Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 32

Capítulo 32

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Marcela: É muito fácil você me julgar dizendo que eu fui ruim se você ouviu só o lado da pessoa que me odeia.

Junior: Você acha mesmo que eu vou cair no seu truque? Seus dias de tirar dinheiro da minha mãe acabaram.

Marcela: Tirar dinheiro da sua mãe? Agora eu entendo porque você não quer falar comigo. Já inverteram a história a favor dela.

Junior: Do que você está falando?

Marcela: Eu estou falando que a Maria me procurou muitas vezes querendo me fazer desistir de procurar você. Ela já chegou a me ameaçar de morte. Se você soubesse da verdade não ia me tratar assim.

Os dois se encaram.

Junior: Deixa de ser ridícula Marcela. Você acha mesmo que eu vou acreditar que a minha mãe te ameaçou de morte. A minha mãe?

Marcela: Você não sabe nem do inicio da história. Porque quando o Heitor te tirou dos meus braços, a Maria estava com ele. Foi um plano dos dois. Eu nunca quis me separar de você. Mas o que eu podia fazer contra pessoas ricas. Você sabe que o dinheiro consegue muita coisa. Até mesmo matar.

Junior: Marcela, nem você acredita no que você diz. Você quer mesmo me fazer acreditar que minha mãe me tirou dos seus braços e tentou te matar. Mas não está dando certo, Marcela.

Marcela: Sabe o que é pior? Eu tentei me aproximar de você durante tanto tempo e a Maria me impedia. E hoje eu vejo que ela conseguiu destruir qualquer possibilidade de me aproximar de você.

Junior: Minha mãe não destruiu nada. Quem destruiu foi você. Quando me vendeu e depois chantageou meu pai com esse segredo e depois minha mãe. Vai negar que você os chantageava?

 

Marcela: Eu não chantageava ninguém. Eles tentavam me calar com dinheiro. E durante muito tempo eu tive que aceitar porque eu sou pobre.

Junior: Chega Marcela. Seu drama não comove ninguém. Faz um favor. Se afasta de mim.

Junior entra no colégio. Marcela pega o celular digita alguns números e liga pra Valéria.

Marcela: Alô, Valéria. A sementinha da desconfiança já foi plantada.

Cena 2.

Casa de Maria.

Na sala, Maria e Carla se abraçam.

Maria: Minha filha, até que enfim você tomou essa decisão. Você não podia ficar lá mais tempo.

Carla: Eu tinha que tentar salvar meu casamento mãe. Mas acho que não tem mais salvação ali.

Maria: André nunca foi fácil, mas ele já passou dos limites de tudo. Você devia ter ido a policia assim que ele te agrediu pela primeira vez.

Carla: Eu sei mãe. Mas ele é o pai da Julia. Eu não estragar…

Maria: A Julia sabe que ele não é santo. Ela mesma veio pedir ajuda pra você por causa dele. Mas eu não quero te incomodar com isso. Eu já estou feliz que você voltou pra casa.

Carla: Hoje tem uma feira de ciências no colégio da Julia. Eu vou lá ver ela. Eu não vou conseguir ficar aqui parada pensando em besteiras.

Maria: Tá bom. Mas me diz como o André reagiu com isso?

Carla: Péssimo. Ele destruiu a casa. Completamente. Mas estava tão bêbado que caiu no sofá e apagou.

Maria: Toma cuidado, filha. O André não é brincadeira.

Cena 3.

Escola.

No corredor das salas de aula. Caio e Bia do lado de fora conversa com o Professor.

Caio: Eu peço mil desculpas. O erro foi meu. EU acabei atrasando e atrapalhando a Bia.

Professor: Eu sinto muito, mas eu não posso deixar ela entrar. Estabelecemos regras aqui e elas são cumpridas.

Bia: Por favor. Essa feira vela metade da nota final.

Professor: Por isso mesmo. Você devia ter mais comprometimento com seus estudos.

Bia: Mas eu tenho; Tem mais de 2 semanas que eu estou fazendo esse trabalho. Pesquisas, coletas. Por favor. O senhor sabe que eu não sou uma aula ruim.

Caio: Atrasamos 20 minutos só. Quebra esse galho, por favor.

Professor: Caio, eu sei da situação de vocês, que você que toma conta dos seus irmãos e é uma atitude louvável. Eu tenho certeza que vocês não se atrasaram por molecagem ou algo semelhante. Com certeza teve uma motivo bom pra isso. Mas se eu afrouxar as regras pra Bia eu tenho que fazer isso pra todos. Não é justo com os outros alunos que chegaram no horário. Eu sinto muito realmente.

