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Filho Amado

Capítulo 44 – Filho Amado

Filho Amado.      

 

Capítulo 44.

 


 

Bento cai, mas é socorrido por algumas pessoas, ele é levantado, ainda meio zonzo, nunca tinha se sentido assim antes, olha pra trás e vê Noronha falando algo que não consegue decifrar por conta da tontura.

 

Noronha discursa: Viemos aqui para fazer politica de verdade, e não provocar o adversário, que comece esse debate, e veremos quem é o melhor!

 

O povo aplaude as palavras de Noronha, menos Anna, que o vaia.

 

Noronha pensa em sua mente “ Consigo conquistar esses ignorantes com qualquer palavrinha bonita, quero ver o Éssio fazer isso”.

 

Betânia assiste o debate da tv, fascinada: O Noronha tem que ser meu. E apenas meu.

 

Noronha fica reparando em Aurora, que o olha timidamente, e sorri.

 

O apresentador pega seu microfone que havia caído durante a confusão: Bom, agora que os maus entendidos já passaram podemos dar inicio ao debate!

 

Noronha fica encarando Éssio, e o Coronel Bravejo encara José do Gado, ambos muito machucados ainda, tentando recuperar o folego.

 

NO DIA SEGUINTE.

 

Casa dos Dávila/ Manhã…

 

Anna sai do banheiro e se dirige a cozinha, Bento está sentado em uma cadeira, cabisbaixo.

 

Anna, irônica: Olha só quem apareceu! Onde você estava ontem? Fez questão de sumir justo no dia do debate do Éssio!

 

Bento, sem paciência: Eu fui no debate, mas não me senti bem e algumas pessoas me ajudaram e me trouxeram pra casa, ando muito triste com coisas que descobri ultimamente- Ele se lembra da carta.

 

Anna vai até o armário: Agora resolveu ficar doente? Era o que faltava, aproveita que o Noronha deve ter um bom convênio porque se for depender da saúde daqui você morre, querido.

 

Bento ignora: Eu estou doente por dentro Anna, minha alma está doente- Ele se levanta- Principalmente com você.

 

Anna estranha: Como assim? O que eu fiz dessa vez?

 

Bento, melancólico: Esquece…Eu vou trabalhar e ver se me animo- Ele vai saindo quando volta- Ligue pra todos da família, quero um jantar aqui amanhã, com todos presentes.

 

Anna: Jantar porquê? Pela candidatura do Éssinho?

 

Bento põe seu chapéu: Por outro motivo, você nem queira imaginar. Apenas ligue pra todos da família e os avise, inclusive pro nosso filho Noronha, ele eu faço questão que esteja.

 

Anna o olha mortalmente: Agora além do Éssio me esconder as coisas o Bento resolveu fazer o mesmo. Ele nunca tinha inventado de marcar jantar aqui em casa, tem caroço nesse angu, por esses tempos ele anda muito diferente comigo…Desde que recebeu aquela maldita carta com a  foto…Eu espero que esse jantar não tenha nada haver com essa carta- Ela se benze e começa a preparar o café da manhã.

 

Bento anda sozinho pelas estradas: Amanhã todos vão descobrir quem a Anna é de verdade, vou revelar o passado dela na frente da família toda- Ele continua andando, determinado.

 

Na casa dos Dávila, Éssio chega na cozinha.

 

Éssio, decepcionado: Parece que eu acordei de um pesadelo, mãe! Eu praticamente fui excluído daquele debate, não falei nada.

 

Anna o defende: Falou sim, eu até aplaudi quando você falou.

 

Éssio, irritado: A unica coisa que falei foi um “ Eu também”. O Noronha pisou em mim, ele é realmente um…

 

Anna, estressada: Ele não é nada demais! Só falou umas palavrinhas bonitas pra comover o povo, você não falou porque não te deram oportunidade.

 

Éssio se lembra do beijo em Jasmine: Só teve uma coisa boa na noite de ontem…

 

Anna, curiosa: E o que foi?

 

Éssio desvia o assunto: Não foi nada…Tenho que ir na casa do José daqui a pouco, vou me arrumar- Ele sai.

 

Anna estranha a reação do filho.

