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Filho Amado

Capítulo 45 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 45.

 


 

Na casa de Alminha…

 

Alminha se levanta lentamente, ela havia caído: Meu Deus…- Ela não consegue ver nada, apenas uma mancha negra que tapa sua visão- O que está acontecendo comigo? Primeiro uma ligação onde ninguém fala, e agora minha visão some, isso só pode ser sinal de que alguma coisa ruim vai acontecer!

 

Casa de Clécio…

 

Clécio chega em sua casa com a menina recém achada, ele a põe cuidadosamente no sofá, e sai andando pela casa, a fim de ver se a mãe tinha saído: Pelo visto a mamãe saiu…-Ele abre um sorriso- Qual o seu nome, querida?

 

A menina, meio tímida, fala baixo: Luiza!

 

Clécio se olha no espelho, ele se lembra da acusação de pedofilia que Marinez fez, e sorri novamente: Mas eu não consigo me conter mesmo…

 

Na porta da escola…

 

A mãe da criança e a diretora procuram a menina desesperadamente.

 

Mãe: Eu tinha deixado a Luiza sentada no pátio, e quando fui falar com você ela desapareceu, ela estava até tomando um sorvete!

 

Diretora: Calma dona Solange, nós iremos acha-la, ela não deve ter ido pra muito longe, fora que o porteiro fica aqui, ele deve ter pego a Luiza!

 

Solange se desespera: A Luiza é muito afobada, ela deve ter corrido aqui pra fora, e se algum maluco raptou minha filha?! Ela tem cinco anos, não sabe se defender!

 

A diretora insiste: Vamos falar com o porteiro da escola- Elas se dirigem até a portaria.

 

Lá…

 

O porteiro nega que tenha visto a menina: Não vi ninguém sair, na verdade agora há pouco eu estava ajudando uma senhora que foi atropelada ali na avenida!

 

Solange coloca as mãos sobre a cabeça: Já procuramos a Luiza por toda a escola, alguém raptou a minha filha! AI MEU DEUS!- Ela cai no chão, chorando.

 

A diretora tem uma ideia: Me lembrei das câmeras que instalamos mês passado aqui na pré-escola, deve ter alguma imagem da pequenina, vamos até a sala de vigilância!

 

Na sala das câmeras…

 

A diretora vê uma imagem intrigante.

 

Diretora: Um homem achou a Luiza e a levou pra casa do lado, eu o conheço, se não me engano seu nome é Clécio!

 

Solange, apavorada: Vamos até lá agora! Minha filha deve estar correndo perigo!

 

Quando as duas estão na frente da casa, prontas para tocar a campainha, Taléfica chega cheia de sacolas.

 

Taléfica estranha: Com licença, o que as duas desejam na minha casa? Se for pra pregar a palavra do Senhor eu dispenso, já fui na igreja hoje.

 

Solange, apavorada: Queremos entrar aí, a minha filha está nessa casa!

 

Taléfica coça a cabeça: Sua filha? Como assim?

 

Solange grita: MINHA FILHA FOI SEQUESTRADA POR UM HOMEM, E ELE ENTROU NESSA CASA!

 

A diretora tenta conversar: Senhora, poderia abrir a porta para nós?

 

Taléfica coloca as sacolas no chão: Tudo bem, eu abro, mas essa história está muito confusa pro meu gosto-Ela abre a porta, mas não há ninguém na sala- Acho que só pode ser um engano, meu filho Clécio foi trabalhar, portanto não tem ninguém em casa!

 

Solange vê algo no sofá: Era o sorvete que a Luiza estava tomando, ela está aqui e agora tenho certeza!- Ela sai correndo pela casa.

 

Taléfica corre atrás: Espera!

 

As duas chegam na porta do quarto, que está fechada, e escutam sons.

 

Solange não perde tempo e escancara a porta.

 

Mas a imagem que vê é algo mórbido.

 

Silêncio.

 

Clécio era realmente um pedófilo, e estava a se aproveitar da pequena criança, que apenas chorava e pedia para ele parar com o que estava fazendo.

 

Taléfica fica paralisada.

 

A mãe da menina arregala os olhos, mas não tem reação diante do que vê.

 

Clécio se afasta lentamente, sem saber o que fazer.

 

Solange vai até a cama e pega Luiza: Filha…-Ela abraça a menina com toda a compaixão que carrega.

 

Taléfica fica destruída por dentro.

 

Clécio coloca as mãos sobre a cabeça: Mãe, não é nada do quê…

 

Taléfica não consegue encarar o filho: Cala a boca, agora- Ela enxuga pequenas lágrimas, que continham toda a sua decepção pelo que tinha acabado de ver- Então era tudo verdade, tudo o que a Marinez nos falou aquele dia era a mais pura e cruel realidade? Como você consegue fazer uma coisa dessas? Como consegue dormir sem que teu juízo te perturbe, se estava abusando de um ser inocente!

