Dia Especial – Capítulo 8
CAPÍTULO 8
Cena 1 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Tarde.
Luan: O que foi isso? – Ele diz ao empurrar Emília para longe e se levantar.
Emília: Isso foi o que sempre senti por você, Luan. Eu estou perdidamente apaixonada por ti já faz algum tempo. Por isso incentivei a Valentina a te trair. Agora você não tem mais nenhuma relação com ela, podemos ficar juntos sem ninguém para nos atrapalhar. – Ela se aproxima dele novamente.
Luan: Então era por isso que implicava tanto comigo, que interferia tanto em nosso casamento. Você era apaixonada por mim. – Ele conclui surpreso. – Quer saber de uma coisa? A sua filha bem que merece ser traída pela própria mãe para deixar de ser trouxa.
Emília: Isso! Agora vem, vem que eu vou te mostrar o que é ser mulher de verdade. – Ela fala tirando a sua própria camisa.
Luan: Você tem certeza do que está me propondo, Emília? Alguém pode chegar e ver.
Emília: Está com medo da Valentina? É isso mesmo? – Ela tira onda com a cara dele.
Luan: Quero mais é que a Valentina se exploda, isto sim. – Ele avança em cima da mulher, beijando-a com muito furor. Ambos começam a tirar a roupa e vão para o quarto de Emília.
Cena 2 – Casa de Antony. Chácara Santo Antônio. Tarde.
Antony: Pensei que você não fosse aparecer nunca mais. – Ele fala ao abrir a porta. – Como é que cê tá?
Valentina: Estou bem, muito bem. – Ela fala mal-humorada.
Antony: Entra. Vamos conversar um pouco.
Valentina entra.
Antony: Quer uma água, um suco, alguma coisa?
Valentina: Eu quero você, Antony. Mas pelo visto você está mais ocupado com outras pessoas, não tem mais tempo para mim. – Ela é grossa.
Antony: Valentina, nós precisamos ter uma conversa séria, bem séria.
Valentina: Precisamos mesmo. Porque já faz uma semana que larguei o Luan, e o que você fez? Me deu férias para me deixar de escanteio e aproveitar melhor o seu tempo com a Gilda.
Antony: Não é nada disso, meu amor. Eu estou muito feliz por você ter terminado tudo com o Luan. Agora podemos enfim formar uma família, tudo o que eu sempre sonhei.
Valentina: Vai me dizer que depois daquele dia você não foi mais ver a sua queridinha. – Ela cruza os braços.
Antony: Você sabe o quão a Gilda está fragilizada por conta da cegueira, não sabe? Outra que o Thales também gosta muito dela. Mas adianto que nós somos apenas amigos.
Valentina: Já entendi tudo. Não precisa falar mais nada, Antony. Está nítido que você está caído de amores por aquela mulher. – Ela respira fundo. – Você aos poucos está se esquecendo de mim. Prefere passar a sua semana ao lado dela do que em minha companhia. Até beijo nela você já deu.
Antony: Ah, Val! Não complica as coisas vai. – Ele pega nas mãos dela. – Eu só tenho mais uma semana de férias, preciso aproveitar ao máximo enquanto posso ficar com o meu filho. E ele adora a presença da Gilda, ela faz com que ele perca a noção do tempo. Admito que beijei ela sim, mas foi uma única fez.
Valentina: Somente ele perde a noção do tempo na presença dela? – Ela fala quase chorando. – O FATO É QUE EU NÃO SIGNIFICO MAIS NADA PARA VOCÊ, ANTONY.
Antony: QUER SABER DE UMA COISA? VOCÊ NÃO PODE COBRAR NADA DE MIM, ABSOLUTAMENTE NADA. SABE POR QUÊ? PORQUE VOCÊ ME FEZ ESPERAR TANTO QUE EU ACABEI ME CANSANDO. – Ele se exalta.
Valentina: ENTÃO VOCÊ ESTÁ ADMITINDO QUE SE CANSOU DE MIM? – Ela chora.
Thales: Por que vocês estão brigando? – Ele surge assustado. – E você, pai? Não vai se arrumar? Daqui a pouco nós vamos jantar com a Gilda, esqueceu?
Valentina: Gilda, Gilda e Gilda. A sua vida se resume basicamente a isto. – Ela esbraveja.
