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Polícia vs Amor

Polícia Vs Amor – Capítulo 04

POLÍCIA versus AMOR

Capítulo 04

 

Cena 01/ Restaurante, ESCRITÓRIO. Dia.

Catarina lê novamente o bilhete para certificar-se que o que havia lido era real:

 

Mariane – Aconteceu alguma coisa, amiga? – pergunta, entrando na sala naquele momento.

Catarina – Não! – se assusta, jogando o bilhete fora – Não aconteceu nada.

Mariane – Você está estranha …

Catarina – Não é nada. Vamos? – e pega suas caixas, saindo da sala. Ela a segue, fechando a porta.

 

Cena 02/ Casa de Catarina. Noite.

Imagens Descontínuas do anoitecer na cidade. Do trânsito rotineiro, até mostrar Catarina descendo do ônibus e caminhando até a sua casa. Olhando para trás enquanto fechava o portão, certificando-se de que ninguém a seguiu.

 A casa estava toda escura. Ascende as luzes, enquanto guardava as compras na cozinha:

Catarina – Mãe? Você está aqui? – pergunta em voz alta, mas não teve resposta.

 

Vai até a sala, mas ela não estava lá. Era apenas a televisão ligada, na qual desliga, e ajunta os últimos papéis de embrulho que restou do aniversário de seu filho de ontem, na qual, infelizmente, foi embora.

Após isso subiu para os quartos.

Catarina abre silenciosamente a porta, esperando encontrar sua mãe dormindo. Mas o que encontrou foi uma imagem inesperada: Vilma jogada no chão, desacordada.

 

Imediatamente lhe vem em mente o recado deixado naquele bilhete.Se desespera, enquanto corre até a mãe, tentando a socorrer:

Catarina (desesperada) – Mamãe! Mamãe! – se agacha e chacoalha ela, esperando despertá-la. Sem resultados.

 

Se levantou, correndo até a bolsa deixada sobre o armário da cozinha. Ao abri-la, retira de lá rapidamente seu aparelho telefônico, digitando o número de Mariane:

Catarina (ao telefone) – Alô? Amiga?

Mariane – Alô. Cata? Por que está me ligando essas horas da noite?

Catarina – Amiga, no caminho eu explicarei tudo, tá legal? Mas eu preciso urgentemente que você venha aqui em casa o mais rápido possível!

Mariane – Tu-tudo bem, Cata. Daqui uns cinco minutos já chego aí. Mas, posso saber simplesmente o que aconteceu? É “emergência de boy” ou o quê?

Catarina – Não, Mari. Desta vez não é nada com homem não. O problema agora é a minha mãe.

 Como dito, aproximadamente cinco minutos depois, Mariane chegou na casa de Catarina, levando Vilma em seu carro até o pronto-socorro mais próximo.

Cena 03/ Hospital, SALA DE ESPERA. Noite.

  As duas se encontravam nervosas e ansiosas, perambulando de um lado para o outro na sala de espera do hospital. Segundos depois chega o médico-cirurgião:

Médico – Por favor, quem é Catarina Vales?

Catarina (dando um passo à frente) – Eu, doutor.

Médico – Muito bem. Venha comigo até a minha sala.

Catarina antes de partir olha para a sua amiga, demonstrando o tanto que estava nervosa, tratando de seguir os meus passos do doutor pelo hospital.

 

Cena 04/ ‘Puxadinho’. Noite.

Após terem que pegar dois ônibus e metrô, os dois policiais finalmente chegam no bendito puxadinho que Leona reservou para a dupla no topo da favela.

 

Com grande esforço Big consegue abrir a porta, o que dificultou foram as malas em suas mãos. Os dois entram na casa, observando cada cantinho dela:

Big Parker – Nosso novo lar, pelo visto…

Thomas (desanimado) – Fala sério que deram pra gente uma casinha de dois cômodos localizada bem no topo da favela. É um absurdo!

Big Parker – Ah, pare de reclamar, seu reclamão. Pense bem, poderia ser pior.

Thomas – Como pior, Big? Se a sua barriga já ocupa uma metade inteira do cômodo.

Big Parker – Ha-há-há! Engraçadinho. – berra, irônico.

