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Vovó Macumba

Terceiro Capítulo – Vovó Macumba

Capítulo TRÊS

Web de: Igor Cesar Nascimento

 

(…) A mesa da sala de jantar ainda estava intacta com as decorações do que era para ser o seu tão aguardado chá de bebê. Antes mesmo de se casar, Barbara sempre sonhou em ser mãe. Há poucos meses atrás, realizou esse sonho.

Bom, era para realizar, se não fosse por seu marido, Will. O que era para ser uma simples agressão de um de seus frequentes ataques bipolares, acabou gerando num aborto, devido a uma agressão corporal mais grave. Queria ela ter evitado de cair nas escadas. Queria ela que aquilo terminasse somente com uma lesão no braço. Queria ela, que esse casamente fosse normal…

 ” Will é incontrolável e perigoso. “- disse Sílvia para a filha, enquanto retiravam o curativo do antebraço de Barbara ao saírem do hospital. (…)

[Esses acontecimentos ocorreram na primeira gravidez de Barbara]

 

– Se acalme, Val – disse Will num tom aconchegante e acolhedor para ela, porém, os seus olhos escuros estavam claramente vidrados e direcionados ao seu corpo:

– Eu estou calma, senhor Will. – Valerie responde, num tom inseguro. Dando passos para o lado, na tentativa de encontrar uma toalha ou algo que possa tampar as partes de seu corpo.

Will caminha até ela, que rapidamente se esquivou:

– Por que está fugindo de mim? – Will perguntou – Por acaso, está com … medo? – e fica parado em sua frente.

– Na-Não, senhor… – Valerie fica sem reação. – Eu preciso me vestir – tenta passar por ele, mas ele deu um passo para o lado. – Senhor, com licença … – tenta de novo, mas ele repete o mesmo ato, bloqueando a passagem.

– Sabe, Val, só agora que parei para prestar atenção num fato importantíssimo sobre você – e coloca as mãos em seus cabelos – Como você é bela.

– Obrigada, senhor … – e retira as mãos dele – O meu namorado me fala isso todos os dias também. – lança uma indireta, ficando entristecida ao se lembrar do término do namoro.

– Por que não aproveitamos essa oportunidade que nos foi dada?

(desconfiada) – Qual oportunidade? – ela não ficava assustada com suas palavras, mas sim, na calma e tranquilidade como as dizia:

– Preste atenção – e, com o dedo indicador, faz uma volta pelo ar, se referindo a toda extensão do apartamento – Estamos só eu e … você aqui em casa.

Valerie compreende suas intenções, e sem pensar duas vezes, tenta sair. Mas ele segura os seus braços. Apavorada, ela dá um forte chute em suas partes íntimas, que com a reação dele conseguiu se libertar. Correu o mais rápido que pôde pela casa.

 

– Pegue, Barbara – Sílvia se aproxima, com um copo de água nas mãos. – Tente se acalmar. – se senta ao seu lado, em uma das cadeiras da cozinha da mansão.

No portão, Teodoro e Kauan se despediam dos convidados, convidados que ficaram aparentemente abalados pelo conflito ocorrido.

– Pronto, todos caíram foram. – diz Kauan, abrindo a geladeira.

Teodoro passa por eles quieto, sem dar uma palavra. Rapidamente se dirigiu ao quarto, onde se trancou:

– Papai está estranho ultimamente, o que ele tem? – pergunta Barbara.

– É a idade que tá chegando – brinca Kauan, soltando gargalhadas de si mesmo. Barbara faz uma careta. Nisso, ela se levantou para levar ao copo até a pia. Nesse ato, a manga de sua camisa desliza, expondo as marcas rochas tampadas pela manga em seu braço:

– Que marcas são essas, filha? – Sílvia estranha, se aproximando – São machucados?

– Isso não é nada demais, mãe – rapidamente tratou de puxar a manga – Coisa boba.

– Nada demais? – ironiza Kauan – Olha isso, cara! – e se aproximou da irmã para analisar visualmente as manchas no braço – O baguio aqui tá roxo até!

– Quem fez isso com você? – Sílvia se interessa, preocupada – Foi o seu marido? – Barbara fica olhando para os dois, não respondendo.

 Castidade balançava suas mãos, inquieta e ansiosa.  Floriano havia voltado a dormir, e os roncos de Francisco se escutava pela casa inteira. Estava ela sentada sozinha na cozinha. A luz não estava acesa, apenas o brilho do luar iluminava os cômodos da casa. Não conseguia dormir de maneira alguma. E mesmo se conseguisse, não queria correr o risco de ter aquele terrível pesadelo outra vez, temendo não ser um sonho, mas sim, em mais uma adivinhação.

No mergulho aos seus pensamentos, inevitavelmente aquelas horríveis imagens vinham em sua mente. Era como se de sua casa ela assistisse presencialmente as cenas daquele sonho: sua filha tão amada, que cuidou com tanto amor e carinho, gritava clamando sua ajuda, enquanto estava sendo violentada sexualmente.