Thales: Val, eu queria te pedir desculpas por aquele dia que fiz uma brincadeira sobre o beijo que rolou entre meu pai e a Gilda. – Ele abraça a mulher.
Valentina: Não precisa se desculpar, Thales. O fato é que a verdade dói. – Ela olha para Antony. – Mas não ficarei nem mais um segundo aqui, pois não aguento tanta verdade, tanto sofrimento.
Antony: O que você está querendo dizer com isso?
Valentina: Eu me demito, Antony. Não quero mais trabalhar para você. Já deu o que tinha de dar. Chega, chega. – Ela sai correndo e vai embora sem olhar para trás.
Thales: Vish, acho que as coisas só pioraram entre vocês. – Ele fala preocupado.
Antony: Droga, droga. – Ele começa a se esmurrar. – Acho que agora acabou de uma vez por todas, Thales.
Thales: Será que o senhor ainda ama a Valentina? Porque você tá se dando melhor com a Gilda do que com ela.
Antony: Acontece que a Gilda e eu somos apenas amigos. Tanto que depois daquele dia, nunca mais beijei ela. – Ele faz uma pausa. – Eu gosto muito da sua professora, mas a Valentina me deu uma grande prova de amor ao pedir o divórcio. Acho que seria uma grande sacanagem deixar ela para ficar com a Gilda, até porque eu pedi tanto para que a Val se divorciasse.
Thales: E o que mudou depois da Val ter pedido o divórcio? Mudou pra pior, né? Vocês dois só fica brigando por causa de ciúme bobo.
Antony leva as mãos até o rosto, sem saber o que fazer.
Cena 3 – Restaurante Dom Casmurro. Chácara Santo Antônio. Noite.
Raí: Confesso que pensei que você tinha perdido o meu número. – Ele sorri. – Já tem uma semana que lhe dei meu cartão pessoal, e nada de você me ligar.
Dênis: Então você deve ter ficado surpreso quando te liguei ontem. – Ele brinca. – Fiquei desconfortável em te ligar, a sua vida com certeza é bastante agitada.
Raí: Sim, agitada demais.
O garçom os serve.
Raí: Mas tenho meu tempo vago no horário da noite.
Dênis: Nem tão vago, né? Você com certeza só pensa em descansar após um tortuoso dia de trabalho.
Raí: Quanto a isso você tem razão. – Ele sorri. – Tenho que confessar que fico até preguiçoso.
Dênis: Já comigo acontece o contrário: ralo de noite e descanso de dia. – Ele fala triste.
Raí: Você me contou sobre o perrengue que enfrenta com relação a sua tia. Pelo que tu disse, essa mulher não vale um centavo.
Dênis: Não vale mesmo. Eu como o pão que o diabo amaçou na mão dela.
Raí: Eu estava reparando que nunca fiquei tão íntimo assim de um paciente meu. Você é o primeiro.
Dênis: Sério? Que privilégio. Também, me desembestei a falar naquele dia. Você não devia ter me dado confiança, por isso deu no que deu. – Ele brinca.
Raí: Imagina. Deixei você bem ciente do quanto adoro escutar o que as pessoas têm a dizer.
Dênis: Pois é, percebi que você adora escutar os outros. Porém, também notei que não se abre muito com as pessoas. Por isso não sei quase nada sobre você.
Raí: Não seja por isso. É só perguntar o que quer saber que eu lhe respondo. – Ele é simpático.
Dênis: Você namora? – Ele pergunta interessado. – Se sim, há quanto tempo?
Raí: Sim, namoro. – Ele responde sem graça. – Já tem alguns anos que estamos juntos. Mas estamos enfrentando um momento difícil agora.
Dênis: Ai, me desculpe. Não queria ter sido inconveniente.
Raí: Não precisa se desculpar, você não tinha como saber o que meu namorado e eu vivemos.
Dênis: Namorado? – Ele se espanta. – Foi isso mesmo que eu escutei? Cê namora um homem?
Raí: Sei que não aparento, mas sou gay.
Dênis: Por essa eu realmente não esperava. Como você deve saber, eu sou bissexual. Corto para os dois lados. – Eles gargalham.
Raí: Você havia comentado sobre ter transado tanto com homens quanto com mulheres. – Ele continua a sorrir. – Tem um cardápio variado!
