Histórias da Vida – Capitulo 29
Capítulo 29
Continuação do capítulo anterior…
Cena 1..
Valéria: Olha essa foto.
Glória vê a foto no celular de Hélio e Maria se beijando.
Glória: O que é isso? Isso é montagem não é?
Valéria: Quem me dera fosse. Isso é um foto real que eu tirei ontem à noite. Eu você não tem noção do quanto isso está me fazendo sofrer.
Glória: Isso não pode ser verdade. O Hélio e a Maria não fariam isso. É loucura.
Valéria: Loucura é a senhora continuar se enganando mesmo depois de ver a prova mais profunda de que seu filho me traia com a Maria. Você quer um teste de fidelidade pra acreditar em mim? Maria sempre se colocando na posição de boa moça, de integra. Na verdade é uma piranha.
Glória: Eu não sei nem o que pensar.
Valéria: Se a senhora não sabe o que pensar eu vou te dar algumas coisas pra pensar. Ninguém sabe quanto tempo essa safadeza está acontecendo. Pode ser a anos. Até mesmo quando o Heitor era vivo.
Glória: O que você está querendo dizer com isso?
Valéria: Eu estou querendo dizer que há uma boa possibilidade de que a Maria junto com o Hélio planejaram a morte do Heitor.
Glória: Não fale besteiras, Valéria. Eu entendo que depois de passar por uma situação como essa que você passou, as piores coisas vem à sua cabeça. Mas essa possibilidade é impossível.
Valéria: A senhora sabe que tem chances sim dessa hipótese ser verdadeira. Ninguém sabe há quanto tempo eles têm esse caso. Eles mentem. Sempre mentiram. Talvez os filhos da Maria não sejam nem do Heitor e sim do Hélio.
Glória: Para e ouve o que você está falando Valéria. Você acha mesmo que isso é possível?
Valéria: Eu não sei. Sinceramente eu não. Eu não reconheço mais o Hélio. Eu nunca imaginei que ele fosse capaz de fazer uma safadeza dessas comigo. A Maria eu não colocava a mão no fogo por ela antes, então a decepção foi menor. Mesmo assim eles não tinham o direito de me traírem dessa forma.
Glória: Eu nunca imaginei que eles pudessem fazer isso também. Nisso eu tenho que concordar com você.
Valéria: Então a senhora tem que concordar comigo, que existe a possibilidade deles terem provocado a morte do Heitor.
Glória: Valéria, já chega. Acho melhor você ir pra casa. Você tá precisando ficar sozinha, descansar.
Valéria: Claro. Quando é a Valéria ninguém tem tempo pra ela. Mas se fosse a queridinha da Maria todo mundo tava ajudando.
Valéria pega a bolsa e sai.
Cena 2.
Apartamento de Camila.
Camila: Claro. Os papeis do divorcio. Onde eu estava com a cabeça quando eu achei que você ia entender a burrada que você está fazendo.
Lucas: Não vamos entrar nesse assunto, por favor. Tudo que tínhamos que falar sobre já foi dito.
Camila: Me da esses papeis. Agora eu faço questão de assinar isso rápido pra você dar o fora daqui e ir correndo para os braços da sua medicazinha. Já fez a cabeça do Guilherme mesmo. Eles trabalham juntos e eu fui a ultima saber. Eu já entendi que ninguém se importa comigo mesmo.
Camila pega os documentos, assina e devolve para Lucas.
Lucas: Obrigado. Eu só queria que você soubesse que eu torço muito por você. Que você vai encontrar a felicidade ainda.
Camila: Faz um favor pra mim. Vai para o inferno.
Lucas: Eu já estou indo.
Camila: Vai mesmo. Mas você ainda vai voltar pra mim de joelhos e eu não vou te aceitar de volta.
Lucas sai do apartamento, Camila com raiva pega um jarro de flores e joga na parede.
Cena 3
Casa de Maria.
No quarto, Maria abatida, fica deitada na cama e ouve baterem na porta.
Maria: Agora não. Não quero ver ninguém.
Junior entra no quarto.
Junior: Eu acho que eu mereço uma conversa com a senhora.
Maria se senta na cama.
Maria: Claro. Eu acho que já passou da hora dessa conversa acontecer.
Junior se senta do lado de Maria.
Junior: Então realmente é aquela mulher, ela é a minha mãe?
Maria: Sim. É ela.
Junior: Por que nunca me disse nada. Você me fez acreditar que eu não precisava procurar meus pais biológicos porque eles estavam mortos.
