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Filho Amado

Capítulo 22 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 22.

 


 

Mansão de José do Gado.

 

Clécio chega com Aurora e Taléfica, na sala está José do Gado, tirando tudo o que tem da sua mala.

 

Aurora, feliz: Pai!

 

José a enche de beijos: Aonde você estava? Fiquei preocupado!

 

Aurora conta: Fui na igreja, e depois na loja do Clécio, aí voltei com ele.

 

Taléfica nota vários presentes: Nossa…Dessa vez você fez festa lá em Cuiabá, José, quantos presentes.

 

José pega os presentes: Ainda bem que você me lembrou, dona Taléfica. Comprei tudo o que consegui, só não comprei mais por causa que meu dinheiro acabou se esgotando! Vou distribui-los.

 

Taléfica fica ansiosa.

 

José pega um pacote: Esse é um luxuoso vestido vermelho, extremamente sensual e divino, pra…Aurora!

 

Aurora: Obrigada, pai.

 

José pega outro pacote, muito pequeno: Esse é o anel de diamantes- Taléfica estende as mãos- Pra Aurora também.

 

Aurora, feliz: Obrigada, de novo.

 

José: Esse aqui é um colar muito simbólico, da fênix- Taléfica estende novamente as mãos- Pra Aurora!

 

José pega um enorme pacote: Essa é a bancada que você me pediu, Clécio, é sua e de graça, pra você colocar no seu quarto, e aqui tem um perfume importado pra você.

 

José remexe os pacotes: Esse aqui são os presentes da Marinez, AH! Achei um muito especial.

 

Taléfica fica ansiosa: Dessa vez é o meu.

 

José vai até Conceição: Um par de sapatos pra você, Conceição! Você sempre foi uma empregada competente, merece isso!

 

Conceição vibra: E o senhor é o melhor patrão do mundo.

 

Taléfica, abismada: Até a empregada ganhou e eu não!

 

José se lembra: Aqui está o seu, Taléfica- Ele pega um pacote pequeno.

 

Taléfica rasga o pacote: Uma carteira? Pra quê eu vou usar uma carteira?

 

José ri: Tudo tem uma utilidade, minha cara.

 

São Cristovão Hotel´s.

 

O helicóptero pousa no heliporto, dele saem Noronha, Américo e Caio.

 

Noronha, interessado: Você me falou que trouxe uma foto, é isso?

 

Américo mostra: Essa aqui, mas o tal Gomide mantinha isso aqui em um armário secreto, eu dei um remédio pro sujeito dormir e abri o armário, parece que lá só tem coisas secretas…E deve ter mais coisas sobre sua mãe lá, mas Gomide jamais me deixará entrar lá de novo.

 

Noronha sorri: Eu sabia que você ia achar algo, você é um excelente detetive, e quanto ao Gomide, nós daremos um jeito, nem que precisemos nos livrar dele, se é que me entende…

 

Noronha entra no quarto.

 

Jasmine está caída na cama.

 

Noronha provoca: Ainda tá viva? Ou morreu depois de um tapa?

 

Jasmine levanta a cabeça: Cadê o Caio?

 

Noronha se joga na cama: Ele está no quarto do seus tios, não é lá que ele dorme?- Ele vira o rosto de Jasmine, e os dois ficam cara a cara- Eu não gosto de te ver assim, portanto vamos esquecer esse episódio todo de hoje, e  fingir que nada aconteceu, agora nossas vidas são outras, logo nós iremos nos mudar pra Vila Varzeônica, e recomeçar lá.

 

Jasmine: Nunca vou entender isso, você odiava aquele lugar, e essa vingança..Tem que ser deixada de lado…

 

Noronha: Jasmininha, não me faz perder a paciência, vamos falar de outra coisa…Nós teremos uma ótima vida lá, e inclusive eu vou trazer o melhor professor pra dar aula pro Caio, não se preocupe, tenho tudo planejado, Aurora.

 

Jasmine: Aurora? Quem é Aurora?

 

Noronha disfarça: Ninguém, esse foi um dia tão agitado que acabei trocando o seu nome..- Ele lembra do reencontro.

 

Mansão de José do Gado…

 

Taléfica joga a carteira no lixo: Aposto que era usada, aquele ingrato dá presente bom até pra empregada e pra mim não.

 

Aurora chega na cozinha: Falando sozinha, dona Taléfica?

 

Taléfica: Não, querida- Ela nota que Aurora está diferente- Aconteceu o quê na igreja? Você chegou na loja estranha hoje…

 

Aurora justifica: Não aconteceu nada, foi impressão sua…

 

Taléfica, maldosa: Nem tente me esconder, eu acabo descobrindo, como descobri que você já quase se casou uma vez.

