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Palavra de Honra

Capítulo 20 – Palavra de Honra

Palavra de Honra
 
 
CENA 1
E assim recebeu o sinal do sensor de controle da câmera que estava no ar para o Brasil inteiro.
KARINA: Meu povo brasileiro, chega de sofrer! Vocês são o verdadeiro poder, não deixem uma ditadura dominar que está no poder há anos dominar ainda mais nosso Brasil. Todos pra Rua! Venham lutar pelo seus direitos! Acreditem…
Karina ia falar mais, mas sua imagem foi cortada o mais rápido que os trabalhadores do Supremo conseguiu fazer.
Holiguárquio adentrou a sala com dois capangas armados em cada lado com o olhar ao fogo. Karina sabia onde iria parar: Campo de concentração, é por ironia era para lá mesmo que queria ir. Conseguiu falar com a população e isso parecia um sonho.
Missão 1, completa com sucesso.
CENA 2
Holiguárquio de maneira imediata mandou seus capangas capturarem Karina.
                KARINA: O que vai fazer comigo?
                HOLIGUÁRQUIO: Você vai para um lugar onde sempre deveria estar.
Saiu e deixou os dois levarem a moça até um camburão do qual foi encaminhando por uma estrada de chão paralela com a rodovia.
CENA 3
Holiguárquio estressado deita no sofá de sua casa jogando sua pasta para o alto. Uma de suas filhas, Raiane vai ao encontro do pai.
                RAIANE: Precisa de algo, papai?
                HOLIGUÁRQUIO: Preciso que você suma da minha frente!
                RAIANE: Você sempre me desprezando…
HOLIGUÁRQUIO: – Levantando do sofá com o olhar fixo à ela – Por que você nasceu assim hein, Garota? Você nem precisaria ter vindo ao mundo pra me causar o meu quarto desgosto.
RAIANE: – ajoelhando-se perto dele, ainda mantendo a súplica – Pai, eu posso ser tudo o que um dia o senhor desejou. Eu só não nasci com o sexo que o senhor sempre quis. Eu te imploro, eu cresci ao lado da política, eu cresci aprendendo com o senhor, eu quero continuar tudo isso que foi almejado durante toda a história do Brasil!
HOLIGUÁRQUIO: Larga de ser trouxa garota! Você sabe que não pode comandar nada! – pegando-a bruscamente sobre o braço da filha – E fique você sabendo que vou sim conseguir ter o grande herdeiro para continuar tudo isto! Pode ter certeza!
Raiane engoliu as lágrimas. Entrar na política era seu maior sonho, e colocou em sua cabeça que de maneira ou outra isso iria acontecer, e seu pai, não tendo outra opção, teria que engolir em passar O Supremo todo para ela.
CENA 4
Nas ruas não se falavam de outra coisa. Todos se perguntavam se aquela garota que havia aparecido em rede Nacional realmente era justa, e estava falando a verdade. E se, adiantaria de fato tudo o que ela estava pedindo.
Logo, as programações das emissoras fora interrompida novamente. Holiguárquio, O Supremo, tinha gravado um vídeo para que fosse exibido em horário estratégico onde todos pudessem ver.
HOLIGÁRQUIOS: Meus amados brasileiros, ignorem o que uma intrusa Uruguaiana falou em rede nacional agora há pouco para todos vocês… Ela é uma opositora que quer ver o Brasil cair novamente como sempre foi nas décadas de 2010 e 2015. O Brasil evoluiu graças à essa nova forma de governo onde todos vocês trabalham para se permanecer. Tapem os ouvidos para qualquer forma de oposição! Somos a Revolução de um País evoluído e Poderoso!
As palavras de Holiguárquio embora fossem tamanhas de absurdo, todos acreditavam, pois a mídia como em qualquer ditadura divulgava tudo o que era de benefício para o Governo, e então as pessoas acabavam acreditando em tudo o que Holiguárquio disse em rede.
A Calmaria do Supremo era tamanha que nem sequer coçou-se com o discurso intruso de Karina, sabia que se aparecesse novamente em seguida nada seria feito contra o regime. “Eu sou o Poder” pensava friamente ele.
CENA 5
De longe Karina podia ver o ‘campo de concentração da Nova Era’ – como era chamado- O Lugar chamava assombração. Era horrível, e ele ficaria por lá.
