Aquele Amor – Capítulo 24

VINTE E QUATRO

Roteiro
Wagner Nascimento

Cena 1- Casa de Laura / Sala / Manhã

Continuação imediata do capítulo anterior…

Laura encara Ariela que finge um falso choro. A idosa acaba adormecendo. Os enfermeiros a levam.

Ernesto se aproxima de Ariela

Ernesto: Não se preocupe, sua mãe será bem tratada!

Ariela, seca as lágrimas: Muito obrigado doutor!

Ernesto sai.

Ariela senta no sofá: Eu não sei como será minha vida sem a mamãe aqui. Eu só tinha ela aqui!

Marcela: Eu sei que será difícil,  mas eu quero que saiba que estarei sempre aqui do seu lado!

Ariela, sorri de leve: Muito obrigado por tudo amiga!

Marcela: Mas eu quero lhe fazer uma proposta!

Ariela: Qual?

Marcela: Que tal você vim morar comigo na cobertura? Você vai ficar aqui sozinha, e agora que eu estou me separando do Francis…

Ariela: Mas será que o Mateus não vai achar ruim?

Marcela: Vai nada. Está decidido, você vem morar comigo. Não vai ser bom pra você morar aqui sozinha nesta casa, vai ficar se lembrando da sua mãe. E fora que será bom pra mim também!

Ariela pega nas mãos da amiga: Muito obrigado Marcela, você é a melhor amiga que eu poderia ter! Quero te dizer que eu só ainda estou lá na revista porque preciso do dinheiro!

Marcela: Não se preocupe, eu sei que você precisa de seu emprego – ela se levanta – Agora eu tenho que ir, te espero lá! – sorri e depois sai.

Ariela se levanta e depois se joga no sofá sorrindo.

Ariela: Nossa, isso foi tão real que até me senti uma Fernanda Montenegro! – sorri – está tudo dando super certo; me livrei da otária daquela velha. E agora estou indo morar com a burra da Marcela. Eu estarei mais perto do Francis! – sorri.

Close no sorriso maldoso de Ariela.

Cena 2- Apto de Andressa / Sala / Manhã

Andressa está à mesa com a pequena Mel, ela tenta fazer ela comer algo mas é em vão.

Andressa: A não Melzinha, assim não da. Tem que comer algo!

Ela tenta outras vezes. A campainha toca.

Andressa: Será que é a Soraia? Deus ajuda que seja ela!

Ela abre a porta, Eleandro sorri.

Andressa: Eleandro?

Eleandro: Posso entrar? Ou está ocupada?

Andressa sorri: Não, pode entrar sim. Estava aqui apenas tentando fazer a Mel comer algo, mas parece que ela hoje acordou com a macaca!

Eleandro:  Deixa eu te ajudar, me dou muito bem com crianças!

Os dois entram. Eleandro senta ao lado de Mel.

Eleandro: Então Melzinha,  vamos comer?

Close nele colocando a comida na boca da garotinha. Andressa o observa.

Cortes Descontínuos. Andressa limpa a boca de Mel com um guardanapo.

Andressa: Nossa Eleandro, você acaba de fazer um grande milagre. Acho que terei que te contratar como babá!  – sorri. 

Eleandro: Mas eu só brinquei,  nisso fui instigando ela a comer!

Andressa sorri: E deu super certo. Mas me diz, o que você veio fazer aqui? Tenho certeza que não foi só alimentar a Mel!

Eleandro: Não, é que eu tava sozinho em casa, hoje não tenho aula. Resolvi te fazer uma visita!

Andressa: Ainda não me caiu a ficha que minha irmã está morta. Queria muito poder ter ao menos despedido dela!

Eleandro: E que tal a gente fazer uma visita ao túmulo dela. Levar umas flores!

Andressa: Acho ótimo. Deixa só eu trocar de roupa, é rapidão!

Eleandro: Pode ficar tranquila!

Andressa sai. Eleandro a encara, close no sorriso dele.

Eleandro pensa: Como ela pode ser tão parecida com a Anne…?

Cena 3- Mansão de Marie / Sala / Manhã

Marie desce a escada com sua bolsa no ombro.

Marie: Estou indo pra revista, não aguento ficar em casa hoje!