 

Aurora derruba o copo de vidro no chão: Não sei do que a senhora está falando!

 

Taléfica: Ah sabe sim, e sabe muito, e não adianta tentar me esconder nada, querida, soube que seu quase-noivo voltou, espero que você nem tente se aproximar dele e magoar o meu Clécinho, porque não admito que magoem meu filho.

 

Casa dos Dávila.

 

Anna assiste tv sozinha, Bento chega.

 

Anna: Já se exibiu pra todos com o seu “ carrão”?

 

Bento joga as chaves no criado-mudo: Para com ironia, eu não fiquei nada satisfeito com o modo com que você tratou o Caio hoje.

 

Anna fica calada, e depois começa a rir: Deixa de ser idiota, Bento, eu não falei nada demais, mas dá pra ver pela cara que o menino é dessas pestes que bagunçam a casa toda- Ela ri sozinha.

 

Bento a tira a força do sofá: Escute aqui, eu vi você maltratando o Noronha e infelizmente fiquei calado, e quem cala consente, mas não vou ver essa história se repetir com o Caio, ou você trata ele bem, ou tomo uma medida drástica, Anna Maria!

 

Anna Maria se solta: Babão! É isso que você é, agora o Noronha te deu um carro e você “beatificou” ele, só falta coloca-lo em um altar! São Noronha, ou Santo Noronha, qual dos dois vossa excelência prefere?

 

Bento grita: PARA COM ISSO! CHEGA!

 

Anna Maria: Você se recusa a ouvir mas o Noronha veio aqui nos arruinar, ele falou isso na minha cara, e o principal alvo dele é o Éssio, mas eu nunca vou deixar ele fazer nada! Todos esses presentes são meras estratégias!

 

Ela sai, brava.

 

No dia seguinte…

 

São Cristovão Hotel’s.

 

Todos tomam café da manhã.

 

Noronha coordena o detetive Américo: Você tire cinco cópias dessa foto, e uma delas mande para o endereço lá de casa…

 

Figaro come uma baguete inteira: Nossa, que foto misteriosa é essa?

 

Noronha: É tão misteriosa que nem eu sei quem está nessa foto, tem a minha mãe e um homem, mas não é meu pai.

 

Figaro: Xiii….

 

Noronha continua: Enfim, você envie essa foto pelo correio lá pra casa, anonimamente, quero dar um sustinho em mamãe, algo me diz que o passado dela é podre como lixo tóxico!

 

Josélia, alegre: Mas vamos falar de outra coisa, algo que não é tão podre: Meu casamento.

 

Jasmine: É verdade, tia Josélia e tio Figaro completam 50 anos de casados semana que vem, e temos que dar uma festa!

 

Noronha: Eu tenho uma ideia…

 

Figaro, sincero: Não querendo desmerecer o casamento de ninguém, mas bodas de ouro não são para qualquer um, merece um festão!

 

Noronha avisa: Eu cuidarei de tudo para ser um festão,Figaro, não se preocupe- Ele se levanta-Agora vamos, Domingues e detetive Américo, tenho que ir para Vila Varzeônica, inclusive vou começar a procurar casas lá, e um carro!
Figaro e Josélia se entreolham, Jasmine faz cara de decepção.

 

Centro de Vila Varzeônica…

 

Anna sai da loja de tricô, quando de repente vê o Coronel Bravejo do outro lado da rua.

 

Bravejo, confiante: Tome nota, Ruper, esse ano meu bordão será “ Tornando Vila Varzeônica, como nenhuma outra cidade no Brasil”.

 

Anna chega, sorrindo: Como vai, Coronel?

 

Bravejo lhe dá um beijo no rosto: Muito bem, e me preparando para as eleições desse ano, que com certeza serão históricas!

 

Anna, surpresa: Você e o Poldo estão trabalhando muito nessa campanha pelo seu entusiasmo!

 

Bravejo conta: Esse ano o Poldo não é mais meu vice, ele ganhou uma viagem pela Europa! Não te contou?

 

Anna, chocada: Viagem para a Europa? Mas como? Quem é seu vice então? O Ruper?

 

Bravejo ri: O Ruper mal sabe o beabá…

 

Ruper se defende: Epa…

 

Anna, confusa: Afinal, quem é o seu vice?

 

Bravejo, sorrindo: O Noronha! Ele não te falou também? Poxa, você anda desinformada!

 

Anna derruba tudo o que tem nas mãos, e quase cai pra trás, mas é amparada por Ruper.

 

Anna, tremendo: O Noronha vice prefeito? Não pode ser! Não é possível!

