Escolhas da Vida – Capítulo 20
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Capítulo 20
Continuação do capítulo anterior…
Cena 1.
Teatro.
No palco, Samuel de costa para os bancos, o investigador entra no fundo do teatro e caminha até o palco.
Investigador: Eu fiquei muito feliz quando você me ligou. O resultado do exame deu positivo, não foi? Eu sabia que ia dar. Eu sou muito bom no meu serviço. Demorou um pouco, mas eu consegui encontrar o Vítor, quer dizer o Pedro né? Acho que você chamou aqui pra me pagar aquele prêmio que nós combinamos não foi?
O investigador se aproxima de Samuel que está de costas. Samuel se vira e acerta um soco no rosto do investigador que cai no chão.
Samuel: Está ai seu prêmio. Vou te bater tanto. Que você nunca mais vai pensar em enganar minha família de novo.
Investigador: Calma. Eu não sei do que você está falando.
Samuel: Se fingir de sonso só está aumentando minha raiva. O Pedro já falou tudo. Todo o seu joguinho. Todo o seu plano.
Samuel chuta o estômago do investigador.
Investigador: Calma. Eu posso explicar.
Samuel: Vai explicar nada. Você vai apanhar. Com a minha família você não vai se meter nunca mais.
Samuel chuta o investigador de novo, Nazaré chega ao teatro e vê a briga e corre até Samuel e o segura.
Nazaré: Pare. Você está louco?
Samuel: Me solta Nazaré. Esse cara precisa apanhar mais. Infeliz.
Nazaré: Eu não sei o que ele fez, mas as coisas não se resolvem assim.
Investigador levanta e sai correndo do teatro.
Samuel: Ele ta fugindo, me solta.
Nazaré: Já chega. Ele já apanhou o bastante.
Cena 2.
Casa dos Camargo.
Maria: Quando você entrou por aquela porta junto com o investigador, me acendeu uma esperança dentro do meu peito. Por mais que eu nunca desisti de encontrar meu filho, 23 anos é muito tempo e às vezes fraquejamos. Mas quando você entrou eu tive a certeza de que você era meu filho. Eu gostei de você no primeiro instante. Como se eu já te conhecesse. Talvez eu me enganei porque eu queria muito que você fosse meu filho. Porque eu não aguentava mais procurar por ele.
Pedro: Maria eu realmente sinto muito…
Maria: Cala a boca que eu não terminei. Você veio aqui em casa. Deve ter feito a sua analise pra esse golpe. E conseguiu me tocar no fundo do meu coração. Eu te coloquei dentro da minha casa. Eu coloquei a segurança da minha família em risco, por sua causa. Enquanto todo mundo me dizia “Maria, você se precipitou.” “Maria talvez não seja ele.” E mesmo assim e continuei te defendendo.
Pedro: Eu não sou perigoso.
Maria: É sim. Você planejou um golpe contra a minha família. Isso é coisa de gente perigosa.
Pedro: Eu não to entendendo aonde você quer chegar.
Maria: Aonde eu quero chegar? Eu quero que você veja o quanto você foi baixo. O quanto você foi mesquinho, desumano comigo. Você se aproveitou da minha fragilidade. Você se aproveitou de um sofrimento que eu carrego comigo há 23 anos. Você é muito desprezível.
Pedro: Eu já pedi desculpas por isso. Eu podia ter continuado come essa farsa. O exame iria dar positivo. Eu podia continuar com a merda desse plano. Mas eu não continuei. Sabe por quê? Porque eu não sou baixo. Eu não sou desprezível. Eu sinto muito se o seu filho foi sequestrado, mas você não foi à única pessoa que sofreu durante todos esses anos. Eu fui deixado na porcaria daquele abrigo pelo meu pai. Assim que minha mãe morreu, ele me colocou lá e sempre dizia que ia me tirar de lá, mas nunca tirou. Nos meus aniversários ele passava 10 minutos comigo e sai pra beber. Ele me prometeu me tirar de lá com 18 anos. Eu fiz minhas malas, me enchi de planos, mas ele não apareceu. Ele nunca apareceu.
Maria: Eu sinto muito.
