Aquele Amor – Capítulo 44 (Emoções Finais)

Capítulo QUARENTA E QUATRO
(Emoções Finais)

Roteiro

Wagner Nascimento

Cena 1- Casa de Orestes / Sala / Manhã

Continuação imediata do capítulo anterior…

Marcela o encara: Eu… Eu preciso falar com você Orestes, é um assunto muito sério!

Orestes surpreso: Até me deixou curioso, o que a senhora pode ter de tão importante para falar comigo?

Marcela: É sobre a Malu!

Orestes: A Malu? Minha Malu?

Marcela: Sim, será que eu posso sentar?

Orestes: Claro, que cabeça a minha. Sinta-se a vontade! Mas o que quer falar sobre a minha esposa?

Marcela: Eu quero… Quero não, preciso te falar algo que é muito forte pra mim. Primeiramente queria deixar claro que não foi uma coincidência eu está na hora em que a Malu passou mau e eu a levei para o hospital, a verdade é que ela passou mau lá na minha casa!

Orestes fica surpreso: Lá na sua casa? Como assim? O que a Malu fazia em sua casa? Por acaso a senhora era uma das clientes dela?

Marcela: Não Orestes, a Malu me procurou por outra coisa, ela sabia que já estava perto de… Se sua morte. Então foi até mim para que a gente resolvesse nossas diferenças!

Orestes: Suas diferenças? Desculpe dona Marcela mas a senhora fala, fala e eu ainda não entendi onde quer chegar!

Marcela: Tudo bem, vamos pular toda essa introdução ao assunto que eu vim tratar com você. Na verdade é que a Malu ela era… Ela era minha irmã! – ela o encara com lágrimas nos olhos.

Orestes: Sua… Sua irmã? Coma assim? Que história mais maluca é essa?

Marcela: É a mais pura verdade Orestes, eu e a Malu éramos irmãs!

Orestes: Essa história não tem nexo, como a Malu nunca havia falado de você comigo?

Marcela: Eu e ela não tivemos uma boa relação desde a adolescência quando eu deixei ela e minha mãe para morar com meu pai, Malu não se conformou com isso. Eu nunca mais apareci para elas – ela chora – eu praticamente as esqueci, e fiz muito mau com tudo isso, acabou que minha mãe descobriu um câncer e morreu. A raiva da Malu por mim só cresceu com tudo isso! – ela não para de chorar.

Orestes a encara, seu olhar é de surpresa.

Orestes: Que história mais maluca. Quer dizer então que você era irmã da Malu, mas porque resolveu despejar tudo isso assim?

Marcela: A Malu – ela seca as lágrimas – a Malu, antes de morrer ela me pediu para que cuidasse do filho dela, o Juan. Mas eu… – ela volta a chorar – eu não queria que toda essa história fosse despejada de uma vez assim na minha família, sabe? Eu temia que eles não me entendesse, então… Então eu guardei isso comigo, mas agora… Depois que soube do que o Juan estava passado eu não tive mais escolhas, preciso cumprir com o que prometi para ela!

Orestes ainda tentando dissolver essa história toda, ele anda de um lado para outro da sala.

Orestes: Meu Deus, então foi por isso que você se disponibilizou a pagar todo o gasto do velório dela, foi por isso!

Marcela se levanta: Foi por isso e porque eu queria fazer alguma coisa por ela. Eu já tinha ficando tanto tempo longe, elas precisaram de mim e eu não as ajudei. Mas agora estou disposto a te ajudar. Só preciso contar para o Francis e para o Mateus!

Orestes a encara: Pêra um pouco,  você é a… Meu Deus, você é a mulher do Sr. Francis, o pai dos filhos da dona Marie!

Marcela:  Sim!  Mas porque o espanto?

Orestes: É que eu nunca tinha te visto por lá. Eu não te reconheci!

Marcela: Isso porque eu quase não ando na casa da Marie nos últimos tempos!

Orestes: E eu comecei a trabalhar a pouco tempo. Gente como o mundo é pequeno, olha quanta coisa acontecendo apenas nesse pequeno espaço de terra! – ele volta a encarar Marcela – mas afinal, no que você quer ajudar o Juan?

