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Recomeçar

Capítulo 8 – Recomeçar

RECOMECAR-8

CENA 01. RUA CARIOCA. EXTERIOR. NOITE.

Continuação imediata da última cena. Gilda olha para as janelas do prédio. De repente, a luz de um apartamento acende. Gilda observa, adorando aquilo. Corta para:

CENA 02. APART. DE ABEL. INTERIOR. NOITE.

Abel, um tipo intelectual beirando os 50 anos, acaba de abrir a porta para Leonor. Entreolham-se por um breve instante. Emoção. Abraçam-se.

LEONOR: – Que saudades, meu amor!

ABEL: – Garanto que não mais que eu.

Beijam-se apaixonadamente. Música: “Vinho Guardado” – Nana Caymmi. Corte descontínuo. Segue a música. Iluminação baixa. Leonor e Abel caem na cama. Fazem amor. Há tesão, mas principalmente saudade, cumplicidade e amor no ato.

Corte descontínuo. Apenas de bermuda, Abel prepara um café. Num roupão, Leonor lê um texto no laptop dele.

ABEL: – E então, o que achou?

LEONOR: – E preciso dizer? Eu não mudaria uma linha, tá perfeito como sempre. (T) Agora, te juro, não consigo entender como um roteirista do seu nível, com a experiência que você tem, continua morando num lugar como esse. Falta de grana não é, porque eu te pago bem. Aliás, nós precisamos conversar sobre a renovação do seu contrato com a produtora.

ABEL: – Não precisa ficar me lembrando que é você, mesmo que indiretamente, que paga o meu aluguel, Leonor.

LEONOR: – Não é nada disso, Abel, pelo amor de Deus. Simplesmente não consigo me conformar que você prefira continuar morando aqui na zona norte, quando poderia estar ocupando o apartamento da Lagoa. Eu comprei pra você, meu amor. Comprei pensando justamente no nosso conforto.

ABEL: – Disse muito bem: você comprou aquele apartamento. No dia que eu comprar um apartamento na Lagoa, com o meu suado dinheiro, mudo. Mas, sem querer te contrariar e já contrariando, eu não tenho a menor pressa pra isso. E acho que nunca vou ter. Você sabe, eu não tenho o mínimo interesse em mudar pra zona sul. Já te disse isso uma centena de vezes. (dá uma xícara de café a Leonor) Agora, a não ser que você queira me irritar, acho bom a gente mudar de assunto.

LEONOR: – Tudo bem, não vou mais insistir. Mas, depois, não reclame que eu venho te ver com pouca frequência. Não é fácil sair da zona sul no meio da noite e chegar até aqui.

ABEL: – Às vezes, eu acho que você gosta de vestir essa fantasia toda pra vir me ver. Precisa mesmo de peruca? (gaiato) Ah tá, por um momento, esqueci que você é praticamente uma celebrity, a dona do cinema brasileiro, a dama de ferro da sétima arte. (ri) Tá, parei.

LEONOR: – Vai rindo… Você sabe muito bem que não pegaria bem para uma mulher na minha posição ser vista com um amante. Aliás, não pega bem pra ninguém ser pego com um amante. Aff, detesto essa palavra.

ABEL: (chegando junto, safado) – Pois eu adoro essa palavra. Repete.

LEONOR: – Deixa de ser bobo, Abel.

ABEL: (beijando o pescoço) – Vamos, repete, o que custa?

LEONOR: (doce) – Amante. Meu adorável e irresistível amante.

ABEL: – Ah, que tesão que isso me dá!

Abel e Leonor se beijam e iniciam uma segunda transa. Corta para:

CENA 03. RUA CARIOCA. EXTERIOR. NOITE.

Gilda está escondida atrás de um canteiro de plantas. Não tira os olhos da janela de Abel. Olha o relógio. Apreensiva. Fala sozinha:

GILDA: – 4:30 e nada da piranha Galvão sair.

Um táxi chega e para em frente ao prédio. Corta para:

CENA 04. APART. DE ABEL. QUARTO. INTERIOR. NOITE.

Leonor veste-se para ir embora. Mesma produção com a qual chegou. Abel tá saindo do banho e veste uma calça de tecido leve, já pensando em dormir.

LEONOR: – Vou indo, meu amor. Preciso estar em casa antes que o Horácio acorde pro golfe.

