Maria Madalena

Capítulo 07 – Maria Madalena

São Paulo – SP.

Mansão dos Gouveia. Sala. De Manhã.

Elizângela meio pálida espera a confirmação da novidade contada pela filha.

EDUARDA: Meu marido!

Elizângela se senta no sofá desorientada.

EDUARDA: Aleluia vai buscar um copo de água com açúcar pra minha mãe… Corre!

Enquanto aleluia vai buscar a água, Eduarda se senta do lado da mãe. Enquanto isso Guido se senta em uma cadeira próxima do sofá.

ELIZÂNGELA: Como assim seu marido?
EDUARDA: Eu o conheci na Itália, nos apaixonamos e decidimos nos casar antes de voltar para casa.
ELIZÂNGELA: E porque você não nos contou antes sobre ele e esse casamento?
EDUARDA: É que foi tudo muito rápido, nos conhecemos e em menos de dois meses já estávamos casados. Quando eu vi já tinha acontecido. Depois disso não sabia como contar por telefone e decidi deixar pra contar quando chegasse em casa. Resolvi fazer uma surpresa.
ALELUIA: E que surpresa em Duda! – disse aleluia que se aproximou sem que ninguém tivesse percebido trazendo o copo de água com açúcar para Elizângela.
ELIZÂNGELA: E quem perguntou sua opinião sue estrupício!

Eduarda pega o copa de água e passa para mãe para que ela beba.
Elizângela bebe um gole e cospe a água de volta no copo.

ELIZÂNGELA: Ela pediu água com açúcar e não garapa! Será que nem pra isso você serve! – ela devolve o copo para a empregada.
ALELUIA: Me desculpe senhora, é que fiquei um pouco surpresa com a novidade.
ELIZÂNGELA: E o que você tem haver com isso.
ALELUIA: Nada senhora.
EDUARDA: Mãe! Também não é pra tanto, não precisa falar assim com a Aleluia. Ela só ficou assim porque se importa com nossa família – Aleluia balança a cabeça confirmando.

Guilherme observava tudo em silencio esperando que fosse convidado a participar da conversa. Mais vendo a cena entre Eduarda, Elizângela e a empregada e não aguentou e começou a rir. Fazendo com que todos na sala olhassem para ele.

Restaurante centro de São Paulo. De tarde.

Lucas e Beto estão em um restaurante esperando um cliente para um almoço de negócios. Eles estão sentados em uma mesa próximo da janela para observarem o movimento da rua. Eles falaram de negócios e agora voltaram a falar da carta.

LUCAS: Já deixei tudo acertado, amanha depois da reunião com o gerente do banco eu vou descer pro litoral.
BETO: E vai conhecer seu irmãozinho – ele rir – e a mãe dele. Como é mesmo o nome dela?
LUCAS: Maria Madalena.
BETO: Maria Madalena. Parece nome de… Melhor deixar quieto.
LUCAS: Mais é bem isso mesmo. Deve se uma vagabazinha para ter engravidado de um velho casado.
BETO: Também não é pra tanto, primeiro você não a conhece e segundo, convenhamos que seu pai era o senhor bem apanhado.
LUCAS: Mais era casado.
BETO: Mais você não sabe se ela sabia disso ou não.
LUCAS: Agora você vai ficar do lado dela.
BETO: Só não quero ser injusto… E falando nela, você já decidiu se vai falar pra sua mãe sobre essa garota.
LUCAS: Vou sim, ela tem o direito de saber, mas antes eu quero conhecer essa tal de Maria Madalena.

O telefone de Lucas toca um alerta de que recebeu uma mensagem. Lucas pega o telefone e lê a mensagem.

LUCAS: É do Guido. Ele avisou que já está no Brasil.

Ilha Comprida – SP.

Restaurante/bar RICO’S. De Tarde.

Madalena termina o atendimento de uma mesa e vai até o balcão onde se inclina para falar com Rico que está no caixa.

MADALENA: Tá tudo bem entre você e o Rodrigo?
RICO: Sim, por quê?
MADALENA: Porque a Fafá me disse que vocês tiveram uma discussão ontem e que o Rodrigo sai bravo daqui de dentro.
RICO: Claro que ela disse – disse, balançando a cabeça desapontado – Ainda bem que ela esta com a manhã livre se não ela ia me ouvir.
MADALENA: Ela não faz por mau. Você sabe que quando ela gosta da pessoa não consegue não se intrometer na vida dessa pessoa.
RICO: E pelo visto ela gosta de todo mundo aqui né, afinal ela não perdoa ninguém – os dois riem.
MADALENA: Mais sobre o que foi a discussão?
RICO: Nada de mais, coisa de irmão.
CLIENTE: Ei moça… – chama um cliente.

Madalena vai até sua mesa para atende-la.

Mansão dos Gouveia. Sala. De tarde.

Eduarda vem descendo as escadas após levar o marido para ver o quarto onde vão ficar. Elizângela ainda sentada no sofá aguarda a filha para uma conversa em particular.

