Histórias da Vida – Capítulo 13

Capítulo 13

Continuação do Capítulo anterior…

Cena 1.

Casa de Maria/Sala.

Valéria: A última vez que nos encontramos você deixou meu pescoço marcado. A vontade que eu tive foi de te matar quando eu vi.

Breno: Sério? Nós temos que tomar mais cuidado com isso.

Valéria: Eu tenho que confessar que essa adrenalina de fazer as coisas escondidas me deixa bem excitada.

Valéria se aproxima de Breno com a intenção de beija-lo.

Valéria: Tudo que é proibido é mais gostoso.

Hélio chega à sala.

Hélio: O que está acontecendo aqui?

Valéria e Breno se assustam e encaram Hélio.

Valéria tentando despistar: Que susto Hélio.

Hélio: Tudo que é perigoso é mais gostoso? Estavam fazendo algo errado?

Breno: Claro que não. Tá louco?

Hélio: E por que estão os dois aqui na sala, enquanto está todo mundo lá fora?

Valéria: Para de ser ridículo, Hélio. O assunto aqui é importante. E é do seu interesse também. O Breno me chamou até aqui porque ele ficou encantado com a Patty, nossa filha, e veio conversar comigo sobre ela. – Valéria olha pra Breno – E é obvio que eu quero você longe da minha filha. Olha a sua idade e a idade dela.

Hélio: Isso é sério?

Breno sem saída entra no jogo de Valeria.

Breno: Sim. Eu acho a Patty encantadora e…

Hélio: Nem termina. Presta atenção. Você já é um homem, um adulto. Minha filha é uma criança. Fica longe dela.

Breno: Claro.

Valéria: Era exatamente isso que eu estava explicando pra ele. Por isso eu disse que tudo que era proibido era mais gostoso. Ele que nem tente seduzir minha filha. Te ponho atrás das grades. Vamos voltar pra piscina Helio.

Os dois saem. Breno fica na sala sem saber como reagir.

Cena 2.

Casa de Caio.

Na sala, Vitória e Caio sentados no sofá assistem a um filme na TV e comem pizza.

Vitória: Já tem um tempinho que a gente não curtia um dia assim, só nosso.

Caio: Você tem razão. Eu nem sei quando foi a ultima vez.

Vitória: E o melhor que seus irmãos não vão nos atrapalhar.

Caio: Não fala assim. Tenta entender. Eles não têm mais ninguém. A família deles sou eu. E a minha são eles.

Vitória: Eu tento Caio. Mas às vezes você exagera. Você me deixa de lado e isso me incomoda. Nem pais de verdade tem essa preocupação extrema que você tem.

Caio: Eu morro se acontecer qualquer coisa com eles.

Vitória: Não vai acontecer nada. Fica tranquilo. Curti esse momento nosso. Raro.

Vitória beija Caio.

Vitória: Eu te amo.

Caio: Eu também te amo.

Cena 3.

Casa de Maria.

Na área da piscina.

Glória: Eu acho que eu quero mais margarita.

André: Gosta de uma bebidinha hein dona Glória.

Maria chega à área.

Maria: O carneiro já está quase pronto.

Junior: O cheiro está ótimo.

Maria senta do lado de Glória.

Maria: O que achou da casa?

Glória: Está realmente linda. Essa reforma que você fez ficou ótima. O mais engraçado que mesmo depois de tantas mudanças eu consigo sentir o Heitor aqui ainda.

Maria: Eu deixei as coisas que ele mais gostava.

Carla debaixo da barraca: Mãe, a senhora quer ajuda pra arrumar a mesa?

Maria: Quero sim.

Nath: Eu também vou com vocês.

As três entram pra dentro de casa.

Diego de óculos escuros deitado na espreguiçadeira observa Breno. Breno em pé do lado da piscina tira a camisa e mergulha na piscina. Valéria de longe viu que Diego o ficou olhando para Breno. Valéria caminha até Diego e senta do lado dele.

Valéria: Cuidado com os olhinhos.

Diego: Não entendi.

Valéria: Às vezes a gente fica olhando pra coisas que não pode. Isso não é bom.

Diego: Eu realmente não sei do que a senhora está falando.

Valéria: Fica esperto então. Ninguém gosta de aberrações na família.

Valéria levanta e sai andando, Diego fica sem reação com as palavras da tia.

Cena 4.

Sala de jantar.

Maria, Carla e Nath arrumam a mesa.

Carla: E o seu namorado, Nath?

Nath: Ele não é meu namorado. Estamos nós conhecendo.

Maria: Hoje seria um ótimo dia pra você trazer ele aqui.

Nath: Eu sei mãe. Eu liguei hoje mais cedo, mandei mensagem, mas ele não me respondeu. Nem visualizou a mensagem.

Carla: Aconteceu alguma coisa?

Maria: É por isso que você chegou estranha ontem?

Nath: Não mãe. Eu só estava cansada ontem.

Maria: tem certeza?

Nath: Vai começar mãe?

Carla: Deixa-a. Nath vai lá e chama o pessoal pra almoçar.

Nath sai da cozinha.

Maria: Aconteceu alguma coisa com ela.

Carla: Eu sei, mas não vai ser assim que ela vai ter contar o que aconteceu.

Cena 5.

Sala de jantar.

Todos almoçam sentados à mesa.

Patty: Tia caprichou hoje, esta uma delicia.

Glória: Eu gostei também.

Rafael: Dona Glória elogiando a minha mãe? Vai chover.