ABEL: – Promete que volta logo?

LEONOR: – Só se você prometer que vai pensar com carinho na ideia de mudar pra Lagoa.

ABEL: – Ah, Leonor, de novo essa história?

LEONOR: – Por mim.

ABEL: – Você tá atrasada, o táxi tá esperando lá embaixo.

LEONOR: – Você é um teimoso mesmo, né?

ABEL: – Irremediável.

Corta para:

CENA 05.RUA CARIOCA. EXTERIOR. NOITE.

Gilda ainda atrás do canteiro, sem perder um movimento. Leonor vai saindo do prédio. Abel está na janela. Antes de entrar no táxi, Leonor manda beijo pra Abel.

GILDA: (consigo mesma) – Que ordinária!

O táxi sai. Gilda pensa rápido. Joga a bolsa numa lixeira e sai correndo e gritando socorro. Finge um tropeço e cai. Abel vê a cena lá de cima.

GILDA: – Socorro! Socorro! Fui assaltada!

Corte descontínuo. Abel já na rua, ajudando Gilda. Ela faz drama, fingida:

GILDA: – Me assaltaram. Levaram tudo, só pouparam a minha vida.

Corta rápido para:

CENA 06. APART. DE ABEL. INTERIOR. NOITE/DIA.

Sentada no sofá, Gilda toma um chá e finge estar nervosa. Abel está na mesinha de centro, de frente e bem próximo a ela.

ABEL: – É melissa.

GILDA: – Oi?

ABEL: – O chá. É melissa. Chamam também de erva-cidreira. É um ótimo calmante.

GILDA: – Ah, sim. (T) Você é muito gentil. Nem me conhece, foi me ajudar, a essa hora… Eu podia ser uma isca de bandido, sabia? Já pensou se aquele meu desespero fosse só uma cena pra te atrair? Aí bandido te rendia, entrava aqui na sua casa e… sabe, né? Acontece muito.

ABEL: – Ah, imagina.

GILDA: – Você não me disse o seu nome.

ABEL: – Abelardo. Mas todo mundo só me conhece por Abel mesmo. E o seu? Tô com a impressão de que já te vi em algum lugar, não sei.

GILDA: (nervosa) – Será? Pode ser… Meu nome é Eleonora. Eleonora Perón. E antes que me pergunte, não, não sou parente da Evita. Ou talvez seja, não sei… Mas o fato é que/

ABEL: (corta) – Engraçado.

GILDA: – O que é engraçado?

ABEL: – O seu nome. Digo, não o seu nome, não foi isso que eu quis dizer. É que a minha namorada chama Leonor. Eu achei meio coincidência, porque… Ah, deixa pra lá, não tem importância… (levanta e vai lavar a xícara)

GILDA: (indo atrás dele) – Continue, eu estava gostando da comparação. É uma mulher de muita sorte essa Leonor. Acabamos de nos conhecer, mas já deu pra perceber que você é um homem fascinante, com todo respeito. (junto ao rosto dele, se insinuando) Ou não.

Nesse instante, o celular de Gilda, no bolso, vibra. Ela se assusta. Tira do bolso e vê no display: Filipe.

ABEL: – Seu celular? Mas os ladrões não tinham levado tudo seu?

GILDA: (nervosa) – Pois é, menino… Não levaram o celular, agora que vi, acredita?!(malandra) Pra você ver, nesse país, nem os bandidos fazem mais o seu serviço direito. É um amadorismo impressionante. Vou te falar, eu fico chocada! Extremamente. Uma loucura.

ABEL: (vendo que o celular continua vibrando) – Não vai atender?

GILDA: (desligando o celular) – Ah, não, não é importante. Eu posso usar o seu banheiro?

ABEL: – Claro, fica à vontade, é por ali.

CORTA PRO QUARTO. Gilda entra. E dá uma analisada geral no ambiente. Está cheia de ideias. Vê um porta-retrato com uma foto de Abel e Leonor juntos no criado-mudo. Pega e dá uns soquinhos no rosto de Leonor. Antes de sair, trucosa, ela entra no banheiro e dá descarga no vaso para que Abel ouça.

CORTA PRA SALA. Gilda chega, olha pra janela e vê que o dia está amanhecendo.

GILDA: – Tá amanhecendo.

ABEL: – Pois é.

