Rainha Má (Inveja).
OS SETE PECADOS | EPISÓDIO 03: INVEJA. |
“Rainha Má” | Roteiro: Victor Morais. |
Resumo: Ana Helena já foi uma atriz muito famosa mundialmente por ter interpretado a Rainha Má numa versão conhecida de Branca de Neve, mas agora desfruta apenas de decadência e esquecimento. Quando a filha, Marina, também atriz, é convidada para fazer o mesmo papel da mãe no remake de Branca de Neve, ela começa a nutrir uma inveja pela filha e, beirando a loucura, pensa em matá-la.
“A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas.”- Miguel de Cervantes.
Cena 01- AP. de Ana Helena/ Int./ Noite.
Uma vela é acesa. Antes disso, o quarto estava na mais completa escuridão. Ana Helena se aproxima lentamente e esfrega as mãos, afim de se aquecer. Na cabeça, estava a coroa. A pouca iluminação deixava a mulher com expressão soturna e macabra.
Ana Helena observa um porta-retratos na estante ao lado. A foto de Marina estava toda picotada, no mesmo passo em que as mãos de Ana apresentavam calos. Ela pega a vela e sai andando pelos cômodos até chegar no espelho, onde observa a própria imagem.
Ana: Eu te invejei, e te amei. Eu queria te matar, e te acalentar. Você me fez exercer o amor e o ódio. Me deu beijos mas me feriu. Me fez cartões em datas especiais, mas debochou de mim as escuras. Foi carinhosa e rebelde. Foi tudo e foi nada. Foi maravilhosa e horrível. A antítese das antíteses. Dócil e venenosa. Angelical e demoníaca. Foi mulher e foi menina, foi Marina e foi Marina. Mas se tem alguém que você nunca vai ser…É a sua mãezinha. A Rainha Má. Você é apenas a mocinha.
A porta se abre lentamente e faz um ruído desconfortável. Alguém entra no poço de escuridão sem medo de esbarrar nos objetos, como se já tivesse a localização exata de tudo:
-Mãe?
Ana Helena se vira furiosa ao ouvir a voz. Ela vai até uma gaveta próxima e apalpa algo até confirmar que é mesmo o que procurava: Uma arma.
Ana sorri maleficamente: É hora de acabar com a mocinha.
TERCEIRO PECADO- RAINHA MÁ (A INVEJA).
Dias Antes…
Cena 02- Festival de Cinema de Gramado de 2016/ Int./ Noite.
Arlete se abana: Há quanto tempo você não vinha aqui?
Ana Helena, incomodada: Uns anos. Desde quando ganhei ‘Melhor Atriz’ por Rainha Má…Aliás, é a próxima categoria.
Arlete: Você está orgulhosa por sua filha estar concorrendo esse ano? A crítica diz que ela é uma das favoritas. Ao contrário de você, Marina está só crescendo na carreira de atriz…É uma pena que você nunca mais tenha sido chamada pra nenhum filme de sucesso…
Ana Helena se abana: Que pergunta idiota, Arlete. É claro que eu tô orgulhosa. Aliás, essa conversa está bem idiota…Vamos ouvir que agora será anunciada a ganhadora.
Arlete: Desculpe, querida, é que eu sempre sinto um ar diferente vindo de você quando a gente elogia a Marina. Até parece que você não gosta de ver a sua filha se dando bem na carreira…Tem inveja?
O apresentador do prêmio, que já estava a falar, conclui: E o prêmio de melhor atriz é de…- E abre o envelope- Marina Cabral, por As Luas de Estela- Uma salva de palmas.
Arlete se levanta: Minha nora arrasa mesmo! Ela é de uma delicadeza, não acha, Ana Helena?
Ana Helena bate palmas fracas.
…
Marina abraça a mãe: Desculpa por ter esquecido de te mencionar no discurso de agradecimento, é que são tantas pessoas! Sem seus ensinamentos, eu nunca teria chegado onde estou agora…
Ana Helena: Tolice. Você tem brilho próprio- E a observa bem- Agora vamos pra verdadeira comemoração, regada a champanhe e um jantar divino! Já estão nos esperando no carro.
Marina guarda o troféu na bolsa e dá as mãos para a mãe: Ugo deve ter infartado de alegria, e dona Arlete também- Elas rumam a saída do prédio- Você tá muito calada pro meu gosto, senhora Cabral. Algum problema? A gente mal conversa mais por conta da rotina complicada…
Ana Helena: Nostalgia, filha. Eu também já estive na mesma situação que você. Com o mesmo prêmio em mãos, a mesma euforia- Ela olha para trás- O tempo passa que a gente nem vê. E lá se foram vinte anos. Vinte tortuosos anos.
Uma repórter se aproxima: Marina, uma palavrinha prum programa local. Ainda bem que consegui te achar aqui na saída dos fundos- Ela chama o câmera- Qual é a sensação de ganhar um prêmio tão importante pro cinema nacional?
Marina: Nossa, são…
A repórter interrompe: Senhora- Diz, a Ana Helena- Poderia nos dar licença? O nosso programa só entrevista os famosos.