Dênis: Bem isso mesmo. Mas diga-me, o que vem causando mal-estar no seu namoro?
Raí: Desconfio que meu namorado esteja me traindo. – Ele fala com um sorriso torto.
Dênis: Não creio. – Ele arregala os olhos. – Caramba, como ele tem coragem de trair um cara lindo feito você?
Raí: Lindo, eu? – Ele fica sem graça. – Engano o seu.
Dênis: Não há engano algum. E outra, se eu fosse você trairia ele também. Onde já se viu uma coisa dessas? – Ele fica indignado. – Você tão lindo tendo que aceitar uma coisa dessas de braços cruzados.
Raí: Acho que não tenho coragem de pagar na mesma moeda.
Dênis: Você só vai saber se tem coragem ou não quando tentar.
Raí: Para te dizer a verdade nem sei como começar uma traição. – Ele fica envergonhado. – Não tenho jeito para isso.
Dênis: Estou numa difícil missão de encontrar alguém para fazer sexo à três. Um cliente meu quer muito experimentar a sensação.
Raí: Isso daí foi um convite?
Dênis: Se você estiver disposto a tentar, esta será uma forma de devolver na mesma moeda o que seu namorado vem fazendo contigo.
Raí: Quer saber de uma coisa? Chega de ser o sofredor da história, cansei. Pode marcar, se você puder quero para ainda hoje. – Ele fala seguro.
Dênis: Já participei uma vez de sexo à três, e confesso que é muito bom. Ah, e não se preocupe, pedirei para que o cliente pague a você também.
Raí: Não precisa, pode ficar para você. Só quero que você ligue para esse tal cliente logo marcando um encontro imediatamente. Tenho certeza que se deixarmos para outro dia, eu acabarei fraquejando.
Dênis: Tudo bem. Eu vou ligar, só um instantinho. – Ele pega o celular no bolso de sua calça e disca um número.
Raí: É hoje, é hoje que eu faço você me pagar na mesma moeda, Marcos. – Ele fala para si mesmo. – Se você pode me trair, eu também posso: Direitos iguais.
Cena 4 – Apartamento de Bismarque. Vila Olímpia. Noite.
Bismarque: Gilda, Gilda, Gilda. Que falta você me faz. – Ele fala ao olhar uma foto da mulher no celular. – Não consigo mais ficar em paz comigo mesmo, pois sempre me vem à cabeça você beijando outro cara. Aliás, quem me garante que você não esteja neste exato momento beijando ele? – Bismarque fica muito chateado ao pensar em Gilda com outro homem. Ele coloca as mãos na cabeça e fica sério, com a mente meio distante.
[FLASHBACK]
Raí: Eu estou tentando, Bismarque. Tô fazendo o possível e o impossível por você. Mas acontece que tá difícil, muito difícil. A Gilda não quer sequer escutar o seu nome perto dela.
Bismarque: Não é possível. Algo deve estar acontecendo para a Gilda ter ficado tão resistente.
Raí: O que você fez não é nada fácil de ser engolido. Ela ficou muito magoada com as suas palavras. Fora que a Gilda também já está entrando em outra.
Bismarque: Como assim entrando em outra? Não entendi.
Raí: A Gilda conheceu um amigo meu, e os dois estão ficando muito próximos. Ainda mais que o filho do cara foi aluno dela e tem muita admiração por ela.
Bismarque: Como é que é? – Ele fica abalado. – A Gilda está se envolvendo com outro homem?
Raí: Eu falei que você tinha escolhido o pior caminho para se seguir. Agora vai ser difícil para você concertar tudo isso.
Bismarque: Eu nunca imaginei que ela fosse partir pra outra tão rápido. Até porque eu pedi um tempo para ela, não disse que era um término.
Raí: Pois é, acontece que ela interpretou tudo de uma forma muito errada. A Gilda pensou que você não teve coragem de terminar com ela, por isso inventou essa história de “tempo”, mas que na verdade você não voltaria nunca mais.
Bismarque: Não, não. Ela concluiu tudo errado, completamente errado.
Raí: Acontece que quanto mais você demorar, mais ela irá se apaixonar pelo meu amigo. E infelizmente eu não mando no coração de ninguém, Bismarque, nem mesmo no meu.
Bismarque: Entendo que com relação a isso você não tem como me ajudar. O fato é que eu preciso voltar o quanto antes.
