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Criminal Secrets

Criminal Secrets – Capítulo 5 (Eu sou muito bom no que eu faço)

Capítulo 5                          (Eu sou muito bom no que eu faço)

Participações especiais

Lúcio: (37) Pai separado que trava uma luta pra poder rever o filho contra a ex-esposa.

Sara: (34) Ex-esposa de Lúcio, que tenta o impedir de ver o filho.

Caio: (9) Filho do casal que fica no meio dessa briga.

Cena 1/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

Na mesa do café, Anderson e Mario tomam café da manhã juntos. Mario encara Anderson por alguns instantes, como se fosse perguntar algo desiste.

Anderson: Se você não perguntar não tem como eu te responder.

Mario: Como?

Anderson: Eu sei que você quer me perguntar alguma coisa. Está na sua cara.

Mario: O que está acontecendo? Você me fez roubar as imagens de segurança de uma mulher que mora na cidade dos seus pais. É estranho e você não me fala nada.

Anderson: Eu não posso.

Mario: Eu também não podia roubar imagens da câmera de segurança daquela mulher. Mas eu fiz isso não fiz? Então tenha a decência de me dizer pelo menos porque eu fiz isso.

Anderson: Está bem eu vou te contar. Mas você precisa me prometer que ninguém vai saber desta história. Você se lembra da Verônica, amante do meu pai?

Mario: Sim. Você a detesta.

Anderson: Ela morreu. Na verdade ela foi assassinada. E os principais suspeitos são…

Mario: Sua família. E você está encobrindo eles na investigação.

Anderson: Na verdade, não tem investigação. Nós consumimos o corpo dela pra não ter crime. Eu nem sei onde eu estava com a cabeça, mas eu não posso voltar atrás agora.

O celular de Anderson toca, e ele atende.

Anderson: O que foi Pedro?

Voz de Pedro: O papai foi pra delegacia. Eles vieram aqui pedir pra ele depor e ele foi.

Anderson: O que? Não deixa. Vai lá e o empeça. Não o deixe falar nada. Eu estou indo para ai.

Cena 2/Mangaratiba/Manhã.

Delegacia.

Na sala do delegado, ele interroga Eduardo.

Delegado: Você sabe que se chegou a esse ponto de estar-te interrogando é porque sabemos das coisas. Então senhor Eduardo, acho melhor você cooperar e responder as minhas perguntas. Você quer mesmo se candidatar a prefeito? Se tiver um escândalo no seu currículo você não vai conseguir ganhar. Então vamos esclarecer isso rápido. Quando foi a ultima vez que você viu a Verônica?

Eduardo: Eu… É… Bom… Eu acho que…

Anderson entra na sala do delegado.

Anderson: Não responda nada pai. Você não precisa responder nada.

Delegado: Que palhaçada é essa?

Anderson: Palhaçada é o que o senhor esta fazendo. O senhor tem algum mandado para poder estar interrogando meu pai? Acho que não porque eu já investiguei isso. Você sabe que isso é contra a lei, delegado?

Delegado: Você é advogado por acaso?

Anderson: Você quer mesmo que eu traga meu advogado aqui e as coisas ficarem pior para o senhor? Vamos embora pai. Senhor delegado, se dê por satisfeito que eu não vou fazer nenhuma reclamação para os seus superiores.

Anderson e Eduardo saem da sala.

Cena 3/ Mangaratiba/Manhã.

Casa dos Norton.

Na sala, Anderson e Eduardo brigam.

Anderson: Qual é o seu problema? Você não é burro. Você é político, faz campanhas não é de hoje. Você sabia que não precisava ir à delegacia pra depor. Ele não tinha mandado. Você queria se entregar? Foi isso?

Eduardo: Claro que não. Mas eu pensei que se eu não devia nada, não ia ter problema eu ir e esclarecer as coisas de vez.

Anderson: Mas você deve. Nós consumimos um corpo. Limpamos a cena do crime. O que nós fizemos foi um ato criminoso. Se algum de nós cair, todos caíram juntos. Por favor, eu tenho que pensar em tudo?