Marina arruma o cabelo: Grande ironia. Minha mãe já foi uma das grandes atrizes do cinema. Ela fez a Rainha Má em Branca de Neve, a versão nacional que todo brasileiro já viu uma vez na vida e decorou mais do que o hino.
Repórter: Não é possível…Essa é Ana Helena? Eu não imaginava. Sabia que ela era sua mãe, mas achei que essa mulher já estivesse morta…- Ela sorri- Bem, me perdoe pelo engano, mas nos dê licença mesmo assim, só entrevistamos famosos que nos interessem. Não o povo de três décadas atrás.
Marina se manifesta: Epa, que jeito é esse de falar com minha mãe? Quem tem que dar licença é você, querida, temos mais o que fazer e…
Ana Helena a interrompe: Filha, não vale a pena estragar tudo por uma bobagem dessas. Eu vou esperar ali no canto- Ela sai, lentamente, com um pouco de falta de ar, já que não esperava tamanho baque- Ali no canto…
Arlete surge: Achei que vocês tinham se perdido no caminho- Ela vê Marina com a repórter- Ela sabe lidar tão bem com perguntas, me lembra você, Ana, quando ainda atuava…Às vezes até me parece que ela tá gradativamente sendo uma “nova você”. Melhorada, claro.
Ana Helena não responde, mas fica com olho fixo na filha.
Cena 03- Ap. de Ana Helena/ Int./ Noite.
Ana Helena escova os loiros cabelos enquanto se olha no espelho. Antes melhor amiga dele, agora tinha medo de encará-lo. Tinha olheiras profundas e marcas do tempo inevitáveis. Já não portava a mesma disposição de antigamente, e os fios do cabelo não brilhavam como no passado. O olhar estava para morrer. As pernas, tão desejadas por toda uma geração, hoje eram de se envergonhar. E tudo em que ela conseguia pensar era: “Porque?” “Porque a carreira declinou diante de seus olhos?”. Ela era atriz de um papel só. “Porque ela havia sido mais castigada pelo tempo que outras?”. Ela não era mulher de uma expressão só. Isso antes, porque agora Ana só se mergulhava na tristeza. Um porta-retratos com a foto de Marina lhe deixou pensativa, fazendo-a parar de pentear-se.
Porque ela estava começando a se incomodar com o sucesso da filha? Porque aquele pequeno incomodo parecia tão grande? Era…Inveja? De Marina?
De repente ela percebe que estão falando do prêmio que a filha havia recebido naquela mesma noite, numa reportagem de televisão. Não era aquele programa local, mas um bem mais arrojado. Um programa nacional:
– Marina Cabral já é considerado o maior nome do cinema nacional no momento. Além de obter nota DEZ por parte dos críticos de todo o país, a jovem de vinte e cinco anos está começando a ter fama internacional. O The New York Tim…
Ana Helena joga um dos vasos de flor que tinha por perto na direção do monitor da televisão, que pifou no mesmo instante por conta do choque.
Silêncio no quarto. Ana Helena volta a se olhar no espelho. Não se reconhecia mais. Não acreditava no que tinha acabado de fazer.
De onde vinha tamanho ódio?
O porta-retratos de Marina parecia devorá-la com os olhos.
NA TARDE SEGUINTE…
Cena 04- Restaurante Comida Apimentada/ Int.
Ana Helena chega: Desculpem pela demora, mas eu nem pretendia vir pra esse almoço, acordei indisposta. Tô aqui pela insistência da Marina.
Arlete provoca: É muito emocionante ver o sucesso da filha, né? Digo, a dor de cabeça foi pela premiação de ontem, correto?
Ana Helena: Eu acho que foi pela sua voz irritante, Arlete- Elas trocam olhares.
Marina: Parem as duas. Estão todos aqui por um motivo especial. Esse almoço está sendo bancado por ninguém menos que Moreira Morato, o diretor de Branca de Neve, você sabe bem quem é, mamãe. Ele me procurou hoje cedo e…Me fez um convite pra trabalhar no próximo filme dele.
Ugo: Até eu estou surpreso agora. Moreira é um dos maiores diretores do país. Que filme é esse, meu amor?
Marina: É o…Remake de Branca de Neve. Ele me convidou para o papel que no passado foi de mamãe: A Rainha Má.
Ana Helena sente um nó na garganta. A voz por pouco não sai: Um…Remake? Os diretores ultimamente estão sem criatividade mesmo. E você aceitou?
Marina: A princípio eu titubeei, afinal, esse foi o papel que te deu fama mundial, mamãe, e eu tenho medo de não honrá-lo.
Arlete intervém: Que bobagem, Marininha, você atua muito melhor que sua mãe. Esse papel vai ser perfeito pro seu tipo. A nova Rainha Má vai marcar mais uma geração.
Marina sorri: Eu fico sempre lisonjeada com os seus comentários, minha sogra. Mas o fato é que eu ainda não aceitei o papel…Por isso convoquei esse almoço e o Moreira me apoiou. Quero pedir a sua benção, mãe.