Orestes chega:  O carro já está pronto!

Marie: Orestes, você voltou!

Orestes: Sim. Já está na hora, não é mesmo? Eu já tirei o carro!

Emília entra: Está cheio de jornalistas lá fora!

Marie: Esse bando de urubus não vai empatar meu dia! Vamos Orestes!

Ela sai, Orestes a segue.

Micael desce a escada: A mamãe já saiu?

Francis: Sim, e está cheio de jornalista ai fora!

Micael: Mas esse povo não tem emprego não!

Emília: Esse é o emprego deles, desgraçar a vida dos outros!

Micael: Eu também vou sair! – ele sai.

Emília olha pro pai: E o senhor?

Francis: Vou esperar pra ver se esse povo todo sai dai!

Emília: Bem, eu vou pro meu quarto, qualquer coisa… Estou lá!  – ela aponta com o dedo, depois sobe.

Lá fora

O carro de Marie sai. Vários jornalistas estão lá, muitos flashes,  motimemtação. 

Um jornalista se aproxima do carro: Marie, o que você tem a declarar sobre essa notícia do seu caso com o Francis!

Marie o ignora e fecha a janela do carro.

Marie: Orestes, por favor sai logo daqui!

Orestes: Eles estão por todo lado. Está bloqueando a saída!

Marie alterada: Passa por cima desse bando de abutre!

Orestes arranca o carro. Os jornalista começam a espalhar.

De longe Scheila observa tudo com um sorriso.

Cena 4- Apto de Chease e Amadeu / Sala / Manhã

Chease sai do quarto arrumando o cabelo.

Amadeu: Bom dia, já vai sair?

Chease:  Esqueceu que a revista abre cedo?

Amadeu: Mas, e o café?

Chease:  O café eu tomo a caminho. Eu te espero lá!

Amadeu: Eu não acredito nisso!

Chease: Até logo! – sai.

Amadeu: Isso está indo longe demais! – ele se levanta apenas de cueca.

Cena 5- Casa de Josefa / Sala de Jantar / Manhã

Josefa coloca o bolo a mesa.

Josefa: O César não me convenceu com aquela história de um cliente em búzios!

Rayne: A senhora acha que ele possa ter uma amante?

Josefa: Não é pra tanto. Mas acho que ele possa está me escondendo alguma coisa!

Pedro: Mas o que?

Josefa: Isso eu não sei, mas vou descobrir!

Rayne: Bem, eu tenho que ir pra revista!

Um carro buzina.

Rayne sorri: É o Micael!

Pedro: Está dando tudo certo pra vocês em mana!

Rayne: Graças a Deus! – e sai.

Josefa: E você filho? Como vai com a tal Emília!

Pedro: Eu não mais falei com ela. Estou muito ocupado me preocupando com esse julgamento!

Josefa senta a mesa: Tenho fé que isso vai terminar bem!

Ela senta a mesa.  Os dois começam a tomar o café.

Lá fora…

Rayne entra no carro de Micael e fecha a porta. Ela sorri, os dois se beijam.

Rayne: Eu vou acabar me acostumando se você vier aqui me buscar todo dia!

Micael sorri: É que eu não consigo ficar sem te ver!

Rayne: Então vamos, que eu já estou atrasada!

Micael: Vamos sim!

Ele arranca o carro.

Cena 6- Cobertura de Marcela / Sala / Manhã

Marcela chega, Mateus está sentado no sofá.

Mateus: Mãe, até que enfim chegou. Onde tava?

Marcela: Fui ajudar a Ariela, ela está passando por uma grande dificuldade. E já quero deixar avisado que ela vem morar aqui!

Mateus: Aqui? Como assim mãe? – se levanta.

Marcela: A Ariela está frágil. A mãe dela não está bem psicologicamente falando, tivemos que interná-la. E para não deixar a Ariela sozinha naquela casa, justo agora que ela está enfrentando essa barra toda, eu chamei ela pra vir morar aqui!

Mateus: Por tudo bem!

Marcela: E você não vai pra revista?

Mateus: Eu não sei se estou afim de aturar aquele ambiente, pelo menos não agora!

Marcela: Tudo bem! Eu vou está no meu quarto! – e sobe.

Mateus senta novamente, dessa vez com um livro.