GILDA: – Eu vou indo.

ABEL: – Tem certeza? Não quer que eu vá com você até uma delegacia? Você precisa fazer um B.O.

GILDA: – Não, não, obrigada, eu resolvo isso mais tarde. Você já fez muito por mim. (pega nas mãos de Abel) Olha, valeu! Você foi demais. Incrível. Eu tive muita sorte de ser assaltada. Quero dizer, não de ser assaltada, mas de ser assaltada e… Ah, você entendeu.

ABEL: – Entendi. Não precisa agradecer. Tenho certeza que você faria o mesmo por mim, se fosse o caso.

GILDA: (pegando no queixo dele) – Faria. Faria até mais, se você quisesse. (volta a si) Digo… Eu vou voltar pra te trazer um mimo como forma de agradecimento. Pode esperar, viu?!

ABEL: – Tá legal. Se cuida, Eleonora.

GILDA: – Pode deixar. Até loguinho!

Gilda dá um beijinho na bochecha de Abel, bem perto da boca, e sai. Abel fecha a porta e demonstra ter achado Gilda excêntrica. Corta para:

CENA 07. RUA CARIOCA. EXTERIOR. DIA.

Amanhecendo. Gilda sai do prédio e corre até a lixeira onde jogou sua bolsa. Não encontra mais.

GILDA: – Ai, minha bolsa! Presente da Wanderléa, gente! Droga!

Música: “Benzadeusa” – Rita Lee. Chateada, Gilda desce a rua. Corta para:

CENA 08. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA.

Segue a música da cena anterior. Stock-shots da segunda-feira amanhecendo. Mostrar trânsito, praia, Cristo Redentor, asa delta etc. Conclui na fachada da Produtora Galvão.

CENA 09. PRODUTORA GALVÃO. PÁTIO/CORREDORES/ANTE-SALA. INTERIOR. DIA.

Leonor chega de carro. Foi trazida por seu motorista particular. Ar de ‘dama de ferro’. Elegante, óculos escuros e pasta na mão. Vai andando e passando coordenadas aos funcionários.

FLAVINHA: – Leonor, o Venturini já ligou uma porção de vezes querendo saber se você tinha tinha chegado. Tô pra ficar louca.

LEONOR: – O que ele quer tão cedo?

FLAVINHA: – Não quis dizer. Disse que só trata com você. Ah, a Mônica Duran também ligou e deixou recado. Ela quer saber sobre o ensaio de fotos pra divulgação do filme. Eu dei a data que já estava marcada antes, sexta-feira. Fiz mal?

LEONOR: – Mal é apelido. Envia um e-mail remarcando pra daqui duas semanas. (pra outro) Elias, vá ao Pão de Açúcar e veja como está o andamento do documentário da Alive Rio. Não quero mais saber de atrasos. (pra outra) E você, Walkíria, circulando, tô bonita? (pra Flavinha) Flavinha, quando o Carlos Eduardo chegar, peça a ele pra vir falar comigo. (entrando em sua sala)

FLAVINHA: – Claro. Ah, que cabeça a minha, a Alessandra está à sua espera. Com uma cara de poucos amigos.

Leonor com expressão de quem pressente problema. Corta para:

CENA 10. PRODUTORA GALVÃO. SALA DE LEONOR. INTERIOR. DIA.

De costas para a CAM e para Alessandra, Leonor está em pé, de frente para janela. Vira-se:

LEONOR: – Você vai me perdoar, mas isso que você está querendo fazer é um erro sem tamanho. Voltar pra Espanha e desistir de seu casamento com o meu filho, Alessandra? Não tem cabimento.

ALESSANDRA: – Ué, foi ele que acabou comigo, Leonor. O que eu posso fazer? Me rastejar aos pés dele? Definitivamente, eu não tenho vocação pra esse tipo de cena.

LEONOR: – O Carlos Eduardo tava de cabeça quente, se sentindo pressionado, sei lá… Tive uma longa conversa com ele ontem à noite, tenho certeza que hoje ele vai reconsiderar e voltar a si. Vai por mim.

Kadu entra na sala. Ele e Alessandra entreolham-se. Climão. Corta para:

CENA 11. APART. DE GILDA. QUARTO. INTERIOR. DIA.