Cena 4.

Escola.

Na portaria, Carla entra e caminha pelo pátio.

Carla: A Julia disse que  a sala dela está no segundo piso. Espero não estar muito atrasada.

André chega atrás de Carla e a segura pelo braço.

André: Você vai voltar pra casa comigo agora.

Carla: Me solta André. Eu vou gritar se você não me soltar.

André: Você não vai fazer nada. Você vai me respeitar. Eu sou seu marido.

Carla se solta: Ex. Ex-marido. Eu saí de casa e vou pedir o divorcio. Nosso casamento acabou.

André: Não.

André nervoso chuta um banco de madeira que estava no pátio.

Carla: O que você está fazendo? André eu acho melhor você ir embora antes que você se complique.

André: Não me provoca Carla. Vamos embora. Agora.

No outro lado do pátio, Caio e Bia caminham com as maquetes na mão.

Caio: Desculpa Bia. Eu sei que culpa é todo minha. Eu devia ter acordado na hora. Mas eu não fiz isso.

Bia: Você mandou muito mal mesmo. É torcer pra não ter repetir o ano. Que esse professor me passe um trabalho de recuperação pelo menos. Mas acho que nem isso ele vai fazer. Ele muito chato. Mas a culpada maior é a Vitória. Eu tacar água fervendo na cara dela.

Caio: Calma. Eu vou conversar com ela.

Do outro lado do pátio.

André pega Carla pelo braço e a puxa em direção à saída.

André: Cala a boca e vamos embora.

Carla: Me solta, me solta André.

Caio vê a cena e vai até eles.

Caio: O que tá acontecendo aqui?

André: Não se mete. Não é da sua conta.

Carla: Me solta André.

Caio: Solta ela.

André: Arrumou um defensorzinho agora? Foi por causa dele que você saiu de casa?

Carla: Eu não o conheço. Obrigado pela preocupação moço, mas ele já vai me soltar.

Carla puxa o braço e se solta.

Carla: Me deixa em paz.

André: Não me provoca Carla. Você sabe o que acontece quando você me provoca.

Caio: Ela já disse que não vai com você. É melhor você sair daqui.

André: Quem vai me obrigar? Você?

André da um soco em Caio. Caio revida e da um soco em André. André tenta acerta um soco de direita em caio que se defende com o antebraço esquerdo e da um soco de direita e depois de esquerda em André. André cai no chão.

Bia: Para Caio.

Carla fica assustada com a cena.

Caio: Isso é pra você aprender a tratar mulher.

Cena 5.

Hospital.

No consultório de Sandra, ela conversa com Nath.

Sandra: Nós conversamos sobre isso naquela consulta Nath. Eu te falei pra você ficar atenta aos sintomas. O quanto mais rápido esse diagnóstico for feito, mas eficaz é o tratamento.

Nath: Eu sei Sandra. Mas lá em casa está com tantos problemas. Uma confusão que eu achei que podia ser por causa disso. Eu sabia que não era, mas eu quis me enganar. Eu não queria aceitar que isso realmente estava acontecendo.

Sandra: Eu te entendo. Mas seu quadro é arriscado. Você sabe o porque. Olha o estado que o Renato ficou. Não vamos deixar isso acontecer isso com você. É igual ele que você quer ficar?

Nath: Claro que não.

Sandra: Então, assim que você tivesse começado a sentir náuseas, febre, cansaço você devia ter vindo. Suas glândulas estão inchadas eu te disse isso.

Nath: Eu sei. Mas eu não queria confirmar que eu estava morrendo. Você não vai me entender porque você não está passando pelo que eu estou passando.

Guilherme entra na sala.

Guilherme: Eu peguei o resultado do exame. Você abre Sandra.

Guilherme entrega o envelope pra Sandra e se senta do lado de Nath e segura a mão dela. Antes mesmo de Sandra ter aberto o envelope, lagrimas já desciam do rosto de Nath. Ela sabia que o resultado não seria nada animador e que ali sua vida tomaria outro rumo, cheio de medos e cuidados com tudo.

Sandra: Bom, Infelizmente Nathália, o resultado deu positivo.

Guilherme aperta a mão de Nath.

Guilherme: A gente vai dar um jeito juntos.

Nath puxa a mão e se solta de Guilherme.

Nath: Não vamos. Essa é uma luta minha. Você não te que se sacrificar por minha causa.

Guilherme: Claro que não. Eu estou com você para o que precisar.

Nath: Não. Não está. Se afasta de mim, antes que você também fique condenado.