Eduardo: Você disse pra agir naturalmente. O meu naturalmente seria ir à delegacia e esclarecer as coisas.

Anderson: Agir naturalmente não é agir como um burro. Quanto mais distante você passarem da policia é melhor. E por que a policia veio-te falar sobre a Verônica.

Gabriela chega à sala.

Gabriela: Foi confirmado. Alguém fez uma denuncia do desaparecimento da Verônica.

Anderson: Droga. Eu sabia que isso ia acabar acontecendo. Eu vou pra casa. Vocês por favor, não sejam burros.

Cena 4/ Mangaratiba/Manhã.

Rua.

Na calçada em frente à casa dos Norton, Pedro e Anderson conversam.

Pedro: Obrigado. Eu acho que eu não conseguiria manter a calma e controlar as coisas assim. Você é o cara.

Anderson: Para de me bajular. Não faz seu estilo.

Pedro: O que nós vamos fazer agora? Alguém denunciou o desaparecimento dela, logo eles vão descobrir tudo.

Anderson: Ninguém vai descobrir nada. Não há corpo. Sem corpo não tem crime.

Pedro: Você tem certeza? Às vezes eu acho que tudo pode ir por água a baixo. Eu não quero ser preso.

Anderson: Você não vai ser preso. Apenas se você tiver matado a Verônica.

Pedro: Mas a gente mexeu na cena de um crime. Isso pode me levar pra cadeia.

Anderson: Um bom advogado consegue sua inocência. Só se você for o assassino. Ai as coisas ficam complicadas.

Pedro: Eu não a matei. Pare com isso.

Anderson entra no carro.

Cena 5/Rio de Janeiro/Manhã.

Casa de Mag e Julio.

Na sala, Mag chega à sala e vê Julio com o celular dela na mão.

Mag: O que você está fazendo com o meu celular?

Julio: Eu não acredito que até hoje você tem fotos com o Anderson. Quando que você vai criar vergonha na cara? Quando que você vai se valorizar?

Mag: Você podia me deixar em paz. Ao invés de ficar mexendo no meu celular. Por que você não arruma uma namorada e se preocupa com ela.

Julio: Por que eu estou ocupado demais cuidando de você. Cuidando de você e ainda você continua com essa palhaçada, imagina se eu parar de me preocupar com você?

Mag: Me devolve o celular que eu estou atrasada.

Julio: Esquece o Anderson de uma vez por todas Mag. Ele não é quem você pensa que é.

Mag: Já vai inventar alguma coisa.

Julio: Ele é um assassino.

Mag: Julio, agora você passou dos limites. Assassino?

Julio: Ele me ligou querendo saber como ele sumia com um corpo. Ele tinha um cadáver nas mãos. E eu tenho certeza que foi ele quem matou.

Mag: Você está enlouquecendo.

Mag pega o celular e sai de casa.

Cena 6/ Rio de Janeiro/Noite.

Apartamento de Lúcio.

Em pé na sala, Anderson e Lúcio conversam.

Anderson: Você bebeu?

Lúcio: Um pouco. Mas o que isso tem a ver com a minha história?

Anderson: Nada. Há quanto tempo você não vê seu filho?

Lúcio: Esse fim de semana fez 10 semanas que ela não me deixa ver meu filho. Isso é um absurdo. Contra a lei.

Anderson: Eu não sou advogado. Esse trabalho não é pra mim. Você vai até um advogado e vai entrar com uma ação contra ela.

Lúcio: Você não está entendendo. Você acha mesmo que eu não tentei. Mas todo advogado que eu vou me diz que no Brasil é praticamente impossível uma mãe perder a guarda do filho. Você faz coisas impossíveis. Você é muito bom no que você faz. Eu preciso da sua ajuda.

Anderson: Eu não vou te prometer nada. Eu não sou advogado. Eu vou conversar com ela. Vou analisar a situação, se eu não conseguir convencê-la eu vou passar o caso pra um amigo advogado.

Lúcio: Por favor, eu sinto muita falta do meu filho. Não abandone um pai desesperado.

Cena 7/Rio de Janeiro/Noite.

