Capítulo 35 – Filho Amado
Filho Amado.
Capítulo 35.
Mansão de José do Gado/ Manhã.
Aurora chega na cozinha: Já estou sentindo o cheiro do seu bolo de milho, Conceição!
Conceição coloca o café da manhã na mesa: Fiz especialmente pra chegada do doutor Clécio! Ele já te viu?
Aurora fica triste; Não, quando eu cheguei ele estava dormindo, mas vamos mudar de assunto, liga o rádio, vamos deixar a música invadir a casa- Diz ela tentando amenizar o nervosismo com a chegada do marido.
Conceição: Você nem imagina o que aconteceu ontem, parece que na festa do tal Noronha ocorreu um assassinato! E quem morreu foi o que estava completando bodas de ouro, tal de Figaro!
Aurora fica surpresa: Nossa…- Ela lembra que Figaro a flagrou com Noronha- Será que o Noronha seria capaz de…Não, ele não seria.
Clécio aparece: Bom dia a todos, olá querida!
Aurora gela.
Clécio lhe dá um beijo, e ela quase esquiva.
Clécio, irritado: Nossa, você está muito esquisita pro meu gosto ultimamente, Aurora, no telefone estava com a voz tensa e quando chego de viagem fica se esquivando de mim, até parece que nosso amor acabou!
Aurora disfarça: Ando com muitas cólicas, desculpe Clécio- Ela tenta não encara-lo.
No quarto de José do Gado.
José sai do banheiro: Nada melhor que um banho matinal e um bom café da manhã pra criar ânimos e começar a pensar em política!
Marinez, tensa: Zé, tenho uma coisa pra te falar…O Clécio chegou ontem de viagem.
José paralisa: Eu até tinha me esquecido da presença daquele ser, é ótimo que ele tenha chegado, assim eu expulso logo ele daqui!
Marinez alerta: Melhor não, nós nem temos como provar que ele realmente é um pedófilo, não dá pra denunciar só com o relato da Aurora, vai parecer um absurdo!
José, bravo: Não vou deixar minha filha com esse monstro jamais, mesmo que não tenha como provar eu expulso ele daqui! E um dia coloco o desgraçado na cadeia!- O politico sai, furioso.
Marinez: Espera, Zé, vá com calma.
Na cozinha…
Clécio conversa com a esposa: E depois dos seis shows eu sai com a turma pra comemorar.
Aurora continua com o rosto virado: Legal…
Clécio se irrita: Tá impossível conversar com você, ninguém merece mau humor a essa hora da manhã, o que te deixou assim, hein?- Ele pega o rosto de Aurora- Olha pra mim!
José chega, furioso: SOLTA A MINHA FILHA!
Clécio, sem entender: O que significa isso?
José o pega e o atira para a mesa, derrubando tudo o que tem nela.
José: Achou que ia enganar a gente por quanto tempo, seu criminoso? A tua mascara caiu, nós descobrimos tudo, e agora eu exijo que, por dignidade, saia dessa mansão e deixe a nossas vidas em paz, e longe dessa sua maldade!
Clécio, sem entender:Eu não fiz nada, senhor, que violência é essa, só pode ser um engano!
Aurora, revoltada: Não tem engano nenhum, eu descobri tudo Clécio, eu te segui até o seu show- A voz começa a ficar trêmula e obscura- E eu te vi…Com uma criança.
Clécio fica congelado.
Aurora, irritada: EU VI TUDO CLÉCIO! COMO VOCÊ PODE SER CAPAZ DE ABUSAR DE CRIANÇAS? EU TENHO NOJO E VERGONHA DE VOCÊ!
José: Por isso você deve sair daqui imediatamente, minha filha não te merece, ninguém te merece a não ser a cama da cadeia, e em breve vou provar o seu caráter, seu canalha!- Ele começa a distribuir socos no genro- Vai pra porta da rua, vai pra sarjeta, vai pro inferno!
Clécio se defende: Só pode ser um engano mesmo porquê eu jamais seria capaz de fazer isso com ninguém, eu não sou um monstro, como podem me acusar dessa maneira, que decepção!
Marinez: Cínico, Aurora jamais mentiria, você é um pedófilo. Pedófilo!
Clécio suplica: Ela me confundiu com alguém, eu abomino essa prática, me conhecem a tanto tempo e nem ao menos vieram me perguntar sobre o assunto? Chegaram já me acusando!
José o empurra: SAI DAQUI INFELIZ! E não pise mais nessa casa- Ele cospe em Clécio, que fica cabisbaixo.
Taléfica desce as escadas:Filho, o que estão fazendo contigo?
Clécio: Nunca fui tão humilhado, mãe, vamos embora daqui, arrume suas malas.
Taléfica, preocupada: Eu sabia que você estavam armando alguma coisa contra o meu filho, seus crápulas sem sentimentos- Ela consola Clécio- Vamos sair dessa casa, você nunca foi digno de pisar aqui!
Um pouco depois, ela desce com as malas.
Taléfica: Vamos Clécio- Ela olha para todos-Vocês vão se arrepender por isso, é uma promessa, principalmente você Aurora.
