Capítulo 13 – Detalhes Sórdidos
A escuridão era densa e total. Tom ouvia passos, mas a sua lanterna havia apenas uma pequena fração do que outrora foi lz.
TOM – Irmã, onde a senhora está? Me dê a planta. Vamos sair daqui juntos
Mais tremores. A casa parecia estar prestes a vir a baixo, como previra Valéria. Tom queria que tudo não passasse de uma metáfora, mas não era.
TOM – Irmã, a senhora está fazendo uma bobagem. por que pegou a planta e saiu correndo? Irmã!!(grito)
Corta para Garibaldi.
GARIBALDI – Sem mim ninguém sái dessa casa, porque conheço a natureza do Anfitrião. Vão todos morrer, por isso, irmã, se aparecer agora e me entegar esses papéis, ainda há tempo. Vamos, sua desgraçada, apareça!
Corta para Tom
TOM(gritando) – Irmã!!!
Sua mão segurando a arma, tremia. Ele estava muito tenso e o pânico lhe controlara. Ele ouve granidos.
TOM – Oh, meu Deus, os cães. De novo não.
O rugido dos cães ferozes parecia vir de todos os lugares, e paralizado pelo medo, ele ficava parado, mas pronto para atirar.
TOM(gritando) – Por favor, ninguém se aproxima de mim, pois eu vou atirar no que se mexer. Alguém me ouviu?
ANITA(ao longe e também gritando) – Tom, socorro. Estou ouvindo barulho dos cães!
TOM(gritando) – Anita, é você? Não saia de onde está, pois eu vou atirar no que vier em minha direção. Pretendo com isso matar os cães.
Nesse momento, um dos monstros caninos voou sobre ele, e Tom pode sentir o bafo quente e fedido do animal. Sua sua boca parecendo uma mosra afiada abocanhou o seu braço e ele deixou cair o revólver. Era o seu fim, pois o cão estava faminto.
Corta para Anita.
ANITA(Gritando) – Tom! Está acontecendo alguma coisa? Tom! Estou ouvindo o cão…
TOM – Socorro! Ele vai me matar!
Anita quis ir em sua direção, mas o escuro era denso, e ela em pânico, não conseguia se mexer.
Corta para Tom.
Caído no chão e sem esperança de sobreviver, com muita dor por causa das mordidas, Tom tenta um último e desesperado ato, e estica o braço direito, alcançando o revólver. Com ele, estoura a cabeça do animal, em um só tiro, que desaba, com a sua mandíbula ainda agarrada ao seu braço, que se esvaía em sangue.
ANITA(gritando) – Tom, você está bem?
TOM(gritando) – Sim, mas eu estou ferido. Preciso de um curativo. Tem muito sangue. Mas cuidado, ainda ouço os cães.
Corta para Edson.
Apesar do escuro, Edson prefere permanecer correndo, porque assim ele acredita poder fugir dos cães. Ele escuta seus rugidos cada vez mais perto. Para seu desespero, ele olha pra trás e vislumbra os olhos vermelhos de um cão, correndo em sua direção. ele corre com todas as suas forças. o cão atrás. Ele corre, vira uma esquina de um corredor. De repente, o soalho se quebra sob seus pés, e ele se vê preso, e ferido. Uma farpa enorme abre um rasgo em sua pele.
EDSON – Mas que droga!
O cão se aproxima, e o pânico cada vez mais o domina. O animal estava muito próximo dele, quando ele pode ver que havia por ali uma barra de ferro. Era um pé-de-cabra, com o qual ele bateu forte na cabeça do cão, que caiu meio tonto, mas ainda vivo. Isso lhe deu tempo de tentar tirar o pé do buraco feito pelo soalho velho. Mas o cão se levantou e aançou em suas costas, tentando morder o seu pescoço. Ele soltou o pé e se deixou cair pra trás, em cima do animal, que se soltou, mas por pouco tempo. Logo ele veio novamente ao ataque, mas foi atingido novamente pelo pé-de-cabra, que só o atordoou. Mais uma tentativa de atacá-lo, e mais uma vez Edson o atingiu com o pé-de-cabra. Dessa vez, um golpe fatal. O animal caiu, ainda vivo, mas incapaz de atacar novamente. Para sorte de Edson, o buraco aberto no chão continha um revólver. Isso lhe proporcionou maior segurança.
