Séries de Web
Detalhes Sórdidos

Capítulo 21 – Detalhes Sórdidos

PADRE DORNAS – Júnior, vamos conversar, abaixe essa arma. Olhe, quando eu cheguei aqui, eu fiquei surpreso ao ver que o mordomo era você. Imagine, você, um mordomo.(riu nervosamente).
MORDOMO – O Anfitrião e eu descobrimos tudo. Você e aquela vadia nos traíram. Não tinham que ter trazido aquele tal de Garibaldi.
PADRE DORNAS – Ele tem um raciocínio muito rápido, ia achar o tesouro cedo ou tarde…
MORDOMO – Ele não encontrou o tesouro, mas a chave para ele. Mas eu lhe garanto, João Dornas, vocês não sairão vivos daqui. O Anfitrião completará sua vingança, e o seu tesouro permanecerá na casa.
PADRE DORNAS – Mas que tesouro é esse? E que vingança é essa? Por que ele simplesmente não mata aquelas pessoas…?
MORDOMO – Cale-se. Me leve até a sua comparsa. Daqui a pouco a casa irá tremer de novo, e o meu senhor quer todo mundo morto, e nenhuma parede em é quando ele retornar.
PADRE DORNAS – Retornar?
MORDOMO – Ah, sim. O Anfitrião está vindo pessoalmente. Ele vai pessoalmente arrancar cada pedaço de carne que você, Valéria e Garibaldi têm. Porque o meu senhor é um homem muito, mas muito vingativo, e ele não vai gostar de ver os cães dele quase todos mortos. Ele vai ficar muito nervoso.
PADRE DORNAS – Ouça: não fui eu que chamei o Garibaldi. Foi a Rosângela…
MORDOMO – Eu sei.
PADRE DORNAS – Então não pode me culpar…
MORDOMO – A culpa das mortes é sua.
PADRE DORNAS – Não! Era do Garibaldi.
MORDOMO – Alguém pagará por isso, Dornas. E não serei eu.

Corta para Valéria.

MORDOMO – Ora, ora! Que legal. Os três traidores juntos.
VALÉRIA – Aí está, Hernesto Garibaldi. O terceiro integrante.
GARIBALDI – O padre fajuto?
MORDOMO – Já chega! Vai morrer os três!

A arma de Júnior estava apontada para a cabeça do padre, e Garibaldi apontou a sua para a cabeça de Júnior.

GARIBALDI – Eu não terei a menor dificuldade em atirar, mordomo. Por isso eu sugiro que baixe essa arma bem devagar, ou o seu cérebro será espalhado aqui para o que restar dos seus cães.
MORDOMO – Abaixe a arma ou eu mato o seu comparsa.
GARIBALDI – Mate-o Não me fará nenhuma falta.
PADRE DORNAS – Seu desgraçado!
GARIBALDI – Aliás, eu quase não me aguentei quando ouvi você dizer seu nome: Júnior. Não tinha nada melhor não, Antônio?
MORDOMO – Não é da sua conta. Eu quero terminar logo a minha função e sair desse lugar que eu odeio.
GARIBALDI – Você sabe como sair então. Júnior, vamos trabalhar juntos, nós quatro. Existe dinheiro aqui que não acaba mais. Vamos encontrá-lo, que tal? Vamos nos livrar do seu mestre e ficar milionários, heim? Que lhe parece?
MORDOMO – Vocês são carniceiros, assassinos. O Anfitrião não tinha nenhuma intenção de matar…
GARIBALDI(gritando) – Não minta para mim!(Respirou fundo, e agora sussurrando) Eu não sou idiota. Ninguém manda construir uma casa cheia de armadilhas com cães monstruosos morrendo de fome, e não quer matar. Vocês pensam o que? Que eu sou idiota? Ele quer matar sim, e nós também somos vítimas. Aqueles corpos lá fora, dependurados nas árvores, são de pessoas que trabalharam aqui. O seu chefe quer tirar os detalhes sórdidos das nossas vidas, mas ele tem o passado mais sórdido, mais podre do que todos nós.
MORDOMO – Você não o conhece. Você não sofreu metade do que ele sofreu.
GARIBALDI – E que culpa tenho?
MORDOMO – Você se ofereceu para estar aqui. Só então eu ouvi a sua conversinha com o professor na noite em que ele morreu.
GARIBALDI – Como é?