Marcela: Eu soube do estado que ele está, e eu se você permitir claro, quero pagar os tratamentos para ele!

Orestes fica sério: Como assim dona Marcela? A senhora… A senhora está sugerindo que eu… Mande o Juan para um hospício!

Marcela:  Hospício é um nome muito forte, o melhor é clínica, eu tenho um amigo que tem uma aqui no rio, as pessoas são bem tratadas por lá!

Orestes: Meu filho numa clínica de loucos? Não Dona Marcela,  isso não!

Marcela:  Mas isso vai ser bom pra ele Orestes!

Orestes: Eu não vou me sentir bem mandando meu filho pra um lugar desses, ele é a única coisa que eu tenho, minha única família!

Marcela: Tudo bem, eu respeito a sai decisão, mas pense bem nisso, será o melhor para ele – ela coloca sua bolsa no ombro – se mudar de idéia me procure! Depois eu volto para ver o garoto!

Ela sai. Orestes senta no sofá, está balançado por tudo que ouviu de Marcela.

Cena 2- Revista Modelo / Sala dos redatores / Manhã

Continuação da penúltima cena do capítulo anterior… Ariela entra no lugar deixando todos surpresos.

Francis: Ariela? Posso saber o que você está fazendo aqui?

Micael: Como tem a cara de pau de aparecer aqui depois de tudo o que aprontou?

Ariela:  Passado meus amores, passados. Eu resolvi passar por cima de tudo isso e voltar para meu velho emprego!

Francis sorri com sacarmos: Mas é muita cara de pau mesmo, e você acha mesmo que depois do que aprontou ainda vai continuar a trabalhar aqui?

Ariela: E porque não? Não devemos misturar vida pessoal com profissional, e devo dizer que eu não recebi nenhuma demissão!

Francis: Mas isso já foi resolvido, a partir de hoje você não trabalha e está impedida de entrar nesse lugar! A Evelyn já assumiu seu lugar!

Ariela: Então quer dizer que vocês me trocaram por essazinha ai? Vocês vão se arrepender disso tudo!  – ela grita – Vocês vão se arrepender!

Rayne: Acho melhor sair daqui Ariela, você já não é bem vinda aqui!

Micael: E por favor, esqueça que um dia conheceu todos nos!

Ariela: Eu infelizmente não poderei fazer isso, e pode ter certeza que vou fazer o possível para que vocês também não me esqueça! ATÉ BREVE COLEGUINHAS! – ela joga beijo e depois sai.

Francis: Mas é muita petulância dessa mulher!

Micael: Pelo visto ela não vai nos deixar em paz!

Francis: Bem, vamos esquecer isso e vamos voltar ao trabalho. E você Evelyn pode começar agora mesmo!

Ele sai, Micael a segue.

Chease da uma encarada em Amadeu.

Chease:  A gente ainda vai conversar quando chegar-mos em casa!

Corta para.

Cena 3- Rio de Janeiro / Manhã

Ao som de Pra te Lembrar – Luiza Possi é mostrado um amanhecer lindo no Rio, o sol vai subindo no horizonte. Corta para. Close num casal que estão sentados num banco de uma praça aos beijos,  ambos sorriem.

Letreiro: Dias Depois.

Corta para.

Cena 4- Mansão de Marie / Sala / Manhã

Micael desce a escada com uma pasta na mão.

Micael: Mateus, que surpresa!

Mateus: Eu resolvi vim aqui porque preciso falar com você!

Micael:  Falar comigo? Estou todos os ouvidos!

Mateus: Eu vim te pedir desculpas por tudo que fiz com você, eu errei muito em tramar contra você e a Rayne!

Micael: Eu sei que você foi movido pelo ódio e pela paixão e ainda teve a influência daquela maldita!

Mateus: Maldita hora em que eu fui dar ouvidos a ela!

Micael: Mas já passou não é? – sorri – afinal nós somos irmão não é mesmo? Não é justo ficar com essa indiferença entre nós!

Mateus:  Muito obrigado, meu irmão!

