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Corujas sem Asas

Corujas Sem Asas |Episódio 1×12

“Corujas Sem Asas”

uma web-série de Pedro Paulo Gondim

1ª Temporada || Episódio 12

“Adeus, Guilherme!”

Nos episódios anteriores…

Heitor: (se aproximando) Sua infeliz, bruxa!

Ele dá um tremendo tapa na cara de Mariana, que abaixa a cabeça de dor. Antônio também não perde a oportunidade.

Antônio: Você sempre odiou nossa família, sua vadia dos infernos! (dá um tapa nela).

[…]

Gustavo: Sei que somos melhores amigos, mas… (respirando fundo) Não sei! Sinto que a minha obrigação, é afastar de você.

Ele se levanta indo embora, mas Bernardo o puxa pelo braço e lhe dá um beijo.

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No outro dia, pela tarde, na redação de jornalismo…

Sophia: Olá Bernardo!

Bernardo: Oi! Fiquei sabendo que o chefe dará mais uma festa aqui na empresa.

Sophia: Desta vez, não! Será lá no parque ecológico “Zoomy” (nome e lugar fictícios) Vai ter muita farra e bebida. Desta vez, será a comemoração de 25 anos da empresa!

Bernardo: To doido pra pegar os novinhos!

Sophia: (ela ri discretamente) Aliás, vamos doar uma quantia para o parque também, pois eles vão plantar mais árvores lá.

Bernardo: Isso é bom. Mas, acho que nós, da redação, teremos que ajudar na limpeza do local. Construíram esse lugar foram para os bichos, mas nós, pelo menos, somos “bichos conscientes”.

Sophia: (pondo a mão na cabeça; expressão de se lembrar de algo) Você quer me acompanhar na cerimônia de Guilherme?

Bernardo: (estranhando) Ao que se refere? Ele está bem, não? (eles caminham até o lado de fora da redação; param de frente ao carro dela [vermelho]).

Sophia: Entre. Vamos ao enterro do mesmo!

Bernardo diz que se afastou de Heitor por alguns dias, e nem soubera da tal notícia. Em outra área da empresa, Arthur e Luana conversam.

Arthur: Estou indo ao enterro de Guilherme. Você vem?

Luana: Não sei. Não me sinto a vontade, em comparecer nestes tipos de lugares. Sinto medo de fantasmas.

Arthur: (rindo) Fantasmas! Não tenha medo. Você já é adulta, e é minha parceira de confiança. Por isso, peço que me acompanhe.

Luana: Eu vou! Mas se algum fantasma vir puxar meu pé à noite, eu te meto uma paulada na cabeça.

No cemitério, o clima é de comoção. Várias pessoas em forma do caixão e chorando, enquanto tocam a música preferida de Guilherme.

Heitor e Antônio se abraçam e todos começam a jogar rosas brancas em seu túmulo. Por último, cada um joga um pouco de terra encobrindo o caixão. Heitor vai ao bebedouro e encontra Arthur, que o abraça.

Arthur: (abraçando-o) Meus sinceros pêsames, amigo.

Heitor: Obrigado, Arthur. Não sei o que fiz para ter amigos tão leais.

Arthur: Mas sempre tem gente jogando contra.

Heitor: O que quer dizer?

Arthur: Estão te acusando, e eu te defendo em tudo!

Heitor: Mas, estão me acusando de quê?

Arthur: De matar sua antiga namorada, nesse caso, Ana! Pelo que sei, ela está fora do país, não?

Heitor: Estava! Ela voltou a alguns dias e até me cumprimentou. Foi aquela jornalista da Sophia?

Arthur: (falando baixinho e discreto) Bem… vamos dizer que nosso segredo sobre “ele” está em risco por sua causa. A equipe de redação deve estar enganada. Encobrimos todas as provas, mas ainda falam que você é acusado de matar sua namorada, enquanto estava bêbado.

Heitor: Mas você sabe muito bem que não fui eu! 2013 foi um ano longo para aquele maldito do Bernardo!

Flash back: Ano de 2013, boate, camarote [Noite].

Bernardo: (bêbado) E aí gatinho? Rola alguma coisa hoje?

Garoto: Você é um cara safado!

Bernardo: To nem aí! Você vem comigo?

Ele e o garoto entram em um táxi. Eles vão para um motel, onde depois de fazerem sexo, Bernardo acorda, e vê que está ao lado de um menino. Ele então se levanta e pega algo em algum cômodo.