 

Lavoura…

 

Todos trabalham normalmente, embora sentidos com a morte de Zézão.

 

Bento analisa alguns grãos de soja, Josué chega, zangado.

 

Josué: Eu preciso ter uma conversa com você, Bento, e é sobre a morte do Zézão.

 

Bento, preocupado: Fale Josué, fiquei tenso com o seu tom de voz!

 

Josué, tímido: É que…Eu tô suspeitando do Éssio, acho que ele matou o Zézão.

 

Bento: O ÉSSIO?

 

Casa dos Dávila…

 

Éssio está na cozinha, sozinho em casa: O espirito do Zézão me atormenta, ainda não consigo acreditar que eu possa ter feito aquilo, mas ninguém tem provas, ninguém vai descobrir.

 

Noronha entra repentinamente: Ninguém vai descobrir o quê, Éssio?

 

Éssio se assusta.

 

Lavoura…

 

Bento, transtornado: Escuta aqui, Josué, quando você veio me falar que Éssio estava dando trabalho, eu não me recusei a demiti-lo! Agora, acusar o meu filho de assassinato é algo muito grave, você não tem provas!

 

Josué insiste: Mas o Éssio era a única inimizade do Zézão!

 

Bento, bravo: E daí? Você não parou pra pensar que o Zézão podia estar bêbado, ou ele pode ter tropeçado e batido a cabeça na pedra, ou ele pode ter sido assaltado, são muitas possibilidades, e quem vai investigar isso é a polícia, e infelizmente Josué, você não é policial, se não estaria em uma delegacia e não nessa lavoura!

 

Josué aceita: Você tá certo, mas eu vou querer uma investigação completa, essa morte do Zézão tá muito estranha, me desculpe acusar o Éssio, minha cabeça tá quente…- Ele sai.

 

Casa dos Dávila.

 

Éssio, assustado:Você veio fazer o quê aqui?

 

Noronha se senta: Olhar pra você, pra gente ter uma conversa, desde que eu cheguei aqui mal pude falar com meu querido irmão o motivo da minha volta!

 

Éssio inventa: Infelizmente eu tenho que ir trabalhar já já e…

 

Noronha: Não minta, eu sei que você foi demitido, Éssio, tá inventando isso pra fugir do seu irmão? Que feio…

 

Éssio mente novamente: Eu consegui um outro trabalho, Noronha e…

 

Noronha o interrompe: Para de mentir, cria vergonha!- Ele analisa o irmão de cima a baixo: Presta atenção em você, Éssio, 36 anos no rabo e não fez nada da vida, ainda mora com papai e mamãe, não se casou não tem filhos, não se firmou em nenhum profissão, enquanto eu me tornei uma das pessoas mais influentes do Brasil, você ficou catando soja e tomate e colocando na cestinha…- Noronha começa a rir- Presta atenção, Éssio, sua vida passou e você não se tornou nada.

 

Éssio se revolta: Você não tem o direito de ficar me humilhando, só porque enriqueceu! Você ficou rico de forma ilegal, e roubou o carro do papai!

 

Noronha: Graças a Deus eu não roubei nada, o papai me deu o carro, mas pra ninguém mais falasse que eu roubei, comprei outro carro novinho e muito melhor do que aquele lá! Eu paguei todas as minha dividas, só tenho uma pendência: Com você.

 

Éssio: Já me meteu no meio? Você gosta realmente de me acusar das coisas, sempre foi assim! O que eu te fiz dessa vez, Noronha?

 

Noronha, sombrio: Você matou o Chico Branco.

 

Éssio, perplexo: Como é? É isso mesmo que eu ouvi?

 

Noronha: Se você quiser, eu tenho cotonete aqui, querido, eu falei que VOCÊ MATOU O CHICO BRANCO, eu tenho certeza, antes de fugir você confessou indiretamente isso, você matou ele pra me prejudicar, porque você não suportava me ver bem, você só queria me ver no fundo do poço, pois olha onde estou agora, na montanha mais alta e você na lama mais fétida, seu lixo, foi isso que você se tornou, se já era podre antes, agora é mais, você é nojento, Éssio, nojento!

 

Éssio não aguenta a humilhação e parte pra cima do irmão, mas Noronha não se move.

 

Noronha: Bate. Bate. Pode bater, Éssio, use sua força de agricultor e me dê um murro, honre o seu punho! Isso não muda quem você é, e como todo o lixo, você precisa ser jogado fora, e foi pra isso que vim, pra jogar o lixo fora, mas não sem antes pisar um pouquinho nele, se é que me entende!- Noronha ri alto, e Éssio começa a chorar.

 

Anna chega: O que está acontecendo aqui?

 


 

Termina o capítulo 22.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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