Ana Helena: Minha benção?- Ela pega na mão da filha- Olha, eu não sei como o Moreira pretende fazer esse novo filme, nem sei vai ser tão bom como o original mas…Tenho plena certeza que você vai desempenhar muito bem o papel, eu… Tô até sem palavras aqui de tanta…Alegria, claro. Esse papel me moldou. Quero que ele te consagre.
Marina: Você tenha a certeza, mamãe, que vou fazer o máximo para chegar no seu nível de genialidade. E quero sua ajuda, seus conselhos…A gente anda tão separada pela rotina. Temos que nos unir mais, e acho que esse papel pode nos ajudar a criar um laço ainda mais forte- Ela tira algo da bolsa- O Moreira me deu a coroa, parte do figurino original da personagem, e disse que isso poderia me convencer a aceitar o papel. Você amava a coroa, não é?
Ana Helena fica fascinada pelo objeto: Quantos anos eu não vejo isso. A coroa representa tanto pra mim: O auge, o brilho, o luxo, a fama…
Arlete: E a decadência também, por certo. Depois desse papel você não fez mais nada no cinema! NADICA!
Ugo chama o garçom: Bom, então essa nova conquista na vida da nossa querida Marina merece um brinde! Champanhe, por favor.
Ana Helena dá um sorriso forçado: Tenho certeza que esse papel vai te marcar muito, filha- Ela cochicha- E se não for pro bem…É pro mal.
Marina: Falou algo, mamãe?
Ana Helena ergue a taça: Um brinde a tantas coisas boas. Comemorar é sempre bom, porque tudo é questão de momento, não é? E esses momentos tem que ficar na memória. Um brinde ao papel novo, à carreira, à felicidade no noivado…- Ela começa a lacrimejar- Um brinde…
Todos juntam os copos.
DIA SEGUINTE…
Cena 05- AP. de Ana Helena/ Int. /Dia.
Ana Helena abre a porta: Marina? Você por aqui? Eu não esperava! O apê tá um lixo que só, nem fiz faxina essa semana…
Marina entra: Vim porque percebi que cê tava jururu no almoço ontem. Você fala com uma cerimônia que nem parece que sou sua filha, eu não ligo pra bagunça, ok? E vim também porque quero começar a ensaiar para o papel de Rainha Má e preciso da tua ajuda, as leituras de texto começam depois de amanhã.
Ana: Senta, filha. Eu não acho que serei muito útil, você tem que fazer a SUA rainha. Tenho certeza que fará muito bem…- Ela parece desconfortável.
Marina: É claro que não vou te copiar, mamãe, mas preciso saber de que fonte você bebeu pra compor a sua atuação, como você se preparou, passar um pouco de ensinamento não faz mal…- Ela tira a coroa da bolsa- Olha o que eu trouxe, o Moreira disse que era pra eu me habituar a ela, e que a tratasse como um cão de raça.
Ana, desejando-a com o olhar: Às vezes acho que essa coroa exerce um poder sobre nós…Sei lá, é inexplicável.
Marina a entrega: Experimenta, mãe. Veja se ainda sabe se portar como a dita cuja rainha. Vai até o espelho pra ver como fica.
Ana segue a ordem e coloca a coroa na frente do espelho. Imediatamente, ela parece ser tomada por uma força maior e sente que não pode mais controlar o próprio corpo, que faz movimentos trêmulos. Ao observar o próprio reflexo, vê a Helena de muitos anos atrás, jovial, desejada, esbelta e bonita, trajada como a personagem do filme. Passa a mão pelo rosto, incrédula, e o sente liso, sedoso. Os olhos vivos, grandes como uma lua cheia. A boca carnuda, vermelha, e bem convidativa.
Marina sente algo no bolso: Ligação do Ugo. Vou ver o que ele quer- E atende- Oi? Tô no apê mamãe…
Ana Helena escuta alguém lhe chamar, e quando se dá conta, vê que o reflexo fala.
Rainha Má: Você tem que matá-la. A tal Marina vai tomar o teu lugar, aliás, já tá tomando, bem aos poucos…O estopim foi esse remake.
Ana Helena fica assombrada: Essa coroa é um gancho pra loucura- E tenta tirá-la, mas a mão não quer se mexer- O que tá acontecendo comigo?
Rainha Má: Me escute e me obedeça. Pegue a faca na cozinha e mate-a, ou ela vai te ofuscar pra sempre. Ela te odeia, mas finge o contrário, e só veio pra cá pra te humilhar com essa coroa e esfregar na sua cara que vai ser a nova Rainha Má, mas você pode impedir isso! MATE-A AGORA! PEGUE A FACA.
Ana Helena anda até a cozinha e pega a faca, contra sua vontade: NÃO!- Grita, mas parece não atrair a atenção de Marina- Eu não posso matar minha própria filha, eu amo ela e estou feliz…
Rainha Má: Pare de proferir mentiras, você inveja ela, a vida dela, a beleza dela, a carreira dela…MATA ELA, É UMA ORDEM! Eu sou tudo o que você quer ser, sou o grito que está preso dentro do seu corpo, e esse grito diz pra você matar a Marina…Aproveita que ela tá de costas e acaba com a vida dela. Você quer ser ela, não é? VOCÊ QUER SER ELA, NÃO É?
