de Thomaz) – Você veio mesmo. Me afrontou. Aliás, você nunca fez o que queria.

(Thomaz se levanta, irritado.)

Thomaz – Mãe, eu não posso ficar em um lugar onde eu não me sinto bem. Eu estava com saudades da minha família. E vou ficar aqui quer a senhora goste ou não.

Stella – Nessa vida cada escolha tem suas consequências, e logo você verá a sua.

(Stella vai saindo, de modo que Thomaz fica em pé, sozinho.)

Thomaz (grita) – VOCÊ NUNCA GOSTOU DE MIM, NÃO É MESMO?! EU SEMPRE FUI UM ESTORVO PARA VOCÊ.

(Stella se vira, faz cara de triste.)

Stella – Não, eu nunca gostei de você.

(Thomaz e Drummond olham espantados para ela.)

Stella (continua) – Pois qualquer um pode gostar. Eu te amo. Por que você faz isso comigo?

Thomaz – Que amor é esse? Só quer me ver longe, nunca nem quis que eu ficasse aqui.

Stella – Eu queria o seu bem, mas você não entende.

(CÂM foca em Drummond que apenas ver a discussão, sem se intrometer.)

Thomaz – E nem nunca vou entender. Vou pro meu quarto.

(Thomaz sai, irritado.)

Stella – Senhor Drummond, eu só quero o bem dele.

Drummond – Você deve ter paciência, ele também gosta de você.

(Stella abaixa a cabeça e sobe para o seu quarto. Fim da música.)

4ª Cena – São Paulo/ Noite/ Dia.

(Mostram-se imagens da capital paulista, em CÂM rápida. Carros se movimentam. Tela escurece. Amanhece.)

5ª Cena – Mansão Wurttemberg/ Interior/ Quarto de Natasha/ Dia.

(Natasha está sobre sua cama com seu fone de ouvido. A música está tão alta que ela nem percebe quando Marta adentra o local. Ao virar-se, Natasha se assusta ao vê-la encarando-a.)

Natasha (tirando os fones de ouvido) – Ai, mãe, a senhora me assustou.

Marta – Desculpa, filha. Preciso conversar com você sobre aquele garoto que você encontrou no aeroporto.

Natasha – O que tem ele? Nem o conheço.

Marta – Conhece sim. Ele é meu neto.

(CÂM foca no rosto de Natasha. Ela fica boquiaberta com o que a sua mãe disse.)

Natasha – Como assim? O Thomaz de quem a senhora falava?

Marta – Esse mesmo. Eu contratei um detetive para me mostrar como estavam todos atualmente.

(Natasha puxa sua mãe, para que ela se sente em sua cama.)

Natasha – E a senhora sabia que ele vinha também?

Marta – Não. Aquilo foi inesperado, ele estava em Nova Yorque. Não sei qual o motivo de sua vinda ao Brasil.

Natasha – Isso vai atrapalhar alguma coisa em nosso plano?

Marta – Não. Jamais.

Natasha – Então vamos continuar. Vamos destruir Stella Drummond.

Marta – Vamos! Eu prometi isso pra mim anos atrás.

(CÂM foca em Marta, determinada. Depois, dá um close em Natasha que também está determinada.)

6ª Cena – Empresa Drummond/ Sala da Presidência/ Dia.

(João Lucas, eufórico, entra no escritório de Vinícius.)

João Lucas (batendo na mesa de Vinícius) – Me diz que é mentira. Isso não pode ser verdade.

Vinícius (assustado) – Mentira? Mentira o que? Do que você está falando?

João Lucas – Meu melhor amigo não pode estar morto.

(Eles se olham. O silêncio toma conta do local.)

João Lucas (grita) – FALAAA!

Vinícius – Acalme-se, Lucas. Acalme-se. (T) Sinto muito, encontram o corpo dele num córrego.

(João Lucas se desespera. Começa a chorar.)

João Lucas – Não, não, não acredito. Quem o matou?

Vinícius – Não sabemos. Não se preocupe, a polícia irá descobrir quem fez isso.

(Close na face de João Lucas. Ele está transtornado. As lágrimas rolam por seu rosto.)

João Lucas – Eu te juro, quem fez isso vai pagar, nem que seja a última coisa que eu faça.

(Ele se retira do local. Bruno, que estava entrando na sala, se esbarra em João Lucas.)

Bruno – Desculpe-me!

(João Lucas encara-o, limpa suas lágrimas e se retira sem dizer nada. Bruno, então, dirige-se a Vinícius.)

Bruno – O que aconteceu?

(CÂM afasta-se. Os dois ficam conversando. Tela escurece.)

7ª Cena – Empresa Drummond/ Interior/ Escritório de Bruno/ Dia.

(CÂM mostra a sala de Bruno. Gabriel está sentado em um dos sofás, enquanto Bruno está em sua mesa, revisando alguns papéis.)

Gabriel – Que morte horrível essa do tal Nathan.

Bruno – Realmente. Um homem tão jovem morrer de uma forma tão macabra. Triste.

Gabriel – Quem será que fez isso, hein?!

Bruno – Não se sabe, ainda. Mas algo me diz que isso é obra de uma mulher.

Gabriel (brinca) – Ui, João Bidu.

(Bruno esboça um sorriso amarelo.)

Bruno – Ai, amigo… Senti uma pena do João Lucas.

Gabriel – Quem é esse?

Bruno – Um dos amigos do Nathan. Ele trabalha aqui.

Gabriel – É bonito?

Bruno – Sim, muito bonito.

Gabriel – Olha… (T) Vai até ele, tenta dar um consolo, ele precisa.

Bruno – Nós vamos. Deixa só eu terminar de ver essas verificações.

Gabriel – Viado, eu não quero atrapalhar teu consolo.

(Bruno sorrir.)

Bruno – Engraçadinho.

(CÂM se afasta.)

8ª Cena – Morumbi/Mansão Drummond/ Interior/ Quarto do casal/ Dia.

(Silvina bate na porta. CÂM divide. Mostra Stella dentro do quarto e Silvina do lado de fora, próxima à porta.)

Stella – Quem é?

Silvina – Silvina. Posso entrar?

Stella (irritada) – Entra, velha gagá!

(Silvina adentra o local e dirige-se à Stella.)

Silvina – Deixaram essa carta para a senhora.

Stella (surpresa) – Não viu quem deixou?

Silvina – Não. Só deixaram, tocaram a campainha e, quando fui ver, não tinha ninguém.

Stella (ainda irritada) – Tá, tá… Pode se retirar!

(Silvina sai, Stella abre a carta e se surpreende ao ver o que está escrito nela. CÂM foca na frase que diz: “Cuidado! O seu mundo cor de rosa prestes a desmoronar”. CÂM volta-se para Stella, que está nervosa, histérica.

Foco em Stella. A imagem congela, ganhando tons de Vermelho Sangue.

Fim do capítulo.

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