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Filho Amado

Capítulo 39 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 39.

 


 

Belarmino, caído: Volta aqui!- Ele se levanta, ainda zonzo, e começa a correr atrás dela- Volta aqui Betânia!

 

Betânia começa a correr pela estrada de terra, ela logo faz uma curva e chega em uma casa: SOCORRO!SOCORRO!

Uma mulher abre a porta: Dona Betânia, o que aconteceu?

 

Betânia, ofegante: O BELARMINO ESTÁ ME MANTENDO PRESA, CHAMA A POLICIA POR FAVOR, ESTÁ ME MANTENDO EM CÁRCERE!

 

A mulher pega o celular: Tudo bem…Tudo bem…-Ela disca.

 

Belarmino chega, como que do nada, com uma cara séria: Não disque nada…- Ele pega Betânia pelo braço.

 

Betânia, desesperada: ME AJUDA, POR FAVOR, ELE É LOUCO!

 

Belarmino tapa a boca dela: Desculpe se a minha esposa te assustou, ela anda alucinada por causa de uns remédios que anda tomando, coitada, ainda não aceitou o fato de estar com Câncer- Ele se dirige a Betânia, com ódio no olhar- Vamos voltar pra nossa fazenda amor, o contato com a natureza te faz tão bem…Desculpe novamente, senhora, passe bem.

 

A mulher acredita: Coitada dela…Passem bem vocês dois- Ela fecha a porta- Deve ser difícil lutar com essas doenças.

 

Belarmino e a esposa chegam ao sitio, ele a joga na dispensa: VOCÊ NÃO DEVIA TER FEITO ISSO! AGORA VAI FICAR AÍ PRA APRENDER!- Ele tranca a porta.

 

Betânia fica deitada no chão frio, chorando alucinada, ela começa a pensar no seu grande amor, Noronha: Ah, Noronha…Me ajuda, vem me salvar…

 

Casa de Noronha/Sala.

 

Josélia chega, simpática: Como vai senhor Benê, me desculpe a demora, estava terminando o meu banho de sais…

 

Benê, encantado: Devia estar linda…

 

Josélia: Como é?

 

Benê corrige: Eu disse que trouxe essas margaridas pra você!

 

Josélia, grata: Muito obrigada, eu gosto muito que você venha me fazer companhia, ando muito sozinha…

 

Ema: Vou buscar café pra vocês.

 

Josélia pede: Pra mim, cappuccino Ema, por favor- Ema acata e sai.

 

Benê ri: Não estou acostumado a beber essas coisas chiques, aliás, posso perceber que você é muito chique e elegante!

 

Josélia sorri: É verdade, eu nem era assim comecei depois que frequentei um clube, o Realeza, bons tempos vivi lá, aprendi a verdadeira finess, até que aquela entojada da Maria Letícia me expulsou…Mas isso não é assunto pra agora, vamos falar sobre o quê?

 

Benê é rápido: Vamos falar sobre o meu amor por você- Ele lhe dá um beijo, mas Josélia se recusa e tasca-lhe um tapa na cara.

 

Benê, com o rosto marcado: Ah, me desculpe se eu fui muito rápido, é que não consigo mais resistir…

 

Josélia limpa a boca: Tudo bem, só não faça isso de novo, ainda estou de luto pelo Figaro, não posso jogar o meu amor no lixo como se nada houvesse acontecido, fiquei com ele por 50 anos, vá com mais calma Benê!

 

Benê, triste: Você tem razão, é melhor eu dar um tempo, me desculpe pela minha rapidez Josélia, não tenho intenção de te magoar- Ele se levanta- Volto qualquer dia desses- Ele sai atordoado.

 

Josélia tenta impedir: Espera Benê- Mas ele já havia saído- Ela dá um leve sorriso de quem estava ficando apaixonada.

 

Ema chega com a bandeja: Ué, onde está o Benê?

 

Josélia: Ele saiu…- Ela se senta no sofá, e solta um leve suspiro.

 

A noite…

 

Quarto de Noronha e Jasmine.

 

Noronha entra: Boa noite, cheguei agora e fui direto falar com o detetive Américo, parece que ele está perto de descobrir quem realmente minha mãe é, e ainda tenho muitas perguntas pra fazer pra ela e pro meu pai, estou só aguardando o fim das eleições…Aliás, depois do fim das eleições nossa vida vai mudar completamente.

 

Jasmine lê um livro, e não diz uma palavra.

 

Noronha se joga na cama: Até quando vai ficar nesse jejum e nessa amargura toda, Jasmine?

 

Jasmine fecha bruscamente o livro: Eu não sei até quando, nem sei o que estou fazendo aqui…

 

Noronha a beija: Jasmine, vamos ficar em paz!- Ele se aproxima da mulher, tira seu óculos e começa a beija-la.

