Capítulo 17 – Para Todo o Sempre
CENA 1. CASTELO. INT. DIA
Continuação imediata da cena do capítulo anterior, com Armando expulsando a família real francesa do castelo.
ARMANDO – Não vão agir não? Saiam daqui! Agora!
CARLOTA – Isso é uma falta de cortesia enorme com um país amigo. Eu tenho certeza que o senhor não quer se indispor com a França.
ARMANDO – Primeiramente não é “senhor”, é Vossa Majestade. E segundo, não tenho medo de me indispor com a França. Entraria até em uma guerra com seu país, rainha.
Carlota começa a ficar furiosa.
CARLOTA – Está declarando guerra contra a França, Majestade?
ARMANDO – No momento não. Mas não descarto a possibilidade. Agora chega de conversa. Saia a senhora e seu filho mimado.
Falou do filho. Carlota não aguentou isso e explodiu.
CARLOTA (muito furiosa) O que está falando do meu filho??!!! Eu quero que repita o que disse. Cara a cara com ele. Ele é o herdeiro do trono de um dos maiores países da Europa ocidental. É bom respeitá-lo. E se não respeitá-lo quem está declarando guerra a Veseli sou eu!! E vou embora desse castelo tomado por golpe. Fique sabendo que o reino da França não reconhece o senhor como rei de Veseli.
E sai pisando duro.
CENA 2. IGREJA. DIA
Maria foi à igreja se confessar com padre Luiz.
LUIZ – A senhorita tem certeza que não tem mais nada a confessar?
MARIA – Como assim? O que quer dizer, padre?
LUIZ – Nada. Se já terminou, tudo bem. Esses pecados não necessitam de penitência.
Fica um silêncio no ar por alguns segundos.
MARIA – Eu queria falar mais uma coisa com o padre.
LUIZ – O que é, minha filha?
MARIA – Quero marcar a data do meu casamento com Alexandre.
LUIZ – Claro, claro. Normalmente quando se vai marcar da data do casamento os noivos estão os dois presentes. Onde está Alexandre.
MARIA – Ele está se recuperando ainda do tiro que tomou. Fiquei sabendo que ele vai ser expulso do castelo.
LUIZ – O quê? Aquele desgraçado de Armando vai expulsar um doente em tratamento do castelo?!
MARIA – Padre Luiz, cuidado com a boca, ainda mais na presença de uma donzela.
LUIZ – Desculpe. É que o reino passará por um tempo sombrio. Peço a misericórdia de Deus para o nosso povo. Mas estávamos falando de seu casamento. Julgo mais prudente esperar a recuperação completa de Alexandre para marcarmos a data, senhorita Maria.
MARIA – Não! Quer dizer… Alexandre está de acordo com essa data. Ele também quer casar-se o quando antes.
LUIZ – Mesmo? Mas por que tanta pressa? É muito jovem ainda, Maria.
MARIA – Meu rosto parece jovem como um bebê, mas não sou tanto assim. O tempo passa para todos.
LUIZ – (desconfiado) Muito bem… e qual seria a melhor data.
MARIA – Daqui a 15 dias.
LUIZ – (espantado) Como?!
CENA 3. CASTELO. QUARTO DE CARLOTA E ROGÉRIO. DIA
Carlota e Rogério estão arrumando as malas. A rainha da França está furiosa.
CARLOTA – Nunca fui tão insultada em toda a minha vida. Esse regentezinho vai ver o que é o poder do exército francês.
ROGÉRIO – Mamãe, acho que precisa esfriar a cabeça. Não acho que a gente deva tomar uma decisão dessas assim de cabeça quente.
CARLOTA – Cala a boca, pirralho! Você não sabe de nada. E vai arrumando a mala aí, agora!
ROGÉRIO – Eu vou é esfriar a cabeça. Tchau.
CARLOTA – Espera, aonde você vai?
Rogério sai.
CARLOTA – Aposto que foi ver a rainha deposta. Agora ela não é de valia nenhuma para nós.
CENA 4. CASTELO. MASMORRAS. DIA
Não se podia saber se era dia ou noite nas masmorras do castelo. Daniela e Augusto estavam presos até agora sem comida e sem água. Daniela estava agitada.
DANIELA – Não é possível que não exista uma passagem secreta nessa droga de masmorra.
AUGUSTO – Muito difícil que tenha.
DANIELA: – Deve ter, devemos procurar bem.
AUGUSTO – Não vou aguentar, sem beber, sem comer.
DANIELA: Calma! Eu vou dar um jeito.
CENA 5. POVOADO. DIA.
Carlota estar andando pela rua, sem saber o que fazer.
CARLOTA: Me resta uma coisa, ir pedir abrigo na casa do Alexandre.
Carlota vai decidida.