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Maçã do Amor

Maçã do Amor – Capítulo 05

Capitulo 05

 

Cena 01/ Feira. Barraca do pastel. Dia.

Naja (off) – Moço estou falando com você … moço?MOÇO?! – gritou tentado atrair a atenção de Adão, ao qual havia lhe cortado a fila. Mas nem ele, muito menos Eva, se encontravam ‘realmente ali’. Ambos trocavam olhares, hipnotizados.

 

Até que, com um cutucão de Éden, Adão retorna ao planeta terra, olhando para as pessoas como se chegasse a um lugar novo:

Adão – Pe-perdão, moço … moça!? – se desculpa, não sabendo noque ‘distinguir’ Naja.

Naja (ofendida, fazendo seu show dramático) – Olhe aqui, queridinho, só para a sua informação, é moçA! Porque eu já “tic!”, cortei. E segundo- …

 

O futuro barraco nem possuiu continuidade, pois, dessa vez foi Éden quem livrou seu amigo à tempo, puxando-o pelos braços:

Éden (sussurrando para Adão, enquanto tomavam distância) – Eu não te falei pra gente ir no final da fila, anta? Deu no que deu …  Por acaso você está me ouvindo?!

 

Adão não lhe dava atenção, pois se encontrava perdido em seus pensamentos:

Adão (pensando em voz alta) – Quem será ela? …

Éden – Ela quem?

Adão – Aquela moça lá da fila. A “moça verdadeira”.

Éden – Já ficou apaixonadinho, é? – zomba, enquanto se estabilizavam no final da fila.

Adão – Não é isso, bocó. Eu tô querendo dizer, ah, sei lá … Ela tinha peitinhos grandes pelo menos. – Éden revira os olhos, acostumado com os “pontos de vistas” do amigo.

 

Cena 02/ Lanchonete Pague & Coma. Refeitório. Dia.

Tentando conseguir sair da cozinha, Griselda chuta a porta. Com o caminho livre, saiu fazendo um grande esforço para arrastar o saco de lixo.

 

Arrastava o saco pelo chão, e ao chegar próximo da mesa onde os trabalhadores, Trabalhador 1 e Trabalhador 2, mais a sua mãe, Geralda, jogavam cartas tranquilamente, solta um grito indignada:

Griselda – Eu me matando aqui para levar esse peso todo sem quebrar as minhas unhas que fiz hoje no salão, e vocês na vida mansa?!

 

Eles nem lhe deram atenção, continuaram com os olhos vidrados nas cartas.

Claro que isso era coisa de dona Geralda, ‘viciada’ em jogos de azar, sempre convence e arrasta um para faturar umas ‘verdinhas’:

Geralda (batendo na mesa) – Truco! – ao gritar, o cigarro de sua boca caiu, e os copos na mesa chacoalharam.

Trabalhador 1 – Seis, marreco!

Trabalhador 2 – Nove!

Geralda – Doze, otários! – vibra, arrastando com os braços o dinheiro sobre a mesa.

 

Os trabalhadores berram, entristecidos:

Trabalhador 1 – Não pode ser! Essa velha só pode estar roubando a gente!

Trabalhador 2 – Ela levou toda nossa grana! Como vamos pagar a conta agora?

Geralda (guardando o dinheiro no sutiã) – Jogo é jogo! Se não aguenta bebe leite. – se gaba, levantando-se e retornando ao caixa.

 

Os trabalhadores trocam olhares, desesperançados:

Griselda (aos trabalhadores) – Aprendam: nunca joguem com ela! Ela sempre ganha.

Trabalhador 1 – Só agora que resolve falar?

Trabalhador 2 (sussurrando) – Ei, será que não tem como passar a conta para a gente não?

Griselda – Claro! Mas isso tem uma condição …

Trabalhadores (uníssono) – QUAL?!

 

Griselda aponta com o olhar para o banheiro, recém usado pelo Trabalhador 2, ao qual ainda não tinha sido limpado:

Griselda – Aposto que tem um lindo “presentinho’’ esperando por vocês lá. – disse, entregando para um dos trabalhadores os equipamentos de limpeza e para o outro o pesado saco de lixo.

 

Logo após se vira, caminhando ao caixa:

Griselda (para Geralda) – Meu horário de almoço. Estou indo nessa, dona Geralda.

 

Cena 03/ Feira. Barraquinha do Pastel. Dia.

