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Doce Mel

Doce Mel — Episódio 004

  • Roteiro Brasileiro de web Série
  • Episódio 004

 

DOCE MEL

 

  • Web Série de
  • LUCAS BITTENCOURT
  •  
  • Escrita com colaboração de
  • FAILON TEIXEIRA
  • GUILHERME SILVA
  • LUCAS GOMES

  • CENA 01. MANSÃO DONALD – ESCRITÓRIO – INT – NOITE
  • Continuação imediata da ultima cena do capítulo anterior. Reação de Jeffrey ao vê seu tio sentado na cadeira. O coração do garoto acelerou; seus passos vão rastejando para trás.

            Jeffrey — Quem… – gaguejou – Quem é você?

Jacob se levanta e caminha até Jeffrey, olhando pro menino assustado como se gostasse dele.

            Jacob — Jeffrey, você não está lembrando-se de mim? – agachou na altura de Jeffrey, e ri – sou eu, seu tio Jacob!

            Jeffrey balança a cabeça, não lembrando — Não me lembro! Quem é você? – avalia o seu rosto – Você se parece com meu pai… Onde ele está?

            Jacob — Jeffrey querido, seu querido papai teve que dar uma saidinha, que pelo visto vai demorar muito… – estala os dedos – muito tempo fora, e me pediu pra tomar conta da fabrica, e de você…

Jeffrey ao ouvir leva um espanto e sai correndo. Jacob rir indiscriminadamente.

 

  • CENA 02. MANSÃO DONALD – QTO JEFFREY – INT – NOITE
  • Jeffrey entra correndo em seu quarto e se joga na cama. Seus olhos já estão lacrimejando.

            Jeffrey começa a se questionar em pensamento — Quem é aquele homem?… Ele é muito parecido com o meu pai…

De repente, ele ouve passos vindos do corredor. A sombra de um par de pernas está parada em frente à sua porta.

            Ouve-se a voz de Jacob — Sobrinho… É o titio… Abra a porta pra gente conversar!

            Jeffrey — ( grita ) Vai embora!

A maçaneta começa a girar. A respiração de Jeffrey fica forte, olhando a porta, que se abre e Jacob entra. Jeffrey se levanta rapidamente, pega uma arma de brinquedo e aponta para Jacob.

            Jeffrey — Não se aproxime! – mirou.

            Jacob põe a mão na cintura — Oh, o que vai fazer, não vai atirar em mim vai? – ironizou – Isso é só um brinquedo, não machuca! – enrijeceu.

            Jeffrey — Machuca sim!

Então, Jeffrey joga a arma de brinquedo bem no joelho de Jacob e o fere.

            Jacob com ódio — Seu moleque!

Mas Jacob contém a raiva, e olha para o sobrinho ‘docemente’.

            Jacob — Sobrinho, eu não vim aqui pra brigar com você, e sim, pra cuidar de você! – harmonizou.

Jeffrey leva um olhar como se não tivesse mais com medo do tio, então se aproxima…

            Jeffrey — Tem certeza que não vai me machucar?

            Jacob — Claro que não querido! – abre os braços – Vem aqui me dar um abraço!

Jeffrey, ainda temendo, sede um abraço ao tio.

Close na cara de Jacob, enojando o abraço.

            Jacob — Agora vai dormir, querido, tem que acordar sedo amanhã!

            Jeffrey — Tio, o senhor realmente não sabe onde meu pai está?

            Jacob o olha abismado — Olha, é como eu já lhe disse, ele fez uma viagem muito longa e vai demorar um pouquinho pra voltar, mas enquanto isso, eu vou ficar aqui… Com você!

Marcar cara triste de Jeffrey que vai deitar-se, Jacob apaga a luz.

 

  • CENA 03. MANSÃO DONALD – ESCRITÓRIO – INT – NOITE
  • Nos aproximamos do escritório, vendo Jacob falando ao telefone enquanto fuma um charuto.

            Jacob — ( ao cel. ) É, já estou na mansão… Ele desapareceu… Só ficou eu, e o garoto esquisito! – senta- se na cadeira e põe os pés sobre a mesa – Meu plano está dando certo, hahaha! A única coisa que deu errado era a morte do garoto, ele sim era pra morrer, não a Floripa! – rir – eu ia me divertir um pouco com a minha cunhadinha… Mas isso não importa, o importante é que o imbecil do meu irmão sumiu, e eu vou assumir tudo! – olha pro retrato de Jeffrey em cima da mesa – e vou “cuidar” muito bem do meu sobrinho! – rebola o retrato na parede.

Ele desliga o celular, se levanta, e fica de frente para a janela.