Casa de Sara.

Na sala, sentados no sofá, Sara e Anderson conversam.

Sara: Eu imagino o porquê você estar aqui. Minha resposta é não.

Anderson: Você não pode impedir um pai de ver o filho.

Sara: Posso e é o que eu estou fazendo. Impedindo.

Anderson: O Lúcio sente falta do filho e com certeza o seu filho sente falta do pai dele.

Sara: Anderson, eu sei que você está aqui pra defender seu cliente. E tudo que você faz é espetacular. Eu admiro muito esse seu trabalho louco. Mas nada que você disser vai me convencer de mudar minha decisão. Eu sou a mãe do Caío. Eu sei o que é o melhor pra ele. E o melhor é ficar longe do Lucas.

Anderson: Você sabe que nós vamos pra justiça. Se você não cooperar podemos até tirar seu filho de você. É isso que você quer?

Sara: Você é advogado?

Anderson: Não. Eu não cheguei a me formar. Mas eu tenho ótimos amigos advogados. Esse não é o problema.

Sara: Você sabe que mãe não perde a guarda de filho no Brasil.

Anderson: Só se ela for uma péssima mãe. E é isso que nós vamos provar que você é uma péssima mãe. E caso você não seja eu vou manipular os fatos pra que você seja terrível. Pelo menos para o juiz.

Anderson levanta e sai.

Cena 8/Rio de Janeiro/Noite.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Mag e Mario conversam.

Mag: Você precisa me falar se isso é verdade.

Mario: Que pergunta estúpida. O seu irmão sempre odiou o Anderson, é claro que ele iria inventar isso. Só você quem não percebeu.

Mag: Eu acho que você está mentido. Pela sua voz eu percebo isso.

Mario: Agora você virou detector de mentira? Eu já te disse tudo o que eu tinha pra dizer.

Mag: Mas você não disse nada. Só enrolou.

Anderson entra em casa.

Anderson: O que está acontecendo aqui?

Mag: Anderson eu quero a verdade. Você matou alguém?

Anderson: Que pergunta idiota. Claro que não.

Mag: Por que o Julio disse que você ligou pra ele querendo saber como consumir um corpo. Que história é essa?

Anderson: Eu não vou revelar as intimidades dos meus clientes. Eu preciso trabalhar Mag. Por favor.

Mag: Tem alguma coisa nessa história. Eu to sentindo.

Anderson: Por favor, Mag. Me deixa trabalhar. Vai embora.

Cena 9/ Mangaratiba/Noite.

Casa dos Norton.

Na mesa do jantar, Eduardo, Pedro e Gabriela jantam juntos. Todos calados. Um clima tenso entre eles.

Eduardo: Engraçado que foi você quem descobriu que denunciaram o desaparecimento da Verônica. Tudo me leva a crer que foi você quem a matou.

Gabriela: Claro eu a matei e fiquei esperando todos vocês lá na sala. Ao invés de fugir.

Eduardo: Alguma coisa deve ter dado errado. Mas que você tem culpa no cartório você tem. Eu sinto o cheiro em você.

Gabriela: Você deve estar sentido esse cheiro de você mesmo. Porque mulher que morreu era sua namoradinha e ela estava grávida de outro homem.

Eduardo: Cala a sua boca. Você não tem o direito de falar nada dela.

Gabriela: Ela destruiu a minha vida. Eu posso falar o que eu quiser dela.

Pedro: Parem vocês dois. Essa situação louca que aconteceu nas nossas vidas é culpa dos dois. Já faz anos que esse casamento acabou. Mas vocês não se separaram. Preferiram essa vida estranha. E preferem até hoje. Vocês são os culpados. A verdade é esse. Eu culpo os dois.

Pedro levanta e sai da mesa.

Cena 10/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Lúcio.

Na sala, Lúcio e Anderson conversam.

Anderson: Eu fui lá, conversei com ela. Fiz o que pude. Mas ela está irredutível.

Lúcio: Eu já imaginava por isso. Mas eu tenho um plano e preciso da sua ajuda. Eu vou sequestrar meu filho.