 

Jasmine se incomoda: Para Noronha, uma hora você tenta me matar de um helicóptero e agora fica com esses carinhos? E a morte do meu tio? A policia ainda não ligou falando nada mas eu ainda suspeito que possa tenha sido voc…- Noronha tapa sua boca.

 

Noronha: Já falei que não fiz nada portanto nem termine essa frase! Vamos ter apenas uma noite romântica…- Ele a abraça e lhe cobre de beijos- Eu tenho uma novidade que você vai amar!

 

Jasmine, intrigada: E o que é?

 

Noronha, malvado: Aqueles papéis que o tio Benê assinou aquele dia não eram apenas o contrato dessa casa, ele assinou um papel me dando a posse de TODAS as casas da família Dávila que estavam no nome dele, inclusive a dos meus pais! Ou seja, eu posso fazer o que quiser com as casas da família!

 

Jasmine: E o que você pretende fazer?

 

Noronha, feliz: Segredo! Mas vamos deixar isso pra depois, vem cá Aurora vamos ter uma noite inesquecível!

 

Jasmine, brava: Aurora? Quem é Aurora, Noronha?

 

Noronha tentando disfarçar: Tá ouvindo coisa? Aurora por acaso é um personagem desse livro? Eu falei JASMINE!

 

Jasmine não acredita: Eu ouvi em claro e bom tom você falando Aurora, mas não sei porque não me surpreendo- Ela se vira pro outro lado e deita a cabeça no travesseiro.

 

Noronha: Então é assim? Tudo bem!- Ele se deita do outro lado, e não para de pensar na amada: Aurora, obviamente.

 

Noronha fecha os olhos: Depois dessas eleições tudo mudará!

 

Um mês depois…

 

As ruas de Vila Varzeônica se enchem de placas e panfletos, a maioria do Coronel Bravejo, que estava fazendo uma excelente campanha com Noronha, a cidade agora estava com outro aspecto, postes em todas as ruas, que também haviam sido asfaltadas, um hotel estava sendo construído, e vários comércios melhorados, havia inclusive aberto uma nova loja de calçados, para desespero de Clécio que ainda morava em uma pequena casa ao lado da pré-escola com a mãe Taléfica. Já Betânia havia sumido do mapa, continuava em carcere com Belarmino, agora era outra pessoa, apática e branca, sem a vivacidade de antes.

 

Mansão de José do Gado/ Tarde.

 

José do Gado bebe café: Estamos a uma semana das eleições, nos debates de amanhã eu tenho que quebrar com a cara daquele Coronel, tenho as melhores propostas, não quero somente me exibir como ele!

 

Éssio, feliz: Não se preocupe, nossa campanha foi ótima, nós ajudamos tantas pessoas do sitio que já até me habituei com os porcos e as galinhas…- Ele é falso- A politica é algo muito diferente do que eu pensava, é algo do bem, e aprendi isso contigo, meu mestre!

 

José ri: Somos parceiros Éssio, e vamos fazer dessa cidade um lugar melhor, colocando ela no mapa inclusive! Eu sempre sonhei em uma cidade melhor, e finalmente vou concretizar meu sonho!

 

Éssio, baixinho: E eu vou derrotar o Noronha, e depois te tirar do posto…Seu velho nojento!

 

José: Falou algo?

 

Éssio disfarça: Nada, vamos brindar, mesmo que seja com café- Os dois colam as xícaras- Ao nosso sucesso meu caro, ao nosso imenso sucesso na politica!

 

Casa dos Dávila/ Tarde.

 

Bento pega seu chapéu: Tenho que ir, parece que uma praga atacou a plantação de tomate, você vai ter que improvisar outro jantar pra gente!

 

Anna resmunga: Tudo bem, vai logo e me deixa em paz, Bento!-Ela abre a geladeira e pega um peixe- Vou ter que fazer isso aqui, mesmo que não preste, tá na hora de você pedir algumas cabeças de gado pro José, afinal estamos apoiando o partido dele, o Éssinho é vice dele!

 

Bento, bravo: Não tenho intimidade com o José do Gado, por isso nunca nem falei com ele, sempre apoiei o Coronel e não é porque o Éssio é vice dele que vou virar amigo! Esse ano meu voto vai ser, como sempre, para o Coronel Bravejo, você armou essa intriga politica pra família, mas mesmo assim não mudarei meu voto!- Ele sai.

 

Anna joga o peixe no chão: OTÁRIO! BESTA! O BRAVEJO NEM SE IMPORTA COM A GENTE!- Ela percebe que está sozinha- Esse Bento só vai votar no Coronel porque o Noronha está no partido dele, eu quero que eles se explodam, o Éssinho vai ganhar estou sentindo, e vou apoia-lo no debate amanhã.

 

De repente Noronha chega: Mamãe!

 

Anna se vira, assustada: O que você está fazendo aqui?

 

Ele ri, cinicamente.

 


 

Termina o capítulo 39.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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