Ana Helena se aproxima da filha, em passos lentos e com a faca numa mão, quando, de súbito, a outra mão tenta lutar contra a que está com o objeto, mas ela chegava cada vez mais perto de Marina, que falava ao celular.
Ela estava pronta para matar a jovem, quando acaba tropeçando no tapete, e a coroa cai. Na mesma hora, as tais forças são sugadas de volta e Ana recupera a consciência. Ela esconde a faca dentre as almofadas e nota o suor no rosto.
Marina se vira: Mãe, cuidado com a coroa- E volta a falar com Ugo.
Ana Helena queria gritar naquela hora. Mais alguns segundos e teria cometido uma atrocidade, não fosse o tapete. Ela ainda tinha a voz da Rainha ecoando na cabeça. “Você quer ser ela, não é?”.
Cena 06- AP. de Ana Helena/ Int./ Noite.
Ana Helena observa bem o espelho, que estava coberto com uma manta grossa para que ela não pudesse se ver. Ela tomava um vinho barato e escutava o único CD de ópera que lhe restara em volume razoavelmente alto. Até que decide fazer uma ligação. Depois de falar por mais de meia-hora com alguém, ela aumenta o volume, coloca mais vinho na taça e tira a manta do espelho com agressividade.
Ana se olha bem no espelho e diz a si própria: Sim, eu quero- Respondendo à pergunta da rainha, que não estava mais lá.
Meia-Hora depois…
A campainha toca, e Ana Helena recepciona a pessoa depois de checar quem era através do olho mágico.
Robson: O que a madame quer? Eu não faço serviço assim as pressas não…
Ana sorri: Me recomendaram você. É urgente!
Robson: Quem recomendou?- Ele faz expressão séria- Eu lá sou homem de ser recomendado!!
Ana bebe mais vinho: Não importa, não vamos falar disso- E dá um riso bêbado- Eu tenho uma tarefa pra você. Quero que…Mate uma pessoa pra mim. Ouça meu plano.
Cena 07- Restaurante Comida Apimentada/ Int.
NOITE SEGUINTE.
Ugo: Bem, então vamos esperar a mamãe voltar do banheiro e podemos ir para casa. Foi um ótimo jantar, eu adoro a “quarta mexicana” daqui…
Ana Helena: Eu posso ir de táxi, não quero incomodar nem nada…
Marina: Para de bobagem, mamãe- Ela sorri- Ainda tô te achando muito negativa e tristonha, temos que falar mais sobre isso!! Aliás, podemos fazer isso agora. Ô Ugo, você fica esperando sua mãe que nós vamos caminhando até onde o carro tá estacionado.
Ugo: Eu vou tomar um cafezinho, porque pelo visto mamãe vai demorar. Sei que é noite, mas eu não resisto…
Ana Helena inventa: Eu…Também não resisto a um café. Pode ir andando, já te alcanço, filha- Ela parece procurar alguém do lado de fora- A mamãe já vai- Marina assente e sai.
Ugo serve café para os dois: Dona Ana, eu passei a te olhar com outros olhos depois de uma conversa que tive com Marina, sabia?
Ana, que até então tinha os olhos em Marina, esta saindo do restaurante rumo ao carro, estranha as palavras do genro: Como assim? Que conversa?
Ugo coloca adoçante em seu café: Ela me fez um verdadeiro discurso sobre você e suas virtudes. Disse que você era a melhor mãe que alguém podia desejar, era atenciosa, compreensiva, justa, bondosa. Sempre tentou o melhor para dar uma vida digna a família. Que sempre deixava ela dormir em sua cama nas noites de tempestade e que acima de tudo priorizou os outros em detrimento de si própria. Eu me admirei com as palavras. Meus parabéns pelo ser humano que você é.
Marina se dirige ao carro quando é abordada por Robson.
Robson: PASSA TUDO MADAME, TUDO- Ele lhe mostra a arma.
Ana Helena deixa a xícara cair, o que provoca um imenso barulho: Meu Deus, o que eu fiz?- Ela sai correndo na direção da rua- MARINA…
Arlete sai do toalete e se junta ao filho: O que deu na fracassada?
Marina tira os pertences da bolsa, está aterrorizada e gélida: Toma…Leva tudo…
Ana chega no mesmo momento: LARGA ELA- E dá um empurrão em Robson.
Marina não consegue se mexer, tamanho o pânico: MÃE, NÃO FAZ NADA!- O terror em sua voz é nítido- ALGUÉM AJUDA AQUI!
Ana Helena encara Robson, e, em tom baixo, cochicha: Me dá um tiro de raspão e sai correndo…Eu vou te pagar do mesmo jeito.
Robson, lutando para conseguir tirar a arma das mãos dela: Mas o que é isso? Sua desgraçada, você me disse pra matar ela e agora faz isso? Eu mato as duas!
Marina, que não ouvira nada: MÃE, PELO AMOR DE DEUS!- Os seguranças se aproximavam.
Ana Helena, soando friamente: Faz o que eu te disse e você vai receber. Eu mudei de ideia. Anda logo, dá o tiro de raspão e sai correndo, antes que alguém te alcance- Ela olha para Marina, com extremo arrependimento.
