Eduardo & Mônica

Eduardo & Mônica – Episódio 05

E, mesmo com tudo diferente
Veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar

Cena 1. Continuação Imediata da Cena Final do Capitulo Anterior.

Fernando: O que é “nada demais” para você Sandra? Eu fiz o que você me pediu e agora eu quero saber o que você vai fazer com o cachorro.

Sandra volta da Cozinha com uma enorme faca na mão.

Sandra: Eu vou matar esse cachorro e depois corta-lo em pedaços e enviar cada pedacinho de presente de boas lembranças para Mônica. (Sorrir) Acha isso suficiente?

Fernando: O que corre nas suas veias é sangue ou é gelo? Como você pode ter coragem de fazer uma coisa dessas? Isso é desumano, matar um animal inocente.

Sandra: Não seja tão sentimentalista Fernando, é só uma bola de pulgas que vai virar picadinho.

Fernando: Você não presta Sandra, não sei porque ainda me surpreendo com essas coisas, depois disso nada mais vindo de você me assusta. Eu não vou participar dessa cena terrível, quando o cachorro já estiver cortado e dentro de uma caixa me chame.

Sandra: Então sai logo daqui, porque eu te garanto que não vai ser a cena mais linda que você já viu na sua vida.

Fernando: Que Deus tenha piedade da sua pobre alma Sandra.

Sandra: Neste momento eu não quero a piedade de Deus, eu quero é o sofrimento da Mônica. (Sorrir)

Cena 2. São Paulo / Bairro qualquer / Lanchonete / Tarde.

Mônica e Eduardo estão sentados em uma das mesas da lanchonete, comendo batatas fritas, hambúrgueres e refrigerante enquanto conversam sobre o dia de cada um.

Mônica: Ainda não acredito que você faltou seu cursinho de inglês só para me ver.

Eduardo: Eu costumo fazer essas coisas quando estou apaixonado por alguém.

Mônica: E quantas vezes você já fez isso?

Eduardo: Deixa eu ver….Contando com você, eu acho que é a primeira vez que faço isso.

Mônica:  Bobo! (Sorrir)

Eduardo: Se eu não viesse te ver, você não ia me procurar, então eu tive que tomar a iniciativa.

Mônica: Claro que eu ia te procurar, eu estava até pensando em te ligar para a gente marcar alguma coisa para amanhã.

Eduardo: Será mesmo? Ou você só está falando isso para me enganar? Você tá querendo me iludir.

Mônica: Não sou dessas que iludem o cara, eu sou uma mulher bastante direta, pelo visto você não traduziu aquela frase que deixei para você.

Eduardo: Frase?

Mônica: A frase que deixei no seu celular para você traduzir quando chegasse em casa.

Eduardo: Ah, a frase, eu me esqueci totalmente.

Mônica: Ainda é tempo de você traduzir, o que está esperando?

Eduardo: Se você diz… – Eduardo pega o telefone para traduzir a frase.

Mônica: Du bist eine katze hatter das gedachnt? Kussen sie meinen mund.

Eduardo: (Sorrir) Acho melhor você digitar. – Eduardo entrega o telefone a Mônica.

Mônica: Imaginei. (Sorrir) – Mônica digita a frase e entrega para Eduardo.

Eduardo: Traduzir do Alemão para o português…. – Eduardo aperta a tecla Traduzir.

Eduardo: “Você está um gato sabia? Beija minha boca”.  (Sorrir) Sério?

Mônica: (Sorrir) O que tá esperando?

Eduardo sorrir bastante enquanto olha fixamente nos olhos de Mônica que brilham bastante, os dois se olham por alguns segundos e se beijam freneticamente.

Cena 3. São Paulo / Transição do dia para noite.

Cena 4. São Paulo / Butantã / Apartamento de Mônica / Sala / Noite.

Maria bastante nervosa e preocupada após o sumiço de Bob, anda de uma lado para a outro na sala do apartamento à espera de Mônica. Até que o barulho da porta abrindo é ouvido e Mônica entra no apartamento carregando os materiais da faculdade, assim que entra no apartamento Mônica joga seus materiais no sofá e percebe que algo está errado com Maria.

Mônica: O que houve Maria? Você está pálida e parece preocupada, aconteceu alguma coisa?