Nath levanta e sai do consultório.

Sandra: Nathalia espera…

Cena 6.

Casa de Glória.

Na sala, Glória sentada no sofá lê um livro. Junior entra na sala.

Junior: A senhora não vai acreditar no que acabou de me acontecer.

Glória: O que foi? Sua cara está me assustando.

Junior: A senhora lembra que eu te perguntei sobre a tal Marcela? A senhora me disse que não a conhecia.

Glória: Sim, realmente eu não a conheço.

Junior: Mas ela é minha mãe biológica. A Valéria me revelou tudo na discussão que teve lá em casa. Mas eu já sei da verdade, essa Marcela chantageava meu pai e agora minha mãe por conta desse segredo.

Glória: E como você está? Eu sei que deve ser horrível descobrir algo assim. Mas pode ter certeza que você continua sendo muito bem amado aqui e tenho certeza que na sua casa também.

Junior: Obrigado vó.

Junior abraça Glória.

Junior: Só que a Marcela me procurou hoje e me disse que essa história toda é mentira. Que meu pai e minha mãe me tiraram dos braços da Marcela e que ameaçaram ela.

Glória se lembra da conversa que teve com Maria no cemitério onde Maria conta pra Maria tudo que Heitor havia feito.

Glória: Claro que isso é mentira. O Heitor jamais faria uma coisa dessas, muito menos a… Muito menos a Maria. Você conhece a Maria melhor do que eu. Ela jamais faria algo assim.

Cena 7.

Clube.

Na área da piscina, Julia, Diego e Patty sentados nas espreguiçadeiras conversam.

Julia: Nós crescemos juntos. Sempre amigos. Não vamos deixar As brigas dos adultos atrapalharem nossa amizade.

Patty: Eu concordo. Somos unidos demais pra brigarmos assim.

Diego: Tão bom ouvir isso de você Patty. Eu achei que você ia tomar as dores da sua mãe e se afastar da minha família inteira.

Patty: Claro que não. Jamais.

Julia: Falando na sua mãe.

Valéria chega à área da piscina.

Valéria: Eu já disse que eu não quero você com esse pessoal.

Patty: Mãe, eu não vou me envolver nas suas brigas com o papai e a tia Maria.

Diego: Nós somos primos. Vamos ser amigos sempre. Não nos envolva nas suas confusões.

Valéria: Quem te perguntou alguma coisa? Porque ao invés de você ficar se intrometendo na minha conversa com minha filha você não da um jeito de cuidar da sua bundinha. Sei que ela está bem rodada pelo bairro.

Patty: Mãe.

Diego: O que você está insinuando tia?

Valéria: Insinuando? Eu não faço insinuações. Eu falo a verdade. Já passou da hora de sair do casulo amor. Bate as asinhas borboleta.

Julia: Tia para com isso.

Diego: Eu não tenho que ouvir isso.

Valéria: Vai sair daqui já. Vai pra onde? Passear pelo arco-íris? Acho que é lá que vocês se encontram né.

Diego: Você é uma mulher muito amargurada com a vida. E não consegue ser feliz. Por isso você ataca todo mundo. Você é uma cobra, mas seu veneno não vai me atingir.

Valéria: Não sou cobra não. Não gosto de cobra. Mas eu tenho certeza que você gosta. Confessa pra gente. Somos todas mulheres mesmo. Quer dizer, uma é quase.

Patty: Chega mãe. Você veio me levar embora. Então vamos. Não aguento mais você fazer isso.

Patty e Valéria saem do clube.

Julia: Você está bem?

Diego: Eu vou ficar.

Cena 8/ Noite.

Imobiliária.

Sentada no sofá, Maria fica pensativa olhando para o horizonte. E se lembra do beijo com Hélio que aconteceu na imobiliária. O celular de Maria toca e a tira dos seus pensamentos. Maria olha no visor do telefone e vê o nome de Hélio.  Ela rejeita a ligação. Hélio entra na sala.

Hélio: Vai continuar me evitando até quando?

Maria: Eu ia tentar o máximo que eu conseguisse.

Hélio: Você sabe que não podemos continuar assim. Nós precisamos ter essa conversa.

Maria: Eu sei. Eu só não a queria agora. Eu não estava pronta.

Hélio: Você quer marcar um almoço amanha? Talvez você se sinta mais confortável.

Maria: Não. O que eu tenho que dizer é breve e eu prefiro dizer de uma vez. Eu quero… Nós precisamos nos afastar, pra sempre.

Hélio e Maria se encaram.

 

 

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