EDUARDA: O Guido ficou no quarto, disse que queria tomar um banho antes do almoço.

Ao terminar de descer as escadas, Eduarda vai até próximo da mãe e se senta no sofá junto dela.

ELIZÂNGELA: Eu não quero nem ver o que seu pai vai dizer quando souber o que você aprontou!
EDUARDA: Você vai me ajudar né a falar com ele?
ELIZÂNGELA: Claro que não. Você não precisou de mim para se meter nisso.
EDUARDA: Mais mãe…
ELIZÂNGELA: Mãe nada!

Agência de Turismo. Sala de Lucas.

Lucas está conversando com Beto a respeito de uma ligação da policia marcando uma reunião para mais tarde para falarem a respeito do que foi descoberto sobre o acidente que matou o seu pai, o João Barreto. Lucas está em pé encostado em sua mesa enquanto que Beto esta servindo doses de whisky em dois copos.

BETO: Eles só falaram isso pra você pelo telefone? – se aproximando de Lucas e entregando um dos copos com whisky para Lucas.
LUCAS: Só, eles pediram que eu passasse às duas horas da tarde na delegacia. – Lucas bebe um gole de whisky.
BETO: Bom, se eles ligaram provavelmente deve ser algo importante… – Beto bebe todo o whisky do copo de uma só vez, fazendo uma careta em seguida – Você quer que eu vá com você?
LUCAS: Não vai ser preciso. Antes de você entrar eu liguei para o Dr. Ferrazo e pedi que ele me encontrasse lá na delegacia.
BETO: Ok então… E a respeito da viajem de amanhã, Você já falou de sua decisão para a Ester?
LUCAS: Sim, e ela concorda que eu devo ir resolver isso logo de uma vez.

Alguém bate na porta e entra em seguida. É Gercéle, uma das atendentes da agência de turismo.

GERCÉLE: Lucas. Desculpe interromper a reunião de vocês, mas é que tem um cliente que exige falar com o dono ou supervisor.
BETO: Pode deixar que vou ver o que ele quer – disse, se encaminhado para porta.
LUCAS: Eu vou junto também, estou precisando de um pouco de trabalho para me distrair – disse, indo em direção à porta atrás de Beto.

Em freta a Igreja.

A noite com o fim da missa de sétimo dia de João Barreto, família e amigos começam a deixar a igreja. Bárbara e Lucas saem da igreja de braços dados seguidos por Ester que vem logo atrás com Beto e Elizângela e sua filha Eduarda.

Lucas acompanha a mãe até próximo do carro dela, onde o motorista já esta a sua espera. Antes de entrar no carro Bárbara se despede de sua amiga Elizângela com um forte abraço.

ELIZÂNGELA: Assim que der eu passo na sua casa para conversamos. Nem te conto o que minha filha aprontou…
Bárbara e Lucas olham para Eduarda que balança a cabeça negando a afirmação da mãe.
EDUARDA: Mãe agora não é hora pra isso né!
ELIZÂNGELA: Você tem razão… Bárbara me desculpe – desse dando outro abraço em Bárbara.

Depois de se despedir Elizângela e Eduarda, Bárbara se encaminham para o carro delas.

Lucas se despede da mãe dando um beijo no rosto dela.

LUCAS: Tchau mãe!
BÁRBARA: Você e a Ester vão jantar lá em casa amanhã a noite né?
LUCAS: Desculpa mãe, mais amanhã depois do almoço vou fazer uma viagem de negocio para Santos – mente ele.
BÁRBARA: Viajar em plena sexta feira!
LUCAS: Pois é! Mas foi o horário que consegui com os donos de uma rede de pousas no litoral – continuou a mentir.
BÁRBARA: Mais você não vai voltar no mesmo dia?
LUCAS: Acredito que não! Eles querem me mostrar algumas das posadas nesse fim de semana.
BÁRBARA: Eu não acho que fim de semana seja dia pra negócios, mas como sei que você não gosta que eu me meta nos seus negócios não vou falar mais nada.

Ester que esta ao lado conversando com o Dr. Ferrazo se aproxima e se despede de Bárbara que entra no carro. Ao ver que o carro já se afastava Ester se dirigi para Lucas.