Adentrando por enormes portões, o camburão para cinco metros à frente e ataca bruscamente Karina ao chão. Por mais que ninguém gostaria de estar lá, tudo o que mais queria era estar lá.
                KARINA: – olhando toda sua volta – Preciso encontrar meus companheiros de caminho.
O Lugar parecia àquelas casas do século XIX com vários quartos lado a lado. Cada qual com aparelhos de tortura para cada indivíduo. Nenhum prisioneiro tinha contato com outro, era um inferno de solidão e dor. Karina uma vez jogada por lá, tinha poucos minutos para correr quarto por quarto e encontrar pessoas que nem conhecia, mas que de certo modo os identificaria como aqueles que estavam junto com ela nas décadas de 1940 e 1970.
Viu os sargentos que guardavam o lugar se aproximarem com algemas. Era hora de correr.
CENA 6
Porém, quando todos viram o pronunciamento de Holiguárquio, estava ela GINA, uma garota que nunca acreditou na bondade do governo. E estando nas ruas ouvindo a maioria de seus vizinhos comentarem que a garota que tinha se pronunciado contra o governo era louca e que merecia a morte. Gina revoltou-se gritando ao extremo nas ruas.
GINA: Pessoal acordem!! O Brasil não é essa maravilha que todos vocês estão vendo, não!
VIZINHA 1: Cale a sua boca, Gina! Você queria o quê? Que tudo estivesse como antigamente, com aquele turbilhão de políticos roubando o dinheiro público?
GINA: Aquela época eles roubavam, e agora mudou o quê? Ele não está roubando mais nada porque o dinheiro público é todo de Holiguárquio! E ainda temos que prestar serviços para o governo para sobreviver! ISSO NÃO PODE FICAR ASSIM!
VIZINHA 2: Nós prestamos serviço pro governo, e pelo menos não há desemprego! Holiguárquio é uma luz na nossa política!
GINA: Vocês estão todas acomodadas é isso!
VIZINHA 1: Acomodada? Se enxerga!
GINA: Eu faço um desafio com vocês então…
As duas vizinhas esperam curiosas com o suposto desafio que Gina iria propor.
GINA: Quero todos nós nas ruas, temos que reunir o bairro inteiro na principal avenida de Brasília. E assim, vamos ver se Holiguárquio vai dar as caras e vai nos ouvir, ou se ele vai mandar toda a tropa de elite nos impedir.
                VIZINHA 2: Jamais que a nossa política iria nos oprimir assim…
                GINA: Então veremos… Topam o desafio?
Todas as vizinhas concordam com olhar desconfiado, apenas balançando a cabeça. Topando que chamariam todos os familiares e o resto do bairro.
CENA 7
Gina adentra sua casa festejando. Seu pai já com idade vai perguntar sobre.
                GONÇALO: Que felicidade é essa minha filha?
                GINA: – empolgada- Papai, consegui fazer as vizinhas toparem de ir para as ruas pedirem mudança!!
                GONÇALO: Filha, você e sua mania de querer mudar as coisas…
GINA: Papai, durante anos esse sistema continua nos oprimindo e nos enganado. Pouquíssimas pessoas tem a consciência de tudo o mal que esse governo ditador fascistas é. Não podemos ficar parados. Essa garota que apareceu na tv hoje foi a luz que precisávamos.
GONÇALO: Eu tenho muito medo minha filha… Você sabe o que deve ter acontecido com essa moça. Campo de concentração.
GINA: – pensativa – É isso!
GONÇALO: ai ai ai, o que você pensou hein, Gina?
GINA: É isso que vamos fazer! Vamos invadir as avenidas de Brasília e seguir em direção ao campo de concentração e salvar todos os opositores que estão lá sob tortura e sofrimento!
Gonçalo suspira desesperado, mas sem dizer mais nada, sabia que não adiantava tirar nada da cabeça da filha.
                GINA: Não terá governo que nos segure! – ansiosa.

 

NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Karina é torturada após trocar com conversas com opositores que podem ser seus amigos de encarnações passadas.
A manifestação proclamada por Gina causa revolta de Holiguárquio.

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