Pedro com a voz embargada: Não sinta. Você não teve culpa de nada. Você não podia mudar nada. Mas quer saber? Eu cresci sem ele. Eu terminei meus estudos sem ele. Eu aprendi a jogar futebol, a andar de bicicleta sem ele. Eu vou conseguir um emprego bacana sem ele. Uma esposa maravilhosa sem ele. EU vou construir uma família incrível sem ele. Porque um nunca precisei dele – Pedro chora – Porque ele me procurou?
Maria se sensibiliza com o sofrimento de Pedro e o abraça.
Cena 3.
Apartamento de Samara.
Na sala, Samara, Geraldo e Carol entram em casa.
Samara: Eu não entendi o porquê você nós tirou da casa do Rita. Eles estavam sendo tão agradáveis com a gente.
Geraldo: E ia servir biscoitos. Biscoito de rico sempre são os melhores.
Carol: Vocês não tem a menor nação do que fazem da vida, não é? A família toda sofrendo com a brutalidade que aconteceu com o Wesley e vocês pensando em aparecer. Porque a senhora foi lá achando que havia paparazzi.
Samara: Solidariedade e flashes. Melhor combinação.
Carol: Eu estou com tanta raiva da senhora. Que a vontade que eu tenho é de…
Geraldo: Que isso menina. Mais respeito.
Carol: O Wesley não sofreu nenhum assalto. Ele apanhou de uma gangue. Uma gangue homofóbica. Por a senhora espalhou pro Rio de Janeiro inteiro essa fofoca.
Samara: Eu? Você está enganada querida.
Carol: A senhora sim. Porque eu falei só com a senhora.
Geraldo: Talvez ele deu pinta perto de outra pessoa e essa pessoa espalhou.
Carol: Eu menti. Eu menti pra senhora. Eu menti porque a senhora é louca. Sempre querendo arruma um casamento com rico querendo que eu dê o golpe. Eu não pensei direito e falei essa mentira pra ver se você me deixava em paz.
Geraldo: Então a culpa é sua.
Carol: Eu pedi. Eu fiz a senhora prometer que não ia falar pra ninguém e você fez o contrario.
Samara: A culpa é sua de confiar em mim.
Carol: Com certeza. A culpa é minha. Só que pra mim já deu. Eu vou arrumar outro apartamento pra mim. Eu quero ver vocês darem conta de pagar as contas desse aqui. Vocês vão ter que trabalhar pra pagar as contas e trabalhando não sobra tempo de ficar fazendo fofocas da vida dos outros. Parece aquela mulher das fofocas da venenosa.
Carol sai de casa.
Cena 4.
Universidade.
No pátio da universidade, Duda caminha em direção ao portão e Vítor vai atrás dela.
Vítor: Duda? Duda espere.
Duda: O que você quer?
Vítor: Eu quero falar com você. Eu não sabia que a Ludmila era sua amiga. Se eu soubesse eu jamais…
Duda: Você não tem que me dar satisfação de nada, Vítor. Não tínhamos nada. Nem amigos nós somos. Conversamos poucas vezes.
Vítor: Você sabe que tava rolando uma química maneira entre a gente.
Duda: Não, eu não sei. Eu preciso ir embora.
Duda caminha e Vítor segura o braço dela.
Duda: Me solta.
Vítor: Espera.
Marcelo se aproxima.
Marcelo: Ela mandou você voltar.
Vítor: Não se mete cara.
Duda: Os dois me deixem em paz.
Duda se solta de Vitor e caminha em direção ao portão, Marcelo vai atrás dela.
Marcelo Está tudo bem?
Duda: Está ótimo. Eu só quero ficar sozinha. Posso?
Marcelo: Claro. Desculpe.
Duda: Não. Me desculpe você. Você não tem culpa de nada. Eu só quero ficar sozinha mesmo. Obrigada.
Cena 5.
Cafeteria.
Sentados à mesa tomando café, Samuel e Nazaré conversam.
Nazaré: Eu não acredito que eles fizeram isso.
Samuel: Pior que fizeram sim. Eu não sei o que passa na cabeça de uma pessoa assim de enganar uma mulher que procura por um filho durante tanto tempo.