Robson dá o tiro de raspão ordenado e dispara para o alto algumas vezes antes de conseguir escapar.
Ana Helena cai no chão, gemendo de dor, e sem tirar os olhos fixos de Marina, que se aproximava, junto aos seguranças.
Marina, num choro copioso: MÃE, FALA COMIGO! MÃE, PELO AMOR DE DEUS! MÃEEEE…
Os olhos de Ana Helena se fecham vagarosamente até que ela apaga.
Cena 08- Hospital Geral/ Int./ Quarto 208.
Dia seguinte.
Ana Helena acorda e repara estar sendo observada por Arlete. Estava com um gesso no braço.
Arlete lixa as unhas: A heroína da noite. Já chegaram vários ramos de flores pra você, que até estampou capa de jornal depois de tantos anos! Esse assalto foi tão repentino que chega até a ser…Suspeito, não acha?
Ana nada diz.
Arlete continua: Eu digo suspeito porque…Você saiu correndo do nada pra onde a Marina tava sendo assaltada, enfrentou o ladrão sem medo nenhum…Tem algo que não tá se encaixando nessa história, Ana.
Ana Helena: Foi instinto de mãe, Arlete, você deveria saber. Eu…Pressenti. Não faço tanta questão de fama- Ela evita olhar para a mãe de Ugo.
Arlete sussurra: A Marina e o Ugo estão lá no jardim, traumatizados, cheios de preocupação contigo. Você pode enganar a eles, mas não a mim…Eu não creio na sua bondade, Ana Helena Cabral- Ela sai do quarto.
Ana Helena reflete um pouco: Meu Deus, a que ponto eu fui chegar?- Ela começa a chorar- Eu preciso pedir perdão pra Marina, é meu dever…
Ela calça as pantufas do hospital e, mesmo fraca, sai para o jardim, a procura da filha, até que escuta sua voz e a segue.
Marina, numa conversa já avançada:…Eu tenho piedade sim, Ugo. Mas é o que todo mundo sente por ela, meu bem. E é minha obrigação de acolher ela, mesmo que no fracasso. Na minha opinião ela nunca atuou bem, pelo contrário, mas eu finjo respeito e admiração, e vai continuar sendo assim. Mas o que sinto mesmo é pena, compaixão…Mas é a vida! Nem todo mundo nasceu pra fazer sucesso como eu.
Ana, que caminharia até ela, desiste depois de ouvir o discurso. Ela parece não crer que a filha está falando tudo isso de sua pessoa. O peso da humilhação por pouco não a faz tropeçar. Seu rosto fica sem cor. Felizmente, não havia sido percebida nem por Marina nem por Ugo, então resolve continuar ali, a ouvir.
Marina: Agora mais do que nunca nós temos que exaltá-la. Mas o final dessa história todo mundo conhece…Ela vai acabar num asilo, abandonada, tentando colocar a própria roupa sem ajuda ou coisas do tipo- Os dois riem- Por enquanto eu vou carregando esse carma de ter que conviver com essa mulher, mas logo logo eu me livro dela, se Deus quiser!
Ugo, que fumava: Se ela te ouvisse falar assim…
Marina: Mas ela nunca vai ouvir e eu nunca vou passar de uma personagem bem amorosa e feliz- Ela olha no relógio- Agora vamos…
Ana Helena corre de volta para o quarto, incrédula. Ela respira com dificuldades e tenta não se abalar com as palavras que ouvira. Marina a detestava e era uma pessoa falsa e nojenta…Como aceitar aquilo? A vontade de mata-la se acende de novo, e com mais força. Perdão? Ela não merecia. A imagem da filha se ruiu em seus pensamentos. Suas mãos faziam movimentos como se desejassem enforcar alguém com muita força. Ah, Marina ia pagar por tudo. Pela prepotência, por tentar tomar o lugar da mãe, por tentar ser a Rainha Má…E o preço seria a própria vida. Nojo e repúdio eram as palavras do momento.
Ana caminha até a cama quando repara nas bolsas de Marina e Arlete jogadas no divã do quarto. Ela abre a bolsa da filha e vê a fatídica coroa da Rainha Má. Um sorriso então se abre. A mulher a esconde debaixo da cama, se deita e, pouco depois, Marina, Arlete e Ugo entram.
Marina, feliz: Mamãe, que bom que acordou, eu já tava tão preocupada! Eu te devo minha vida!
Ana retribui o sorriso, mas não conseguia associar as palavras de Marina. Para ela, o que a filha falava era como vômito. Se tivesse sorte, ela não iria perceber a falta da coroa.
NO MESMO DIA…
Cena 09- Estúdios BR FILMES/ Int./ Dia.
Marina chega, apressada: Desculpe Moreira, o trânsito está caótico. Então quer dizer que a prova de figurino foi antecipada pra hoje?
Moreira, o diretor do filme: Sim, e tem que ser agora! Você já é a próxima- Eles vão até o estúdio específico- Eu soube o que aconteceu com sua mãe, ninguém mais está seguro nessa cidade…
Marina: Eu estava no hospital com ela até agora há pouco…Minha mãe salvou a minha vida, foi tudo tão rápido, ela foi tão corajosa…Por isso a admiro.