  • CENA 04. CASA DE GIL – QTO DE KATIE – INT – NOITE
  • No quartinho cor de rosa de mina, encontram-se Katie, Alice, Joana, Laura e Carla. Estão numa festa de pijama. A conversa já começou.

         Katie — Os meninos têm um clube só para eles, e não pode entrar meninas! Nós também poderíamos fazer um só nosso e proibíssemos a entrada de meninos!

            Carla — Isso mesmo! Se a gente não pode entrar no deles, eles também não podem entrar no nosso!

Todas concordam com a sugestão e debatem sobre o seu clube. Logo aparece Mônica, com um livro na mão.

            Monica — Meninas, querem ouvir uma historinha antes de dormir?

            Todas se animam — Oba! Conta, conta!

            Monica abre o livro e começa a ler — “Era uma vez, uma menina que se perde uma floresta e agora… um bicho grande e asqueroso corre atrás dela…

No meio da história, um forte trovão assusta as meninas. Todas correm pra perto de Mônica.

            Mônica — Calma, meninas! Foi só o trovão!

 

  • CENA 05. ALAGOA DOS ANJOS – NOS ALTOS – EXT – NOITE
  • Vemos a ponta de uma vassoura flutuante parada observando a cidade. CAM vai passando pelo cabo da vassoura até encontrar uma mão de velha, toda enrugada.

  • CENA 06. CASA CUMBICA – COPA – INT – NOITE
  • Estão reunidos Janaína, Laerte e Paulo, jantando – menos Eustácio.

            Paulo — Mamãe, onde está o papai?

            Janaína — Está enfurnado dentro do laboratório com as pesquisas bobas dele!

 

  • CENA 07. LABORATÓRIO CUMBICA – INT – NOITE
  • Encontra-se Eustácio, conversando com sigo mesmo enquanto faz suas pesquisas.

            Eustácio — Está quase pronta! Logo, logo eu não serei mais chamado de louco!

            Paulo adentra o laboratório — papai?

Eustácio deixa suas pesquisas, toma postura de pai serio, e vai falar com o filho.

            Eustácio — Filho, o que está fazendo aqui?

            Paulo — Porque o senhor não foi jantar com a gente?

            Eustácio — Não deu, filho. Eu estou muito ocupado com as minhas pesquisas, mas, amanhã eu janto com toda a família!

Paulo fica triste pelo distanciamento de seu pai e sai. Eustácio volta a suas experiências.

 

  • CENA 08. CASA DA PROF. SILVIA – SALA – INT – NOITE
  • Silvia, muito preocupada, com o telefone não mão.

            Silvia — Vai atende! Atende, por favor!

Atende do outro lado…

 

  • CENA 09. MANSÃO DONALD – ESCRITÓRIO – INT – NOITE
  • Alternar esta cena com a anterior. O telefone toca, Jacob atende.

            Silvia — ( no cel. ) Alô, Sr. Jackie Donald, é a Silvia, a professora do Jeffrey! Eu queria saber se ele já apareceu? Se ele está bem? Estou muito preocupada, até agora não tive noticias dele!

Jacob abre um sorriso silencioso, irônico e malicioso.

            Jacob fala fingindo ser o irmão — Já apareceu sim professora Silvia. Ele só tinha saído pra tomar um sorvete, sabe como é as crianças…

            Silvia — ( no cel., aliviada) Graças a deus está tudo bem! – estranha a voz, percebendo uma diferença – Está tudo bem Sr. Donald? Sua voz está meio estranha…

            Jacob — Está tudo bem, professora! Qualquer coisa eu lhe aviso, tchau!

Jacob desliga sem mais delongas.

            Jacob — (só p/ si, irônico) Sr. Donald, está tudo bem? – imitou fazendo bico – Oh mulherzinha chata… Já não fui com a cara dela sem mesmo ver. Deve ser uma dessas baleias que só sabe ensinar o ABC e encher o saco dos outros com assuntos bestas!

A CAM vai passando em Silvia de baixo, contrariando o que Jacob falou e mostrando uma linda mulher.

            Silvia — (p/ si) Que estranho! – balança os ombros – Ah, mas deixa pra lá! O importante é que o Jeffrey apareceu, ele é o que interessa!

 

  • CENA 10. ALAGOA DOS ANJOS – NOS ALTOS – EXT – NOITE
  • Noite escura chuvosa e nublada, diferente de todas as outras. Vemos uma arraia vestida de preto passando rapidamente em cima de uma vassoura. Vamos nos aproximando, vendo que é uma mulher, de vestido preto e longo, com um colar de ossos, um chapéu longo e pontudo, um nariz grande e fino com uma verruga. A cara é velha e rachada. Esta é a terrível bruxa Gioconda. Ela solta um terrível gargalhada. E do seu lado, aparece outra mulher em uma vassoura, de cabelos ruivos flutuantes, a cara vermelha e rachada, um nariz como de cobra. Esta é a bruxa Lampreia. As duas estão olhando cada canto da cidade.