FLASHBACK

SÉRGIO – Eu queria morrer. Eu não mereço tudo isso. Eu não pedi para ser pedófilo.
GARIBALDI – Falar sozinho não vai adiantar, professor…
SÉRGIO – Garibaldi?!
GARIBALDI – Em carne e osso.
SÉRGIO – Estão todos procurando por você.
GARIBALDI – Estou aqui. Mas estou aqui para libertá-lo, Sérgio. Tem algo na sua cabeça que eu gostaria de ver.
SÉRGIO – Na minha cabeça?
GARIBALDI – Oh, sim. Na sua cabeça. Posso?

Ele olhou.

GARIBALDI – Como suspeitei.
SÉRGIO – O que?
GARIBALDI – 666, é o que está escrito na sua cabeça.
SÉRGIO– E o que significa isso?
GARIBALDI – Eu não sei, mas estou tentando saber. Outras pessoas aqui dentro têm números tatuados nas cabeças. A Valéria e eu estamos procurando um tesouro que pode estar relacionado a vocês, é a Valéria eu estamos querendo eliminar tanto o Anfitrião quanto seu comparsa, e ficarmos com tudo. E o Tom, ao padre, à freira, à Mariah, Marinna, Anita e você, têm a chave para isso. Uma pena que não temos intenção de dividir.

Garibaldi golpeou Sérgio na barriga. Ele caiu sobre a cama, sentindo dor, e com um pano embebido em éter, ele o desmaiou.

GARIBALDI – Eu odeio ter que fazer o trabalho sujo.

Passou uma corda pelo pescoço do professor, e jogou a outra ponta em um gancho no banheiro. Puxou com força até pendurá-lo. Amarrou a corda e saiu.

GARIBALDI – Estou perdendo a forma.

FIM DO FLASHBACK.

MORDOMO – Então, estava querendo matar o Anfitrião e seu comparsa. Ou seja: eu
GARIBALDI(rindo cinicamente) – Não adianta mais negar, não é?
VALÉRIA – Então… então aquela história de que tinha alguém que queria a morte de todo o grupo era você?
GARIBALDI – Não! Não! Eu não! Eu matei apenas o Sérgio. Eu fiz um favor a ele.
PADRE DORNAS – mas é muito cara-de-pau mesmo! Você é louco! Louco e mentiroso. Você quer nos matar sim. Tentou matar o Edson várias vezes.
GARIBALDI – Olha só, se você está em um grupo e sabe que alguém desse grupo quer ver todos pelas costas, o que você faz? Fica esperando o espertinho matar todo mundo? Hã? Mordomo? Padre? O que vocês fariam? Nós aqui somos uma voz que ecoa no deserto. Podemos gritar ninguém vai escutar. Não há polícia. Não há nada. Apenas um milionário louco equipou uma casa com armadilhas requintadas, e pessoas que passam por cima da própria mãe por dinheiro. E nisso, me incluo também. Olha… por que você não abaixa essa arma e vamos conversar, heim? Hã? Vamos formar um grupo, nós quatro, como eu disse. Matamos o Anfitrião, e ficamos com a grana. Vamos embora e deixamos esse monte de babacas aí morrendo de fome.

Silêncio.

GARIBALDI – Gente…(desviou a arma para outra direção) vamos deixar de ser hipócritas, hã? Que tal? Vamos trabalhar juntos. Não é necessária uma carnificina. Só o Anfitrião precisa morrer. Afinal, todos nós somos bandidos da pior espécie. Estamos juntos.
VALÉRIA – Não! Não estou aqui para matar ninguém! Não vou matar o Anfitrião, e nem vou deixar que aquelas pessoas sejam mortas, nem por você, nem pelo Anfitrião.
MORDOMO – E o que vai fazer para evitar?
VALÉRIA – Eu tenho mais cartas na manga do que você possa imaginar, Júnior.

Fim do capítulo 21

Deixe um comentário

Séries de Web