 

Valerie corre até a sala, onde pega a sua bolsa e tenta vestir as suas roupas o mais rápido possível.

Conseguiu ver daquele canto escuro na sala a sombra de Will refletida na parede do corredor, onde o vê saindo do banheiro, e que no caminho vinha tirando a sua camisa e abaixando as suas calças. Apareceu na sala vestindo apenas sua peça íntima:

– Por que está fugindo, Val? – continuava falando de maneira calma, como um psicopata – Eu não vou te machucar. Prometo. – e se aproxima novamente. Ela se preparava para correr, mas ele puxa os seus cabelos. – Volte aqui, garotinha! Estou me irritando com você. – agarrou sua cintura, preparando para beijá-la. Sentiu o forte impacto do tapa que recebeu no rosto. – Ok. Se é assim que quer brincar – fecha sua mão, e agressivamente libera um soco na face dela, que cai ao chão jorrando sangue de suas narinas.

Ele fica de pé por cima do seu corpo, abaixando sua cueca. Buscando tentativas de escapar, ela mordeu a sua perna, mas recebe um chute na barriga em seguida:

– Costumo ser masoquista, essas tentativas não irão adiantar. – Will falou enquanto se deitava por cima dela. Colou as suas cabeças, e sussurrou em seus ouvidos – Se quiser gritar, grite.  Eu gosto.

Começou a penetrá-la, e sem pressa, repetiu esses atos. Valerie gritava. Will olhava-a com seus olhos negros, sentindo prazer em sua dor. Para cada tentativa de fuga, um novo soco ela recebia. Fugir era algo inalcançável naquele momento.

Efeito Sonoro: Lady Gaga – Til It Happens To You

– 1° Intervalo Comercial – 

– Só cai na caixa postal! – comenta Barbara desanimada, devolvendo o telefone ao gancho.

– Não se preocupe com ele não, maninha. Logo logo o ataque de pelanca que deu nele passa. – Kauan tenta acalmá-la.

Barbara novamente pega o telefone, discando alguns números:

– Vai tentar ligar para ele outra vez?

– Não. Estou ligando para a minha vizinha.

– Por que?

– Quero que ela fique com a minha filha até eu voltar para casa.

– Mas a Alice não tá com a babá?

– Está. Mas estou com medo do Will ter chegado lá. Não quero que nada de mau aconteça com a minha bebê.

– Você acha que Will seria capaz de fazer alguma coisa com a sua filha? Não confia nele?

– Confiar eu confio. Só não confio nesse outro demônio que habita dentro dele – se vira a parede – Psiu! A vizinha me atendeu…

 

  • – Como a lua está bela esta noite, não concorda, meu bem? – brincou Will, enquanto terminava de fechar o zíper de sua calça. Em passos lentos se afasta do corpo de Valerie.

Will se olhou no espelho, vendo que seus olhos continuavam escurecidos.

Poderia tudo seguir bem, até que o choro agudo de Alice berrando em seu berço o perturba novamente. Irritado andou até o quarto dela, parando ao lado do berço:

– CHEGA! Estou farto de você, garota! – a bronca a fez chorar mais alto ainda – Quer saber? Vou dar uma lição em você, filhinha.

Impaciente e agressivo, pegou a mala da bebê, enchendo ao máximo de roupas. Pendura a alça em seu ombro, pegando-a nos braços:

(com voz de criança)Vamo dar um rolê pela cidade? Vamo bebezinha linda do papai? Vamos! Vamos! – começa a andar com ela pela casa. Pega as chaves do carro que deixou em cima do balcão, e fechou a porta ao sair.

 

“Toc! Toc!” Bete bateu outra vez na porta, mas ninguém a atendia. Ela morava no apartamento ao lado do casal. Barbara havia minutos atrás ligado para ela aflita, fazendo um pedido para que cuidasse de sua filha até chegar. “Será que a bebê está sozinha na casa?” se preocupa, se arriscando a abrir a porta. Sorri ao conseguir entrar no apartamento.

Ao entrar, percebe que lá dentro não havia ninguém. Todas as luzes estavam apagadas. Apalpou a superfície da parede até sentir o botão do receptor:

  • – Meu deus! – berrou assustada assim que a luz se acendeu, encontrando um corpo caído e ensanguentado no canto da sala.

 

  • -2° Intervalo Comercial-

 

– O que está fazendo acordada? – pergunta Francisco, acendendo a luz da cozinha, espontaneamente assustando a esposa:

– Não consigo dormir. – responde Castidade, se levantando – Está com fome? Quer que eu prepare algo para comer?

– Não. Eu quero saber aonde é que está a minha filha que não chegou até agora! – fecha a cara, perguntando num tom de ameaça – Não está escondendo nada de mim, está?