Gilda catando joias e tudo que acredita ter algum valor. Coloca tudo numa bolsa. Filipe entra, acaba de acordar:

FILIPE: – Mãe? Você passou a noite toda fora, te liguei várias vezes… Onde você tava metida?

GILDA: – Não dá pra falar agora, Filipe.

FILIPE: – O que tá acontecendo? O que você vai fazer com as suas joias?

GILDA: – Vender. Vender tudo! Eu preciso comprar um troço ‘importantésimo’. Não tenho dinheiro, tô dura. Por acaso você não tem nada de valor aí?

FILIPE: – Eu não tô acreditando que você chegou a esse ponto! Vai vender suas joias pra comprar bebida, dona Gilda?

GILDA: – Olha bem pra minha cara. Quando foi que você me viu botando uma gota de álcool na boca? Não responda.

FILIPE: – Xiii… pirou foi cedo hoje.

GILDA: – Pirei. Mas tem gente que vai pirar muito mais que eu, embora ainda não saiba. (saindo) Até mais tarde. Tô indo cuidar do retorno da Olívia Watterson. Quando eu voltar, não quero mais ver essa bagunça, hein! Se vira!

Gilda sai. Filipe começa a dar um jeito na desordem. De repente, pensa no que disse a Davi no capítulo anterior. Música: “Make You Feel My Love” – Adele. Entra flashback da cena 08 do cap. 07:

FILIPE: – Eu não quero, eu não quero me prender a você. Eu não quero que essa coisa despretensiosa que a gente tá vivendo vire um namoro, sabe?

DAVI: – Despretensiosa?!

FILIPE: – É… a gente se conheceu há dois, três dias… Foi legal, teve química imediata, teve aventura, teve sexo… Mas eu acho que você tá confundindo as estações. Já deu pra perceber que você se apega muito fácil. Eu acho isso perigoso. A gente tá em busca de coisas diferentes, pelo que eu pude perceber.

Volta pra Filipe no tempo real. Parece triste. Corta para:

CENA 12. APART. DE DAVI. BANHEIRO. INTERIOR. DIA.

Segue a música. No banho, Davi também pensa. Triste. Um pouco mais triste que Filipe. CAM em dolly out vai abandonando o banheiro. Vemos a silhueta de Davi nu debaixo da ducha, parado. Corta para:

CENA 13. PRODUTORA GALVÃO. SALA DE LEONOR. INTERIOR. DIA.

Clima tenso. Kadu não quer briga. Com os olhos marejados, Alessandra está alterada, mas não faz escândalo. Leonor tenta intermediar a conversa.

ALESSANDRA: – Então eu estava certa. Você me trocou por outra mulher. Outra mulher no meu lugar… Seu cachorro! Você não vale nada, Kadu! Não vale nada!

LEONOR: – Alessandra, por favor! Acalme-se!

ALESSANDRA: – Cala a boca, Leonor! Para de ficar tentando amenizar as coisas. O seu filho acaba de confessar que me enfiou um belo par de chifres na testa e você quer que eu reaja como? Quer que eu saia dançando e comemorando o troféu da mais nova corna do Rio de Janeiro? Francamente. (T) Quer saber? Eu tenho pena dessa mulher. É bom ela não ir se iludindo muito, um canalha como você não sossega com ninguém.

Alessandra tira o anel de noivado do dedo e atira na direção de Kadu. Sai revoltada. Bate a porta com tudo. Kadu sério. Leonor o culpa.

LEONOR: – Tá vendo o que você conseguiu com esse seu surto de sinceridade?

KADU: – Foi melhor abrir o jogo de vez. É mais honesto com ela e mais honesto comigo mesmo também.

Kadu sai. Leonor arqueja. Pensa. Pega o telefone:

LEONOR: – Flavinha, me consiga o contato do melhor detetive da cidade. Da cidade não, do país. Pra ontem!

Leonor muito séria. Corta para:

CENA 14. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE.

Música: “Are You With Me” – Lost Frequencies. Stock-shots do Rio à noite. Corta para:

CENA 15. RESTAURANTE. EXTERIOR. NOITE.

Restaurante ao ar livre, podendo ser numa área com varanda. Júlia e Kadu estão numa mesa, jantando.

JÚLIA: – Logo depois da morte da minha mãe, fui pra Argentina, Buenos Aires, trabalhar numa agência de turismo. Mas não deu muito certo.