Maria: (Nervosa) Eu sair com o Bob hoje à tarde como a senhora mandou e levei ele para passear em um parque aqui perto como faço todos os dias, e de repente o Bob sumiu, procurei ele por todo o parque e não achei.

Mônica: (Assustada) Sumiu? Como assim sumiu? O Bob é um cachorro, ele não ia simplesmente sumir, alguém deve ter levado o Bob.

Maria: Me desculpa dona Mônica, eu não queria que isso tivesse acontecido, a culpa é toda minha, eu devia ter ficado de olhos atentos no Bob, só que ele nunca foi de fazer isso. (Chora)

Mônica: A culpa não é sua Maria, não é comum mas cachorros podem sumir, tenho certeza que o Bob vai voltar para casa, se ele não voltar iremos procura-lo amanhã. Não chora Maria, vai ficar tudo bem. – Mônica abraça Maria consolando-a.

O barulho da campainha é ouvido em todo o apartamento, Maria se levanta para atender, ao abrir a porta ela encontra o porteiro com uma enorme caixa de presente nas mãos.

Porteiro: Boa noite, desculpe incomodar mas é que acabou de chegar esse enorme presente para dona Mônica.

Maria: Não há incomodo algum. Nossa que presente grandão (Sorrir) Deve ser de alguém bem especial.

Porteiro: Grande e pesado, sente só o peso. – O porteiro entrega o presente para Maria.

Maria: Nossa é pesado demais! – diz Maria enquanto segura a caixa de presente.

Porteiro: Não disse, muito pesado.

Maria: Aproveitando que você está aqui, você não viu o Bob por ai?

Porteiro: Não, a última vez que vi o Bob foi hoje à tarde quando você levou ele para passear.

Maria: O Bob sumiu lá no parque, virei o rosto por um segundo e ele já não estava mais lá, estamos na esperança que ele acerte o caminho e volte para casa.

Porteiro: Olha eu sugiro que vocês saiam para procurar por ele nas redondezas, ele não deve ter ido muito longe.

Maria: A gente vai fazer isso amanhã.

Porteiro: É melhor fazer hoje à noite, pro cachorro não passar a noite nesse frio.

Maria: É você tem razão…

Porteiro: Deixa eu ir, não posso deixar a portaria sozinha por muito tempo. – O porteiro sai e Maria fecha a porta.

Maria: Deixaram esse presente para senhora lá na portaria. – diz Maria colocando o presente em cima da presa de centro.

Mônica: Que presentão, quem será que deixou? – diz Mônica olhando a caixa.

Maria: Deve ser um dos seus admiradores secretos. (Sorrir)

Mônica: (Rir) Que bobagem Maria, eu não tenho nenhum admirador secreto. Será que foi o Eduardo que mandou? – diz Mônica olhando se tem um cartão na Caixa.

Mônica: Tem um cartão aqui mas está sem nome, deixa eu ver o que tem dentro. – diz Mônica abrindo o cartão.

Mônica: “Isso é para você aprender a nunca mais mexer com a pessoa errada” – diz Mônica ao ler ao cartão.

Maria: Minha nossa, que tipo de cartão é esse, me arrepiei toda. Será que tem uma bomba ai dentro?

Mônica: Só vamos saber quando abrirmos. – diz Mônica desembrulhando a caixa.

Maria: Toma cuidado! (Assustada)

Mônica: (Grita) AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – diz Mônica ao abrir a caixa e ver o conteúdo que tem dentro.

Maria: Oh meu Deus. (Assustada e Nervosa)

Mônica: (Chora) Como uma pessoa tem coragem de fazer isso com um cachorro inocente? – diz Mônica ao ver Bob esquartejado dentro da caixa.

Maria: (Chora) Tem muita gente ruim nesse mundo dona Mônica, mas é assustador saber que existe uma pessoa que chega ao ponto de fazer isso com um pobre cachorro.

Mônica: (Chora) Tá doendo Maria, meu peito está doendo demais, arrancaram uma parte de mim, tiraram a vida do meu mais leal e sincero companheiro, o meu amigo de todas as horas que esteve presente comigo durante os anos mais importantes da minha vida.  – diz Mônica aos prantos, ajoelhada ao lado da caixa com o corpo de Bob.