Naja – Homens. Todos uns cavalos folgados que acham que somos obrigadas à fazer tudo o que querem … Comigo não! – resmungava, ainda irritada pelo acaso.

 

Porém, notou que Eva navegava em seus pensamentos, chegando até à ter um brilho diferente no olhar. Com um estalar de dedos na frente de seu rosto a faz despertar:

Naja – Queridinha, eu tô aqui ainda, lembra?

Eva – Ah! … ah é … Desculpas, amiga. Acho que viajei aqui.

Naja – Sei muito bem aonde os seus pensamentos viajavam. – comenta, de braços cruzados, em um tom de malicia.

Eva (fingindo estar ofendida) – Misericórdia, amiga. Ficar pensando uma coisa dessas de minha pessoa. Sou uma virgem santa …

Naja – Uhum … sei …

 

O vendedor da barraquinha interrompe-as:

Vendedor – Vão pedir ou não, madames?

Eva – Vamos! Dois pastéis de escarola com queijo, por favor?

Vendedor – É pra já!

Naja – E dois pastéis pra mim também! – grita, antes dele partir para o fogão.

 –

 Éden – Finalmente a nossa vez! – vibra, enquanto o último cliente em sua frente saiu da fila.

Vendedor – Qual é o pedido?

Adão – Dois pastéis de carne no capricho! – responde, arrastando uma cadeira da banca para se sentar.

 

Éden também puxou uma cadeira para se sentar:

Éden – Como vamos levar todas essas sacolas com os pedidos da dona Geralda?

Adão – Depois a gente chama o Zé do Carreto pra levar para nós. – responde, mexendo ao celular, não demonstrando tanta preocupação.

Éden – Ok. O problema é que já estamos devendo ele pelas últimas quatro vezes que fizemos isso. Se lembra?

 

O vendedor deposita a bandeja com os pastéis no balcão. Adão captura um rapidamente, dando uma baita mordida:

Adão (de boca cheia) – Por que não uma quinta?

 

Cena 04/ Estrada. Carro de Papis. Dia.

Papis e Mamis estavam sentados no banco de trás e Canadense ao volante:

Mamis (abanando-se com as mãos) – Que calor dentro deste carro! Abre as janelas pelo amor, motorista!

 

Canadense se incomoda com o “motorista” já que a sua verdadeira profissão era “advogado”. Mas atendeu ao pedido. As janelas do carro se abriram:

Papis (olhando pela janela) – Vamos demorar muito para chegar, Canadá?

Canadense – Um pouquinho, senhor Papis. Agora, como é horário de almoço, o trânsito costuma estar cheio. Mas a minha previsão é de que chegaremos na capital ao cair da noite.

 

O veículo parou, devido ao semáforo estar com a luz vermelha acendida. Cada se ocupava como podia: Mamis implicava com uma mosca que insistia em lhe rodear; Papis, contava as notas de dinheiro que haviam em sua maleta:

Canadense (se esticando para alcançar o botão) – Vou ligar a rádio.

 

Instantes depois, uma música começou à tocar pelo carro:

“ Eu sou seu bom, seu bom, seu bom, seu bom, bombeiro
Vou apagar esse seu fogo embaixo do chuveiro (…) “

( Seu bombeiro – Munhoz e Mariano)

  A reação de espanto de todos foi automática:

Mamis – O que é isso?!

Papis – Mude de rádio, Canadá!

 

Canadense sem pensar duas vezes apertou para a próxima, que tocava em sua programação:

“(..) Quando toca o tamborzão
Tem que ver o que ela faz

Taca taca taca taca
Taca taca taca pra trás (…) “

 (Taca Taca – Mc Koringa)

 Mamis tampa os ouvidos, assustada com a linguagem utilizada na música. Papis respira fundo, reprovando:

Papis (num tom mais alto, para ser ouvido) – CANADÁ?!

Canadense (assustado) – Perdão! Perdão, senhores! É a rádio. Não é eu … – se justifica, mudando novamente.

 

Na próxima rádio não tocava música, mas:

Locutor (off) – “(…) Você que está me ouvindo agora. Você mesmo! Eu lhe digo: SAI SATANÁS! SAI! (…)”.

 

Canadense frustrado desliga a rádio, se encolhendo no banco.

A luz verde do farol foi acendida, O carro voltou a andar, ambos em silêncio novamente.