Clécio ainda insiste: Apesar do que você está falando, eu ainda te amo Aurora, e vou voltar pra gente ser feliz junto.
José grita: NUNCA, SAI DAQUI, ACABOU A FARSA, ACABOU O SEU TEATRO!
Aurora não derrama um pingo de lágrima: O Clécio não vai ficar solto no mundo se Deus quiser, ele não vai fazer mais vitimas, mas eu fiz o que era justo, e não me arrependo- Ela encosta a cabeça na da mãe.
Casa de Josué, Éssio entra na casa, que estava com a porta aberta.
Josué se espanta: Éssio? Agora eu estou me lembrando de tudo o que aconteceu ontem…
Éssio joga uma mala pra Josué: ONTEM você estava bêbado e falou que ia me entregar, mas aqui está o dinheiro que vai pagar o seu silêncio! É isso e nada mais, e nem pense em falar da morte do Zézão pra ninguém, essa quantia é pra te calar.
Josué: Ontem eu não estava bem mesmo, mal me lembro o que aconteceu na festa, mas eu liguei o rádio agora há pouco e falaram que aconteceu um atropelamento- Ele se aproxima do Éssio- Esse atropelamento era pra ser comigo, não é Éssio? Só que eu dormi e não cheguei a tempo, aí você matou o tal Figo! Responde: O atropelamento era pra me matar?
Éssio nega: Não tenho nada a ver com o atropelamento de hoje, agora tenho que ir trabalhar na minha campanha, esse dinheiro é pra te calar, a morte do Zézão é um assunto literalmente “enterrado”.
Dias depois…
Noronha se muda para a casa nova.
Noronha orienta Helder: Cuidado com esse móvel, é caríssimo e barroco!
Helder e Bruno carregam uma enorme mudança: Pode deixar,chefe.
Caio chega correndo: Aqui é muito grande, papai, tem até piscina, mas eu não gosto de piscina!
Noronha: Você vai aprender a gostar, filho.
Benê chega: Pelo visto meu sobrinho querido está “povoando” a casa nova!
Noronha sorri falsamente: Sim tio, e você deve ter alergia a pó, melhor nem entrar, ainda está tudo muito bagunçado com a recente reforma que mandei fazer.
Benê tira o chapéu: Mas eu vou entrar pra falar com a viúva, a Josélia, querida dar minhas palavras de consolo pra ela, que perdeu o marido faz poucos dias e ainda deve estar sofrendo.
Noronha: Ela deve estar na sala com a Jasmine e os outros, pode entrar tio!
Na sala Jasmine conversa com Josélia.
Jasmine confessa: Eu estava esperando o tio Figaro ser enterrado pra conversar seriamente com o Noronha, e como isso já aconteceu acho que já está na hora, resolvi que vou me separar dele.
Josélia: Você tem certeza?
Jasmine, firme: Tenho. Cansei de ser humilhada por ele. Vamos voltar para o Rio e tentar refazer a nossa vida lá, longe de todas as más lembranças que tivemos aqui, desde que ele resolveu se vingar da família, coisa que ainda não aconteceu, tudo vem dando errado, até o tio Figaro morreu. Já é hora de eu me libertar.
Josélia: Se você quer assim, só tenho a acatar, fico muito triste quando um casamento acaba, mas cada um tem sua hora, inclusive o meu- Ela solta um fraco riso.
Benê chega: Bom dia, damas-Ele beija as duas- Eu vim te prestar as minhas condolências, querida, não pude ir no enterro porque fiz uma pequena viagem.
Josélia, simpática: Obrigada, querido.
Benê galanteia: E saiba que te admiro muito, você lidou muito bem com as situações, hora de seguir com a vida sem claro esquecer o Figaro!
Josélia pega na mão dele: Você tem razão, é isso que farei.
Benê: E bem vindos a Vila Varzeônica, ficaram tanto tempo no hotel em São Cristovão, já era hora de vir pra cá!
No jardim da casa.
Bruno: E quando a minha começa a trabalhar aqui, Noronha?
Noronha: Fale pra ela passar aqui amanhã, aliás, hoje eu irei na prefeitura e quero você e seu pai lá, as 17h, vamos discutir a campanha politica, agora que essa tragédia do Figaro se aliviou, voltarei ao meu foco principal, ganhar do Éssio!
Bento aparece no portão, sorridente.
Noronha, feliz: Pai, que visita especial- Ele o abraça.
Bento, contente: Vim conhecer sua nova casa, e ter uma conversa com você. Séria.
UM POUCO DEPOIS…
Noronha tranca a porta do quarto: Pronto, aqui estamos no meu quarto, a sós como você pediu, pai.
Bento respira fundo:Me desculpe se estou atrapalhando a sua mudança, mas é que tenho que te ruma conversa muito séria com você, e não pode esperar, queria te falar isso faz tempo mas aconteceu essa tragédia na festa e acabei esquecendo.
Noronha: Fala, pai, sou todo ouvidos.
Bento, sério: Eu queria saber porque você resolveu comprar uma casa aqui!
Termina o capítulo 35.