Capítulo 49 – Maldito Amor
Carolina chega ao local onde sua irmã mora e fica assustada ao ver Juca
entregando um bilhete para Bia no quintal da residência.
Carolina: Bia? O que você está fazendo com esse bandido? Que bilhete foi
esse que o Juca te entregou?
Juca: Preciso ir Bia, outra hora a gente se fala. Você já sabe onde me
encontrar.
Juca encara Carolina por alguns segundos com uma expressão furiosa, coloca
o boné, o óculos escuro, sai apressado e logo desaparece pelas ruas da cidade.
Bia: Passou da hora de você saber a verdade. Eu amo o Juca.
Carolina: Como assim? E o Zeca? E os seus filhos?
Bia: Por favor Carolina! Não quero que conte nada ao Zeca ainda! No momento
certo ele vai saber de tudo.
Carolina: Você vai abandonar a sua família pra ficar com esse traficante?
Bia: Vou sim! Eu sempre amei o Juca, mas você me atrapalhou durante toda
minha vida! Agora eu tenho uma chance de conquistá-lo e ser feliz ao lado dele.
Carolina: Você nunca vai ser feliz ao lado dele!
Bia: Eu nunca fui feliz por causa de você!
Carolina: Por minha causa?
Bia: O Juca só tem olhos pra você! É por isso que eu te odeio! É por isso que
ajudei ele a te colocar na cadeia naquela época!
Carolina: O quê?
Bia: Isso mesmo que ouviu! O Juca queria muito se vingar de você, então ele
entrou escondido no seu quarto e deixou o revólver em uma das gavetas do
armário. Eu só fiz a denúncia anônima na delegacia informando que você era
cúmplice no tráfego de drogas.
Carolina: Então foi você?
Bia: Pensei que se você tivesse presa, o caminho ficaria livre pra mim
conquistar o Juca, mas o advogado conseguiu a liberdade provisória e
o processo foi arquivado. Só que agora o Juca está com muito mais raiva
de você!
Carolina: Estou chocada com tudo isso Bia! Não vou me intrometer nesse
assunto, mas espero que você pense nos meus sobrinhos e no seu casamento
de dez anos e se arrependa de tudo que me falou antes de estragar a
sua vida!
Bia: Me poupe dos seus conselhos Carolina! Vai embora daqui, vai!
Carolina: Acho que não tenho mais nada pra fazer aqui depois de ouvir tanta
barbaridade da minha própria irmã. Só tenho pena de você Bia.
Zeca entra apressado no celeiro da fazenda Moraes e fica aliviado ao ver
Roberto escovando seu cavalo Réx de estimação.
Zeca: Finalmente te encontrei senhor Roberto!
Roberto: O que foi Zeca?
Zeca: Estava te procurando por toda a parte da fazenda e o senhor sumiu!
Tenho uma novidade pra te contar.
Roberto: Novidade?
Zeca: A Carolina voltou novamente pra Cuiabá.
Roberto: A Carolina?
Zeca: Agora está viúva. Ela perdeu o filho e o marido num acidente de carro
lá em São Paulo e vai tentar recomeçar a sua vida aqui.
Roberto: Eu preciso muito vê-la Zeca! Eu preciso vê-la! Essa vai ser a minha
chance de lutar por esse amor. Zeca, por favor! Procure pela Carolina e
peça pra que ela venha me encontrar aqui no celeiro! Por favor!
Zeca: Tudo bem, vou fazer isso imediatamente!
Uma mulher desfila pelo parque Monte Alegre tão bela quanto a lua cheia que
se destaca rodeada de estrelas iluminando a noite. E por onde ela passa
deixa olhares curiosos que apreciam o vestido curto com um decote
provocante, o batom vermelho exagerado nos lábios, os cabelos levemente
presos revelam os brincos compridos balançando ao movimento sedutor, até
que seus sapatos de salto fino param no chão.
Juca: Por que me chamou aqui Laura?
Laura: Tenho outro serviço pra você e pode ter a certeza que receberá uma
boa grana por isso.
Juca: Que serviço Laura?
Laura: Quero que você sequestre e mate a Carolina! Entendeu? Quero a
Carolina morta!
Juca: Tudo bem. Você vai ter o que quer.
Laura: O Roberto é meu e ninguém vai tirá-lo de mim. Ninguém.
Continua na última semana…