 

Canadense aparentava estar nervoso ao volante conforme seguia pela estrada. Papis ao olhar pela janela, estranha a paisagem avistada:

Papis – Canadá, onde é que nós estamos? Não me lembro de já ter passado por aqui antes.

 

Canadense olha para o GPs, ao qual estava dando uns ‘tiltis’ em seu sistema, prestes à pifar:

Canadense (nervoso) – Senhor? …

Papis – Sim, Canadá?

Canadense – A-Acho que … Estamos perdidos.

Papis e Mamis (uníssono) – O QUÊ?!!!

 

Cena 05/ Praça. Banco. Dia.

 

Griselda arruma os cabelos; puxa o shorts; ajusta o sutiã, enquanto caminhava para o fundo da praça. Lá estava o cantor de funck, Mc Bolacha, sentado no banco, com uma caneta de cigarro entre os dedos:

Mc Bolacha – Olha ela!

Griselda (parando em sua frente) – Preciso ter um léro contigo, Bolacha.

Mc Bolacha – Comigo? E sobre o que seria?

Griselda – Olha, Bolacha, tu sabe que o meu sonho é ser estrela da tevê, né? E tu está fazendo o maior sucesso na cidade …

Mc Bolacha (jogando o cigarro fora) – E …?

Griselda – E tu podia me colocar para ser a sua nova Garota Biscoito, né? Poxa, me ajuda aí.

Mc Bolacha (pensativo) – Não sei não, Griseldinha …

Grisleda – Ôrra, valeu a consideração, viu…

Mc Bolacha – Cê pensa que é fácil assim entrar pro ‘Hall da Fama’? Olha, se quiser mesmo ser a minha nova Garota Biscoito, vai preparando os glúteos e o quadril aí. Amanhã irei fazer um teste para escolher a nova Garota Biscoito. Se você passar no teste, tá dentro. – comunica, se levantando.

Griselda – Vou ter que fazer um teste ainda?!

Mc Bolacha – Às oito lá no meu barraco. Se quiser, corre atrás, fechô? Tô vazando. – diz, indo embora.

 

Griselda começa à roer as unhas, nervosa:

Griselda – Caraca, meu …

 

Cena 06/ Calçada próxima da feira. Táxi. Interno do táxi. Dia.

O carreto do seu Zé estaciona ao lado da calçada onde Adão e Éden lhe aguardavam, segurando o montante de sacolas:

Éden (para Zé) – Por favor, seu Zé, quebra este galho pra gente vai?

Zé – Mais um galho? Dá pra eu virar jardineiro se contar todos os galhos que já quebrei para vocês.

Éden – Qual é? O senhor conhece nós deis de pequenos, não é? O que custa? Somos da família.

Adão – É, Zé! Dê este help pra nós?

 

Zé fica pensativo:

Zé – Tá legal. Mas só irei ajudar porque são as compras para a dona Geralda. – Adão e Éden comemoram.

Éden – Valeu, seu Zé.

Adão (correndo) – Eu sento na frente!

Zé – Calma aí, meu jovem. Vocês me ligaram no meio do expediente. Já tô com passageiros no carro.

Adão – Mas não cabe a gente?

Zé – Irá caber se colocarem todas essas sacolas no porta malas.

 

Os dois se direcionam desanimados para a parte de trás do veículo, atendendo ao pedido, guardando as sacolas lá dentro.

Assim que o capô foi fechado, Éden dá uma rasteira nas pernas de Adão, correndo para tomar distância, e garantir o seu lugar ao lado do motorista na parte da frente (os dois tem essa disputa deis de pequeno, para ver quem se sentava na frente).

 

Adão (se levantando) – Palhaço!

Zé entra no carro, sobrando para Adão a parte detrás.

 

Ao se sentar, fechando a porta, olha para o lado, encontrando as pessoas presentes dentro do carro também:

Adão e Eva (em uníssono) – Você?!

Naja (revirando os olhos) – Ê laiá! Era só o que me faltava mesmo …

Zé (se virando para trás) – Eu avisei que já estava com passageiros no carro.

 

 Continua …

 

_Olá! Bom, eu dividi a novela em quatro partes de cinco capítulos. Esses cinco primeiros capítulos da primeira semana foi a de Apresentação da história e dos personagens. Espero que tenham gostado. E segunda, começa o Desenvolvimento da história. Comentem!

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