Séries de Web
Filho Amado

Capítulo 11 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 11.

 


 

Uns minutos depois…

 

Marinez dá chá ao marido: Bebe o chá e para de chorar, José.

 

José do Gado está deitado no sofá: Como eu posso parar de chorar? Minha mulher desconfia de mim, minha filha quer se casar com um marmanjo qualquer e meu melhor amigo e compadre acaba de MORRER! Oh, vida cruel!

 

Marinez derrama o chá no rosto dele: Deixa de drama Zé! Você tem que apoiar os parentes dele agora, parece que ele foi assassinado! Imagine a dor terrível que deve ser…

 

José do Gado se levanta repentinamente: Marinez, eu já sei quem é o assassino!

 

Marinez: Como você sabe se nem ao menos a POLICIA sabe?

 

José apresenta sua ideia: Ligue os pontos Marinez, só pode ter sido  o Bravejo que matou ele, raciocine, o Coronel se sentiu ameaçado porque o Chico disse que tinha uma campanha ideal pra mim esse ano, ele se sentiu ameaçado e matou o coitado do Chico Branco!

 

Marinez: Todos são suspeitos Zé, não se pode acusar ninguém assim!

 

José do Gado: Eu tenho certeza que foi ele!- O politico se levanta- E vou provar isso, mas primeiro vou trocar de roupa- Ele sobe as escadas.

 

Aurora continua no sofá com sua mala.

 

Marinez se aproxima da filha: Só dá mais uns dias pro seu pai, ele vai acabar aceitando esse casamento, meu amor, seja paciente- Ela dá um beijo na testa da filha.

 

Carro de Leopoldo…

 

Leopoldo estaciona: Bom, chegamos na casa de vocês, fica bem, irmão.

 

Bento, feliz: Obrigado pelo apoio- Ele desce com a ajuda de Éssio.

 

Anna, para Leopoldo: Quando descobrirem como mataram o Chico Branco você me avisa, tudo bem?

 

Leopoldo: Claro…

 

Bento entra em casa, ajudado por Éssio, mas está tudo silencioso.

 

Bento repara: Cadê o Noronha?

 

Anna, maldosa: Você acha que ele liga pra você? Ele não devia nem pisar os pés nessa casa depois de toda a confusão que provocou ontem, aquele sem vergonha…

 

Bento se senta no sofá: Vamos deixar pra discutir isso depois, eu vou ter uma longa conversa com o Noronha, mas não só com ele.

 

Anna: Pra mim não tem conversa nenhuma, eu quero o Noronha fora daqui, só assim vamos ter paz!

 

Bento se estressa: Você não pode expulsa-lo!

 

Éssio recomenda: Fique calmo pai, não é bom estresse, você quase morreu ontem…

 

Bento encara Anna: Você tem razão Éssio…

 

Casa do Coronel Bravejo.

 

Bravejo e Ruper arrumam uma mala.

 

Ruper enfia as roupas na mala: Eu ainda não entendi porque o senhor vai embora justo agora…E pra quê tanta pressa?

 

Bravejo, irritado: Eu não te pago pra fazer perguntas, apenas arrume a minha mala, vou viajar ainda hoje!

 

Ruper: Na verdade o senhor não me paga pra arrumar suas malas…

 

Bravejo fecha a mala: Não importa! Tenho que sair da cidade!

 

Ruper: Mas porquê você vai sair da cidade justo agora?

 

Bravejo lembra da morte de Chico Branco: Eu já falei que vou sair porque a minha sobrinha está doente e preciso visitar ela, quando o Leopoldo perguntar você diga isso, e apenas isso, agora vou pro posto abastecer e de lá irei pra capital.

 

Ruper: Mas você não me falou que tinha sobrinha, e não vai ficar meio suspeito se você for embora justo agora que o Chico Branco morreu? Vai ficar como se você fosse o culpado!

 

Bravejo ordena: Para de falar bobagem! Não sou suspeito, e quem não deve não teme!- Ele pega a mala e sai correndo em direção ao carro- Aqui estão as chaves da prefeitura, entregue elas para o Leopoldo- Ele entra no carro- Tchau, Ruper- O Coronel liga o carro e sai em toda a velocidade possível.

