Estrangeira Fiel: Narrativa e clímax deixaram a desejar
De repente Edmundo morreu no meio do texto. Fiquei espantado e explico o porquê. Percebi quando Neiva fala que não sabia “o que fazer” com a perda do marido. Precisei voltar o texto para reler as entrelinhas e me certificar disso. É muito chato ter que reler qualquer coisa por não ter entendido. E esta é uma advertência para a @gabriela ou qualquer autor. A ausência de uma narrativa forte torna a trama inteiramente fraca.
O primeiro capítulo aconteceu tanta coisa, mas faltou aquela expectativa, aquele frio na barriga quando a gente tá fazendo alguma coisa prazerosa. A vida da Neiva parecia uma tragédia – o marido faleceu e dez anos depois os dois filhos estavam mortos. Ela cuidou das duas noras até o dia que decide voltar para sua terra natal. E acontece aí a coisa mais especial e se a autora tivesse cuidado na construção da narrativa teria feito qualquer leitor ficar emocionado. Primeiro porque a Neiva quer que as noras fiquem com os pais – o que representou um cuidado imenso em levar as duas para um lugar onde ela já desconhecia devido à ausência de mais de dez anos. A primeira nora aceitou ficar, mas a segunda, a Russe (a protagonista) não quis abandonar a sogra e se agarrando a ele, embarcou junto na viagem. A lealdade de Russe por Neiva foi o clímax da história, mas faltou uma narrativa e falas bem elaboradas que chegasse a desmoronar qualquer um que tivesse lendo e fosse transportado para o campo das emoções das personagens.
*Esta crítica é baseada apenas no primeiro capítulo da web.
Dominus Santiago
Recifense. Fundador e administrador do Séries de Web, possuo uma paixão pela leitura e tenho orgulho de ter iniciado este site para que mais e mais pessoas demonstrem seu talento na escrita.
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