[FIM DO FLASHBACK]
Bismarque: Está decidido. Acho que já acertei tudo que tinha de ser acertado. Agora é a hora de voltar para casa e pedir a Gilda em casamento. – Ele fala cheio de determinação. – E farei isto amanhã mesmo, não posso perder nem mais um segundo.
Cena 5 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Noite.
Valentina: Mãe, mãe, mãe. Vem aqui que eu preciso muito falar com a senhora. É caso de vida ou morte. – Ela chega desesperada e se senta no sofá.
Emília: Vem aqui você, sua folgada. – Ela grita da cozinha.
Valentina então vai até o encontro da mãe.
Valentina: O que você está fazendo aqui? – Ela fala ao ver Luan. – Como cê ainda tem coragem de aparecer após ter feito aquilo comigo?
Luan: Como você é engraçada, Valentina. Foi tu quem cometeu a safadeza, não eu. Confesso que extrapolei um pouco lhe agredindo e quebrando com tudo dentro de casa, mas cê bem que mereceu.
Valentina: Mãe, como você deixou esse cara entrar dentro da sua casa? – Ela pergunta revoltada. – Fico até surpresa, já que a senhora nunca gostou dele.
Luan: O fato é que eu vim aqui apenas para te dizer que quero me divorciar de você o quanto antes, pois pretendo viajar o mais breve possível.
Valentina: Ah, ao menos uma notícia boa! Pensei que ia se negar até a morte, mas foi bom que cedeu antes mesmo de cravarmos uma guerra na justiça.
Luan: Eu quero terminar com você em paz, Valentina. Já fico feliz em saber que você vai sofrer muito por ter me largado para ficar com aquele cara. – Ele fala confiante. – Só quero que seja muito infeliz.
Valentina: Tá, o recado foi dado. Agora será que você poderia se retirar? Preciso conversar em particular com a minha mãe.
Emília: Deixa que eu te levo até a porta, Luan. – Ambos se levantam da mesa e vão até a porta que fica na sala. – Saiba que você transa muito bem. – Ela cochicha na orelha dele. – É capaz de levar uma mulher à loucura apenas ao ficar pelado na frente dela.
Luan: Foi por isso que a sua filha se encantou por mim. – Ele dá um sorriso cafajeste. – Mas e aí, quando vamos nos ver novamente?
Emília: Volta amanhã de manhã. Tô louca pro segundo round. – Ela morde o lábio.
Luan: É assim que eu gosto: cheia de disposição, com muito amor para dar.
Emília: Ah, e não se esqueça: você só vai viajar se eu for junto, caso contrário pode desistir dessa viagem porque agora cê é todinho meu, e não vou deixar que me escape.
Luan: Vou pensar no seu caso. – Eles se beijam e Luan vai embora.
Emília volta para a cozinha.
Valentina: Desde quando você é boazinha assim com o Luan? Até levou ele na porta. – Ela fala com ironia.
Emília: Ah, filha! Não custava nada. – Ela se senta à mesa. – Mas o que é que você quer de tão urgente comigo?
Valentina: Quero que a senhora me ajude, pois não sei se o Antony está sendo sincero com relação àquela tal de Gilda.
Emília: Mas como é que eu posso te ajudar nisso? – Ela fica em dúvida.
Valentina: Ele jura de pés juntos que a Gilda e ele são apenas amigos, mas desconfio de que tenha algo além disso entre eles.
Emília: Não falei para você que essa mulher iria tornar a sua vida com o Antony em um inferno? Se tivesse me escutado antes, nada disso estaria acontecendo.
Valentina: Tá, não precisa ficar aí jogando na cara. A senhora vai me ajudar ou não?
Emília: Estou esperando você dizer como eu posso lhe ajudar.
Valentina: O Antony e o Thales saíram para jantar com a Gilda. Ou seja, a casa está vazia. – Ela coloca em cima da mesa uma sacola que trouxe consigo. – E vamos aproveitar que ainda tenho as cópias das chaves da casa dele para colocarmos essas duas câmeras lá.
Emília: Uhm, então você quer gravá-lo? Boa ideia. Se tiver algum caroço de baixo desse angu, nós saberemos.
