Capítulo 15 – Detalhes Sórdidos
CAPÍTULO 15
TOM – Cada um procure algo que sirva de arma.
GARIBALDI – Não creio que garfos e talheres possam fazer qualquer mal a esses cães monstruosos. Três deles comeram a freira inteirnha.
PADRE DORNAS – Eu tenho que admitir ele está certo. Temos uma arma arma com duas balas e algumas facas que podem não ser suficientemente letais para eles.
TOM – Mesmo assim, temos que assumir esse risco. Se ficarmos aqui, vamos morrer de qualquer jeito.
Cada um se apossou do que encontrou. Facas, porretes, espetos.
TOM – O caminho parece estar livre. Vamos.
Apreensão.
PADRE DORNAS – Quantos cães devem haver nessa casa?
TOM – Pelo jeito, dezenas, e todos mortos de fome.
GARIBALDI – Silêncio! Estou escutando passos. Vem dalí.
Tom apontou sua arma, mas era Edson, e claudicava, com o pé ferido e começando a infeccionar.
TOM – Edson?! Onde passou a noite?
EDSON – O que importa? Meu pé doi muito. Daqui a pouco não conseguirei andar. Ah, eu tenho um revóver. Encontrei quando eu fugia do cão, e meu pé afundou no soalho.
ANITA – Eu te ajudo. Minha nossa, você está arendo em frebre!
EDSON – Deve ser por causa do ferimento. Eu não acho uma boa idéia vocês me levarem. ou ficar trancado na cozinha, e vocês podem andar em segurança.
GARIBALDI – Tarde demais!
Havia dois cães na porta da cozinha. prontos para atacálos. Baboso e com muita furia, o animal veio correndo na direção do grupo, e Tom não pestanejou em disparar contra ele. O cão tombou ainda se mexendo, mas aos poucos, a vida lh deixou.
TOM – Vamos nos afastar devagar…
Era inútil tanto cuidado, o outro cão também partiu para o ataque. Com as mãos trêmulas, Tom atirou, mas errou o alvo. Edson tentou alcansar o seu revólver no bolso do casaco, mas estava fraco demais, e a arma enganchou-se.
MARINNA – Estamos ferrados!
Quando o cão voou sobre o pescoço do padre, Garibaldi quase decepou o seu pescoço com um facão. Ele caiu e ficou estebuchando até morrer.
TOM – Deve ter mais outros cães por aí. Vamos logo. Edson, pegue a arma e fique com ela na mão. Nessa altura, não há lugar seguro por aqui.
GARIBALDI – No fim desse corredor tem outro, e é no no fim deste que se encontra Valéria. vamos logo
Mais uma vez a casa tremeu. Dessa vez tão forte que parecia que tudo iria a baixo. Mas ainda não foi o bastante.
TOM – Mais um desses, e estamos fritos. Vamos indo.
PADRE DORNAS – Estou ouvindo mais cães, daquele lado ali.
As mulheres começaram a chorar.
TOM – Vamos logo, não temos tempo a perder.
Mas ao virar o corredor, cinco cães os esperavam a dez metros da esquina. Logo ao vê-los, os animais selvagens e sedentos de sangue partiram ao ataque. Edson sacou e atirou uma vez.
TOM(gritando) – Não desperdice munição.
EDSON – Eu achei que com o estrondo, os demais fugiriam.
TOM – É, mas eles não fugiram.
Edson tropeçou e levou consigo Anita, que o ajudava a correr. Anita gritava feito louca, pela visão aterradora dos cães enormes, com grandes dentes parcendo sabres, se aproximarem rapidamente. Edson atirou outras duas vezes e atingiu um dos cães.
TOM(gritando) – Vamos, Edson, levante-se!
EDSON(gritando) – Eu não aguento correr. anita, vá sem mim.
ANITA – Não!
Os cães se aproximavam rápido, e Tom pegou o facão que estava com garibaldi, se colocando entre Edson e os cães, que não se intimidaram, e avançaaram sobre ele com fúria assassina. O promeiro teve parte do pescoço degolado, e rolou para o lado. O segundo, Tomas conseguiu ferí-lo na pata, sendo o suficiente pra que ele caísse e ficasse grunhindo de dor. Mas havia ainda mais dois cães que vinham correndo, e Tom já estava exausto.
TOM – Anita, ajude o Eson a se levantar, vamos!
Com o último resto de suas forças, Edson se apoiou em Anita e ambos se levantaram. Havia mais adiante uma plataforma onde o grupo havia se refugiado. Eles ajudaram Edson a subir, e Anita subiu logo em seguida, mas a vida de Tom ainda estava em risco. Os dois cães que sobraram fizeram um cerco. se ele atacasse um, o outro pulava em suas costas. Edson mirou em um dos cães e disparou, mas para a tristeza de Tom, não havia mais munição. Os cães chegaram muito perto, esperando que um fosse atacado por Tom, pra que o outro avançasse em suas costas.
GARIBALDI- Eu acho que ele está condenado!
MARIAH – Cale a sua boca!
De repente, mais uma vez a casa começa a tremer de forma tão intensa, que pedços do teto começam a ruir. Uma grande luminária despenca e atinge um dos cães na parte traseira. Voi a deixa para Tom precipitar sobre o outro e enterrar o facão entre as costelas do bicho. Enquanto o outro tentava fugir da única coisa que parecia assustá-lo, o tremor, Tom ia para o outro lado, em direção à plataforma. Mas o cão o viu, e mesmo ferido, foi atrás. Ele não estava disposto a deixar passar assim seu alimento.
MARIAH(gritando) – Vem logo, Tom! Pelo amor de Deus!
De um salto, ele conseguiu atingir o alto da plataforma, e faltou pouco para que o cão agarrasse o seu pé. Na verdade, ele conseguiu rasgar-lhe o sapato esquerdo. Mas ferido como estava, logo o cão perdeu as forças e se prostrou.
GARIBALDI – Acho que podemos descer agora. Valéria se encontra no fim desse corredor.
Corta para a sala onde está Valéria.
VALÉRIA – Eu estava esperando vocês.
TOM – Você vai explicar agora o que está acontecendo!
VALÉRIA – Tudo será explicado no seu devido tempo, queiridinho. Edson precisa cuidar do seu pé, pois logo vai ter uma infecção generalizada.
EDSON – Não fuja do assunto! O que é isso tudo.
TOM – Principalmente, o que é isso aqui?
Tom estendeu o papel com os números.
TOM – Eles estavam tatuados nas nossas cabeças: a da freira, a do padre e a minha.
VALÉRIA – Um diagrama pitagórico.
TOM – Nós sabemos disso! Quero saber se você, sendo esotérica, pode traduzir.
Valéria pegou papel e lápis, e desenhou a tabela:
1
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2
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3
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4
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5
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6
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7
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8
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9
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A
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B
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C
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D
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E
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F
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G
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H
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I
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J
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K
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L
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M
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N
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O
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P
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Q
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R
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S
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T
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U
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V
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W
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X
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Y
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Z
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VALÉRIA – Cada número está relacionado a um grupo de letras. Veremos se esses têm algum significado: 131 65125 132-7916 “ala oeste sub-piso”;1291 6 133760 “abra o alçapão”; 41 125 6 694 “vá até o fim”.
TOM – O que significa isso?
VALÉRIA – Que na ala oeste da casa existe um alçapão, meu lindo. Lá, vocês encontrarão a sua liberdade. Agora vão logo, porque essa casa não irá ficar de pé por muito tempo.
Fim do capítulo 15 e da primeira fase.