Bernardo: Nunca deveria ter bebido. Agora, ele vai ter que sofrer as consequências por mim, pois eu, nunca irei me perdoar.

Bernardo volta ao quarto, e de repente… Logo após, ele liga para os amigos.

Heitor: (entrando no quarto gritando) Por que você fez isso?!

Bernardo: (chorando; colocando as mãos no rosto) Eu não… Nunca quis fazer isto!(Obs.: o que aconteceu, você saberá no próximo capítulo!)

Atualmente: Cemitério, pátio principal, bebedouros [Entardecer].

Luana: Foi com certeza, algo terrível para os Barny.

Sophia: Também acho. Bem, não vou te atrapalhar. Sei que você também tem que fazer a matéria sobre o velório…

Luana: Essa gente da redação vai acabar me deixando louca!

Sophia: (curiosa) Sabe onde está Arthur?

Luana: Não, mas estou indo procurá-lo.

Sophia: (dando um beijo no rosto) Tchau! Até mais.

Luana: (acenando) Até!

Sophia recebe uma ligação do chefe da redação. Ele diz que ela foi colocada em outro cargo, pois o antigo ocupador saiu.

Ela chora (de tristeza) quando é informada, que está encarregada da parte ecológica da redação, e terá que fazer uma matéria sobre o tema no aniversário da redação.

Delegacia. 3º andar. Laboratório/Sala 02 [Noite]

Fernanda: (ela tira uma amostra de sangue de uma das corujas) Isso é… Incrível! Existe sangue de cor… branca?

Coruja: (uma delas, sem asas) Você deveria era preocupar com a sua filha. Ela está precisando de suas asas!

Fernanda: (assustada, ela ameaça a coruja) Então, vocês são os tão esperados “anjinhos”? Eu nunca correrei atrás daqueles quatro elementos infernais, somente para não acabar com a…

Coruja: E na realidade, vocês não morrem. Somente seus corpos. Seu espírito será libertado somente no dia em que os sucessores, finalmente aceitarem respeitar a natureza, os animais, e eles mesmos… (ela conversa com um coruja-macho; volta a conversar). Na verdade, me excedi um pouco demais. Você não será morta hoje, mas sofrerá as consequências. Sua filha salvará o planeta, e as suas asas, serão dela amanhã!

Uma figura encapuzada entra no local. Tudo fica escuro. É possível ouvir gritos bem altos. As corujas e essa figura retiraram-se de lá às pressas. Quando os policias chegaram no laboratório, ligaram a luz e chocaram com o que viram: Fernanda não estava morta, mas inconsciente, com as costas ensanguentadas e lixadas.

Sophia para na entrada de uma casa. Uma casinha simples, meio velha, mas decorada as mil maravilhas em seu interior. Quem seria o dono, ou melhor, dona dessa casa?

Gilda Marcílio de Azevedo: (72 anos, branca, cabelos grisalhos, peso baixo-alto) Netinha querida!

Sophia: (abraçando-a) Que bom te ver vovó!

Gilda: Faz tanto tempo que você não vem aqui. Vá para a cozinha, sua prima está lá. Aproveite e coma o bolo de fubá que fiz.

Sophia: (rindo) Ai, ai… Só a senhora mesmo pra agradar a família!

Na cozinha, Vinícius abraça sua prima que retribui.

Vinícius: (apresentado-a) Prima, essa é minha amiga Laura!

Laura: (cumprimentando-a) Muito prazer!

Sophia: (brincando) Sua amiga é tão simpática.

Todos riem. Logo após, a janta é servida.

Gilda: (pondo a comida sobre a mesa) Gente, eu fiz uma lasanha divina!

Camila: Vovó! Já disse que quero continuar magra!

Gilda: Mas é claro, (pondo a outra comida) você ainda não viu o meu esplêndido bolo de chocolate, com flocos e chantili.

Laura: Nossa! Meu sonho é a senhora sendo minha avó!

Gilda: Que isso, assim você me envergonha.

Laura: Minha mãe mexe com tanta ciência que até na hora de fazer uma comida, ela tenta algo novo.

Sophia: Aliás, Laura, sua mãe já desenvolveu o projeto das corujas?

Laura: (curiosa) Corujas? O que elas têm?

Continua…

Pedro Paulo Gondim

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