Mônica: Bob…Bob…meu peludinho…

Cena 5. São Paulo / Higienópolis / Apartamento de Sandra / Sala / Tarde.

Sandra fica contente com o sofrimento de Mônica e acaba brigando com Fernando.

Sandra: Hoje à Mônica não foi a aula, deve estar sofrendo com a morte do saco de pulgas dela. Isso me deixa tão feliz, que tenho vontade de comemorar, o que acha de um jantarzinho hoje à noite e quem sabe depois a gente não se diverte em um motel qualquer.

Fernando: Eu não sei como você pode continuar agindo normalmente depois do que você fez.

Sandra: Ah Fernando, não vai me dizer que você está com crise de consciência.

Fernando: Você parece que tem gelo nas veias e uma pedra nesse coração, você esquartejou um cachorro e age como se nada tivesse acontecido.

Sandra: (Grita) ELA MERECEU! A única culpada disso tudo é a Mônica, se ela não tivesse me humilhado na frente de todos, isso jamais iria acontecer.

Fernando: Não justifica o que você fez, foi um ato de malvadeza sem tamanho.

Sandra: Eu não fiz sozinha, você me ajudou e é tão culpado quanto eu.

Fernando: Me arrependo amargamente de ter lhe ajudado, se eu pudesse voltar atrás teria me negado a participar disso.

Sandra: Acontece que o tempo não volta meu bem, deixa de ser bunda mole e começa a olhar para frente, a gente ainda tem muito caminho para percorrer para chegar na fortuna da Mônica. A morte do cachorro pode nos ajudar, é um ótimo momento para você se aproximar da Mônica novamente, você conviveu com o cachorro, vai até lá e mostra seus sentimentos para ela.

Fernando: Eu não consigo ser tão fingido quanto você, não tenho coragem de aparecer na casa dela e agir como se nada tivesse acontecido, eu te ajudei a matar aquele cachorro e não vou me aproveitar disso para voltar com ela.

Sandra: Para de ser idiota e pensa pelo menos uma vez na vida, essa é a nossa chance.

Fernando: (Grita) EU NÃO VOU E CHEGA! CHEGA! Vamos dar um tempo nessa história de querer reconquistar a Mônica, eu preciso de um tempo para repensar tudo que aconteceu. – Fernando sai do apartamento.

Sandra: Volta aqui Fernando. (GRITA) VOLTA AQUI! Idiota, imbécil, sentimentalista barato, ser humano INÚTIL!

Sandra: Que droga! Eu tenho que arranjar sozinha uma forma de separar esse novo casalzinho, nem que para isso eu tenha que esquartejar outro cachorro.

Cena 6. São Paulo / Butantã / Apartamento de Mônica / Suíte / Tarde.

Mônica está deitada em sua cama chorando bastante, Eduardo aparece na porta do quarto.

Eduardo: Mônica…

Ao ouvir a voz de Eduardo, Mônica se levanta e o abraça fortemente.

Mônica: Que bom que você veio, eu estava me sentindo tão sozinha.

Eduardo: Agora não está mais, eu estou aqui para o que você precisar. – diz Eduardo abraçando Mônica e beijando sua cabeça.

Mônica: É uma dor tão grande que parece que não vai passar nunca.

Eduardo: Eu sei como é, parece que arrancaram um pedaço de você, eu também já perdi um companheiro de todas as horas e sei exatamente a dor que você está sentindo.

Mônica: E o que você fez para que essa dor passasse?

Eduardo: Nada…Exatamente nada, só o tempo vai curar esse sofrimento que você está sentindo, só o tempo…

Cena 7. São Paulo.

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Letreiro: MUITOS DIAS DEPOIS

Cena 8. São Paulo / Escola de Natação / Dia.

Mônica e Eduardo disputam uma corrida na aula de natação, a disputa está bastante acirrada pois os dois nadam lado a lado, mas quase no fim do percurso da corrida, Eduardo começa a nadar mais rápido e acaba vencendo Mônica.

Eduardo: UHUUUUUUUUULLLLLLL! – Comemora Eduardo.