            Lampreia — Onde estão aqueles furúnculos fedorentos? Eu não vejo nenhum!

            Gioconda — Calma! Eles estão escondidos por causa da chuva, as eles não conseguem se esconder dos nossos potentes ouvidos. – OLHA PRA BAIXO – Cadê vocês criancinhas nojentas e tristes? Tia Gioconda vai pegar suas lágrimas, gota por gota!

            Lampreia — Vamos acelerar, senão a Mirna vai nos matar! Eu fico com as fedidinhas e você com os remelentos!

            Gioconda — Ok, vamos!

As duas aceleram como uma flecha e somem no céu escuro. Só vemos a sombra delas na lua e ouvimos suas terríveis gargalhadas.

  • CENA 11. CASA DE GIL – QTO DE KATIE – INT – NOITE
  • As meninas estão todas dormindo. Uma forte ventania lá fora. De repente, já janela, vemos a sombra da bruxa Lampreia. A janela se abre, e ela entra, cuidadosamente.

            Lampreia — (cochichando) Olá queridinhas! Ainda bem que vocês estão todas juntas, assim economizo tempo e trabalho! – franze a testa, indagada – Mas, eu preciso fazê-las chorar pra poder pegar a encomenda!- ri de língua pra fora – Agora é a hora da minha amiguinha entrar em ação…

Ela pega sua varinha, quem tem a forma de uma cobra espichada e empalhada de boca aberta. Ela lança um feitiço contra as meninas. Magicamente, as garotas começam a chorar, mas continuam dormindo.

            Lampreia — (cochichando) Perfeito! Agora é só – puxa um frasco de dentro do decote – eu recolher!

Ela chega mais perto de Katie para recolher as suas lágrimas, mas Katie acorda, e ao ver a bruxa se assusta.

            Katie aos gritos — Socorro! Uma bruxa… Sai… Socorro!

Todas se acordam assustadas.

  • NO QUARTO DE GIL
  • Gil e Monica acordam assustados com os gritos.

            Gil — Que gritaria é essa?

            Monica — Deve ser um ladrão! Ai meu Deus!

Gil levanta rápido e pega uma espingarda.

            Gil — Se for, eu pego ele!

Gil e Monica saem correndo pro…

  • QUARTO DE KATIE
  • Chegando lá, eles se deparam com a bruxa. Gil fica nervoso, tremulo.

            Gil aponta a arma — Parada aí, esquisita! Quem é você?

            Lampreia — Não te interessa! Vai dormir1

Lampreia lança um feitiço em Gil e Monica e os dois caem adormecidos.

            Lampreia olha o frasco em sua mão — Já tenho que preciso!

Lampreia assovia e a vassoura entra pela janela. Ela pula em cima e sai dando gargalhadas pela janela.

            Carla — O que foi isso? Eu não acredito no que vi!

            Laura — É isso mesmo, acho que bruxas existem!

 

  • CENA 12. CASA DE PEPITO – QTO DE PIETRO – INT – NOITE
  • Carlota está colocando Pietro pra dormir. Ela dá um beijo em sua testa.

            Carlota — Boa noite, meu mor! Duma com os anjos, com são Pedro, com são Lucas, com são Paulo, são Bernardo, são Sebastião, com são Jorge…

            Pietro — Puxa vida, mamãe, com tanto santo aqui comigo a cama vai quebrar!

Carlota ri, o beija e sai. Ele se vira para o canto. A CAM vai se afastando dele cada vez mais indo em direção a janela em poucos minutos seus roncos já são ouvidos. É então que aparece a bruxa Gioconda, que ao lançar um feitiço nele o faz chorar e vai recolhendo suas lagrimas.

 

  • CENA 13. CASA CUMBICA – SALA – INT – NOITE
  • Paulo está sentado no sofá, mexendo em seu tablet. De súbito, seu irmão, Laerte vem escondido, com uma marcara de lobo. Do nada, ele surge atrás dele, o espantando. Laerte tira a mascara e começa a rir.

            Paulo — Não teve graça!

            Laerte — Teve sim!

            Paulo grita — Mãe, o Laerte está me assustando!

Janaína aparece.

            Janaína — Para com isso Laerte, e vai perguntar pro seu pai se ele não vai jantar hoje? Ou vai passar a noite toda naquele laboratório…

 

  • CENA 14. LABORATÓRIO CUMBICA – INT – NOITE
  • Close na agulha de uma seringa que espirra um líquido azul. O ângulo vai se abrindo e agora vemos que Eustácio a segura.

            Eustácio — Agora sim! Finalmente vou poder testá-la e mostrar a todos que eu estou certo e sempre estive!