Valentina: Isso aí. Agora deixa eu explicar a participação da senhora nisso tudo. Nós vamos entrar na casa do Antony, e enquanto eu fico vigiando para ver se eles estão vindo, a senhora vai lá e implanta as câmeras no quarto dele. Mas deixe-as bem escondidinhas.
Emília: Aonde foi que você conseguiu estas câmeras? – Ela pergunta ao tirar as mesmas de dentro da sacola. – E por que não fazemos o contrário? Você implanta as câmeras e eu fico na vigia?
Valentina: Comprei com um dinheiro que eu tinha guardado. E não podemos fazer o contrário porque a senhora é mais competente do que eu.
Emília: Quanto a isso eu tenho que concordar.
Valentina: E então? A senhora vai me ajudar ou não?
Cena 6 – Restaurante Dom Casmurro. Chácara Santo Antônio. Noite.
Thales: Nossa, tudo aqui é uma delícia. Já quero comer a sobremesa. – Ele fala com bastante euforia.
Antony: Daqui a pouco você vai acabar comendo a toalha da mesa.
Gilda e Antony gargalham.
Antony: Mas e você, Gilda? Está gostando?
Gilda: Se eu estou gostando? Eu estou amando isto daqui. – Ela tateia a mesa com o intuito de pegar nas mãos de Antony, não demora muito para que ela as encontre. – Vocês estão me fazendo a pessoa mais feliz deste mundo. Adorei todos os nossos passeios, e com certeza este será mais um que entrará para a história.
Antony: Fazemos apenas o que está em nosso alcance, né Thales?
Thales: Sim, claro. Sem falar que a senhora merece tudo isto e muito mais. Ah, e pode ter certeza que haverá outras várias coisas que também entrarão para a história. Porque meu pai e eu chegamos na sua vida para ficar.
Gilda: Que lindo, meu anjo. É um imenso prazer ter essa dupla incrível na minha vida, estou amando.
Thales: Vem cá me dar um abraço. – Ele se levanta e vai abraçar Gilda. – Não me canso de te abraçar nunca, sabia?
Antony fica distante por alguns segundos, com o pensamento em outro lugar.
[FLASHBACK]
Lia: Thales, você não vai comer a comida? Estou de olho em você, mocinho.
Thales: Eu não gosto de peixe, não vou comer isto. – Ele fala com a cara emburrada.
Lia: Vai, claro que vai. Você nunca experimentou, como é que pode saber se gosta ou não? – Ela enche a colher e coloca na boca do filho. – Vê como é bom.
Thales: Uhm, é bom mesmo! – Ele mastiga. – Só a senhora pra me ensinar a comer o que eu não gosto.
Lia: Milagres que só uma mãe sabe realizar. – Ela sorri.
Thales: Vem cá me dar um abraço. – Ele se levanta e vai abraçar Lia. – Não me canso de abraçar você nunca.
Antony: Pera aí que eu também quero fazer parte deste momento família. – Ele avança nos dois, abraçando-os. Logo em seguida ele dá um beijo apaixonado em Lia.
[FIM DO FLASHBACK]
Thales: Pai, pai.
Antony desperta.
Thales: Não fica aí parado, vem aqui abraçar a gente também.
Antony se levanta e vai até eles timidamente. Já com os olhos cheios de lágrimas, o homem abraça Gilda e Thales.
Antony: Vou quebrar os ossos de vocês. – Ele os aperta com bastante força. – Não vou soltá-los nunca mais.
Thales: Pai, chega. Já tá doendo. – Ele implora.
Antony para de apertá-los e então beija Gilda na boca. Thales se afasta com um sorriso no rosto ao ver a cena.
Gilda: O que foi isso? – Ela pergunta quando Antony para de beijá-la.
Antony: Algo muito forte aqui dentro de mim pediu para que eu lhe beijasse.
Gilda: E será que essa coisa muito forte que existe dentro de você é a mesma coisa que há dentro de mim? Uma paixão imensa e incontrolável?
Antony: Não tenha dúvida quanto a isso. – Ele a beija novamente.
Thales: Só hoje já foram dois. – Ele fala consigo mesmo. – O terceiro beijo do meu casal preferido.
Antony e Gilda continuam a se beijarem.
Cena 7 – Motel Mesquita. República. Noite.
Marcos (ao celular): Acontece que hoje eu estava livre. Minha irmã saiu para jantar fora e eu fiquei em casa de bobeira.