Moreira parece não se importar com o que ela disse: E a coroa? Eu deixei contigo e saiba que é a parte mais importante do figurino, é o que simboliza a Rainha!
Marina abre a bolsa: Eu deixei aqui e…- Ela procura- Bem, pelo menos eu achei que tinha deixado.
Moreira para de andar: Como assim? Marina a prova de figurino é hoje e sem a coroa nós não podemos realizar ela!
Marina pega o celular: Calma, Moreira, eu devo ter deixado no carro, vou ligar pro Ugo e…- Ela começa a ficar nervosa- Não se preocupe…
Horas depois…
Arlete, indignada: Como assim perdeu o papel? Não é possível, Marina…
Ugo a acaricia: Mãe, o Moreira ficou furioso com o sumiço da coroa. A gente procurou pela cidade inteira, refizemos nossos passos, e não achamos a bendita. Acho que alguém roubou…
Marina, chorosa: O ladrão não foi. Minha mãe me salvou antes que ele chegasse até onde a coroa tava…Eu não sei mais o que pensar, só sei que minha vida passou de sonho pra pesadelo em poucas horas!
Arlete fica boquiaberta: Foi ela…
Marina: Ela quem, Arlete? Você tem alguma suspeita?
Arlete: Foi sua mãe, Marina! Ela tá morta de inveja de você e do seu sucesso, tá na cara! Ela roubou a coroa pra você ser expulsa do filme porque sabia do valor que esse objeto tinha pro figurino…FOI A ANA HELENA!
Marina se levanta: CHEGA! Para de implicar com a minha mãe, Arlete. Antes eu tolerava suas piadas, mas elas chegaram num nível muito sério! Minha mãe me salvou ontem e jamais seria capaz disso, tanto que ela me apoia na carreira. Ah, ter inveja foi muito boa…Como se mamãe precisasse disso.
Arlete: Pois pode ter certeza que foi ela, Marina, não é piada! Sua mãe é uma pessoa perigosa…Vai lá no apartamento dela, checa o que eu tô falando.
Marina pega a bolsa: Eu vou mesmo, mas pra contar o que aconteceu, porque tenho a plena certeza de que ela vai me apoiar de novo, e vamos lamentar bem juntas…- Ela sai.
Cena 10- Prédio de Ana Helena/ Int./ NOITE.
Conversa avançada.
Marina: Exatamente, seu Gregório, o apartamento da minha mãe tá no breu, e ela não abre a porta, será que aconteceu alguma coisa?
Gregório: Eu tenho certeza que ela tá lá, porque não a vi sair, mas eu vou te dar a chave pra que entre, afinal, já te conheço há anos. Talvez a dona Ana tenha desmaiado, não sei…Se ela não ouviu seu chamado nem atendeu a porta, algo aconteceu, vá checar!
Marina pega a chave: Obrigado- Ela sobe as escadas até chegar no apartamento da mãe. Abre a porta, que faz um ruído desconfortável. E entra no poço de escuridão sem medo de esbarrar nos objetos, pois já tinha a localização exata de tudo- Mãe?
Nenhuma resposta.
Marina vai até o interruptor e acende a luz. Ao virar-se, o grito é inevitável.
Lá estava Ana Helena, trajada como a Rainha Má. Coroa, capa, batom vermelho, a mesma maquiagem do filme, e com uma arma apontada na direção de Marina.
Marina, horrorizada: Mãe…O que aconteceu?
Ana Helena ri: O que aconteceu? Você ainda tem a coragem de me fazer uma pergunta dessas, SUA NOJENTA?- Seus olhos estão vermelhos- Procurando por essa belezinha aqui?- E aponta para a coroa- Sabia que morderia a isca…
Marina: Mãe, porque você tá com essa arma? Pra quê pegou a coroa, cê sabia o quanto importante ela era…Eu não consigo entender…A Arlete me disse umas coisas e eu massacrei ela pra te defender mas…
Ana: Que surpresa cê ter me defendido! Achei que só fazia isso na minha frente, por piedade, por fingimento!- Ela chora e borra toda a maquiagem- NÃO É ESSA A SUA FORMA DE ATUAÇÃO PERANTE MIM?
Marina se afasta, com pavor da mãe: Do que você tá falando? Mãe, abaixa essa arma, vamos conversar direito!
Ana Helena a ronda: Eu cansei de conversar, Marina. Eu cansei das pessoas me olharem com piedade. Cansei do meu fracasso, e a culpa dele é TUA! Tive você meses depois de fazer a Rainha Má, depois nunca mais fui convidada pra nenhum papel, e aí quando você cresceu, quis seguir meus passos, quis tomar o meu espaço…E A GOTA D’ÁGUA FOI QUERER INTERPRETAR A RAINHA MÁ. Marina, você nunca vai conseguir ser como EU. NUNCA. Eu não vou deixar…Até que eu fiquei feliz com o seu prêmio, as críticas positivas a seu respeito mas… Acaba por aí. A Rainha Má é só minha. E EU VOU HONRAR O NOME DELA. Te matando. Você merece a morte, Marina. Tentou matar o meu nome, tentou debochar de mim, mas a sua festinha acabou filha.