 

Casa de Noronha…

 

Mesa do café da manhã…

 

Noronha chega, todo sorridente.

 

Ema coloca um bolo na mesa: Fiz esse porque me lembro que você adorava quando ia lá em casa! Parabéns pelo debate de ontem, você foi o que falou melhor entre todos!

 

Noronha, feliz: Obrigado.

 

Betânia, incomodada: Você deixa seus empregados te chamarem de você?

 

Josélia não gosta do comentário: Qual o problema? Aqui não temos essas formalidade toda, certo Noronha?

 

Noronha a apoia: É verdade, fora que tenho muita consideração pela Ema, ele pode me chamar até de cachorro se quiser, um beagle, é claro.

 

Ema olha vitoriosamente para Betânia.

 

Caio, animado: Pai, quando eu crescer quero ser politico como você!

 

Noronha come um pedaço do bolo: Se depender de mim você vai ficar longe da politica!

 

Jasmine está aérea, pensando no beijo que Éssio havia lhe dado na noite anterior.

 

Noronha repara: Pensando na morte da bezerra, Jasmine?

 

Jasmine volta para a realidade: Quê?

 

Noronha devora o bolo: Pelo visto você amanheceu mais desligada que o normal.

 

Jasmine fica se sentindo culpada com o que fez.

 

Casa de Clécio…

 

Taléfica e Clécio tomam café da manhã.

 

Taléfica: Já está na hora de nós sairmos desse casebre, não aguento mais viver ao lado de uma pré-escola, falando nisso é hora da entrada, veja que barulho, é poluição sonora demais pra minha idade!

 

Clécio rebate: Você prefere o asilo em que ficava antigamente?

 

Taléfica se ofende: Ai, não precisa falar assim comigo, filho, que voracidade!

 

Clécio, bravo: Desculpa mamãe, mas ainda não me conformo com a minha vida, parecia tudo tão bem, eu e Aurora estávamos planejando filhos, os sapatos da loja estavam vendendo como água…E agora eu me separei, abriu uma outra loja de calçados e a minha praticamente faliu! Assim não dá pra ficar feliz, e nem pra conseguir comprar uma casa! Vamos ter que ficar aqui por enquanto…Até eu me restabelecer.

 

Taléfica, nervosa: Não se preocupe, o José do Gado e a família dele terão o que merecem, ele falou tão mal no debate de ontem que já está claro quem irá ganhar…

 

Clécio se levanta: Vou pra loja ver como está o movimento, mamãe, não quero mais falar sobre o José do Gado, e nem sobre a mentira que ele inventou de mim.

 

Taléfica o olha: É verdade, imagina, um rapaz tão bom e honesto ser…Pedófilo.

 

Clécio não fala nada, apenas sai, batendo a porta.

 

Casa de Alminha/ Manhã.

 

Alminha está no telefone: Tudo bem, Anna, amanhã a noite eu estarei aí! O que será que o Bento quer com esse jantar?

 

Anna, do outro lado da linha: Não sei, seu irmão anda muito misterioso, espero que não seja um daqueles jantares pra comemorar alguma coisa tosca!

 

Alminha percebe o celular vibrar: Então até amanhã Anna, tenho que desligar porque tem alguém me ligando- Ela se despede e pega o celular- Alô?

 

Ninguém responde, mas pode se ouvir o respirar do individuo.

 

Alminha, estressada: Olha, se for um trote eu rogo uma praga pra você!

 

Ninguém responde.

 

Alminha: Odeio esses trotes, vai procurar o que fazer, querido!- Ela desliga o celular.

 

De repente se escuta um grito dela.

 

Enquanto isso…

 

Clécio estaciona o carro na frente de sua casa: Que droga! Esqueci de novo celular!- Ele sai do carro, quando nota algo.

 

Uma menina de aproximadamente 5 anos está chorando na porta da escolinha, por algum motivo o segurança não estava no portão.

 

Clécio se aproxima: O que houve, querida?

 

Ela olha timidamente: Eu tô perdida, minha mamãe saiu de perto de mim! Eu quero minha mãe- A criança faz bico.

 

Clécio sorri: Pode deixar que eu te ajudo- Ele a pega no colo e entra com a pequenina em sua casa.

 


 

Termina o capítulo 44.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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