Thomas – Já não bastou a humilhação de sermos expulsos daquele hotel e as ‘doze horas e meia’ de buzão para chegarmos até aqui, ainda tenho que aguentar mais essa…

Big Parker – Verdade. Essa viagem me deixou mortão. Preciso ir tomar uma ducha.

Thomas – Nada disso! Eu serei o primeiro.

Big Parker – Não! Eu!

Assim, os dois apostam uma corrida para ver quem chegaria primeiro no banheiro. Mas no meio do caminho, Big deu uma ‘barrigada’ em Thomas, derrubando ele ao chão.

Thomas indignado fica batendo na porta:

Thomas – Isso não valeu! Não foi justo! – Sem ter outro jeito, começa a arrumar as suas roupas em seu novo quarto. Até a campainha ser tocada:

Thomas – Nessa casa tem campainha? – pergunta-se para si mesmo, enquanto ia até a porta.  Ao abri-la, se assusta ao ver um grupo enorme de homens do lado de fora:

Thomas (sem reação) – P-Pois não? Posso ajudá-los?

Um dos homens responde:

  • – Ons is die keuse van Afrika . Welkom by Brasilië – e do lado dele sai um outro rapaz, mais novo, com papéis em mãos:
  • – Perdão, os modos. Prazer, me chama Aladim – e estende as mãos para cumprimentá-lo – Eu falo a sua língua.
  • Thomas – Bem, isso eu estou vendo. Mas, o que fazem aqui?
  • Aladim – Eu sou o porta-voz deles. E nós todos fazemos parte de uma das seleções que irão participar nessas olimpíadas aqui em seu país. Porém, somos de um país pequeno, novo. Poucos conhecem. Se chama Bangalô.

Thomas – Realmente, poucos conhecem, eu não sou um desses. Mas, não era para vocês estarem na Vila Olímpica juntamente com as outras seleções?

Aladim – Acabamos de chegar de viagem. Mas o nosso motorista nos trouxe até aqui. – e retira do bolso muitas notas de dinheiro – Ele falou que dois homens ficariam responsáveis por nós a partir daqui.

Thomas – O QUÊ?! – Big sai do banheiro todo molhado e enrolado em uma toalha:

Big Parker – Quem são eles?

Thomas – Temos visitas … – e lhe mostra um sorriso desanimador.

 

Cena 05/ Hospital,SALA. Noite.

Médico – Não sei se você se lembra das vezes de quando era criança em que vinha acompanhar a sua mãe até o hospital?

Catarina – Claro que me lembro, doutor. – responde tendo uma breve nostalgia, se sentando na cadeira de frente a sua mesa.

Médico – Então, pequena Cata. Ops! Aposto que de pequena não tem mais nada, né?

Catarina ri.

Médico – Sua mãe vinha aqui para uma consulta na qual eu mesmo fazia. E nessas consultas eu analisava algumas dores que sua mãe sentia no decorrer da idade. E essas dores eram estáveis naquela época.

Catarina – Sim, eu me lembro disso também. Ela vivia comentando de algumas dores, o que eu achava estranho. Mas o mais preocupante ainda era encontrar ela algumas vezes desmaiada.

Médico – Pois é. E infelizmente, isso veio a acontecer novamente.

Catarina – E isso significa que as dores voltarão?

Médico – Voltarão. Mas com um grande problema à mais. Não serão simplesmente dores. Essas dores significam que o estágio do câncer que a sua mãe tem se agravou. E isto pode deixa-la entre a vida e a morte. – demora um pouco para Catarina raciocinar, e entender a situação de sua mãe. Se levanta assustada:

Catarina – Você está querendo dizer então que ela pode m… – nem termina a frase – Eu preciso ver ela!

 

Corre para sair da sala, mas assim que estava prestes a sair, encontra dois enfermeiros na porta que seguram ela:

Médico – Se acalme, Catarina. ela ficará bem. Mas preciso ver se você também ficará.

Catarina – Como assim se eu ficarei? É ela quem está doente, eu preciso vê-la agora mesmo!

Médico – Este câncer pode ser hereditário…

 

Continua no próximo capítulo…

 

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