Corta para a Irmã Sofia.
A freira andava tentando enchergar no escuro, trazendo consigo as plantas do casarão. Ela chegou em um local onde uma porta se abriu. Havia alguém lá dentro.
IRMÃ SOFIA – Aqui está, como eu prometi. Agora por favor, me tire daqui.
Teve como resposta um forte tapa, arremessando-a no chão.
DESCONHECIDO – Que idiota…
Ela ficou lá chorando.
O estranho, agarrou seu pescoço, a mão calçada com uma luva de couro brilhante a dependurou do parapeito de uma sacada que dava para a sala de convivência. Ali, dependurada, ela tentou escapar, mas já sabia que seria arremessada. Seu último esforço foi pra segurá-lo pela roupa. Mas foi inútil. Ela caiu sobre uma mesa de centro, totalmente de vidro, que se desfez em pedaços. O ruído da queda chamou a atenção de Garibaldi, que estava na sala de convivência
GARIBALDI – Irmã, a senhora está viva?
Ela apenas se mexia, mas não por muito tempo.
GARIBALDI – Onde está a planta, irmã?
IRMÃ SOFIA – Ele pegou?
GARIBALDI – Quem?
A irmã sussurrou em seu ouvido, e morreu.
GARIBALDI – Que estranho.
TOM – Garibaldi, felizimente encontrei você. Encontrou a madre?
GARIBALDI – Sim, Tom, mas receio que ela não possa mais nos ajudar.
Ele apontou para o corpo inerte e esmagado, da freira, sobre o estilhaços do que já foi uma mesa.
GARIBALDI – Parece-me, Tom, que o Anfitrião é o menos de nossos problemas aqui dentro. A Freira deixou que roubassem dela a planta, que revela algo muito melhor que a saída daqui. revela o paradeiro de um grande tesouro.
TOM – Como é?
GARIBALDI – Veja bem.
Ele virou a freira de costas, limpando o sangue da sua roupa. E ao tirar o manto que cobria seus cabelos, e os afastou, revelando parte do couro cabeludo.
GARIBALDI – 131 65125 132-7916…, viu só? Um código
TOM – Mas o que significa isso?
GARIBALDI – Eu não sei, Tom, mas acredito que você também os tenha. Posso?
Garibaldi vasculhou a cabeça de Tom, e havia sim uma sequência de números.
GARIBALDI – Eu sabia! “1291 6 133760”. Estamos fazendo progresso, Tom.
TOM – Mas eu jamais imaginei que meus pais tatuariam a minha cabeça.
GARIBALDI – A não ser que não tenha sido eles, não é, Tom?
TOM – Do que você esta falando?
GARIBALDI – A não ser a Valéria e eu, todos vocês têm a mesma faixa etárea. Eu creio que têm mais do que isso em comum.
TOM – Não estou entendendo nada.
GARIBALDI – eu também quero entender, Tom, mas para isso, teremos que reunir todo o grupo de novo.
TOM – Você viu, eles não querem nem saber.
GARIBALDI – Tom, temos que nos esforçar e passar por cima de todos aqueles imbecis.
TOM – Escute aqui: eu não sou como você…
GARIBALDI – É sim, Tom. Você é tão ou mais louco que eu.
MARINNA – Tom, graças a Deus eu encontrei você antes dos cães me encontrarem. Eu sei quem empurrou a freira da sacada, eu vi tudo.
TOM – Então diga, quem foi?
MARINNA – Foi Júnior.
TOM – O Mordomo??!
Fim do capítulo 13