Capítulo 24 – Maldito Amor
Os dois se olham com uma fúria incontrolável que nada pode conter. Carolina
tenta segurar Roberto, mas não consegue. Quando percebe, ele já está dando
um soco em José que avança com um chute na barriga dele. Brigam
impacientes como animais selvagens enquanto Carolina grita desesperada,
porém ninguém aparece para separá-los. Arrastam-se pela grama e na
calçada da praça, são socos, pancadas, chutes, empurrões ou sangue. Carolina
dá mais um grito descontrolada.
Carolina: Parem com isso! Parem! Isso não vai resolver nada!
Roberto: Ela tem razão.
José: Então Carolina, você vem comigo ou vai com ele?
Teve alguns segundos de pausa, Carolina abaixa a cabeça e quando a levanta ela
tira o cabelo do rosto, seus olhos se encontram na face de Roberto. Ele a olha
angustiado sentado no gramado, mas ela desvia-se dele, aperta as mãos de
José e vai embora com seu marido. Roberto a vê partir sem dizer uma palavra
sequer, ao menos uma palavra que fosse.
Jorge está lendo um livro na sala quando vê seu filho chegar sério, o rosto sujo
de sangue e parte da camisa rasgada. Ele sobe as escadas em direção ao seu
quarto sem ao menos notar a presença do pai que logo em seguida foi atrás
dele preocupado.
Jorge: Filho, você está bem?
Roberto: Me deixa sozinho pai! Por favor!
O dia está escurecendo e o sol vai embora, o clima da cidade fica frio e calmo.
José e Carolina chegam na casa da dona Maria com gritaria e discussão.
José: Eu não sei mais o que fazer Carolina, eu não sei! Estou planejando nossa
vida, pensando no futuro e você se consolando nos braços do Roberto! Agora
me fale, eu tenho cara de palhaço?
Carolina: Me perdoe José, me perdoe!
José: Você disse que ia esquecê-lo, foi por isso que me casei com você. Não
vai pensando que eu vou fazer papel de corno porque eu não vou!
Carolina: Me perdoe José! Estou arrependida!
José: Mentira!
Ao dizer a última palavra José dá um tapa no rosto de Carolina e vai para o
quarto. Carolina deita no sofá e põe as mãos na cabeça totalmente angustiada.
Roberto está no meio das plantações de milho da fazenda Moraes, logo sentiu
Laura se aproximar acariciando seu cabelo, só então ela percebe arranhões no
nariz, pescoço e nos braços dele.
Laura: Roberto, que machucados são esses no seu rosto?
Roberto: Não é nada Laura.
Laura: Como não é nada? Como é que você se feriu dessa maneira? E a sua
camisa está rasgada!
Roberto: Laura, eu já disse que não é nada. Me deixa em paz.
Laura: Foi por causa dela, né? Foi por causa daquela farrapada! Fala!
Roberto não aguenta mais as reclamações de Laura e sai dali chateado.
No outro dia Carolina acorda e vê José com muitas malas na mão.
José: Carolina, eu sei que fiz algo horrível. Estava com tanta raiva que não
pensei em nada. Perdoe-me, por favor! Comprei duas passagens para São Paulo.
Se você quiser ir comigo, você é quem sabe. O ônibus vai sair às nove horas da
rodoviária.
Carolina se levanta e abraça José, fechou os olhos se confortando no ombro
dele.
José: Nossa vida vai se transformar! Tudo vai mudar. Isso nunca mais vai
acontecer, eu prometo.
Maria: Não vai filha, Não vá, por favor, eu sinto que você vai sofrer muito em
São Paulo.
A dona Maria e a irmã tentam impedi-la de ir, mas não adiantou, Carolina
abraça a mãe e Bia com muita dor no coração e a bela morena entra de mãos
dadas com José no ônibus da rodoviária de Cuiabá.
Continua no próximo capítulo…