Maria: Eu vou te explicar tudo do começo. Quando seu pai morreu a Valéria esteve aqui com uma carta que segundo ela o Heitor havia deixado com o Hélio e que ele me entregasse se acontecesse algo com ela. Não sei por que diabos a Valéria estava com a carta, mas isso não importa. A Valéria veio aqui um pouco antes de irmos para o velório e me entregou a carta, ela com certeza ela já tinha lido a carta e…
Junior: Mãe, a senhora está enrolando e não me respondeu.
Maria: Desculpa, mas eu sempre tive medo dessa conversa. Eu vou continuar… A Valéria me entregou a carta e tripudiou diante da situação. Nessa carta seu pai contava que durante uma crise no nosso casamento ele conheceu outra, à Marcela, e que ela havia engravidado, ela queria fazer um aborto e ele não deixou. Quando você nasceu ele te trouxe pra cá como se a sua mãe fosse uma mulher carente sem família que havia morrido no parto.
Junior: E quando que a Marcela começou a te procurar? Ela queria me ver?
Maria: A me procurar foi esse ano. Há alguns meses. Mas não era pra ver, filho. Ela queria dinheiro. Ela queria dinheiro pra não ir até você e inventar mentiras de como você veio pra cá.
Junior: Sério?
Maria: Infelizmente. Ela já fazia isso como Heitor. Tirava dinheiro dele pra não revelar a verdade pra mim. Eu sei que dói ouvir isso, mas ela só pensa em dinheiro.
Junior: Eu pensando que…
Maria: Eu te amo filho. Desde a primeira vez que eu te vi. Desde o primeiro dia que eu te coloquei nos meus braços eu soube que você era meu filho. Mesmo não sendo gerado dentro de mim.
Junior: A senhora devia ter me contado essa história antes.
Maria: Eu sei. Mas eu não queria que você sofresse. Eu não queria que você passasse por tudo isso agora. Sua cabeça não estava pronta pra isso.
Junior: Eu não sou mais criança mãe.
Maria: Eu sei. Mas pra mim vai ser sempre meu caçulinha.
Os dois se abraçam.
Cena 4.
Rua.
Enfrente a casa de Maria. Dentro do carro, Guilherme e Nath conversam.
Os dois se abraçam.
Guilherme: Você está quente. Acho que você está com febre.
Nath: Não é febre. Eu só estou um pouco quente. Dentro de casa está quente.
Guilherme: Você tem certeza? Você sabe que…
Nath: Eu to bem Guilherme. Você me disse que precisava conversar sério comigo. Eu fiquei preocupada.
Guilherme: É sobre o Renato.
Nath: Ele morreu?
Guilherme: Não. Ainda não. Ele está muito mal e pode ser que ele não dure muito tempo.
Nath: Meu Deus. Eu não quero isso pra mim.
Guilherme: Calma. Isso não vai acontecer com você. Eu estou te falando sobre ele por outro motivo. Ele me pediu pra te ligar. Ele quer te ver. Ele quer muito falar com você.Eu não disse que te conhecia por que não sabia se você ia aceitar falar com ele. Qualquer coisa eu vou falar que ele me deu seu número errado
Nath: Eu não tenho mais nada pra ouvir dele e nem falar com ele. Depois de tudo que ele fez, de tudo que ele falou.
Guilherme: Eu sei que ele foi um monstro. Mas o pedido dele foi tão desesperado. Talvez você…
Nath: Não termina a frase, eu não preciso ver ele. Eu quero que ele se exploda. Eu não to nem ai pra ele.
Guilherme: Eu te entendo. Eu só quis passar o recado. Ele parecia precisar falar com você. Você ta indo pra faculdade? Eu te dou uma carona.
Nath: Meu coração não é esse. Me leva ao hospital, por favor.
Cena 5.
Casa de Hélio.
Na sala, Hélio chega à sala e vê Valéria e 3 malas no chão.
Hélio: Que malas são essas? Você vai embora.
Valéria: Eu não querido. Você vai embora. Você achou que depois de tudo que você fez, depois de todo humilhação que eu passei diante ao bairro inteiro, você ia continuar aqui.
Hélio: E pra onde eu vou?
Valéria: Pro raio que o parta. Por mim você pode ir até pro inferno que eu não estou nem ai. E quando eu digo inferno eu estou querendo dizer a casa da Maria. Porque ela é o demônio que destruiu meu casamento.
Hélio: Você não precisa insultar ela, quem insistiu no beijo fui eu.
Valéria: Me sinto bem melhor agora. A coitadinha da Maria ingênua e indefesa foi assediada pelo Hélio. Quem sabe ele te processa por estupro. Ta na moda né, Biel da terceira idade.
Hélio: Você sabe que o nosso casamento foi se destruindo com o tempo por sua causa. Por causa desse seu jeito amargo e cruel de ser. Quem em sã consciência aguentaria viver do seu lado durante tanto tempo?
