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Vernissage

Vernissage – Capítulo 08

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VERNISSAGE – CAPÍTULO 08

Amanhece o dia em Esperança. Imagem acelerada do nascer do sol e da movimentação nas ruas da cidade, como carros e pessoas indo trabalhar. Fecha na fachada da Galeria.

CENA 01 – MANHÃ – GALERIA ART’ VIDA:

Daniel está em sua mesa, mexendo em seu computador, quando Fernanda chega.

Fernanda: Oi, meu amor.

Daniel: Oi, querida. Ta melhor?

Fernanda: Estou, sim. – os dois se beijam. Daniel sente um cheiro estranho e recua.

Daniel: Esse cheiro… É de perfume masculino. E ta vindo de você. Que cheiro é esse, Fernanda?

Fernanda fica assustada.

Helena chega na sala de Daniel:

Helena: Daniel, eu preciso… Ah, desculpa, não sabia que estava ocupado. – ela olha com desprezo para Fernanda.

Daniel: Não precisa se desculpar, Helena. Precisa de algo?

Helena: Eu precisava conversar com você. De preferência a sós. Mas se não puder agora, conversamos mais tarde.

Fernanda: Não precisa, Helena. Eu já estava de saída mesmo.

Ela beija a Daniel, se mostrando para Helena que, por sua vez, desvia o olhar.

Fernanda, fora da sala: O que será que ela quer conversar com ele? – close em seu olhar enciumado.

CENA 02 – MANHÃ – APARTAMENTO DE HELENA:

Mirella está na cozinha tomando café e conversando com Zoraide.

Mirella: Meu Deus to tão preocupada com meu irmão…. e minha mãe, que nem vi agora de manhã?

Zoraide: Sua mãe sai cedo pra galeria. mal chegou do hospital e já saiu.

Mirella: Coitada da minha mãe. Deus queira que não, mas to vendo a hora que ela vai ficar doente. Ela se responsabiliza demais pelos outros… mas fazer o que né?

Zoraide: Eu já falei isso pra sua mãe. mas ela não me escuta, fazer o que? Mas, mudando de assunto, como foi a festa?

Mirella: Nossa foi o máximo!!! Conheci um gatinho lá.

Zoraide: Jura? e aí, me conta?

Mirella: Ai, Zoraide… Ele é tão lindo. Beija tão bem. Ele é tão perfeito…

Zoraide: Huuum… Pelo jeito você se divertiu bastante nessa festa né…

Mirella: Eu mais que me diverti. Eu simplesmente encontrei o meu amor da minha vida!

Zoraide: Nossa, vai com calma, minha filha. Você acabou de conhecer esse rapaz. Não acha que é muito cedo você dizer que ele é o amor de sua vida?

Mirella: Claro que não, Zoraide. Ele é sim o amor que o destino reservou pra mim. Eu sinto isso!

Zoraide: Se você diz né…

Zoraide decide concluir os seus serviços, enquanto Mirella termina o seu café com um sorriso bobo nos lábios.

 CENA 03 – MANHÃ – APARTAMENTO DE ARISTIDES E OFÉLIA:

 Ofélia: Aristides, meu querido. Eu queria me desculpar por assusta-lo essa noite. Mas é que o sonho que tive com Helena foi terrível.

Aristides: Meu amor, não precisa se desculpar. Mas o que você sonhou?

Ofélia: Eu sonhei que a nossa filha estava sendo brutalmente esfaqueada por uma pessoa encapuzada, com umas roupas pretas. Foi horrível.

Aristides: Bom, foi só um sonho, né?

Ofélia: Tá, mas e se acontecer algo com nossa filha?

Aristides: Não, não… Não há de acontecer nada com ela. Isso é só coisa de sua cabeça. Bom, hoje eu quero te fazer um convite.

Ofélia: Convite? Que convite?

Aristides: Está tendo uma peça teatral muito hilária no teatro municipal, e eu tenho dois ingressos, um pra mim, e outro pra você. Como dizem os mais jovens: Você topa?

Ofélia: Huum… Eu topo, meu amor. Eu topo.

Os dois riem e se beijam.

CENA 04 – MANHÃ – GALEIRA ART’VIDA:

 Fernanda está ligando para Bruno na recepção da galeria.

Fernanda: É, Bruno… O Daniel está cada vez mais desconfiado… Como eu te disse, ele me questionou sobre você ontem, e sentiu o cheiro do seu perfume em mim… Precisamos tomar mais cuidado…

De repente, entra Francisco na Galeria.

Fernanda, assustada: Eu te ligo depois. – ela desliga o telefone e, de tanto nervosismo, deixa o aparelho cair no chão.

Francisco: Está tudo bem, dona Fernanda?

Fernanda: Claro! Está tudo ótimo. Por que não estaria? Bom, estou de saída. Tenha um bom dia. – ela sai apressada.

Francisco: Igualmente.

Ele fica sem entender.

CENA 05 – MANHÃ – CASA DA FAMÍLIA BARRETO

 Joana escreve em seu diário, enquanto é espiada por Olavo.

Olavo: O que será que minha mãe tanto escreve nesse caderninho?

Close em Joana que ainda escreve em seu diário.

CENA 06 – MANHÃ – APARTAMENTO DE ARISTIDES E OFÉLIA

O Telefone toca.

Ofélia: Ari, atende por favor. Estou no banheiro.

Aristides: Sim, meu amor. – ele atende o telefone – alô?!

Heloísa, do outro lado da linha: Alô? Oi, pai. Que saudade do senhor!

Aristides: Oi, filha. Quanto tempo. Como você está?

Heloísa, do outro lado da linha: Estou bem, pai! E vocês como estão? E a mamãe cadê?

Aristides: Estamos muito bem. Sua mãe está no banheiro.

Heloísa, do outro lado da linha: Ah sim. Bom vou desligar, só liguei rapidinho pra matar as saudades.

Aristides: Mas já, minha filha? Não quer falar com sua mãe?

Heloísa, do outro lado da linha: Não posso, tenho que trabalhar agora. Outra hora eu ligo com mais tempo.

Aristides: Tudo bem então. Beijo filha. Amo você.

Heloísa, do outro lado da linha: Beijo pai. Amo você também. Tchau.

Os dois desligam o telefone. De repente chega Ofélia.

Ofélia: Ari? Quem era no telefone.

Aristides: Era Heloísa.

Ofélia: Mentira!!! Por que você não me passou o telefone? Queria tanto falar com ela.

Aristides: Mas você estava no banheiro, meu amor. Bom, ela vai ligar novamente.

CENA 07 – MANHÃ – GALERIA ART’ VIDA:

 Helena e Daniel conversam na sala dele.

Daniel: Veio falar sobre o João? Como ele está?

Helena: Ele já está bem. Acredito que hoje ele tenha alta. Mas não é sobre ele que eu vim falar com você.

Daniel: Ah não? É sobre o quê, então?

Helena: É sobre a galeria. Eu tomei uma decisão. Muito difícil, por sinal. Eu decidi que aceito vender a minha parte da galeria pra você.

Daniel, não escondendo a alegria: Pera aí… Você ta falando serio mesmo?

Helena: Sim. Eu pensei muito, e percebi que é a melhor coisa a ser feita. Pela minha saúde. Mas eu farei isso com uma condição.

Close no semblante confuso de Daniel.

FIM DO CAPÍTULO 08

 

Felipe Lima

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