Polícia Vs Amor – Capítulo 01
Polícia Versus Amor – Primeiro Capítulo
No ano de dois mil e dezesseis aconteceria em terras brasileiras uma cerimônia esportiva de quesito internacional, chamada Olimpíadas – como, provavelmente, você já deve ter visto em alguma manchete de jornal.
Porém, no mundo há um lado sombrio, uma maldade que mancha grande parte da terra. E no segundo semestre desse ano, essa maldade humana se concentraria nesta parte do país.
O medo e a insegurança se escorre nos olhos das pessoas pelas ruas. As chances de um ataque terrorista acontecer estão crescendo a cada dia. E três questões sondam essa incerteza e desconforto: “ Onde, quando e como? ”
Bem-vindo às Olimpíadas.
Cena 01/ Aeroporto. Dia.
(Música Open Your Ears, Ed Sheeran de fundo.)
Pessoas chegavam e partiam ao longo do salão. Uma dessas pessoas era um homem, vestindo um longo sobretudo escuro que cobria todo o seu corpo. Ele parecia agitado e desconfortável.
Caminhou até o saguão, parando ao lado de um homem. Foi nessa hora em que sacou uma arma do bolso discretamente, encostando-a nas costas dessa pessoa:
– Chegou a sua hora, gorducho – disse, enquanto lentamente esse homem se virava para trás. Eles ficam se olhando.
– Dia de azar. Você está preso em nome da lei! – falou o homem, mostrando-lhe sua identidade.
Eles ficam se olhando durante um tempo, ambos sérios.
Mas essa tensão durou pouco tempo. Espontaneamente os dois caíram na gargalhada:
Thomas – Ah, Big! Seu chato. Será que nunca vou conseguir dar uma ‘pegadinha’ em você? – Falou fazendo um bico entristecido, guardando a arma novamente e indo lhe dar um abraço.
Big Parker – O jeito é nunca perder as esperanças – consola-o, aproveitando sua obesidade e dando mais intensidade no abraço.
Thomas – Ok, ok, já pode me soltar. Preciso voltar inteiro pra casa hoje – e ao ser solto libera um suspiro aliviado – Vamos comer alguma coisa? Daí a gente aproveita e bota o papo em dia.
Big Parker – Olha pra mim – e dá uma voltinha em sua frente, exibindo seu corpo – Alguma vez já viu um gordo negar comida? Claro que eu topo!
Thomas – Vamos lá! Ouvi falar de um restaurante ótimo aqui no centro da cidade que estou louco para visitar.
Big Parker – Beleza. Só que tem uma condição!
Thomas – Qual?
Big Parker – Você que paga a conta.
Thomas – Tá, né, fazer o quê… – aceita, fazendo uma careta desentusiasmada – Mas você está de regime, não tá?
Big Parker – Regime? Que palavra é essa? – Brinca, enquanto os dois saiam do aeroporto.
Cena 02/ Restaurante ‘Madame Francesa’. Dia.
Devido as Olimpíadas, o movimento no restaurante cresceu. Resultando em mais trabalho aos funcionários.
[Fundos do Restaurante]
Catarina abre as portas dos fundos, indo para a calçada descansar um pouco. Retira o celular do bolso, e tenta várias vezes ligar para a sua mãe, mas não consegue.
Mariane (saindo também) – Finalmente te encontrei, amiga! – Disse, indo vai até ela – Sabia que estaria aqui.
Catarina (preocupada) – Estou tentando ligar para a minha mãe. Mas ela não me atende.
Mariane – Aconteceu alguma coisa na sua casa para te deixar tão preocupada assim?
Catarina – Não. Na verdade, hoje é o aniversário do meu pequenino, o Daniel.
Mariane – Hoje é o aniversário do seu filho?! Meus parabéns, Cata! – e dá um abraço nela.
Catarina – É sim. Ele está fazendo seis aninhos. O problema é que eu estou sem grana. Queria poder fazer alguma coisa para ele.
Mariane – Mas, Cata, você é uma grande atleta! Vai até correr nas olimpíadas, não vai?
Catarina – Sim. Eu vou correr nas olimpíadas.
Mariane – Então! Você é “importante”. Se eu fosse você, largava logo esse emprego e me dedicava mais na sua carreira. Quem sabe sendo uma atleta profissional não lhe renderia mais grana no final do mês?
Catarina – Quem dera se fosse fácil assim. Eu adoro correr. Se fosse por mim, nem pensaria em ser outra coisa nessa vida. Mas, a vida de quem quer ser um atleta não é tão fácil assim. Não surge um patrocinador tão fácil como para um cantor, por exemplo. Infelizmente, o esporte não é tão valorizado no Brasil como em outros países. Tanto, que se eu largasse tudo para viver somente de esporte, poderia até estar passando fome.