Maria: Para de ser chato, Rafael. Obrigado Gloria. Fico feliz que tenha gostado.

Valéria: Eu achei um pouco salgado. O vinho que está ajudando a descer.

Hélio: Valeria, Por favor.

Valéria: Eu estou brincando. Está uma delicia. A Maria saber que foi uma brincadeira – Valéria irônica- Não sabe amiga?

Maria irônica: Claro. Amiga.

Junior: Agora que a vovó já lembra como chega aqui em casa, ela pode vim sempre.

Nath: Pode mesmo.

Maria: Vai ser um prazer. A senhora pode vim quando quiser.

Glória: Vocês também não vão à minha casa. Só o Junior.

Diego: Estamos em falta mesmo vó, mas era bem difícil ir à sua casa e escutar sempre a mesma coisa.

Carla: Estamos almoçando não vamos falar disso.

André: Essa ladainha de família na hora do almoço é chata.

Valéria: Alguém que me entendi.

Maria: Vamos fazer um brinde então. A minha família reunida.

Breno: Obrigado por me incluir na família.

Julia: Você não sai daqui.

Todos brindam.

Cena 6./Noite.

Casa de Carla.

No quarto de Julia, ela conversa no celular com Patty.

Julia: Vocês estão loucos. Ninguém vai acreditar que somos maiores de idade por causa de Carteirinhas de estudante falsas.

No quarto de Patty.

Patty sentada na cama fala no celular.

Patty: Foi ideia do Junior. Eu também não acho que vai dar certo. Mas se der eu quero entrar na balada.

Julia: Eu acho isso muito perigoso.

Patty: A gente já pagou pelas identidades falsas. Não dá pra recuperar o dinheiro mais.

Julia: Mas se chamarem a policia pra gente.

Patty: Ninguém vai chamar a policia por nossa causa. Agora se arruma e vamos.

Cena 7.

Casa Maria.

Maria e Janet conversam sentadas no sofá.

Janet: Como foi a ilustre presença da Glória na sua casa?

Maria: Graças a Deus foi tudo bem. Tirando a Valeria com os venenos dela.

Janet: Eu não sei como você ainda aceita a Valeria na sua casa.

Maria: Por causa do Helio e da Patty. Eles não têm culpa dela.

Janet: O Hélio. Entendi.

Maria: Agora fui eu quem não entendi seu comentário.

Janet: Deixa pra lá. Cansada?

Maria: Exausta.

Janet: Ia te chamar pra tomar uma cervejinha comigo e o Lele.

Maria: Hoje? Nem pensar. Vou tomar um banho, ler um pouco meu livro e dormir.

Diego e Junior descem a escada.

Maria: Aonde vão arrumados assim?

Junior: Sair.

Diego: Vamos a uma festa mãe.

Maria: Que festa?

Diego: De uns amigos. Não se preocupe que não é nada que o Junior não possa ir.

Maria: Juízo. Os dois. Olha seu irmão tá.

Junior: Eu não sou mais criança.

Maria: São sim, os dois. São minhas criancinhas. Agora vem cá me da um beijo.

Os dois beijam Maria e saem.

Cena 8.

Casa de Hélio.

Valéria troca de roupa no quarto e Helio entra.

Valéria: Parece que sua mãe gostou da festinha da nora.

Hélio: Ela gostou sim. Isso é ótimo. Quem parece não ter gostado foi você.

Valéria: Eu? Por que eu não ia ter gostado?

Hélio: Sempre destilando o seu veneno pra todos os lados.

Valéria: Eu não tenho culpa se vocês não tem coragem de falar a verdade. A carne estava um pouco salgada sim.

Hélio: Já que você adora falar a verdade, vamos falar então desse seu encontro com o Breno escondido na sala da casa da Maria, e dessa sua marca no pescoço que você tentou esconder durante dias como lenço e agora com maquiagem. Nada me tira da cabeça que esses dois fatos se encaixam.

Valéria encara Helio sem saber o que fazer.

Cena 9.

Casa de Carla.

André nervoso chega à sala e vê Carla sentada no sofá.

André: Eu passei no quarto da Julia e ela não estava no quarto. Eu posso saber onde a sua filha está?

Carla: Calma. Não precisa disso tudo. Ela saiu com meus irmãos. Foram nem uma festinha.

André: Foram em uma festinha? Eu achava que eu servi pra mais alguma coisa, alem de colocar comida dentro dessa casa. Por que ela não me pediu autorização pra sair?

Carla: Por causa disso que você está fazendo agora. Ela só foi a uma festa. Não vai acontecer nada demais lá.

André: Cala a boca. Me fala onde é essa festa que eu vou buscar ela agora.

Carla levanta do sofá.

Carla: Você não vai buscar ninguém. Ela está com meus irmãos. Não tem perigo ela se divertir um pouco. Deixa a menina viver.

André: Eu já estou perdendo a paciência. É melhor você me falar onde essa garota foi.

Carla: Não vou falar. Faz assim, vai tomar um banho, você se acalma e quando você sair do banho vai estar…

André: Cala a boca.

André em um impulso de raiva descontrolado dá um tapa forte no rosto de Carla, que cai no sofá com a força da bofetada. Carla cai no sofá sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Ela sabia que André era um homem impulsivo e sem paciência. Mas que não havia chegado a esse ponto de agredi-la. Carla olha para André, desacreditada no que o marido fez e André olha pra Carla sem acreditar no que havia feito. Os dois em silencio se encaram por alguns instantes.