Micael: Não vai me dar um abraço?

Mateus sorri e abraça o irmão.

Micael: Eu não gostava nada dessa nossa inimizade. Agora que está tudo acertado, acho que podemos  voltar com a nossa velha amizade!

Mateus: É tudo que eu mais quero! – sorri – mas isso será por pouco tempo, eu estou indo agora mesmo tirar minha passagem, estou indo passar um tempo em Portugal!

Micael: Não acredito que você vai ir embora!

Mateus: Não estou indo embora, apenas passar uma boa temporada em Lisboa, preciso espairecer, colocar as idéia em ordens e pensar na vida!

Micael: Muito bem. Espero que não demore por lá!

Mateus: O tempo necessário para eu pensar melhor na vida!

Micael: Estou indo para a revista, quer uma corona?

Mateus:  Não precisa, eu estou de carro!

Micael: Então vamos!

Os dois saem.

Cena 5- Hospital San Lorenzo / Quarto de Marie / Manhã

Derik entra no quarto com um prontuário nas mãos.

Derik: Bom dia para minha paciente mais querida! – sorri.

Marie: Bom dia, espero que tenha uma boa notícia pra me dar!

Derik: Melhor impossível! Você está liberada, já pode ir para casa!

Marie feliz: Que ótima notícia, essa é a melhor coisa que você poderio me falar. Eu já estava achando que ia ter que me mudar pra esse quarto!

Derik: Não é pra tanto, você já está bem, pode voltar a sua casa, voltar ao trabalho! – sorri.

Marie: Que bom, deixa eu ligar para a Emília vim me buscar, o Micael na certa está na revista!

Derik: Não precisa se incomodar, eu já liguei para sua filha, ela já deve está chegando!

Marie: Gente que médico é esse? Acho que vou levar pra casa! – sorri.

Derik: Pra casa não, acho que ainda e cedo! -sorri.

Os dois se encaram. Emília entra.

Emília: Eu atrapalho alguma coisa?

Marie: Claro que não filha, pode ficar a vontade!

Emília: O Derik me ligou dizendo que você já ia receber alta!

Marie: Em anos que fico num hospital nunca fui tão bem tratada assim!

Emília: É, pelo visto o seu médico teve um grande apego pela senhora!

Derik: Pena que eu vou ter que desacostumar em te ver aqui! -sorri.

Emília: Mas você pode visitar ela sempre que quiser!

Marie: Que é isso Emília?

Derik: Ir na sua casa não, mas você me deve em jantar!

Marie: Devo é? Desde quando?

Derik: Desde agora! – sorri – bem, eu vou sair para que você se troque, te espero no meu consultório para assinar sua alta!

Emília: Passaremos lá em questão de minutos!

Derik sai.

Emília: Mãe, que homem e esse?

Marie: Um homem como qualquer outro!

Emília: Como qualquer outro não mãe, esse homem é um… Um príncipe!

Marie: Para com isso Emília, eu amo o Francis!

Emília: Mas será que vale a pena mesmo?

Marie: A gente tem sempre que tentar filha!

Emília: Tudo bem, vamos logo trocar essa roupa que uma nova vida te espera!

Marie sorri.

Cena 6- Escritório de César / Manhã

Pedro entra. César fica feliz ao vê-lo.

César:  Pedro que bom que veio!

Pedro: Ainda não entendi o motivo de me chamar aqui. Só quero adiantar que eu não serei cupido em uma eventual tentativa de reaproximar o senhor da minha mãe!

César:  Não é sobre sua mãe que eu quero falar, é sobre nós dois!

Pedro: Nós dois? É isso mesmo que eu ouvi?

César:  Isso mesmo filho, sente-se. Eu preciso falar contigo!

Pedro senta: Confesso que fiquei curioso!

César:  Eu sei que ultimamente eu não fui a figura de um bom pai para você nem tão pouco um bom esposo para a Josefa. Falhei com vocês, fui idiota, deixei minha família se quebrar em pedaços e agora está sendo muito difícil pra mim ter que juntar tudo de novo, e reconquistar sua mãe será a parte mais difícil nisso tudo!

