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Detalhes Sórdidos

Capítulo 20 – Detalhes Sórdidos

TOM – Para onde ele foi?
EDSON – Ele fugiu enquanto estávamos distraídos.
TOM – Temos que procurá-lo, e temos que encontrar o Garibaldi também.
MARIAH – Vamos sair daqui?
TOM – Sim…
MARIAH – Mas os cães…
TOM – Vocês são tão culpadas quanto o dono de tudo isso aqui. Deveriam ter nos contado tudo desde o começo.
MARIAH – mas contar o que? Não sabemos de nada. Tudo o que eu sei, eu lhe falei.
TOM – Está bem. Vamos indo então.

Corta para Valéria.

Já devia ter uns vinte minutos que Garibaldi estava de pé, olhando para Valéria. Ela embaralhando suas cartas.

VALÉRIA – Você sabe que não vai adiantar de nada, Garibaldi. Mesmo que eu soubesse quem é o Anfitrião, e onde encontrá-lo, eu não diria isso a você.

Garibaldi sacou uma arma.

GARIBALDI – Eu posso matar você.
VALÉRIA – Isso não resolve o seu problema. Eu quero sair daqui tanto quanto você, mas eu tenho um compromisso, e vou cumprí-lo.

Respirando fundo, Garibaldi foi até a porta e voltou.

GARIBALDI – Eu não estou com paciência. O cerco está se fechando.
VALÉRIA – Não para mim.
GARIBALDI(gritando) – Maldição!! Maldição!! Eu devia ter estourado a sua cabeça!
VALÉRIA – Garibaldi, as coisas não podem ser como a gente quer sempre. Quando você entrou aqui, aceitou fazer parte do projeto. Como disse o Anfitrião, um projeto social sem precedentes na história…
GARIBALDI – Não me venha com filosofia. U quero grana! Grana! Tá me entendendo? Aquele desgraçado me contratou, mas não disse que eu ia estar preso a um labirinto gigante cheio de idiotas. Eles acreditaram na minha história das crianças do Pacto, e agora estão se direcionando nisso.
VALÉRIA – Isso foi idéia sua, não do Anfitrião. Ele permitiu isso para mantê-los ocupados para o verdadeiro motivo de estarem aqui. Você começou, você termina. Não era para ninguém morrer, era apenas para assustar. Está nas suas mãos o sangue do professor Sérgio, e da freira, que foi horrivelmente devorada por aqueles cães. A culpa é toda sua.
GARIBALDI – Do que você está falando? Esses cães tentaram me comer também.
VALÉRIA – Você sabia que ia ser assim…
GARIBALDI(aos berros) – Não tente jogar a culpa para cima de mim! Não era para os cães estarem dentro da casa, mas você teve a magnífica idéia de cortar a energia, e com a porta aberta, eles entraram.
VALÉRIA – Por que não reclama com o Anfitrião então. Ele logo estará de volta a essa casa, terminar o que começou. E é melhor obter dessas pessoas o que se propôs a obter, ou você vai pagar.
GARIBALDI – Mas onde está a equipe de apoio? Preciso de mais pessoas…
VALÉRIA – Me desculpe, não há mais pessoas. A localização dessa casa é secreta e não queremos mais despertar a atenção das pessoas. Toda a equipe de apoio foi morta, e os corpos jogados nos fossos, como bem você deve ter visto. Você está sozinho. E sozinho você deve capturar as duas garotas que restam e as obrigarem a falar, antes que o Anfitrião chegue, ou estaremos condenados, nós três.
GARIBALDI – Nós três?
VALÉRIA – Sim, temos mais um comparsa que preferiu ficar na obscuridade. Garibaldi, o importante agora é pegar o nosso tesouro e irmos embora daqui. Ou isso, ou o Anfitrião nos punirá pela traição.
GARIBALDI – Ou então, nós o mataremos também.

Corta para o padre Dornas.

O padre Dornas corre, como se alguma criatura o perseguisse. Mas a única criatura a persegui-lo, é ele mesmo.

FLASHBACK.

PADRE DORNAS – Então, eu vou para a casa, finjo ser uma dessas crianças do Pacto, pegamos o nosso tesouro, e cada um vive a sua vida.
VALÉRIA – Isso mesmo. O dono da casa não vive lá. Mas ele acha que a casa guarda um grande tesouro, cujas pistas estão marcados no corpo dessas crianças, que hoje são adultos. Ele os convidou lá para testa-los e ver até onde poderia ir a sua boa índole. Para tanto, ele irá explorar o subconsciente dessas crianças. Irá expor suas fraquezas de uma forma tal que enfraquecerá seus espíritos. Essa experiência servirá para traze-los ao seu passado m ais longínquo, quando então os seus pais terão roubado todo o dinheiro de um grande banco.
PADRE DORNAS – Eu me lembro disso. Um roubo feito por ladrões famosos. Eles explodiram o banco no horário comercial. Muita gente morreu naquela ocasião. Me lembro que o dono do banco ficou tetraplégico. Que aconteceu com ele?
VALÉRIA – Ninguém sabe. Deve ter morrido. Eles faliram logo em seguida. Ao que parece, o dono do banco era um dos ladrões, e querendo se livrar de dívidas imensas com o Governo, inventou de roubar o próprio banco. Mas na divisão do dinheiro, seus comparsas trapacearam. Esconderam tudo, e colocaram pistas no corpo dos próprios filhos. Eles esconderam em uma mansão onde esses ladrões costumavam se encontrar. A mansão onde o dono do banco morava. Lá foi escondido o dinheiro. Mas ele vasculhou tudo, e nunca o encontrou, e quando estava sem esperanças, soube que seus antigos companheiros fizeram uma espécie de mapa do tesouro no corpo dos filhos ainda bebês. Eles esperavam passar o alarde do roubo para poderem resgatar o dinheiro, mas por algum motivo, morreram todos. Eu imagino que o dono da mansão está vivo, e está lá, querendo encontrar o seu dinheiro. E ele me incumbiu de secretamente procurar uma a uma aquelas crianças e convidar para essa experiência.
PADRE DORNAS – Não deve ser difícil encontrar um tesouro desse tamanho.
VALÉRIA – Eu não vi o seu rosto, mas esse homem é um louco. Ele quer que os seus hóspedes sofram o que ele sofreu, seja lá o que ele tenha sofrido. Me parece que o dinheiro não é o bastante para ele, ele quer vingança. E na cabeça dele, as crianças são tão culpadas quanto seus pais.
PADRE DORNAS – O que você quer que eu faça?
VALÉRIA – Que seja um integrante do grupo. Que finja ser um padre. Todos desconfiam de um ladrão, mas de um padre, ninguém desconfiaria. Tenho outra pessoa que irá fazer o mesmo. E quando encontrarmos o dinheiro, matamos todo mundo, inclusive ele, o nosso anfitrião.
PADRE DORNAS – Mas e os corpos?
VALÉRIA – Aquela casa é um prestígio da engenharia. Foi construída para este fim pelo nosso anfitrião. Poderemos fazer desaparecer todos os corpos.

FIM DO FLASHBACK

O padre Dornas se depara com algo inesperado.

MORDOMO – Para onde pensa que vai, padre?
PADRE DORNAS – Júnior!
MORDOMO – Em pessoa. Eu estou aqui pra acabar com você, e com os outros dois ladrões.

Ele sacou uma arma e mirou em sua cabeça.

MORDOMO – Com os cumprimentos do Anfitrião!!!

Fim do Capítulo 20

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