Capítulo 38 – Filho Amado
Filho Amado.
Capítulo 38.
Noronha a acolhe: O que significa isso?
Clécio, descontrolado: E quem te chamou aqui?Aliás, quem é você afinal? Eu estava tendo uma conversa com a minha esposa, e o senhor quem quer que seja não se intrometa!
Noronha protege Aurora: Eu sou muito amigo dela, ao contrário de você, que estava batendo na Aurora! Vamos pra sorveteria, beber uma água e se acalmar!
Clécio parte pra cima de Noronha: Eu ainda não terminei a minha conversa com a Aurora! Sai daqui!
Aurora, chorando: Desiste de mim Clécio, eu não quero mais saber de você! Nunca mais! Nossa história morreu!
Clécio implora: Não…Não!
Noronha lhe dá um soco: Se manca, sai daqui e deixa ela em paz!
Um carro estaciona em frente a sorveteria, dele saem apressados Marinez e José do Gado.
José puxa Noronha pelo colarinho: De novo com a minha filha? Já falei pra se afastar dela!
Marinez: A Aurora está chorando, o que aconteceu aqui? O que você fez pra ela Noronha?
Noronha encara os dois: Não fui eu. Foi ele- E aponta para Clécio.
José do Gado fica irado: Como assim? Eu não já falei pra se afastar de vez da gente, seu verme nojento, tosco!- Ele derruba Clécio- Você está caçando a morte e vai ter ela- O politico puxa seu cinto- Vou te dar uma surra inesquecível, pra você aprender a se afastar de todos nós, e nunca mais ousar aparecer!
Mas Taléfica chega na hora: Parem! Não encostem um dedo no meu filho!- Ela levanta Clécio- Se quiserem machuca-lo, terão que passar por cima de mim!
José, descontrolado: Sem problemas, passo por cima de quem quer que for!
Marinez o impede: Não Zé, ela não tem culpa de nada e não adianta bater em ninguém- Ela se aproxima de Taléfica- Infelizmente nós temos uma noticia muito triste pra te contar,Taléfica, o motivo que nos fez expulsar o Clécio de casa…
Clécio, já chorando: É mentira! Ela vai inventar algo pra te jogar contra mim, mamãe!
Noronha abraça Aurora.
Marinez, triste: A Aurora seguiu o Clécio na turnê de shows dele, achando que fosse encontrar uma amante ou coisa do tipo, mas aparentemente não encontrou nada. Mas quando ela chegou no camarim- Sua voz se embarga- É difícil falar isso…
Clécio tenta avançar pra cima de Marinez, mas José o impede: É MENTIRA! TUDO QUE ELA VAI FALAR É MENTIRA!
Marinez, querendo chorar: O Clécio estava com uma criança no camarim, ele estava… Ele é um pedófilo, Taléfica, por isso era tão atencioso com crianças que iam na loja, e o pior, ele guardava fotos das suas vitimas no bolso do paletó. Seu filho é um pedófilo!
Taléfica fica barbarizada: O quê?
Noronha engole em seco: Por essa nem eu esperava.
Taléfica quase cai pra trás: Como vocês podem acusar o meu filho assim?- Ela escorre as lágrimas- É uma decepção ter convivido tanto tempo com pessoas toscas como vocês. O Clécio jamais faria isso, nem chega a minha cabeça imaginar ele cometendo esse crime. É mentira, e eu afirmo com toda a certeza-Ela pega Clécio- Vamos embora, nunca mais falaremos com esses abutres, devemos esquecer o tempo em que passamos lá, todos eles não valem nada- Ela e Clécio saem andando, ele muito abalado.
José, furioso: Você está se fazendo de cega pra verdade, Taléfica, e isso ainda vai te prejudicar muito!
Ela dá meia volta, com sua carranca: Você querido, ainda vai se arrepender de tudo o que está fazendo comigo. A Aurora, com quem nunca simpatizei, é uma fresca mentirosa, ordinária!
Marinez dá um tapa em Taléfica, que fica com a mão sobre o rosto: Você pode falar mal de mim e do meu esposo mas não de minha filha, que sofreu nas mãos do Clécio, foi enganada esse tempo todo.
Taléfica fica com o rosto inchado: Escutem o que eu digo, vocês vão se arrepender de tudo o que estão fazendo comigo e com o Clécio- Ela sai.
Aurora: Estou me sentindo horrível…
Marinez tenta conforta-la: Vamos pra casa, esquecer isso de vez. Esse é o ponto final da sua relação com o Clécio-Ela e Aurora vão para o carro.
José, ainda bravo: Me desculpe se te ofendi, Noronha, obrigado por ter ajudado a minha filha- Ele faz um gesto com o chapéu e sai.
Do carro, Aurora acena para Noronha, que fica sorrindo.
Uns instantes depois, Bruno chega: Me desculpe a demora, a fila estava enorme. Mas eu não devo ter perdido nada…
Noronha pega seu sorvete: Não perdeu nada demais – Ele o prova, é de limão- Azedo. Como a vida.
Casa dos Dávila…
Anna corta alguns legumes, Bento se aproxima na penumbra da cozinha.