Pedro: O senhor fez feio com a mamãe, pai!

César:  Eu sei, tenho plena consciência da besteira que eu fiz. Mas me arrependo e muito de tudo isso, se eu pudesse voltar no tempo eu jamais faria isso de novo!

Pedro: Eu sei, mas infelizmente não existe máquinas do tempo!

César encara o filho: Eu quero começar tudo de novo filho, e para isso eu quero te pedir perdão, sei que te fiz muito mau, fui falho com você! Eu quero reforçar esse nosso laço, me perdoe filho!

Pedro: Pai, o senhor sabe que eu nunca diria não para um pedido desse. Eu também falhei e muito, e por isso eu acredito que o senhor possa sim ter voltado a trás de tudo que fez!

César: Muito obrigado filho. Eu… Eu posso te dar um abraço?

Pedro: Claro pai!

Os dois se levantam e se abrassam. Tempo no abraço de fraterno dos dois.

César: Agora eu quero falar com a Rayne e com sua mãe, das últimas vezes que eu fui falar com a Josefa ela não reagiu bem!

Pedro: Pode deixar pai, eu vou fazer o possível para que minha mãe ao menos te ouça!

César: Muito obrigado filho!

Pedro: Agora eu tenho que ir, a faculdade me espera!

César:  Vai la filho! – ele coloca as duas mãos sobre os ombros do filho – estou muito orgulhoso de você filho!

Pedro sorri.

César  aperta a mão do filho.  Pedro sai.

Close no ar felizardo de César. Ele senta no sofá satisfeito.

http://www.youtube.com/watch?v=4aKteL3vMvU

Cena 7- Cobertura de Marcela / Sala / Manhã

Marcela desce a escada com sua bolsa em mãos.

Marcela: Vamos, estou pronta! -diz sem ânimo.

Francis: Pense que isso já tá acabando!

Marcela: Depois dessa cirurgia eu vou ficar livre desse pesadelo todo!

Mateus beija a mãe na bochecha: Bem, eu vou ter que me atrasar um pouco. Mas chego lá no hospital daqui a pouco!

Francis: Não se preocupe filho! Vamos Marcela?

Marcela: Vamos, se for pra fazer que seja logo!

Os dois saem. Mateus senta no sofá.

Corta para.

Cena 8- Mansão de Marie / Sala / Manhã

Marie entra com um largo sorriso no rosto.

Marie: Que bom poder está de volta a minha casa! – ela deixa a bolsa no sofá e da uma olhada para cada canto da casa – está tudo igualzinho a quando eu sai daqui!

Emília: Cuidamos para que ficasse como a senhora deixou!

Marie: Ai que saudade que eu tava desse sofá!  – diz sentando-se.

Emília: Eu vou falar com a Vanessa para ela preparar algo para a senhora comer!

Marie: Vanessa cadê ela, cadê o Orestes?

Emília: A Vanessa está na cozinha, o Orestes como a gente não ia precisar dele esses dias que a senhora ficou no hospital o Micael resolveu dispensá-lo até a sua volta!

Marie: Bom, mas agora eu estou de volta! – sorri.

Vanessa vem da cozinha: Dona Marie, que bom tê-la de volta!

Marie: Não sabe como eu senti falta disso tudo Vanessa, de você… – ela abraça a empregada.

Vanessa: Que é isso dona Marie! – sorri.

Emília: Vanessa, prepare algo pra minha mãe comer!

Vanessa: Pode deixar! – ela sai.

Emília: Mãe, acho melhor a senhora subir e tomar um banho!

Marie: Estou indo mãezinha!  – sorri e sobe, para e volta-se – até porque eu tenho uma revista para visitar ainda hoje!

Emília encara a mãe está feliz.

Cena 9- Cobertura de Marcela / Ex. / Manhã

Mateus sai com seu carro, Scheila entra na frente do carro. Close no olhar surpreso de Mateus.

Mateus: O que significa isso? – ele desce do carro.

Scheila: É verdade que você está indo embora?

No olhar surpreso de Mateus.

Continua.