Nazaré: Vocês são pessoas boas. É normal enxergar coisas boas nas pessoas mesmo quando elas não têm. Espero que ela não desista.
Samuel: Que nada. Ela já tem planos de criar uma ONG. Uma ONG pra ajudar outras mães à encontrarem seus filhos desaparecidos.
Nazaré: Que maravilhoso. Quem sabe eu não participo desse projeto?
Samuel: Eu tenho certeza que a Maria vai ficar muito feliz de ter uma artista como você apoiando a causa dela.
Samuel põe a mão por cima da mão de Nazaré, Nazaré percebe que ela ficou um pouco tímida com o gesto e puxa a mão discretamente.
Nazaré: Eu vou adorar também.
Cena 7.
Casa dos Camargo.
Na sala, sentado no sofá, Pedro e Maria conversam. Pedro com sua mala nas mãos e ele tira uma caixa mala.
Pedro: Eu sei que essa caixa deu muita confusão aqui. E eu queria te mostra o que nela.
Maria: Você não precisa fazer isso.
Pedro: Eu quero.
Pedro abre a caixa e tira algumas fotos de uma mulher e uma criança.
Maria: É sua mãe?
Pedro: Sim. E a criança sou eu. Eu tinha 4 anos, eu acho. São as únicas lembranças que eu tenho dela.
Maria: Você lembra muito ela.
Pedro: Maria, eu não queria ter participado desse golpe contra você. Juro. Mas o investigador me manipulou. Ele soube usar bem as palavras. Eu não seu o que é ter uma família e eu quis muito participar de uma. Me perdoe de coração.
Samuel e Nazaré entram à casa. Samuel encara Pedro.
Samuel: O que esse cara ta fazendo aqui?
Maria: Eu o chamei aqui pra buscar as coisas dele.
Samuel: Já pegou, então cai fora da minha casa.
Maria: Calma, Samuel. Não é assim.
Samuel: Ele já arrumou confusão demais pra minha família. Sai daqui agora.
Pedro: Sim senhor.
Pedro pega a mala e sai da casa.
Cena 8.
Prédio do apartamento de Aline.
No saguão, João caminha e entra no elevador Carol com jornal na mão entra no elevador, os dois se olham.
Carol: Boa tarde.
João: Boa tarde.
Os dois ficam em silencio alguns segundos.
João: Qual andar?
Carol: Desculpe. Quinto.
João: Vai visitar alguma amiga? Desculpe me meter. É o mesmo andar que o meu.
Carol: Não tem problema. Eu vou olhar um apartamento pra alugar. Apartamento 56. Você sabe se ele é bom?
João: Ótimo. Eu moro lá.
Carol: Você está de mudança?
João: Na verdade eu me mudei pra cá tem pouco tempo. Eu acho que o sindico se esqueceu de tirar o anuncio de alugasse do jornal.
Carol: Droga. Tudo bem. Eu sou Carol.
João: Prazer. Eu sou João.
O elevador se abre.
Carol: Você pode sair que eu vou ter que voltar mesmo.
Cena 9.
Pensão da Mônica.
No quarto, Carina triste se olha em frente o espelho, Renato entra no quarto e beija Carina.
Renato: Como que está a mãe mais linda desse mundo? O que aconteceu? Por que você está com essa cara?
Carina: Eu não to grávida. Eu menstruei.
Renato se afasta de Carina.
Renato: Sério? De novo? Quando que você vai conseguir engravidar? Qual o problema com você?
Cena 10.
Apartamento de Aline.
Na sala, João entra no apartamento e vê Matheus e Aline se beijando.
João: Desculpe. Eu não queria atrapalhar, mas eu estou morrendo de fome.
Matheus e Aline se separam.
Aline: Estávamos esperando você chegar pra almoçarmos todos juntos.
João: Eu vi sim.
Matheus: Eu tenho uma noticia pra vocês.
Aline: O que aconteceu?
Matheus: Eu decidi que vou me separar da Joana hoje pra podermos nós casar o mais rápido possível.
Os três se encaram.