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Vernissage

Vernissage – Capítulo 11

https://www.youtube.com/watch?v=6IvKn5ZG6m8

VERNISSAGE – CAPÍTULO 11:

CENA 01 – FIM DE TARDE – PRAIA.

Continuação imediata do capítulo anterior.

Helena: Ai desculpa, moça. Não foi minha intenção. Está tudo bem?

Cigana: Não foi nada. – a cigana olha profundamente para Helena. – moça, eu posso ler a sua mão?

Helena: Não, obrigado. Eu não acredito nessas coisas.

Cigana: Está com medo?

Helena, meio irritada: Não… Não é medo. Só não acredito nessas coisas.

Cigana: Se não tem medo, o que que tem deixar eu ler a sua mão?

Helena, incomodada: Tudo bem… – ela estende a mão para a cigana.

Cigana, deslizando o dedo e olhando fixamente para a palma da mão de Helena: Hum… Vejamos… Olha, que lindo… Você dedica sua vida em prol da arte. Dona de uma galeria.

Helena: Ah, muito difícil ver isso, já que meu nome e meu rosto vivem estampados em diversos outdoors pela cidade.

Cigana, com um olhar sério: Moça. Algo de muito grave vai acontecer com você.

Helena, assustada: Como assim, algo grave? Mas…

Cigana, a interrompendo: Previna-se moça. Não deixe que tudo aquilo que você conquistou por anos se escape pelo vão de seus dedos. Previna-se!

Helena, meio irritada: Como eu te disse, eu não acredito nessas coisas. Com licença.

Cigana, a segurando pelo braço: Cuidado, moça. Existem pessoas que querem te destruir. Tome muito cuidado.

Helena: Me solta, sua louca. – e sai…

A cigana a persegue com o olho, até a perder de vista.

Close no olhar pensativo de Helena.

CENA 02 – NOITE – APARTAMENTO DE OFÉLIA E ARISTIDES

 Os dois estão assistindo TV.

Ofélia: Sabe, Ari. Tava aqui pensando. Não acho ser uma boa ideia a Helena vender a parte dela na galeria para o Daniel.

Aristides: Mas por que?

Ofélia: Sabe, ela conquistou aquilo com tanta garra, tanto sacrifício. Não, não concordo em ela vender a parte dela naquela galeria.

Aristides: Mas, Ofélia. A nossa filha está ficando doente. Todo dia é um aborrecimento diferente. E isso não é bom pra ela. E outra, ela assim terá tempo para cuidar dos filhos dela. Principalmente do João que vive dando problemas.

Ofélia: Tá, mas se o problema é o João, ou a saúde dela, que seja, por que ela não tira umas férias? Não precisa se desfazer assim das coisas.

Aristides: Ofélia, entenda uma coisa: Ela bem poderia tirar umas férias, sim. Mas depois das férias, os problemas retornariam ainda piores. E ela ficaria mais aborrecida, mas depressiva. E ela precisa ser feliz. Precisa. A quanto tempo que eu não vejo minha filha sendo feliz…

Ofélia: Bom… Pode até ser. Mas que fique bem claro que eu não concordo com isso.

Aristides: E que fique bem claro que, concordando você ou não, ela é adulta já tomou a decisão dela. Goste você ou não. E que eu estou muito feliz com isso. Agora, vamos voltar para o filme.

Os dois assistem. Close no olhar descontente de Ofélia.

Amanhece o dia em Esperança. Imagem acelerada do sol nascendo. Foca na fachada do hospital Arcanjo Miguel.

CENA 03 – DIA – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL.

 Na recepção do hospital, Olavo está tendo alta.

Médico: Os devidos exames já foram feitos. Quando sair o resultado, entramos em contato.

Joana: Mas por enquanto, meu filho está bem?

Médico: Está sim. Ele reagiu muito bem aos remédios. Agora, é só continuar o tratamento em casa.

Olavo: Ok. Podemos ir embora?

Joana: Credo, Olavo. Nem agradece o doutor. – ao doutor – Doutor, muito obrigado por tudo, fico no aguardo do seu retorno.

Médico: Retorno sim. E, Juízo, rapazinho. Se cuida.

Joana: Bom dia, doutor. Até Mais.

Joana e Olavo vão embora.

CENA 04 – DIA – GALERIA ART’ VIDA

 Helena e Daniel discutem sobre a próxima exposição, mas Helena está distante.

Daniel: Então, eu estava vendo algumas pinturas que temos no nosso acervo, e separei algumas que seriam bem interessantes na exposição e… – ele percebe que Helena não está prestando atenção. – Helena??? Helena??? Você está bem?

Helena: Han? Ahh! Desculpa, Daniel. Só estou um pouco indisposta.

Daniel: Mas o que houve? Posso ajudar em algo?

Helena: Não, obrigada. Vou ficar bem.

Daniel: Se você quiser podemos conversar depois.

Helena: Não, não. Precisamos resolver logo isso. Mas o que você estava falando, mesmo??

Daniel: Então. Eu estava vendo alguns quadros no nosso acervo e… – fad out e os dois continuam conversando em off.

CENA 05 – DIA – APARTAMENTO DE HELENA.

 Mirella toma café com João Victor, mas nem olha para ele.