Ele rasga a manga do seu jaleco, pega a seringa, enfia a agulha na sua veia, injetando em si próprio o liquido azul. Ele tira a seringa e rir contente. Do nada, ele cai no chão, paralisado.

            Eustácio arregala os olhos, assustado — O que está havendo? Eu não sinto as minhas pernas!

Ele se debate, tentando se levantar, começando a crescer subitamente. Inesperadamente, Laerte entra distraído.

            Laerte — Pai, a mamãe está perguntando se você não vai jantar…?

Ele desvia o seu olhar e ver que seu pai está caído de costas se contorcendo.

            Laerte — Pai? O que está acontecendo? Você está bem?

            Eustácio — Laerte… Fuja daqui meu filho, rápido, antes que eu faça algum mal contra você…

Laerte assustado sai correndo desesperado.

Eustácio se levanta, os seus ombros se curvam, suas pernas engrossam, pelos brotam por todo o seu corpo. Em suas mãos começam a crescer garras afiadas, e sua boca vai afinando como de lobo, e dentes e presas afiadas renascem sem suas mandíbulas. A CAM passa por seu corpo, agora, como uma fera horripilante, similar a um lobisomem. Ele quebra tudo e sai.

  • CENA 15. MANSÃO DONALD – QTO JEFFREY – INT – NOITE
  • Jeffrey está deitado na cama, dormindo, quando ouve um barulho e acorda. Suas pálpebras se endurecem não querendo abrir. O garoto consegue abrir os olhos, e os coçando, vê uma forte luz flutuando sua cama. No meio da forte luz, se materializa o rosto de sua mãe, Floripa.

            Jeffrey encantado — Mamãe!!!

Ele olha feliz pra ela, que estende a mão pra Jeffrey. Os dois saem sobrevoando pela janela. Os olhos de Jeffrey brilham não acreditando que é sua mãe.

 

  • CENA 16. FLORESTA – EXT – NOITE
  • Passamos ligeiramente por uma floresta, até entramos no subterrâneo, e indo em direção a uma caverna.

 

  • CENA 17. CAVERNA DO MAL – INT – NOITE
  • As bruxas Lampreia e Gioconda chegam ali em suas vassouras. As duas já sacam os potes com as lágrimas colhidas das crianças.

            Lampreia — Agora está tudo pronto, vamos colocar no caldeirão.

            Gioconda — Espera aí… Cadê a Mirna?

Em um grande espelho forma oval, vemos um corpo de uma mulher, de cabelos longos e grisalhos, cor de pele violeta, olhos brilhantes e a cara é lisa e rachada. Esta é a bruxa Mirna, a líder das três. Ela atravessa o espelho e vai falar com suas irmãs.

            Mirna — Trouxeram a encomenda?

            Lampreia — Sim, querida irmã! Tiradas das mais bonitas perebas que nós encontramos!

            Mirna — Ótimo! – Mirna pega os frascos da mão das irmãs e leva até o caldeirão – Logo, logo o mestre Morticoul estará livre, e junto a nós novamente!

Mirna goteja as lágrimas no caldeirão, mas percebe que não tem o suficiente.

            Mirna — ( aos gritos ) Suas incompetentes! Bruxas de araque. Não tem o suficiente. Porque vocês não pegaram mais, imprestáveis? Está faltando a de um carrapato!

            Lampreia — Os sarnentos ficaram por conta da Gioconda. Então a culpa não é minha! – cruza os braços.

            Gioconda — Agora a culpa é minha?

            Mirna — Cala a boca, vocês são duas inúteis! Agora, Lampreia, faça algo que preste e ache o nojento!

Lampreia se concentra e usa seus poderes telepáticos para achar o menino.

            Lampreia abre os olhos Achei! Já sei onde podemos o encontrar! E ele está mais próximo do que vocês imaginam!

            Mirna — E onde ele está, peste?

            Lampreia — Aqui… Na floresta!

Nos rostos surpresos e contentes das bruxas.

 

  • CENA 18. FLORESTA – EXT – NOITE
  • Jeffrey é guiado pelo espírito de sua mãe. Seus olhos estão fixados no rosto dela, que sorri para ele. Ouve-se um ruído tremendo. O espírito de Floripa vai se apagando, até desaparecer.

            Jeffrey — Mamãe? Cadê a senhora?

Jeffrey pisca os olhos, e percebe que está numa floresta. Ele ouve outro ruído e se apavora saindo correndo. As palhas do mato começam a se mexer. E visto que uma criatura começa a seguir Jeffrey. Ele cai, e uma coisa horripilante aparece em sua frente, rosnando…

            Jeffrey — (Grita) Mamãe…

No rosto desesperado de Jeffrey.

| FIM DO CAP. 004 |

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