Valéria: Suas palavras são musicas para os meus ouvidos. Se você que eu era amarga e cruel, você se prepare. Eu vou infernizar a sua vida e a da Maria. Que realmente vocês vão preferir ir para o inferno.
Hélio pega as malas e sai de casa, Patty com o rosto triste, chega à sala.
Patty: Meu pai foi embora?
Valéria: Sim. Eu espero que aconteça um acidente no caminho e ele morra.
Patty: Mãe. Não fala isso.
Valéria: Eu to cansada de gente imprestável na minha vida. E escuta aqui. Eu não quero você enfiada na casa daquela vagabunda da Maria muito menos de conversinha com os filhos dela. E acho bom não em desobedecer.
Valéria vai pro quarto.
Cena 6.
Hospital.
No quarto de Renato. Nath entra e vê Renato debilitado na cama.
Nath: Meu Deus.
Renato com muita dificuldade de falar: Nath. Nath.
Nath: Eu to aqui Renato.
Renato: Que bom que você veio. Eu fiquei com medo de morrer antes de falar com você.
Nath: Você não vai morrer Renato.
Renato: Não precisa tentar me consolar. Eu sei que eu to péssimo. Eu só quero dizer. Perdão. Você não merecia o que eu fiz com você. Eu fui um idiota. Você não tinha culpa do que aconteceu comigo. Eu quis me vingar das pessoas que não tinha feito nada comigo. Eu fui muito covarde.
Nath: Foi mesmo. Eu to vivendo os piores dias da minha vida.
Renato: Eu sei. Me perdão. Eu preciso que você me perdoe. Eu não posso morrer sem que você me perdoe.
Nath: Eu não sou Deus pra perdoar ninguém. Você errou. Todo mundo erra. Fica em paz.
Cena 7.
Hospital.
No corredor do hospital, Guilherme abraça Nath e tenta consola-la que está em prantos de choro.
Nath: Foi horrível ver ele daquele jeito. Ele nem parece o mesmo Renato.
Guilherme: Ele não se cuidou Nath. Ele…
Nath: Eu não quero isso pra mim. Isso é horrível.
Guilherme: Você ainda ta quente. Vamos aproveitar que a gente já está aqui no hospital e vamos fazer os exames de HIV.
Nath: Não. Eu não to com cabeça pra isso. Eu não estou bem pra isso. Eu quero ir embora.
Guilherme: Mas Nath…
Nath: Eu vou embora.
Nath sai correndo do hospital.
Cena 8.
Colégio.
Na rua, Valéria para o carro perto do colégio.
Valéria: Eu sei que a Patty vai me desobedecer. Eu quero passar um susto nela.
Valéria desce do carro e vai para o colégio. Na porta do colégio, Marcela tenta falar com Junior.
Marcela: Só me escuta.
Junior: Eu não quero ouvir nada de você. Seu jogo acabou. Você não vai conseguir tirar mais nenhum centavo da minha mãe.
Marcela: Você está me julgando errado.
Junior: Sério, Marcela?
Marcela: Então me deixa explicar.
Junior: Não. Eu não quero ouvir nada.
Valéria se aproxima: O que está acontecendo aqui?
Junior: Duas eu não aguento.
Junior sai andando.
Valéria: Então você é a Marcela?
Marcela: Quem é você?
Valéria: Uma aliada. E eu tenho certeza que vamos fazer uma boa dupla.
Cena 9.
Casa de Maria.
Na sala, Rafael, Diego e Carla conversam.
Rafael: Não me pede calma, Carla. A vizinhança toda ta falando da minha mãe. E ninguém me explicou ainda o que aconteceu.
Diego: Eu também queria ouvir o que a mamãe tem pra dizer.
Carla: Ela vai falar no momento que ela achar melhor.
Maria desce a escada.
Maria: Obrigado Carla. Mas eu acho que já passou da hora de termos essa conversa.
Cena 10.
Mansão de Glória.
Hélio entra na casa de Glória com as malas.
Glória: Então era verdade? Eu achei que era mais uma das mentiras da Valéria, mas realmente ela estava certa.
Hélio: Eu não sei o que a Valéria disse a senhora ou como ela disse. O que eu sei é que eu preciso de um lugar pra ficar mãe.
Glória: Há quanto tempo vocês tinham um caso?
Hélio: Mãe, a senhora podia esperar eu chegar direito e te contar o que realmente aconteceu ao invés de me perguntar isso.
Glória: Você e a Maria não tem nenhum envolvimento na morte do Heitor não né.
Hélio: O que?
Tá tudo ótimo.
Obrigado