Cena 7- Búzios – Praia / Manhã

César e Soraia caminham juntos pela praia, os dois se beijam.

Soraia: Isso até parece um sonho. Eu e você aqui,  juntos!

César:  É, deu um trabalho mas consegui desvacilar da minha família!

Soraia: Sabe o quanto eu sonhei com isso!

César:  Pois é, mas agora é tudo realidade! E vamos curtir ao máximo, eu só consegui um dia aqui!

Soraia: Um dia já é bastante! – sorri.

Os dois se beijam enquanto caminham pela praia.

Cena 8- Revista Modelo / Sala de Marie / Manhã

Marie está sentada na sua cadeira, seus pensamentos voam longe. Débora entra.

Débora: Está em que mundo?  – diz ao sentar-se.

Marie: Queria eu poder voar pra outro mundo nesse momento. Está um caos essa minha vida!

Débora: Eu imagino. Mas me diz, como está as coisas?

Marie: Eu tive que abrigar o Francis em casa, a Marcela o expulsou de casa!

Débora: Vocês se acertaram?

Marie: Sim. Eu resolvi parar de lutar contra. Já está tudo exposto mesmo. Não tenho mais nada a perder!

Débora: Que bom amiga, não é saudável lutar contra um sentimento!

Marie: É, mas minha preocupação agora é com a revista. Tenho medo que isso respingue sobre ela, perder patrocínio agora não é nada bom. Fora que isso tudo vai atrasar o lançamento da próxima edição!

Débora: Isso é verdade. Mas com fé no pai isso vai dar tudo certo!

Marie: Assim espero!

Micael entra: Bom dia Débora. Mãe, será que eu posso falar com você?

Marie: Claro,  o que houve?

Débora: Bem, eu vou elaborar uns textos que tenho pra fazer.  Com licença!  – e sai.

Micael senta: A senhora ta sabendo que o julgamento do caso da garota que morreu no acidente em Copacabana foi marcado?

Marie: Não, também com esse furdúncio que está acontecendo. Eu nem tive tempo de pensar nisso. Acho até estranho a Emília não ter me contado nada!

Micael: Foi marcado pra daqui a duas semanas. E como a senhora é uma das testemunhas…

Marie: Eu vou está lá. Só preciso procurar aquele garoto, o Eleandro. A Emília deve saber onde ele mora!

Micael: Muito bem, outra coisa: Já sabe qual será a pauta da próxima edição? Já que a reunião não deu em nada!

Marie: Ainda não decidi nada. Isso está me dando uma grande dor de cabeça. Mas vamos pensar em algo!

Micael sorri: Tudo bem! Eu… Vou pra minha sala!

Marie: Ok!

Micael vai saindo.

Marie: Micael? – ele se vira – e você com a Rayne, como estão?

Micael: Ótimo! – sorri.

Marie: E o Mateus!

Micael: Me evitando ao máximo! – desfaz o sorriso.

Marie: Imagino. Pode ir agora!

Micael sai.

Marie volta a pensar em algo.

Na sala dos redatores.

Chease chega.

Chease: Bom dia pessoal?

Rayne: Chease? Já voltou da lua de mel?

Chease: Nem me fale dessa lua de mel, foi a pior viagem da minha vida!

Débora sorri: O Amadeu é tão ruim assim?

Chease: Não, mas a família ele sim!

Rayne: Pêra ai? Vocês sairam de lua de mel, ou ele foi apresentar você a família?

Chease: Ele resolveu fazer os dois, e lógico que não deu certo! A tia dele é uma mulher indesejada que não tem papas na língua. Já a prima é uma recalcada que acha ser a espertalhona!  Odiei!

Débora: Nossa, tudo isso? Que horror. Mas cadê ele?

Chease: Ficou em casa, fazendo o café da manhã!  – ela se senta a sua mesa.

Rayne e Débora se olham sorrindo.

Cena 9- Cemitério da consolação / Túmulo de Anne / Manhã

Eleandro se aproxima.

Eleandro: Foi aqui. Aqui que está enterrada a Anne. É sempre tão triste voltar aqui. Me vem a memória as boas lembranças,  e aquele acidente maldito! – ele se emociona.