Dênis (ao celular): Olha só como o destino está sendo legal contigo: justamente hoje encontrei a terceira pessoa que procurávamos.
Marcos (ao celular): Pois saiba que já tem uns quinze minutos que cheguei aqui no motel e nada de vocês até agora.
Dênis (ao celular): Calma, calma! Estamos aqui na entrada do motel. Já estamos chegando, se prepare!
Marcos (ao celular): Estou preparadíssimo, meu amor.
Dênis e Raí pegam o elevador.
Dênis (ao celular): Tudo bem, vou desligar aqui. Até mais. – Ele desliga. – Estamos chegando.
Raí: Confesso que estou com um friozinho na barriga. – Ele fala meio tenso.
Dênis: Ainda está em tempo de desistir se quiser. Não quero te obrigar a fazer nada que não queira.
Raí: Não, tudo bem. – O nervosismo está estampado em sua feição.
A porta do elevador se abre.
Dênis: É o nosso andar. Vamos. – Ele pega na mão de Raí e eles caminham de mãos dadas até a porta do quarto. – É esse aqui, chegamos!
Raí respira fundo.
Dênis: Está pronto para a melhor experiência de toda a sua vida?
Raí: Estou. Vamos entrar.
Dênis: Ok. Se é assim, lá vamos nós!
Raí sua frio e engole seco.
Cena 8 – Casa de Antony. Chácara Santo Antônio. Noite.
Emília: A casa desse homem é um arraso, a Valentina vai se dar muito bem ao se casar com ele. – Ela olha tudo ao seu redor quando entra no quarto de Antony. – Se essa tal de Gilda tiver algo com o médico gostosão, teremos que tirar ela do caminho. Quer dizer, eu terei que tirar. Pois a Valentina não pode nem desconfiar de que estou ajudando ela apenas porque a quero bem longe do Luan, já que se o caso dela com o Antony não engatar, ela com certeza irá azucrinar a minha vida com o ex-marido dela. Agora se tudo der certo entre eles, ela será muito feliz ao lado do patrão e nem dará importância para a minha ralação com o Lu. – Ela coloca uma câmera perto da televisão e outra perto da cortina. – Tenho que ir logo antes que seja tarde demais. – O celular dela toca e ela atende. – Alô!
Valentina (ao celular): Mãe, ainda bem que consegui falar com a senhora. O meu celular acabou ficando sem sinal, e eu não tive como lhe avisar que a família Buscapé já chegou. O Antony e a vagabunda da Gilda estão subindo a escada neste exato momento. – Ela fala em um tom de voz baixo.
Emília (ao celular): E agora? O que eu faço? – Ela pergunta desesperada. – Pulo pela janela?
Valentina (ao celular): Mãe, foi justamente por isso que pedi para que a senhora fizesse esse serviço para mim. Cê acha que eu saberia o que fazer caso uma coisa dessas acontecesse? Só sei que eles não podem te ver de maneira alguma, agora se vira aí.
Emília (ao celular): Só você para me enfiar em uma enrascada dessas. – Ela desliga o celular sem se despedir e se esconde em baixo da cama de Antony.
Antony: Calma, calma. Estamos prestes a entrar no meu quarto. – Ele fala ao guiar Gilda. – Só mais alguns passinhos para que você possa sentar em minha cama.
Gilda: Tudo bem. Só não desgrude de mim porque posso cair. – Ela sorri.
Antony ajuda ela a se sentar na cama.
Gilda: Que colchão fofinho!
Antony: Adoro ele. – Ele analisa Gilda. – Gilda, eu mandei o Thales ir para o quarto dele justamente porque queria muito falar contigo.
Gilda: Eu percebi. Só não faço ideia do que queira falar comigo. É algo muito importante?
Antony: Então, é sobre nós. – Ele fala meio sem jeito. – Ficamos tão próximos de um tempo pra cá, até beijo já rolou. E eu gostaria de saber o que você sente por mim, se está mais para o namoro ou para amizade. Por favor, seja sincera.
Gilda: Como eu já lhe disse, recentemente tive uma decepção amorosa. O meu noivo me largou após eu ter ficado cega, e nunca pensei que fosse encontrar outra pessoa tão rápido. – Ela dá um sorriso tímido. – Desde quando nos beijamos lá na escola, não consigo mais esquecer você. Acho que estou apaixonada novamente.