Anderson: Não. Você não vai fazer isso. E eu não iria te ajudar. Isso é loucura. Você bebeu de novo? Não são nem 10 da manhã.

Lúcio: Não interessa se eu bebi. Eu quero meu filho.

Anderson: Eu sei. Por isso eu já marquei uma reunião com meu amigo advogado. Nós vamos conseguir seu filho pela lei.

Lúcio: Isso vai demorar. Eu quero pra ontem.

Anderson: “Eu sou bom no que eu faço”, não foi isso que você me disse ontem? Então me deixe fazer o meu trabalho. E confie em mim. Se eu disse que vou conseguir trazer seu filho de volta pra você é porque eu vou.

Cena 11/Rio de Janeiro/Noite.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Anderson entra em casa e o celular de Anderson toca e ele atende.

Anderson: Sara, que surpresa. Pensou melhor na minha proposta não foi?… O Lúcio está fazendo o que?… Eu to indo.

Cena 12/Rio de Janeiro/Noite.

Rua.

Na calçada, enfrente a casa de Sara, Lúcio completamente bêbado.

Lúcio: Abre essa porta. Eu quero ver meu filho. Você não pode impedir um pai de ver o filho. Sua bruxa.

Anderson chega até Lúcio.

Anderson: Que merda você está fazendo?

Lúcio: Eu quero meu filho. E eu vou conseguir. Eu me enganei com você. Pensei que você fosse o melhor, mas você não conseguiu resolver um problema simples como esse.

Anderson: E vir bêbado pra calçada da casa da sua ex-esposa vai adiantar muito?

Sara chega ao portão.

Sara: Que bom que você chegou. Você tira esse homem da minha porta ou eu chamo a policia.

Anderson olha dentro do quintal e vê Caío parado. Anderson vai até caio, enquanto Sara e Lúcio discutem na calçada.

Anderson: Oi mocinho. Acho melhor você ir pra dentro. Não é bom criança assistir conversa de adulto.

Caío: É meu pai de novo, não é? Ele me assusta assim. Eu não gosto mais dele.

Anderson: Ele te assusta? Porque ele te assusta?

Caío: Sempre que ele me vê está assim. Bêbado, gritando. Eu quero meu pai de antes. Eu disse pra minha mãe que eu quero ver meu pai de antes.

Anderson levanta e vai Lúcio.

Anderson: Vem, vamos embora.

Lúcio: Não. Ela está me impedindo de ver meu filho.

Anderson: Não é ela que está impedindo. O seu filho não quer te ver assim. Você está sempre babado. Você vai procurar um tratamento. Uma clinica. O AA que seja. E só depois você vai procurar seu filho de volta. Estamos entendidos.

Lúcio: Meu filho não quer me ver?

Sara: Eu só queria proteger meu filho.

Anderson: Eu te entendo, Sara. Vem Lucio. Vamos embora.

Sara entra pra dentro de casa e Caio olha o pai na calçada enquanto o portão se fecha.

Cena 13./Rio de Janeiro/Noite

Apartamento de Anderson.

Na sala, Anderson entra em casa e vê Gabriela no sofá.

Anderson: O que você está fazendo aqui? Fizeram outra burrice?

Gabriela: Eu estou cansada. Eu estou cansada de levar a culpa de uma coisa que eu não fiz. Eu não matei a Verônica. Mas você acha que foi eu. O Eduardo acha que foi eu.

Anderson: E o Pedro acha que foi você… Mas tudo leva a crer que foi você mãe.

Gabriela: O Pedro não acha que foi eu. Porque eu estou o protegendo.

Anderson: O protegendo de que?

Gabriela: Foi o Pedro que matou a Verônica. Eu estou protegendo ele por isso.

Flashback

Gabriela entra na casa e vê Pedro com o enfeite na mão e o corpo de Verônica ensanguentado no chão. Quando Pedro vê Gabriela ele solta o enfeite no chão.

Gabriela: O que você fez?

Os dois se encaram.

Dias atuais.

Anderson: Eu não acredito nisso.

Gabriela: Mas foi isso que aconteceu.

Os dois se encaram.

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