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Maçã do Amor

Maçã do Amor – Capítulo 17

Capítulo 17

 

Cena 01/ Empresa Paradise. Dia.

Ângelito – Coma, você precisa se alimentar para recuperar as energias que perdeu – fala, entrando na sala onde Adão estava, enrolado em uma coberta devido o dia frio, dando para ele um prato com comida – comida colida do jardim.

Adão – Obrigado – agradece, pegando o prato.

Senhor – Da onde você vem? – pergunta, se sentando na cadeira em sua frente.

 

Adão pensa antes de responder:

Adão – Eu … Eu … Não consigo me lembrar.

Senhor – Tem algum lugar para ficar?

Adão – Não … Não tenho certeza – por mais que se esforçasse para se lembrar, quanto mais tentava se aproximar de suas lembranças, mais a sua dor de cabeça aumentava.

Ângelito – Pode ficar aqui, se precisar. Procurávamos mesmo alguém para nos ajudar nos negócios.

Adão – Mas …

Ângelito – Não te preocupes. Eu te ensino tudo o que necessário para fazer.

Adão – Está certo. – e se levanta, entregando o prato vazio.

Senhor – Poderá ficar aqui o tempo que achar necessário – diz, antes dele sair da sala com Ângelito, que lhe mostraria a empresa.

 

Cena 02/ Fachada do Prédio. Estrada. Dia.

Eva saia do prédio com suas malas nas mãos, enquanto acompanhava Papis e Mamis até o carro.

Neto – Adeus, pequena Eva – se despede, enquanto a abraçava. Eva usava óculos escuros para tentar esconder as lágrimas que caiam de seu rosto.

Eva – Adeus, seu Neto. Obrigada por tudo o que fez por mim no tempo em que fiquei aqui.

Neto – Esse prédio não será mais o mesmo sem você e a senhorita Naja. Disso podem ter certeza.

Eva – Se ela passar por aqui, diga a ela que deixei um abraço – pede, enquanto andava até o carro.

Neto – Pode deixar. Boa viajem – Eva entra no carro.

Canadense – Coloque o cinto, garotinha – disse do banco de motorista, ao vê-la entrando no carro. Papis ao terminar de guardar as malas também entra no carro junto com sua esposa.

Papis – Vamos, Canadá. A imobiliária cuidará dos reparos no apartamento. Só voltarei na capital agora no fim da semana, para a minha candidatura nas eleições.

Canadense – Que bom, patrão. – liga o carro, começando a dirigir.

Mamis (empolgada) – Nem acredito que finalmente voltarei para a nossa mansão.

Eva (cochichando) – Nem eu – e deita a cabeça no vidro do carro, enquanto ele partia pela a estrada.

 

Imagens descontínuas do carro andando pela cidade, cujo dia estava frio nublado e garoando.

 

Cena 03/ Lanchonete Pague & Coma. Dia.

Geralda – A lanchonete não poderá ter mais prejuízos. Sinto muito – e anda para o outro lado da cozinha, Naja vai atrás dela, tentando convencê-la.

Naja – Por favor, dona Geralda? É só até eu me estabilizar. Tô sem teto, tô sem salão, estou sem nada!

Geralda – Sinto muito…

Éden – Ela ficará no lugar de Adão – tenta ajudar, se manifestando da mesa, aonde preparava as massas para os pães. Devido isso tinha se sujado todo com farinha – Assim, você não afetará mudanças no quadro de salários.

Naja – Por favor? – e faz sua carinha de “misericórdia”.

Geralda – Ok, tá dentro. Mas sem demora, já temos cliente na loja – e sai, voltando ao caixa. Naja comemora.

Éden – Parabéns – ela ia para dar um abraço nele, mas mudou de ideia ao Vê-lo todo sujo de farinha – Seu uniforme fica ali – e aponto para o armário. E ela veste o avental cor de rosa. Pega uma bandeja:

Naja – E lá vamos nós! – e sai para o salão, Éden fica lá para terminar sua tarefa.

 

Cena 04/ Delegacia. Dia.

Dois guardas levam Trevas e Edu da cela até uma sala onde Deputado Cunha aguardava-os:

Trevas – Que demora, achei até que não iria aparecer – diz, se sentando na mesa, iluminada apenas por uma lâmpada no teto. Os guardinhas ficam na porta, esperando o horário de visitas acabar.

Edu – A cela onde eu estou fede urina. Fora que preciso tomar um banho também.

Deputado Cunha – Se acalmem. Será só por pouco tempo essa situação.

Trevas – Como assim “por pouco tempo” ?! Não pretendo ficar nem mais um minuto neste lugar!

Deputado Cunha – Eu compreendo, mas é que o nosso cliente, Papis, está falido. E não dá para eu tentar pegar umas ‘bordinhas’ lá da prefeitura, porque estou tentando fugir ao máximo dessa ‘lava-jato’. Compreendem?

Edu – Como assim que não pagaram a nossa fiança ainda?