Antony: Que bom escutar isso. – Ele passa a mão no rosto dela. – Pois eu venho sonhando com você desde aquele dia. Acho que também estou apaixonado por você.
Gilda: Já é um bom começo, né?
Antony: Um ótimo começo. Mas sinto que não lhe contei o suficiente sobre mim, o que poderá se tornar em um problema, já que possivelmente você pode não gostar de algumas coisas que fiz no passado.
Gilda: Impossível, Antony. Você é uma bela pessoa, tanto por dentro quanto por fora. Não consigo imaginar você fazendo mal a ninguém, nem mesmo à uma mosca.
Antony: Isso você só saberá depois que eu lhe contar tudo que tenho para falar. – Ele fica tenso. – Até porque se quisermos dar um passo adiante, precisamos saber mais sobre a pessoa amada. A base de um relacionamento é a confiança e o amor que um sente pelo outro.
Gilda: Você tá começando a me assustar com este suspense todo.
Antony: Eu confio em você, Gilda. E por isso irei lhe contar esqueletos do meu passado que quase ninguém sabe. – Ele fica tenso. – Primeiramente, eu gostaria de dizer que eu só não falei sobre o meu amor por você antes porque estava envolvido com outra mulher.
Gilda: Sério? Então quer dizer que depois da sua falecida esposa, você teve outra mulher?
Antony: Sim, tive. Ela era casada, por isso não podíamos sair por aí dizendo que estávamos juntos. – Ele respira fundo. – Ela se separou do marido para ficar comigo, mas nos desentendemos e… tenho para mim que tudo entre nós acabou.
Gilda: Tranquilo, Antony. Esse era o esqueleto do seu passado? Uma coisa boba dessas. – Ela brinca. – Se o que existia entre vocês tiver mesmo acabado, para mim está tudo bem.
Antony: Ainda tem mais uma coisa. – Ele fica nervoso e começa a tremer. – Como você sabe, a mãe do Thales morreu com uma facada no peito. E todos pensam que foi ela quem se matou.
Gilda: Como assim “pensam”? – Ela estranha. – Não foi ela quem se matou?
Antony: Não. – Ele fica quieto por alguns segundos. – Fui eu.
Gilda fica atônita.
Antony: Fui eu quem matou a Lia, eu matei a mãe do meu filho.
Emília: Um assassino. – Ela comenta baixinho debaixo da cama. – Ele matou a própria mulher. Eu não posso ficar aqui nem mais um segundo. Se ele me pega aqui, pode ser capaz de me matar também. – Ela se desespera e então sai debaixo da cama. – VOCÊ É UM ASSASSINO!
Antony: Quem é a senhora? – Ele se surpreende com a presença da mulher.
Emília: Você matou a sua mulher, e atraiu a minha filha para matá-la também! – Um clima tenso paira no local. – Mas não vou permitir que faça isto, pois estou indo agora mesmo entregá-lo para a polícia.
Antony fica assustado com a presença e a ameaça de Emília.
Eita que esse capítulo foi b puxado rs.
Emília e Luan ja estão se dando muito bem, a Valentina nem desconfia do que está acontecendo entre eles, quando ela souber ai meu pai!
Gilda por sua vez parece que se entregou de vez para o amor que sente por Antony e ele fez o mesmo ja rolou outros beijos, confissões e tudo mais. E QUE BAITA CONFISSÃO QUE ELE FEZ AO SE CONFESSAR TER MATADO A PRÓPRIA ESPOSA o que será que Emília fará com essa informado?
Gente e o que é isso? Marcos, Denis e Raí juntos num sexo a três? prevejo segredos vindo a tona agora. Raí nem imagina que o terceiro do sexo é seu namorado 😮
Qual será a reação da Valentina quando souber da traição de ambos? Se bem que foi ela quem traiu primeiro kkk
Gilda e Antony estão mesmo bastante envolvidos. E confesso que shippo muito esse casal.
Nem me fale, menino. Essa informação bombástica pode custar muito para o Antony. Será que a velha vai dar com a língua nos dentes?
Uhum, creio que esse sexo a três não tenha sido uma boa ideia… agora é esperar para ver no que vai resultar.
Obrigado por comentar, Wags.