Andressa coloca as flores no túmulo: Queria tanto ter tido um tempo com minha irmã! -ela passa a mão sobre a pedra.

Eleandro:  Estranho a Anne nunca ter falando de você pra mim!

Andressa: Eu e ela não éramos tão unidas. Mas nos últimos meses eu senti uma grande falta dela na minha vida. Era a única família que eu tinha!

Eleandro: Eu sei muito bem como é. Eu amei ela incondicionalmente,  acho que nunca vou amar alguém como amei ela. Ainda sinto ela viva aqui no meu peito!

Andressa: Isso porque você a amava de verdade. (T) Eleandro,  me diz uma coisa, minha irmã era feliz?

Ela encara o garoto.

Eleandro: Muito, a Anne era uma garota encantadora. Sempre sorrindo me fazia tão bem só de olhar pro sorriso dela, era algo eterno, entende?

Andressa: Entendo sim. Desde pequena todos elogiavam o sorriso dela. Minha mãe queria até colocar ela no mundo da moda, mas meu pai mão aceitou!

Eleandro: Nós dois tínhamos grandes planos. Eu queria me casar com ela, ter filhos. Infelizmente esse sonho foi quebrado naquele acidente, é como se uma nuvem negra caísse sobre mim!

Andressa: Você fala tão bem da minha irmã que eu chego a imaginar ela aqui, conosco!

Eleandro: De certa forma está! – ele olha pra saída – Vamos? Já chega de tristeza por hoje, que tal tomar um sorvete?

Andressa: Eu aceito! – sorri.

Os dois saem, Eleandro vai levando Mel nos braços.

Close na Pedra.

Cena 10- Clínica psiquiátrica / Quarto onde Laura está / Manhã

Aos poucos Laura vai acordando  aabrindo os olhos.  Ela desperta e se da conta de que está internada. Ela senta na cama, uma enfermeira está ao seu lado.

Laura: Onde estou? O que está acontecendo aqui? – diz ao olhar pros dois lados.

Enfermeira:  Calma dona Laura! Calma!

Laura:  Calma? Eu exijo saber o que é isso?

Enfermeira: Você vai ficar bem, não se preocupe!

Laura se lembra aos poucos do que aconteceu. 

Laura: A Ariela. Foi ela. Ela mandou me colocar aqui… – ela encara a enfermeira – por favor me ajuda,  eu não pertenço a este lugar. Eu não sou louca!  Por favor me tire daqui! – diz desesperada.

Enfermeira:  Calma dona Laura. Eu vou cuidar de você! Não precisa ficar assim, nós seremos amigas!

Laura:  Você não entende, eu não sou louca! Eu fui mandada praqui por pura maldade. Eu não sou louca, não sou louca! – chora se debatendo.  

Enfermeira:  Eu sei, eu sei! Fique calma!  – ela tenta acalmar a idosa.

Paralelo a isso.

Ariela entra na cobertura de Marcela com suas malas.

Ariela: Seja bem vinda minha amiga. Quero que sinta em casa!

Ariela: Muito obrigada Marcela. Estou muito grata por me abrigar e sua casa!

Marcela: Amigo é pra essas coisas! Entre, eu vou te levar ao quarto!

No quarto de hospedes.

Marcela entra acompanhada por Ariela.

Marcela: Está aqui, sei que não é grande coisa. Mas da pra viver! – sorri.

Ariela: Não se preocupe. Eu vou ficar bem aqui! Muito obrigado mais uma vez!

Marcela: Eu vou te deixar sozinha pra que você arrume suas coisas, depois desça pra gente conversar!

Marcela sai.

Ariela senta na cama. Um sorriso brota em seu olhar, ela se deita na cama.

Ariela: Nossa, isso é tão bom. Me sinto até a Laura triunfando sobre Maria Clara! – sorri.

Ela senta na cama e fuça a pular sobre o colchão.

Ariela: Tão bom isso, que não tem como não imaginar eu e o Francis aqui… Deitados… Fazendo amor! -sorri.

Close no seu olhar. Ariela se levanta indo até a janela.

Ariela: Aqui vai ficar tudo mais fácil pra mim. Logo, logo eu estarei com ele… Na cama! -sorri.

Foco no sorriso de Ariela.

Continua.