Mariane – É, infelizmente a vida dá dessas…
E as duas são pegas de surpresa por Max, o gerente do restaurante:
Max – Por acaso pensam que estamos pagando vocês para ficarem de papinho aí pelos cantos?
Catarina (se levantando) – Paramos um pouquinho só. Já íamos voltar.
Max (irônico) – Estou vendo mesmo que já iam. – e cruza os braços – O problema é que vocês param, mas os clientes não. Se apressem, estamos cheios hoje!
Mariane (para Catarina) – No final do expediente, me procure – fala, enquanto entravam de volta ao restaurante.
[Cozinha]
– Prato cinco, mesa sete! – O chefe grita, anunciando que mais um pedido estava feito.
Visivelmente, o movimento entre as panelas era frenético. Não havia sequer um cozinheiro parado ali. O restaurante carregava uma vasta tradição por suas belas comidas e vinhos franceses.
Catarina chega no balcão, colocando sua touca na cabeça apressadamente para retomar o trabalho:
Catarina – Meu deus, quanta coisa! – Se assusta, ao ver sobre a mesa o montante de bandejas amontoadas com os pedidos para entregar.
Max – Pelo jeito, terá que correr contra o tempo para conseguir terminar de entregar todos esses pedidos… – comenta maldosamente.
Catarina – Nessas horas, esse é o lado bom de ser uma atleta – corresponde, com uma bandeja em mãos, empurrando as portas de madeira para ir ao salão.
[Salão]
Thomas – Me conte como foi a viagem lá para Washington, com o Barack Obama – puxa conversa enquanto se ajeitava na cadeira.
Big Parker – Nem te conto. Eu fui lá nos states, daí o Obama me convidou para eu dar uma passadinha lá na Casa Branca. Eu fui, né. Cheguei lá, estava ele mais uns cinco carinhas da CIA me esperando.
Thomas – E o que eles queriam com você?
Big Parker – Você nem vai acreditar. O presidente me convidou para fazer parte de um dos agentes da CIA!
Thomas (de boca aberta) – Sério?! E você aceitou ou não aceitou?
Big Parker – Claro que eu (p) não aceitei, né.
Thomas – O quê?! – e cuspiu a água que bebericava nele – Como não aceitou, cara?!
Big Parker – Não iria deixar a nossa equipe aqui no Brasil. Considero vocês como uma família. Mesmo a gente tendo mais casos investigativos com corrupção desses políticos do que “casos legais” como nos Estados Unidos. Mas acho que não aguentaria ficar longe de vocês.
Thomas – “Que gay” – tira sarro, fazendo um bico com a boca para o amigo.
Nessa hora chega a garçonete com os pedidos:
Catarina – Mesa sete aqui, né?
Thomas – Correto, bela donzela – responde.
Ela curva-se para colocar os pedidos na mesa. Disfarçadamente, eles lançam uma olhadinha para a região de seus seios enquanto ela estava abaixada.
(Por mais que fossem policiais, o ‘lado homem’ continuava vivo).
Catarina – Mais alguma coisa, rapazes?
Big Parker – Se puder trazer um pouco do melhor vinho que tiverem seria ótimo.
Thomas – Traz não! Esse vinho deve custar caro pra caralho. E se esqueceu que sou eu quem pago a conta hoje?
Big Parker – Que pão duro.
Thomas – Policial no Brasil não ganha tão bem assim não. – e olha para a garçonete – Se pedirmos água da torneira, vamos ter que pagar também?
Catarina (rindo) – Não. A água eu deixo como cortesia da casa.
Thomas – Excelente! Duas águas fazendo o favor então- E ela sai.
Big lhe lança um olhar repreendedor:
Thomas – O que foi? – Se faz de inocente, cortando a carne de seu prato.
Big Parker – Fala sério, hein. Vai ser mão de vaca assim na casa do cac…
[Cozinha]
Catarina enchia duas taças com água, foi quando Max se dirige para o centro da cozinha, batendo com uma colher de pau em uma panela, atraindo a atenção de todos:
Max – Pessoal! Um minuto da atenção, por favor – e todos lhe olham – Hoje temos um cliente superimportante no restaurante. Dizem que ele é um crítico gastronômico lá da Europa. E veio hoje para avaliar a nossa comida. Por isso, caprichem em todos os pedidos. Ele está disfarçado. Não dá para sabermos quem ele é e o quê pediu. Por isso, dêem o melhor. – Guarda a panela na pia – Podem voltar ao trabalho.