Trevas – Já facilitamos demais fazendo o serviço para este cliente que você arranjou. Exijo que pelo menos ele dê um jeito de arranjar uma grana pra fiança.

Deputado Cunha – Se acalme – e ele fica em silêncio. Por debaixo da mesa, passa um celular com pés para Trevas pelo chão, que ao sentir, guarda-o cuidadosamente para dentro dos sapatos. – Tentarei ter uma “conversinha em particular” com o delegado daqui.

Edu – Ele é casca dura. Não é tão fácil assim.

Guarda (da porta) – O horário de visitas acabou!

Trevas (ameaçador) – Avise ao seu cliente que irão nos transferir para a penitenciária. E se ele não me tirar daqui até amanhã, a situação para ele não ficará nada boa. – se levanta, e os dois saem, de volta para a cela.

 

Cena 05/ Praça. Dia.

A garoa deu uma trégua. Um grupo de pessoas se reunia em volta de um pequeno palco, montado no centro da praça, para ouvir o comício de Denise Gentil, conhecida como Sra.Gentil, ela é uma das candidatas para concorrer nas eleições para prefeito da cidade:

Sra. Gentil (ao microfone) – (…) Chegou a hora de mudar a realidade desta cidade e da imagem atual na política do Brasil! Chegou a hora de tirar o conforto destes corruptos! Chegou a hora de fazer uma política para o povo, ao invés de uma ‘política propaganda’, pensando em sua própria glória! Está na hora de mudar, e mudar para melhor – na maior parte do tempo o povo vibrava com suas palavras. [Corta].

 

No final do discurso, Sra. Gentil descansa em seu “camarim” improvisado atrás do palco:

Zazá – Parabéns! – grita, ao entrar na tenda onde ela se encontrava.

Sra. Gentil – Obrigada, Zazá – e bebe mais um pouco de sua água para tentar ‘repor’ a voz. Zazá é seu agente pessoal, que cuida mais da área administrativa de sua candidatura.

Zazá – Se prepare, pois é só o começo da maratona de seus comícios pela cidade. – e se senta numa cadeira ao lado.

Sra. Gentil – Nem me fale … – bufa, procurando algo em sua bolsa. Nessa hora a bolsa cai, derrubando algumas coisas no chão. E uma dessas coisas era um retrato.

Zazá (pegando) – Quem são eles? – e aponta para uma mulher e um homem da fotografia em preto e branco.

Sra. Gentil – São os meus pais – e pega a foto rapidamente, guardando-a na bolsa.

Zazá – Seus pais? Você nunca me falou sobre eles – ela se levanta.

Sra. Gentil – É uma longa história. – e sai apressadamente, fugindo de reviver o passado. Um passado que se pudesse tinha deletado o quanto antes.

 

Cena 06/ Mansão de Papis. Dia.

Imagens aéreas do carro entrando pelos portões.

 

 – Hall

A empregada abre a porta para os patrões entrarem. Mamis respira fundo ao entrar na mansão:

Mamis – Não pagamos por isso, mas parece que até o ar daqui é melhor do que aquele subúrbio poluído – e se senta em seu sofá de couro – Empregada, busque o champanhe que compramos no leilão!

Empregada – Mas ele não era só para ocasiões especiais?

Mamis – E agora é o quê, cria?! Vá imediatamente – e a empregada corre para a copa atender as ordens da patroa.

 

Eva começa à subir as escadas:

Papis – Aonde pensa que está indo?

Eva – Para o meu quarto, oras … – e continua a andar.

Papis – Preciso ter uma conversinha com você depois – fala, antes dela desaparecer do primeiro andar da casa. – Bem, irei tomar um banho para tirar a sujeira da viagem. Te encontro no jantar, esposa.

Mamis – Tudo bem, marido, te encontro no jantar. – e ela fica a sós na sala com Canadense, que se senta ao lado dela no sofá.

Canadense – Até o jantar temos um tempinho só pra nós – e parte para cima dela, mas ela se levanta, afastando-se.

Mamis – Agora não dá. Estou exausta – e caminha em direção a outra parte da sala, foi quando a empregada chega correndo, com um telefone nas mãos – O que aconteceu, cria?

Empregada – Tem alguém querendo falar com a senhora.

Mamis – Quem?

Empregada – É aquela moça que você a proibiu de ligar pra cá novamente … – Mamis ao sacar quem era corre para tomar o telefone das mãos dela.

 

Mamis (ao telefone) – Eu já não falei para você não ligar mais aqui?! Você pra eles é uma pessoa morta! Quantas vezes terei que falar para entender? (p) Não quero saber! E se depender de mim, você nunca mais colocará os pés nesta casa outra vez. Ela tem uma nova dona, e sou eu! (p) Deis do momento em que você deixou o caminho livre para mim, você não é mais nada deles. Não é esposa, não é amiga, não é familiar e muito menos é mais a mãe de Eva, entendeu?!

 

Eva aparece bem na hora:

Eva – É A MINHA MÃE NA LINHA?! – Mamis congela.

 

Continua…

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