KADU: – O que aconteceu?

JÚLIA: – A agência fechou, quebrou, faliu, sei lá. Quando vi, tava desempregada. Tempos difíceis, tive que me virar.

KADU: – Se virar? De que jeito?

JÚLIA: (nervosa) – Eu… não gosto de falar sobre esse perrengue. Vamos mudar de assunto?

KADU: – Claro, tem razão, vamos falar de coisas mais alegres. De nós dois, por exemplo. Já te disse que eu tô fascinado por você?

JÚLIA: – É, seus olhos parecem duas bolas de natal, de tanto que brilham.

Eles riem. Agora, de uma mesa mais afastada, vemos alguém observando o casal e fazendo um vídeo. É um detetive. Volta pra Júlia e Kadu:

JÚLIA: – Posso propor uma aventura?

KADU: – Por favor.

JÚLIA: – Que tal se a gente sair de fininho agora sem pagar a conta?

KADU: – Uau, isso que eu chamo de uma grande aventura. Como vai ser?

JÚLIA: – Quando eu contar até três, a gente sai correndo. Preparado? Lá vai… Um, dois… três!

Desordeiros, Júlia e Kadu saem correndo. Montam na moto e saem com tudo. Mostrar a cara do detetive não acreditando no que vê. Júlia, na traseira da moto, faz gesto obsceno com o dedo pro garçom, que tá fulo. Eles riem. Corta para:

CENA 16.PRAIA. EXTERIOR. NOITE.

Júlia e Kadu deitam na areia da praia, às gargalhadas, sem ninguém por perto.

JÚLIA: – Você precisava ver a cara do garçom puto da vida. Coitado.

KADU: – Você me surpreende o tempo todo, sabia?

JÚLIA: – É?

Clima. Música: “Cataflor” – Tiago Iorc. Rostos bem próximos. Beijam-se apaixonadamente e transam. Corta para:

CENA 17. COMPILAÇÃO.

Ao som da mesma música da cena anterior, vemos agora uma compilação de cenas que ilustrem a passagem de UM MÊS. As principais:

– Júlia e Kadu muito apaixonados fazendo programas juntos. Em alguns, com a presença do menino Javier. Há também um com Tia Sofia e Belita, podendo ser um almoço no apartamento de Ipanema. Mostrar ainda o detetive contratado por Leonor fazendo seu trabalho.

– Davi solitário, na companhia apenas de seu cachorro Bicicleta.

– Filipe se divertindo na balada, mas pensativo em outros momentos. Num desses, olha o contato de Davi no celular.

– Alessandra pegando um voo.

– Horácio no golfe.

– Leonor trabalhando na produtora, mobilizando seus funcionários. Em outro momento, olha com carinho uma foto de Abel.

– Gilda dando continuidade ao seu plano. Num momento, conversa com um técnico de monitoramento. Em outro, aparece no apartamento de Abel com um presente, e em seguida instalando estrategicamente uma micro câmera no quarto dele. Depois, vemos ela dando uma olhada num notebook, conferindo as imagens captadas pela câmera, ansiosa pela aparição de Leonor no apartamento do amante.

Sobre as últimas imagens, letreiro:
UM MÊS DEPOIS

 

CENA 18. PRODUTORA GALVÃO. SALA DE LEONOR. INTERIOR. DIA.

Abre num grande envelope em cima da mesa. O detetive entrega um relatório de seu trabalho para Leonor.

DETETIVE: – Está tudo aqui, senhora. Vídeos, fotos e o relatório final, como de praxe.

LEONOR: – Muito bem. (tira um boa quantia da gaveta e entrega a ele) Espero que o seu trabalho faça por merecer isso aqui. E então, o que você pode me adiantar?

DETETIVE: – Bom, senhora, pude apurar muita coisa. Ela se chama Júlia Vilela; tem 31 anos; mora em Ipanema com uma tia aposentada; tem um filho pequeno, de mais ou menos uns cinco, seis anos; trabalha num buffet de festas; viveu a última década fora do país; e, por fim, há duas informações peculiares.

LEONOR: – Informações peculiares? Pois diga.

DETETIVE: – Essa moça é casada e vivia de vida fácil na Argentina. Garota de programa.

Leonor com cara de extrema surpresa. Efeito e corta para:

FINAL DO CAPÍTULO 08

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