Marina: Mãe, pelo amor de Deus, você tá louca, tá possessa! Eu nunca tentei tomar o teu lugar, e te pedi a benção pra fazer a Rainha…Nunca falei mal e muito menos debochei da sua pessoa. EU TE AMO, TE ADMIRO, TE RESPEITO. E não tenho pretensão de ser uma nova você, pelo contrário, eu trilho meu próprio caminho, tenho meu mérito, graças a ti!
Ana Helena a empurra: Belas palavras…Você tá atuando agora também! O papel é de “filha bondosa”. Mas a verdadeira faceta é de uma mulher dissimulada, que não me suporta, que vem falar comigo por obrigação…EU TE ODEIO, MARINA. E chegou a hora de te eliminar, pra sempre. Hora de fazer uma coisa sensata!
Marina, já chorando: Mãe…- Ela sofre para falar- Você tem inveja de mim?
Ana Helena assente: Tenho…Mas mais ainda, eu tenho ódio, Marina. Porque você arruinou minha carreira ao nascer, e me tomou a beleza. Eu quero os seus olhos, sua boca, suas pernas, seu cabelo…ERA PRA EU ESTAR ASSIM SE VOCÊ NÃO TIVESSE NASCIDO! Era pra eu ter feito os filmes que você fez, e ter ganho muitos prêmios, era pra eu ter me consagrado internacionalmente e me tornado o principal nome do cinema nacional. Era pra eu estar casada e feliz, ou com um namorado pelo menos…E A CULPA DISSO TUDO É TUA! Te invejo mesmo. E te odeio muito mais.
Marina: Você não tá bem, essas palavras não são suas, mãe…Me dá essa arma- Ela avança pra cima de Ana Helena e disputa o revólver- ME DÁ A ARMA!
Ana Helena: ME SOLTA, EU VOU TE MATAR SUA DESGRAÇADA- Ela aperta o gatilho e Marina cai no chão, ensanguentada. Depois, atira mais duas vezes até se certificar que a moça estava morta.
O apartamento fica em silêncio até que Ana se olha no espelho de novo. Mas, pasmem, não havia reflexo algum. Ao olhar para as mãos, também não vê nada. A coroa cai no chão e ela começa a gritar ao perceber o que fizera. O chão era puro vermelho, Marina já não se mexia, e o mundo já não parecia fazer sentido. Ana vai até o gigante espelho e o joga no chão, fazendo tremendo barulho. Ela tremia. Algumas pessoas, horrorizadas com os estrondos e os tiros, começam a aparecer, bem como o síndico e o porteiro. Ugo e Arlete também chegam, e o primeiro cai no desespero ao ver o corpo da mulher no chão. A sirene da polícia parecia ficar cada vez mais alta. Ana Helena não conseguia encarar ninguém diante da cena.
Vidro, sangue e terror.
Ana Helena tropeça em si própria e bate a cabeça na quina da mesa.
A chama da vela na estante se apaga.
ANOS DEPOIS…
Cena 11- Cadeia Municipal/ Int./ Dia.
Repórter: E para terminar a nossa entrevista, Ana Helena, a pergunta que todo o Brasil quer saber: Porque você assassinou a sua própria filha, a atriz Marina Cabral, na noite de 11 de maio de 2016, há cinco anos atrás? Alguns dizem que foi por inveja, você confirma?
Ana está mais deplorável que antes. O cabelo havia caído quase todo. Os olhos pareciam doentes, e a pele era pálida e mofada. Ela nunca mais sorriu, e o tom de voz agora era mais áspero. Ficara conhecida no país como a “Mãe Assassina” e não mais pela personagem do filme. A morte de Marina Cabral fora um baque para todos.
Ana não responde.
A repórter repete a pergunta: Porque você matou com três tiros a própria filha? É uma pergunta que nunca teve resposta concreta.
Ana Helena encara a câmera: Mas não fui eu quem matei ela, eu reitero- Ela faz uma pausa- Quem matou a minha filha foi…Ela. A maldita manipuladora. A que faz a gente escrava do tempo, do espelho, da fama. A mulher mais perversa que eu já conheci.
Repórter, curiosa: Mas…Quem? Quem é essa mulher?
Ana Helena: A Rainha Má. Foi a Rainha Má que matou a minha filha- Ela começa a chorar- Foi ela…FOI ELA! A RAINHA MÁ!
FIM?
Flashback:
Ugo acende um cigarro: E aquela atriz que implicou com você no set? Como era o nome dela mesmo? Selma Reis?
Marina: A própria. Uma senhora que há anos não consegue protagonismo, e aí fica implicando comigo…Mas ela implica de uma outra forma, entende? Ela finge carinho por mim, mas sempre solta uma indireta, sempre se faz de boazinha… Mas a gente sente pena da coitada. Vive num apartamento sozinha, sem família, sem amigos…
Ugo: Eu entendo…
Marina: Eu tenho piedade sim, Ugo. Mas é o que todo mundo sente por ela, meu bem. E é minha obrigação de acolher ela, mesmo que no fracasso. Na minha opinião ela nunca atuou bem, pelo contrário, mas eu finjo respeito e admiração, e vai continuar sendo assim. Mas o que sinto mesmo é pena, compaixão…Mas é a vida! Nem todo mundo nasceu pra fazer sucesso como eu.
