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Palavra de Honra

Capítulo 5 – Palavra de Honra

Palavra de Honra

CENA 1
Carmélia estava com sérios hematomas, teria sido espancada muito, por isso passou por horas, inconsciente.
Carmélia começa a pedir preces a divindade para que ao menos surgisse uma luz que a desse uma chance de fazer algo para que pudesse ter a esperança de salvar seus objetivos. E assim ouve uma voz que vinha em sua direção.
VOZ INDETERMINADA: Carmélia! Você aqui em um Campo de concentração! Não acredito!
Carmélia ergue a cabeça e ao ver a imagem do indivíduo daquela voz, sente-se iluminada e sorri descomunalmente.

CENA 2 – continuação da cena anterior
Carmélia recebeu aquela pessoa como se fosse uma luz ao fim do túnel.
CARMÉLIA: Tarcísio! Há quanto tempo…
TARCÍSIO: Carmélia é uma emoção e tanto te rever. Mas, agora me responda… – pensa e conclui – Ah! Claro! Sua boca e seu espírito de tentar revolução lhe trouxeram até aqui.
CARMÉLIA: -suplica- Sim, e você sabe que tudo o que eu falei foi verdade, e você precisa me ajudar!
TARCÍSIO: Quantas e quantas vezes eu já não te falei tomar cuidado e que você não era nada em comparação ao poder governamental.
CARMÉLIA: Espere e verá, Tarcísio… E eu sei de que alguma forma eu vou conseguir, nem que demore anos! Mas, vou! – pega nas mãos do velho conhecidos de paquera – Aliás, nós iremos conseguir. Você tem que me tirar daqui.
Tarcísio suspira duvidoso.

CENA 3
Lívia fica encarregada de fazer os preparativos do casamento. Apesar do seu mal gosto em estar ali preparando algo que tanto sonhou em modo conjugal com o seu verdadeiro amor, estava ela casando-se por interesse. Bom, interesse de uma forma boa, pois era totalmente explícito e que se direcionava à um único bem: Sua filha.
A rádio tocava A VOZ DO BRASIL, cujo quem comandava era o famoso “Pai dos Pobres”: Getúlio Vargas. Após o programa encerrar, a entrada da notícia abala o coração de Lívia:
“Povo brasileiro faz justiça à Belinha Alcântara
com as próprias mãos: Hugo Leal morto apedrejado!”
Lívia cai aos prantos. Apesar de todos os ‘porém’, no fundo acreditava na lealdade de Hugo e de sua inocência. Mas, a fala do Brasil e as evidências eram tamanhas, que o único remédio que pode encontrar na hora era chorar e derramar todas suas mágoas para fora, pois acabou. Nunca mais poderia reencontrá-lo e quem sabe acertar tudo o que ficou para trás. [Ou talvez, não].

CENA 4
Carmélia enfim consegue escapar do campo de concentração. Bem longe dali, escondidos em meio há vários matagais, Tarcísio fala, exausto:
TARCÍSIO –suspiro de exausto- Não sei como depois de tanto tempo, você consegue me convencer em fazer essas loucuras! –caem no chão de cansaço- Nós podemos morrer, eles estão atrás da gente!
De primeira instância Tarcísio falava em grau de seriedade, mas logo os dois caem em grandes risadas. Aquele momento os fez recordar grandes momentos na juventude.
CARMÉLIA: -alisando o rosto de Tarcísio – É incrível como você sempre apareceu nas horas que mais precisava.
TARCÍSIO: – cedido pelo impulso de paixão – Não sei, mas você sempre me atraiu, e sempre estará aqui. –apertando com o punho seu próprio coração. –Tarcísio levanta-se para conter sua emoção, e tentando mudar de assunto diz – Você precisa de mais alguma coisa, porque é melhor você seguir seu caminho e BEM longe daqui!
Carmélia com rapidez, cortando a fala de seu companheiro o puxa sobre ela, onde seus rostos se encontraram.
CARMÉLIA: Sua missão ainda não acabou, tem a recompensa final.
E assim, os dois cedidos pela emoção cederam-se para uma linda noite de amor.

CENA 5
Os anos vão se passando, e pequenas cenas vão mostrando com suas respectivas evoluções:

  • o

Barriga de Lívia aumentando e desviando dos beijos de Wulísses;

  • o

Carmélia grávida escondida no Uruguai morando as escondidas do Governo com Tarcísio, mostrando uma linda luz iluminando seu ventre.

  • o

Filha de Lívia vêm a nascer. Uma Linda menina;

  • o

Wulísses ganha mais reconhecimento político ao lado de Getúlio Vargas;

  • o

Ditadura Militar. Militares assume o governo, e uma era de opressão inicia-se.

  • o

Carmélia ganha um Menino saudável, e com seu sorriso de satisfação encontra nele a salvação que tanto procurou.