João Victor: Mirella, você ainda está chateada comigo?

Mirella: João, esquece esse assunto. Eu não quero mais discutir sobre isso com você. Você já é de maior, e, pelo menos eu acho que você sabe cuidar da sua vida..

João Victor: Eu sei que tenho cometido muitos erros ultimamente. E um deles foi ter brigado com você. Você me perdoa?

Mirella: Olha Joao, eu amo muito, muito você. E sempre vou me preocupar com você, que isso fique bem claro. E eu te perdoo sim.

Os dois se abraçam.

CENA 06 – DIA – GALERIA ART’VIDA:

Helena: Sabe o que eu vi na internet e achei muito interessante? Que a gente poderia apresentar um vernissage.

Daniel: Vernissage? Será?

Helena: Sim. Um vernissage, você sabe o que é. Uma pré exposição apenas para convidados.

Daniel: Será que é uma boa ideia?

Helena: Claro que é. Assim, os comentaristas nos expressam suas opiniões e, assim, na exposição oficial, apresentamos o melhor para o grande publico.

Daniel: É. Até que não é má ideia.

Helena: Claro que não. Vai ser ótimo. Você pode até adotar a ideia para suas próximas exposições, quando eu não estiver mais aqui.

Daniel: Vamos analisar melhor a ideia. Mas continuando, esse quadro aqui é muito especial, porque, lembra, quando eu o pintei… – os dois conversam em OFF.

CENA 07 – TARDE – GALERIA ART’ VIDA.

Na Sala de Francisco, ele liga para casa.

Francisco, no telefone: Tudo bem, meu amor?… E o Olavo, como está?… Que bom, que bom… Está dando o remédio dele certinho?… Ótimo… E então? O que acha de jantarmos fora hoje? Eu, você e o Olavo?… Claro, a poeira já abaixou, tudo se acalmou, vamos… Merecemos esse momento juntos… Então ta. Saindo daqui, eu so chego em casa, tomo um banho, e saímos. Beijo, meu amor. Tchau.

Ele desliga o telefone.

CENA 08 – FIM DE TARDE – GALERIA ART’ VIDA

 Daniel está fechando a galeria e percebe que a sala de Helena ainda está acesa.

Daniel: Ih, Helena deixou a sala dela acesa. Bom, vou fechar aqui porque… – ele se assusta com Helena que ainda está na sala dela. – Helena, que susto. Já estou fechando a galeria, vamos?

Helena: Eu vou ficar aqui mais um pouco. Pode ir que eu fecho aqui.

Daniel: Bom… Tudo bem entao. Boa noite.

Helena: Boa noite.

Helena está pensativa. Ela se lembra do encontro com a cigana na praia

–Flashback–

Cigana, com um olhar sério: Moça. Algo de muito grave vai acontecer com você.

Helena, assustada: Como assim, algo grave? Mas…

Cigana, a interrompendo: Previna-se moça. Não deixe que tudo aquilo que você conquistou por anos se escape pelo vão de seus dedos. Previna-se!

Helena, meio irritada: Como eu te disse, eu não acredito nessas coisas. Com licença.

Cigana, a segurando pelo braço: Cuidado, moça. Existem pessoas que querem te destruir. Tome muito cuidado.

–Fim do Flashback—

 Helena: Acho melhor me prevenir.

Ela faz um telefonema

Helena, no telefone: Alô, Dr. Luiz?… Isso, Helena Rangel… Eu sei que o seu expediente já terminou, mas o senhor poderia me atender agora aqui na galeria?… Sim… E quanto aos seus honorários, pode deixar que eu pago o triplo, ok?!… Muito obrigada. Aguardo o senhor aqui. – ela desliga o telefone.

CENA 09 – NOITE – CASA DA FAMÍLIA BARRETO

Os três estão se preparando para sair.

Francisco: Todos prontos, podemos ir?? Cadê sua mãe, Olavo.

Olavo: A mãe ainda está no quarto se arrumando.

Francisco, gritando: Joana, vamos. A gente vai perder a reserva!

Joana, descendo as escadas do quarto: Pronto, amor. E ai como estou?

Francisco: Está lindíssima, meu amor. Lindíssima. Como sempre!

Joana: Obrigada, querido. E então? Vamos?

Francisco: Vamos mas… – ele passa a mão por cima dos bolsos… – eita, esqueci minha carteira. Vou pegar.

Joana: Não precisa, Querido, eu tenho dinheiro aqui. Vamos.

Francisco: Não. Além do mais, eu tenho que dirigir e não posso sair sem os documentos. É rapidinho. – ele sobe as escadas.

No quarto, ele procura pelos moveis a sua carteira. Até que ele abre uma gaveta e acha o diário de Joana.

Francisco: Mas o que é isso? Ah o caderninho de compras da Joana. – ele hesita, mas começa a ler o caderninho e fica abismado com o que lê.

Joana, entrando no quarto: Francisco, vamos já estamos atrasados e… – ela o vê com o diário e se assusta. – Francisco, o que você está fazendo com o meu caderninho?

Francisco, nervoso: Eu é que te pergunto, Joana. O que significa isso?

Close no olhar desesperado de Joana.

 

FIM DO CAPÍTULO 11

 

 

Felipe Lima

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