Castidade fica sem palavras, nervosa. Para sua salvação, o telefone tocou. Francisco foi até a escrivaninha na sala para atender a ligação. Castidade o acompanha, preocupada com quem poderia estar ligando a essa hora da madrugada.

Ele bate o telefone contudo ao encerrar:

– O que aconteceu? – Castidade se preocupa, temendo ouvir o que previa.

 

– Obrigado, doutor! – Floriano agradece-o assim que ele apontou em qual ala da UTI sua irmã estavam. Imediatamente a família foi até lá.

Começam a chorar ao vê-lo extremamente machucada, preenchida por curativos e cabos de equipamentos médicos.

Floriano limpa as suas lágrimas:

– Isso não irá ficar assim! – puxa o filho para fora.

– Aonde vocês vão? – pergunta Castidade.

– Eu vou cumprir o que prometi. – Floriano segue o pai para fora do hospital, mesmo contra vontade.

 

– Olha, a porta está aberta! – comenta Kauan assim que chegaram no apartamento. Os dois entram.

Ele se senta no sofá, observando a irmã andar de um cômodo para o outro:

– O quê aconteceu, maninha?

– Não encontro minha filha em lugar algum. – responde ela, voltando a andar ansiosamente pela casa.

– Mas ela não está com a vizinha?

– Não está, telefonei para ela antes de virmos. – Barbara exausta se senta no sofá, começando a chorar – Será que o Will levou a minha filha?

 

– Pegue esta. – Francisco entrega um revólver para Floriano, que pega com extremo medo e cuidado. Para ele, pegou a velha espingarda.

Fechou o caixote e guardou-o outra vez no piso falso nos fundos da casa:

– Para quê isso, pai? O que pretende fazer? – Floriano tremia com o objeto em mãos. O pai se levanta, analisando a arma:

– Eu falei para você e a sua mãe aquela hora que se alguma coisa acontecesse com ela, aquele filho da mãe do namoradinho dela iria pagar.

– Mas, pai, era para ser apenas um jantar. Quem sabe não…

– Chega! – interrompe-o impaciente – Vamos acertar essas contas. – Francisco caminha até entrar em sua velha lataria que chama de carro. Floriano queria ter a ousadia de não fazer o que o pai manda, mas não nasceu com isso. Entra no carro também.

Inocentes, prosseguem para fazer uma falsa justiça, resultado da própria mentira de Valerie, não revelando que estaria trabalhando.

 

” Eu sou um merda!” reflete Miguel, terminando de usar aquele baseado. Estava desapontado consigo mesmo por ter fracassado, retornando aos atos de seu antigo vício. De pé ao lado da lareira, jogava as suas fotografias com Valerie, observando uma por uma se queimar entre as chamas.

Até que a energia da casa toda se apaga, deixando tudo uma escuridão.

Ele caminhou até a janela, verificando que a energia elétrica havia acabado somente em sua casa:

– O quê aconteceu? Eu paguei a luz esse mês. – mas dúvidas começam a rondá-lo -Quer dizer,eu espero que tenha pagado realmente.

Saiu da casa e foi até o portão para verificar o que havia acontecido.A caixa de registros liberava faíscas.

Ao se aproximar, percebe que os cabos e fios da caixa foram propositalmente danificados. Ficou preocupado, e retorna para a casa na tentativa de pegar uma lanterna para resolver a situação. Porém ao pressionar a porta, não consegue entrar. Ela estava trancada:

– Procurando por isso? – pergunta Francisco, surgindo ao seu lado,saindo dentre os arbustos que rondavam a casa. Na ponta do dedo, balançava o molho de chaves, abrindo um sorriso.

 

  • – CONTINUA –

5 comentários sobre “Terceiro Capítulo – Vovó Macumba

  • Gente, como esse Will é um ser repugnante, detestável!!! Não acredito que ele fez o que fez com Valerie… e provavelmente fará algo ruim com a pequena Alice também.
    Barbara, deixa de ser tonta e vai logo à delegacia… procure por sua filha o quanto antes, pois daqui a pouco pode ser tarde demais.
    Castidade teve mais uma visão sua se tornando em realidade, essa mulher tem poderes sobrenaturais.
    Eita, é agora que Miguel vai acabar se ferrando por conta de algo que não fez!!

    • E agora Anderson, você vai continuar torcendo pelo casal Barbara e Will?
      É coitada da Val mesmo neh, mas vamos ver o que será dela.
      Mas no próximo capítulo você vai ver se Miguel vai pagar pelo pato da mentira da Val, pq os pais dela pensavam que os dois saíram para jantar.

      Espero que estejem gostando, hein!
      To me esforçando aqui rsrs

  • Gente, está aí mais um capítulo. Espero que tenham gostado.
    Hoje fiquei com menos tempo e não consegui revisar o texto. Se encontrarem alguns erros ortográficos, está aí a justificativa.
    Amanhã sairá o próximo, hein!
    Mais acontecimentos virão, encontro vocês lá

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