Ugo ri.
Marina: Agora mais do que nunca nós temos que exaltá-la. Mas o final dessa história todo mundo conhece…Ela vai acabar num asilo, abandonada, tentando colocar a própria roupa sem ajuda ou coisas do tipo- Os dois riem- Por enquanto eu vou carregando esse carma de ter que conviver com essa mulher, mas logo logo eu me livro dela, se Deus quiser!
Ugo, que fumava: Se ela te ouvisse falar assim…
Marina: Mas ela nunca vai ouvir e eu nunca vou passar de uma personagem bem amorosa e feliz- Ela olha no relógio- Agora vamos…
…
Parabéns pelo episódio, Victor, foi maravilhoso. Começo falando de Marina, não ficou devendo. Ocupou o espaço necessário, mas, mesmo com tantos prêmios e filmes na carreira, nossa grande estrela foi Ana Helena. Adorei a complexidade dela, parecia não conseguir se desligar da Rainha Má que a perpetuou. Não conseguia sair de cena. Foi uma ótima construção! E essa última cena conseguiu consagrar sua loucura. Parabéns, novamente, ótima mesmo a história.
Obrigado, João! Ana Helena realmente foi a estrela, uma das personagens mais difíceis que já criei, pois dentro dela havia a camada de outra personagem que era a Rainha Má, mas fico feliz em ter atingido o meu objetivo. Ela dominou o episódio, brilhou, e apavorou os leitores com sua extrema loucura e inveja, nem os prêmios de Marina Cabral conseguiram ofuscar Ana.
Não deixe de conferir os próximos episódios do nosso querido especial 😀
Ótima história Victor. Parabéns! A inveja de Ana Helena pela filha levou ela a ter ódio e chegou até matar a própria filha. Uma história densa e muito forte. O que uma inveja pode fazer com uma pessoa. Meus sinceros parabéns ficou show seu episódio. desculpe a demora para ler mas só agora tive tempo :3
Até a próxima 😉
Muito obrigado, Wagner, eu tive muito prazer em escrever essa forte história, e quis mostrar o quão poderosa e mortal é a inveja, um dos pecados mais comuns, inclusive. O seu episódio também ficou muito bom, bem como todos os outros, estou muito feliz com o sucesso do nosso especial. Até a próxima e sucesso a todos nós.
Victor, que espetacular!!!
Um verdadeiro filme da Disney com uma pitada do filme ‘Cisne Negro’. Gente, ameeei.
Tá de parabéns mesmo.
A história de Ana Helena e Marina me envolveu de uma forma completamente inexplicável. Sem falar que todas as cenas foram muito bem escritas.
Continue sendo sempre esse autor maravilhoso que tu és, e que melhore muito mais!!!
Rodrigo, fico feliz que tenha gostado e que tenha vindo me prestigiar, seus elogios são honrosos pra mim. Eu coloquei pitadas de ‘Disney’ só que o que domina mesmo esse episódio são as cenas macabras. Tentei fazer mesmo uma história envolvente e fico satisfeito por ter atingido esse objetivo. Mal posso esperar para postar o seu episódio da Preguiça que ficou muito bacana, parabéns a todos nós! E que continuemos melhorando sempre! 😀
Eu absolutamente estou extasiado com esse texto, mude imaginar cada cena, uma historia incrível Ana Helena deixou-se a loucura de sua mente fazer de sua personagem o seu real ser, o que pelo visto pode ter acontecido o mesmo com sua filha Marina que neste final nos surpreendeu. Parabéns Victor você sabe que é um grande amigo e sou grande admirador das suas historias.
pude*
Obrigado, Vinícius, fico feliz que tenha gostado de Rainha Má. A loucura e a inveja prevaleceram no final, e Ana Helena honrou o título desse episódio. Também admiro muito as suas histórias, Vinícius, e seu episódio da Luxúria ficou muito bom, os leitores irão adorar. Não deixe de acompanhar os próximos episódios 😀
Que episódio foi este? Um episódio excelente, sem palavras, magnífico. Parabéns, Victor! A dramaticidade, a personalidade forte da Ana Helena. Um final surpreende e sinistro. 😱Parabéns!!!
Muito obrigado, João, fico feliz que tenha gostado. Construí Ana Helena e os outros personagens de Rainha Má com a maior cautela possível, e bastante personalidade. O final não foi dos mais felizes, mas achei que foi justo devido a proposta desse episódio. Não deixe de acompanhar os próximos episódios: Ira, Luxúria, Preguiça e Soberba 😀
Excelente Capítulo! Parabéns, Victor! Estou Esperando uma web solo sua, hahahaha’. Parabéns, estou amando a série!
Fico muito feliz que tenha gostado, Felipe. Quem sabe uma web solo não surja em breve? Que bom que está gostando de Sete Pecados, foi um especial feito com muita dedicação por mim e meus colegas. Não deixe de acompanhar os próximos episódios!