CENA 6
O Filho de Carmélia: Renée Lozano, já com oito anos de idade ouvia atentamente as indicações de Carmélia. E com vários impressos de jornal vai mostrando item por item dos noticiários que rolaram no ano de 1940.
CARMÉLIA: Está vendo meu filho… –aponta para a foto de Hugo – Este foi o homem que disseram ter machucado a cantora que você mais gosta.
RENÉE: Mas foi ele que matou a Belinha, mamãe?
CARMÉLIA: Nãooo meu filho! Não foi ele, isso foi uma coisa muito bem elaborada por pessoas muito maldosas e que eles precisam pagar por isso… Você não acha?
RENÉE: Acho sim, mamãe, Hugo não mereceu tudo que passou! Ele não fez nada!
CARMÉLIA: Isso mesmo meu filho!! É assim que a mamãe gosta… Por isso você será um grande jornalista, capaz de mostrar pra todo esse povo que VOCÊ está certo e calar a boca de toda essa gente!
RENÉE: – bom o braço erguido honrando as palavras da mãe – Sim, Renée Lozano, o mais novo jornalista que vai provar tudo que o país nunca soube!
CARMÉLIA: – beijando o rosto do filho – Isso mesmo meu filho, o grande super herói da mamãe… Agora vai lá fora brincar de jornalista vai, meu filho.
Renée sai com satisfação. Desde a gestação, Carmélia treinara para que houvesse um condicionamento e seu filho se tornasse tudo o que um dia desejou.
Tarcísio que observava tudo interroga.
TARCÍSIO: Para com isso, Carmélia. Pra quê ficar remexendo o passado? Ainda mais agora que/ – Tarcísio não continua devido sua lamentação.
CARMÉLIA: Você queria dizer prestes a morte, não é, Tarcísio?
TARCÍSIO: Sim, Carmélia. Há pouco você descobriu esse câncer maligno e logo – tentando segurar o pranto – e logo você irá partir, e talvez o Renée nem siga seus passos e… /
CARMÉLIA: Ele vai seguir… Eu não posso estar presente para ver tudo isso… Mas ele vai seguir passo a passo tudo o que eu dediquei durante esse tempo… ELE VAI SEGUIR – repete mais uma vez – Está escrito!

CENA 7
Wulísses chega em sua casa e logo recebe uma linda menina radiante com sua chegada:
EMANUELLA: Papai!!
WULÍSSES: -pegando-a pelos braços- Minha filha Linda.
Beijam-se na testa para cumprimentar-se.
Emanuelle logo é levada pela babá, e Lívia vai e sua direção.
LÍVIA: Wulísses, isso sempre me deixou aflita, acredito ser melhor a Emanuelle saber desde agora pequena, que você, na verdade é um pai adotivo, e seu verdadeiro pai morreu. /
WULÍSSES: Não! Emanuelle é minha filha! E jamais repita isso, Lívia, Jamais! Emanuelle sempre será minha filha!
Os olhos de Wulísses pegavam fogo quando tocavam nesse assunto. Lívia abaixa a cabeça, cedendo à fúria de seu marido.

CENA 8
Wulísses dentro de seu escritório sorri satisfeito, capaz de seu velho e confiável assistente Alberico observar e assim, questionar:
ALBERICO: O Senhor não esteve tão feliz como está atualmente, não é mesmo senhor?
WULÍSSES: Sou uma pessoa realizada, Alberico! Consegui fundar minha microempresa que vai de bem a Melhor, ninguém para me atormentar e/ – caindo em conta do questionamento de Alberico, retorna com outra pergunta – é… Por que essa pergunta, Alberico?
ALBERICO: Senhor, depois que Carmélia Lozano foi transportada para o Campo de Concentração na Era Vargas, tudo ficou tão tranquilo, porém pelo pouco que a conheço, ela vai deixar pelo menos algo para voltar atacar…
WULÍSSES: Vira essa boca para lá, Alberico! Carmélia está morta, e graças a Deus bem LONGE de MIM !! – fala revoltado – O que aquela gorda estúpida poderia fazer? – pensativo.
No fundo, o que Alberico disseram teria a profunda razão, Carmélia não se daria por satisfeita, e com certeza, faria algo para afetarem. Custe o que custar.

CENA 9
Carmélia passava muito mal, e Renée não saia ao lado de sua mãe preocupado ao extremo.
RENÉE: Mamãe fica bem logo, por favor…
CARMÉLIA: -fazendo força ao falar- Renée, você já sabe o que tem que fazer, fazendo isso a mamãe aonde quer que ela esteja ela vai olhar pra você.
Carmélia, fazendo seus últimos esforços, entrega um vídeo em VHS para Renée.
CARMÉLIA: Tome filho, – Renée pega a caixa que fora guardada o VHS- Guarde muito bem, meu filho.
RENÉE: Mas, para que isso, mãe?
CARMÉLIA: Guarde e esqueça-se dele… Você saberá a hora certa de usá-lo… Quando você estiver bem grande e morando lááá no Brasil, onde você sempre sonhou conhecer.
Renée abraça a caixa seguindo as ordens da mãe.
E assim, Carmélia parte em paz.

NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Renée chega ao Brasil com o objetivo de realizar tudo o que lhe foi ensinado desde pequeno pela honra de sua mãe: Carmélia. As investigações do passado iniciam-se. Renée fica frente a frente de Emanuelle.

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