Bento, seco: Preciso falar seriamente contigo, Anna.
Anna continua a cortar: Pode falar, tem alguma coisa te impedindo?
Bento, triste: Anna eu conversei com o Noronha, e percebi que ele não mudou nada desde a época que estava aqui, continua com aquele mesmo sentimento amargo que tinha contra nós, e eu tenho medo disso.
Anna solta um riso abafado: Medo? Você não é homem, Bento? Tem medo do fraco do Noronha? Aquilo lá, aquilo que ele “chamava” de rejeição era só pra atrair as nossas atenções, ele sempre foi fraquinho, chatinho, ruinzinho, maldosinho, e quando matou aquele politico, o Chico Branco, deve ter sido por engano, nem em arma o traste sabe pegar!
Bento: Eu vim pra ter uma conversa civilizada, é melhor ficarmos atentos com o Noronha, e eu tento ao máximo conversar com ele pra tentar entender seus sentimentos..
Anna se vira para o marido: Você é um agricultor, e não psicólogo!
Bento: Acima de tudo sei ser PAI!
Anna: E eu sei ser mãe também, se ele vier pra cima de mim, eu tenho minhas armas, sei bater nele! Tenho aqui faca,tesoura…Posso usar elas igual aquela vilã da novela!
Bento a pega pelo braço: Ah Anna, se pelo menos você admitisse o que fez com o Noronha e se arrependesse…
Anna: ME SOLTA!- Ela acaba batendo as costas no fogão- Eu me arrependo de muitas coisas, de ter me casado com você, de ter tido o Noronha!
Bento a desafia: É verdade, você preferia ter ficado com o seu outro amor, aquele que estava na foto! Não ache que eu não sei que o seu passado é mais sujo do que o nosso telhado, você me esconde algo há anos e eu vou descobrir, nem que seja com a ajuda de um anônimo que está enviando as cartas- Ele sai, furioso.
Anna, pra si mesma: Você nunca pode descobrir, Bento, e nem vai.
Ruas de Vila Varzeônica/ Noite.
Noronha pega o seu carro no posto gasolina: Já estava cansado de andar no helicóptero, agora tenho o meu carro pra poder ir aonde eu quiser.
Bruno fica admirado: Que carrão, Noronha! Tem até o teto lunar!
Noronha exibe seu HB-30, da Riundai: Solar, mas nesse caso é lunar mesmo.
Merchandising: ” RIUNDAI, THE CARS OF THE STARS”.
No outro dia…
Prefeitura/ Manhã.
Ruper começa a xerocar os panfletos: Para uma cidade melhor,vote José do Gado, para uma cidade EXTREMAMENTE MELHOR vote no Coronel Bravejo!
Bravejo, animado:Esse é o espirito! Que comecem as eleições.
Noronha ri: Não adianta o José tentar se eleger, eu vou arrumar essa porcaria de cidade inteira, e fazer os melhores discursos, vou honrar o que falei, e não terá pra ninguém!
Bravejo: VIVA NÓS!
Noronha chama Bruno: Pegue um champanhe, vamos todos brindar a nossa candidatura! Aliás, a nossa vitória!
Bruno e Helder chegam com champanhe e taças, todos pegam, inclusive Ruper.
Noronha levanta sua taça: À nossa vitória- E todos repetem o mesmo, assim brindando.
Em frente a casa de Noronha…
Benê chega, com um arranjo de flores, e toca a campainha.
Ema abre o portão: Senhor Benê, que bom te ver!
Benê a abraça: Quer dizer que você está trabalhando de governanta aqui? O Noronha empregou toda a sua família!
Ema, feliz: Ele é um anjo, como eu já falei, veio pra tirar nossa família do poço- Ela fecha o portão- Entre, veio visitar o senhor Noronha? Se sim, ele saiu.
Benê ri: Eu se viesse visitar ele teria que marcar hora! Sei como ele anda ocupado com a candidatura junto com o Coronel, aliás, é tão bom ver o menino Noronha de volta a essa cidade!
Ema ironiza: Nem sei porque ele voltou, era sempre maltratado por todos…
Benê fica calado:Bom, eu vim visitar a senhora Josélia, ela está acordada?
Ema entra na mansão: Irei chama-la, pode aguardar no sofá.-Ela sai.
Benê ajeita a gravata borboleta: Desaforada essa Ema…
Sitio de Betânia.
Belarmino coloca um bolo de milho na mesa: Querida, vem comer!
Betânia aparece, apática: Pelo amor de Deus, há dias eu não saio dessa casa, para com essa babaquice Belarmino, eu estou ficando mofada, nem o sol consigo ver mais!
Belarmino sorri: Não seja por isso, eu abro as janelas, mas não vá tentar dar uma de espertinha e fugir, eu selei todas com uma tela!
Betânia pega uma estatua: CHEGA!- Ela taca na cabeça do marido, pega as chaves e sai correndo.
Belarmino, caído: Volta aqui!- Ele se levanta, ainda zonzo, e começa a correr atrás dela- Volta aqui Betânia!
Termina o capítulo 38.