Todos retornam, cochichando da notícia. Catarina e Mariane se olham:
Mariane – Espero que ele não seja o carinha que eu acabei de atender. Porque me irritei com aquele sujeito e dei uma cuspidinha no prato dele.
Catarina – Eca! Que nojo, Mari.
Mariane – É para ele aprender tratar bem uma garçonete. Principalmente se for eu.
Catarina – Cê não tem jeito mesmo, maluca – e pega as bandejas voltando ao salão.
[Salão]
Big Parker sente uma vibração vindo de seu bolso:
Big – Meu celular. É a patroa – comunica Thomas, atendendo a ligação em seguida – Alô, chefia? (p) como adivinhou a nossa localização? Ah é, rastrearam meu celular. Mas aconteceu alguma coisa? Temos uma nova missão? – E ao ouvi-la, sua feição fica séria – Entendido. Resolveremos aqui até vocês chegarem. – E desliga.
Thomas (curioso) – O que a chefia queria?
Big Parker – Ela me disse que receberam uma ligação anônima de uma suspeita de ataque terrorista aqui na região. É possível ter um homem bomba por aqui.
Thomas -O quê?! Homem bomba?! – Se engasga apavorado.
Big Parker – Fala baixo, Zé mané – repreende-o, percebendo que todos passaram à olhar para sua mesa – É. Um homem bomba. E ele poderá explodir a qualquer momento.
Thomas (se levantando) – Então vamos partindo nessa agora mesmo. Antes que ele exploda – fala, pegando seu casaco, preparado para cair fora dali o mais rápido possível.
Big Parker – Senta logo aí, criatura. Não podemos partir.
Thomas – Como não?! Tá com problema na cachola? Perdeu o medo de morrer?
Big Parker – Somos policiais, esqueceu disso? O nosso dever é salvar as pessoas. Não deixá-las na mão quando mais precisam de nós.
Thomas – Vamos aproveitar que ninguém sabe de nada. A gente sai rapidinho pelos fundos até a poeira abaixar. Estou muito novo pra morrer.
Big Parker – Não vamos fugir. Senta logo e tenta encontrar algum suspeito.
Thomas – Está bem… – resmunga, revirando os olhos, se sentando novamente.
Os dois passaram à observar cada pessoa presente no salão atentamente. Nessa hora, todos eram suspeitos. Qualquer um ali poderia ser um terrorista. E eles teriam apenas uma chance para tentar descobrir quem era essa pessoa.
Qualquer erro nesse momento, poderia acabar com todas aquelas vidas ali no salão.
Catarina chega na mesa:
Catarina – A água de vocês.
Big Parker – Agradecidos – disse, com um sorriso para a moça. No instante em que seus olhos encontraram os claros olhos dela, ele sente seu coração bater mais forte. O que seria aquilo? Nunca havia sentido isso apenas por olhar para uma pessoa.
Até que nessa câmera lenta em que acabou se transformando dentro de sua mente, algo atrai a sua atenção para um dos cantos do salão. Um homem vestido completamente de preto com uma enorme capa, igualmente aquelas de vampiro, se levantou. Somente ele havia notado aquele homem, enquanto todos no restante continuaram a conversar.
Um medo passou à domina-lo. Um medo que nunca sentiu antes.
Será que esse homem era o terrorista?
Como havia dito, eles tinham apenas uma chance.
Era agora ou nunca.
Teria que arriscar.
De imediato, Big se levanta, apontando a arma para este homem:
Big Parker – Parado! Não dê mais um passo!
Catarina (apavorada) – O que é isso? Uma arma!
Thomas – Big, cuidado …
O homem ficou olhando-o com um sorriso no rosto:
Homem (para Big) – Parabéns! Pela primeira vez alguém conseguiu me descobrir – fala, aplaudindo-o. Nessa hora, todos no salão assistiam a cena apavorados – Que pena que já seja tarde demais.
Big Parker – Nunca é tarde – disse, pressionando o dedo sobre o gatilho da arma.
Continua no próximo capítulo…
Olá galera!
Olha eu aqui de novo.
Bom, essa foi a apresentação dos personagens. Não coloquei tantos acontecimentos pois esse capítulo era para ser apenas uma apresentação dos personagens principais. Mas ainda tem muita história pela frente.
Espero que tenham gostado.
Comentem o que acharam.
E no próximo capítulo eu volto com mais. Até, queridos.
Gostei da estreia!
Uma história diferente de alguma forma, com personagens peculiares, elementos que parecem fazer parte dos seus textos, enfim, irei acompanhar.
Adorei! muito bom!