ESTER: Santos é?
LUCAS: Você esta ouvindo?
ESTER: Não muito, só algumas coisas.
LUCAS: Achei melhor contar essa mentirinha… Não quero que ela perceba alguma coisa… Pelo menos não agora.
ESTER: Tudo bem – disse, abraçando-o e em seguido o beijando na boca.
LUCAS: Ester me espera só um minutinho, quero trocar uma palavrinha com o Beto, já que ele vai ter que tomar conta de tudo na agencia enquanto estou fora.
ESTER: Amor, você acha que precisa mesmo, essa não vai ser a primeira vez que você deixa tudo nas mãos dele. Acho que ele conhece tão bem quanto você o funcionamento da agência.
LUCAS: Mesmo assim – disse dando um beijo na boca dela. E em seguida se aproxima de Beto.
BETO: E ai tudo pronto para viagem de amanhã?
LUCAS: Sim.
BETO: E como foi com a policia?
LUCAS: Eles estão suspeitando que pode ter sido mais que um acidente. Parece que a mangueira do freio estava cortada. Eles disseram que vão investigar mais antes de afirmar qualquer coisa.
BETO: Nossa, serio isso. Estranho não e não!
LUCAS: Eu também achei muito estranho, mas vamos ter que esperar o termino da investigação.
BETO: E porque eles te chamaram se não tinham nada definido para afirmar?
LUCAS: Eles queriam saber se meu pai tinha algum inimigo que pudesse ter feito algo desse tipo.
BETO: E o que você disse?
LUCAS: Que não fazia ideia!
BETO: E você falou sobre isso com sua mãe?
LUCAS: Não decidi esperar acabar a investigação antes de falar qualquer coisa.

No dia seguinte

Ilha Comprida – SP

Após da entrada no hotel, Lucas procura informações de como chegar ao endereço onde fica a casa de Maria Madalena.
Ao chegar lá ele percebe que não tem companhia e resolve chamar pelo nome dela.

LUCAS: Maria – ele chama.

Ele espera um tempo, e ao perceber que não obteve nenhuma resposta, volta a chamar por Maria Madalena, só que dessa vez mais alto.
Mais uma vez ele não obteve nenhuma resposta e decide tentar uma ultima vez. Ao perceber que não tinha ninguém em casa ele decide perguntar para um vizinho sobre o paradeiro de Maria Madalena.

Com esse vizinho ele descobre que Maria Madalena provavelmente de estar no restaurante beira de praia “RICO’S”. Após confirmar o endereço do local com o vizinho e pegar instruções de como chegar lá, Lucas entra no carro e sai em direção ao RICO’S.

Ruas de Ilha comprida próximas do restaurante/bar RICO’S.

Caminhado pela calçada se encontra Madalena e Fafá que estão voltando do mercado onde foram comprar uma vela para o bolo de aniversario de Léo que Madalena havia esquecido de comprar.

MADALENA: Eu nem acredito que esqueci de comprar a vela para o bolo.
FAFÁ: Isso acontece. É que é tanta coisa pra resolver e pra se preocupar que alguma coisa sempre acaba sendo esquecido.
MADALENA: Pois é, mas o importante é que já comprei.
FAFÁ: Mudando de assunto. Eu não entendo como você consegue dispensar um HOMEM como o Rodrigo! Ele é tão lido, tão sexe e tão gostoso.
MADALENA: Se você acha isso tudo porque não pega ele pra você…
FAFÁ: Bem que eu queria. Mais é por você que ele está apaixonado e não por mim. Ah mais se ele me desse mole! Huuum! Eu não pensava duas vezes – ela começa a rir.
MADALENA: Eu gosto dele e tudo mais, mais nossa historia já passou e não tem mais volta.
FAFÁ: Não tem porque você não quer. Porque da parte dele eu tenho certeza que ele é louco para que você o aceite de volta. Fora que depois que o Léo nasceu eu não vi você falar de nenhum homem com muito entusiasmo.
MADALENA: É porque nenhum deles me entusiasmou.
FAFÁ: Ou será porque você esta esperando por um príncipe encantado?
MADALENA: Só se for mesmo um príncipe encantado. E o que mais, ele vai aparecer em um cavalo branco.

As duas param no canto da calçada esperando o sinal fechar para que elas atravessem.

FAFÁ: Não precisa ser um cavalo branco, pode ser um carrão branco como aquele parado ali na frente – Fafá aponta para o carro de Lucas que acabou de parar no semáforo.

As duas olham para o sinal. Ao verem que o sinal está fechado para os carros elas começam a atravessar despreocupadas continuando a conversa.

No carro Lucas se distrai olhando a localização do endereço do RICO’S. E não presta atenção no semáforo. Então ele escuta o carro que está atrás do seu buzinado e, ele acredita que seja para que ele ande.
Lucas ouvindo o som da buzina tira o pé do freio e acelera para que o carro onde. Mas em seguida aperta no freio bruscamente, pois percebe que há duas mulheres na sua frente. Antes que o carro parasse completamente ele bate em uma das mulheres que é jogada no chão.
Lucas então sai imediatamente do carro para ajudar a mulher que caiu.

Deitada no chão, Madalena tenta se levantar.

MADALENA: Aii!… – ela geme, tentado se por de pé.
LUCAS: Você está bem? – estendendo a mão para ajudar Madalena a ficar de pé.
MADALENA: Como você quer que eu esteja bem depois de que um cego quase me atropelou! – fala enquanto se levanta olhando admirada para o homem que a esta ajudando.
LUCAS: Acredito que esse cego seu eu – ela passa a mão na cabeça – Me desculpe, eu achei que o sinal tinha aberto em não vi que vocês estavam passando – disse olhando para Fafá também que até agora estava sem demonstrar reação devido ao susto.

Madalena solta à mão de Lucas.

Continua…

 

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