Mônica: (Sorrir) Vai comemorando bastante, porque quando eu ganhar eu vou comemorar tanto que eu vou até soltar fogos.

Eduardo: Se eu soltasse fogos cada vez que eu ganhasse de você, eu precisaria de no mínimo 4 queimas de fogos do réveillon de Copacabana.

Mônica: Hahahaha, bobinho.

Eduardo: Vamos nos secar que ainda tem aula de fotografia hoje.

Mônica: A gente tem mesmo que ir?

Eduardo: Ué, não foi você mesma que fez questão que a gente se matriculasse no curso de fotografia?

Mônica: Foi mas eu pensei da gente fazer uma coisa melhor.

Eduardo: Tipo?

Mônica: Aproveitar que a piscina tá vazia e dar uns beijos. – diz Mônica abraçando Eduardo.

Eduardo: (Sorrir) Sabe que não é uma má ideia? Uma aula a menos de fotografia não vai fazer diferença. – Eduardo beija Mônica.

Eduardo e Mônica se beijam na piscina por longos minutos, ao perceber que tem gente se aproximando, eles mergulham na piscina se beijando.

Cena 9. São Paulo / Barra Funda / Casa de Eduardo / Sala / Tarde.

Mônica e Eduardo tentam conversar Fátima de deixar os dois viajaram sozinhos.

Fátima: Viajar? Sozinhos? Para o Rio de Janeiro? Aquela cidade perigosa? Mas nem pensar.

Eduardo: Ah mãe, eu não sou nenhuma criança para a senhora ficar se preocupando.

Mônica: Não se preocupe dona Fátima, eu vou cuidar muito bem do seu Eduardinho.

Fátima: O Rio de Janeiro é muito perigoso, imagina se acontece alguma coisa lá? Prefiro que vocês passem a virada do ano aqui por perto.

Eduardo: Vó, ajuda!

Francisco: Minha filha, o Eduardo já é um homem, deixa ele ir passar o réveillon com a namorada dele no Rio de Janeiro.

Fátima: Eu já disse que não, o Rio de Janeiro é uma cidade perigosa demais.

Mônica: São Bernardo dos Campos, na casa da minha avô, se a gente viajar para lá a senhora deixa?

Fátima: (Pensativa) São Bernardo dos Campos na casa da sua avô, ai já é diferente.

Mônica: Deixa ou não deixa?

Fátima: Deixo, mas com uma condição.

Todos falam: Qual?

Fátima: Me ligar todos os dias, inclusive na hora da virada do ano.

Eduardo: Feito. (Sorrir)

Cena 10. São Paulo / Barra Funda / Casa de Eduardo / Entrada / Tarde.

Eduardo e Mônica conversam na porta da Casa de Eduardo.

Eduardo: É uma pena que a minha mãe não tenha deixado eu ir para o Rio, queria tanto passar a virada do ano lá.

Mônica: E quem disse que a gente não vai?

Eduardo: Como assim?

Mônica: Ela vai pensar que a gente vai estar na casa da minha avô em São Bernardo dos Campos, mas na verdade vamos estar hospedados em um hotel qualquer em Copacabana no Rio de Janeiro. (Sorrir)

Eduardo: (Rir) Eu sabia que tinha alguma coisa ai, você não desistiria tão fácil assim.

Mônica: Ainda bem que você sabe que não sou mulher de desistir fácil.

Eduardo: É por isso que eu sou louco por você. – Eduardo beija Mônica.

Mônica: Chega de beijos por hoje, vai dormir porque amanhã é dia de Vestibular e você tem que estar descansado.

Eduardo: Só mais um beijinho e eu prometo que passo no vestibular.

Mônica: Tudo bem, mas se você perder não vai ter mais beijos durante um ano.

Eduardo: Combinado! – Eduardo cruza os dedos.

Mônica: (Rir) Você tá cruzando os dedos, não vale.

Eduardo: No amor vale tudo. – Eduardo beija Mônica.

Do outro lado da rua dentro de um carro preto com vidros escuros está Sandra observando toda a cena.

Sandra: Vamos ver por quanto tempo vai durar a felicidade do casalzinho perfeito. – diz Sandra com um sorriso maléfico.

Congelamento em Sandra sorrindo.

FIM DO CAPÍTULO

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