 

Clécio, chorando: Deixa eu te explicar…

 

Taléfica, vermelha: Isso não tem explicação, Clécio! Eu jamais ia esperar esse tipo de coisa de você, um homem honesto, direito, pra que fazer uma coisa tão contrária a humanidade? MONSTRO! MONSTRO! NOJENTO! DESUMANO!

 

Clécio tenta se aproximar: Não é nada diss…- Mas tudo o que recebe é um tapa da mãe.

 

Taléfica: Cala essa sua boca podre, e não me faça encostar no seu corpo de novo! Um ser como você merece morte por fazer uma coisa dessas!

 

Clécio implora: Eu sou seu filh…

 

Taléfica se afasta: Não completa essa frase, esquece de tudo  que vivemos até o presente momento, até eu descobrir quem você era de verdade, de você eu não sou mais nada. Agora vou chamar a policia e te colocar no lugar que merece!

 

Solange carrega a filha para fora da casa, juntamente com a diretora.

 

Clécio tenta impedir a mãe de usar o telefone: Você não pode fazer isso comigo, mãe!

 

Taléfica tenta desviar dele: Cala a boca, não me chama de mãe, eu já te falei!- Ela começa a discar quando o filho pega seu telefone e joga pela janela.

 

Clécio olha friamente pra mãe: Você não vai fazer isso!

 

Taléfica se apavora: Como eu não notei esse seu lado, Clécio? Como? Aliás, eu ainda não entendi o que te levou a fazer uma atrocidade dessas? Quantas vitimas você fez? QUANTAS? Educado nos melhores colégios da região, com os melhores princípios, o que leva um ser como esse a praticar pedofilia!?- Ela respira fundo- Pedofilia…Sempre que passava no jornal eu comentava contigo do quanto achava repugnante…E você concordava…- Ela cai ajoelhada no chão, chorando.

 

Um policial entra na casa, seguido pela diretora.

 

Diretora: Aquele é o homem!

 

Clécio tenta fugir, mas logo é imobilizado, e com todas as suas forças tenta se soltar mas nada consegue, logo outros policias chegam e capturam-no, Solange está desolada, com a filha no colo, e Taléfica encostada na parede.

 

Taléfica, soluçando: Levem ele…E nunca mais o tragam, por favor…

 

Os policiais se comovem.

 

Policial: A senhora vai precisar testemunh…

 

Taléfica: Eu testemunho tudo o que vi, mas levem esse individuo daqui, por favor! SAIAM! Vocês não sabem o quanto me dói dizer isso, mas eu espero que ele nunca mais volte!

 

Clécio, indignado: Por favor, mãe, me escuta, me dá uma chance, por favor!-Ele é levado até a viatura.

 

Policial: Cala a boca agora, ou eu te dou uma surra inesquecível- E o põe algemado na parte de trás do carro.

 

Policial: Vamos levar a sua filha para o hospital, a viatura está chegando, para evitar que você vá no mesmo carro do criminoso- Ele faz uma reverência e sai.

 

Solange encara a filha: Vai ficar tudo bem, filha, vai ficar- Ela olha para Clécio, já dentro da viatura.

 

Clécio, penosamente: Me perdoe…

 

Solange cospe nele: Você não merece perdão de ninguém- Ela cobre o rosto da filha e sai.

 

Clécio limpa o cuspe, e a viatura parte, ele não consegue conter o choro. Um choro baixo e um tanto quanto sombrio, mas sem nenhum arrependimento.

 

Taléfica encosta a cabeça na parede e se lembra de toda sua vida ao lado do filho até o presente momento, ela se levanta e vai até um porta-retrato de família e o pega, atirando-o imediatamente no chão, depois ela se deita entre os cacos e os passa lentamente sobre seus dedos, até que todos sangrem, e ela feche os olhos, coberta por cacos, sangue, e a imagem de uma família que acabara de ser destruída pelos atos de Clécio.

 

Mansão de José do Gado/ Tarde.

 

Marinez espera Aurora, que está trancada no banheiro.

 

Aurora sai, chorando.

 

Marinez respira fundo: O teste de gravidez deu…

 

Aurora confirma: Positivo, mãe!- Ela abraça Marinez- Eu estou grávida do Clécio- E se põe a chorar- Já estava estranhando, a menstruação não veio, e eu tinha ido pra cama com ele antes de descobrir aquela sujeirada toda! E agora mãe, o que eu faço?

 


 

Termina o capítulo 45.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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