 

Ruper nota: Nunca vi o Coronel desse jeito…

 

Casa dos Dávila/ Tarde.

 

Noronha chega em casa e se depara com Bento na sala.

 

Bento, feliz: Filho…

 

Noronha vai correndo abraçar ele: Pai…Que bom te ver recuperado…Sobre ontem eu…

 

Bento, carinhoso: Esqueça tudo o que aconteceu ontem, a um certo ponto ninguém mais era o mesmo, estávamos todos de cabeça quente, Noronha…O que você tem que pensar agora é no seu futuro, no seu casamento, na sua ida pra capital, você deve esquecer as provocações do passado de vez, e se libertar dessa magoa tão grande contra a sua mãe, isso não vai te ajudar em nada e nem te levar pra frente, esquece isso de vez filho.

 

Noronha, firme: Vou esquecer isso de vez, você tem razão pai, eu não sei o que aconteceu comigo…A Aurora e eu nos amamos, e vamos nos casar.

 

Bento, fraterno: Pode ter certeza que eu te dou apoio total no seu casamento, filho, e quando você precisar de ajuda não tenha medo de ligar pra mim, eu sempre vou te ajudar na sua vida enquanto puder.

 

Noronha o abraça ainda mais: Eu tenho muita sorte por ter um pai como você…Eu te amo…

 

Bento: Eu também te amo filho, e pode ter certeza que nunca vou deixar de te amar…Não foi dessa vez que você se livrou de mim- Brinca.

 

Noronha: Ainda bem que nenhuma tragédia aconteceu, no fim correu tudo bem…

 

Bento lembra: Quase tudo bem, o Chico Branco foi achado morto ontem, acredita?

 

Noronha fica estranho, ele se levanta: Pai…Eu preciso te contar uma coisa…

 

Anna chega no instante: Estou interrompendo o momento pai e filho de comercial de margarina?

 

Bento olha com cara feia para a esposa: Pode continuar o que você estava falando, Noronha.

 

Noronha fica com olhar fixo para a mãe: Outra hora eu te falo pai- Ele vai para seu quarto.

 

Anna pensa “ Esse Noronha acha que me engana, ele tá escondendo alguma coisa de mim…”

 

Mansão de José do Gado/ A noite…

 

José do Gado e Marinez chegam do velório.

 

José, dramático: Como é duro perder um amigo, aquele que sempre me apoiava nos momentos bons e ruins…Queria ter ao menos me despedido dele decentemente!

 

Marinez: Realmente o Chico era um grande amigo- Ela repara em Aurora que está sentada no sofá- Oi filha.

 

José do Gado: Por quê você não foi no cemitério, Aurora? Você sabe muito bem o caminho, e o Chico era seu padrinho!

 

Marinez senta-se ao lado da filha: O que aconteceu? Porque essa cara?

 

Aurora: Vocês esqueceram da minha história por acaso? Eu conversei hoje com o Noronha e nós decidimos que vamos nos casar com o seu consentimento ou não, pai, e nem tente me impedir!

 

José do Gado: Não é hora pra isso, filha, o Chico Branco morr….

 

Aurora o confronta: Eu lamento muito a morte dele, mas você está usando isso pra atrapalhar meu casamento com o Noronha, pois saiba que ele pagou nossas inscrições pro JOVEM DE OURO e mês que vem nós podemos ser selecionados pra um emprego na capital!

 

José do Gado, furioso: Ele não podia ter feito isso!

 

Aurora, com raiva: Mas fez. E eu apoio ele. Nós vamos nos casar, pai, seja aqui, na capital, ou na China, e ninguém vai impedir isso!

 

José: Eu não admito que você fale assim comigo!

 

Aurora: Eu só estou falando o que penso, pai, eu e o Noronha nos amamos, amor verdadeiro, sabe o que é isso?

 

José do Gado: CHEGA!

 

Marinez: É a sua decisão, Zé, eles vão se casar aqui e eu já falei com o padre, se você não quiser entrar com a Aurora na igreja, eu chamo outro, você decide…

 

José do Gado, decepcionado: Tudo bem…Mas depois vocês não digam que eu não avisei quando uma tragédia acontecer com esse casal!

 

Aurora abraça a mãe, feliz.

 

Aurora, animada: Nada de ruim vai acontecer, pai, fico feliz que o senhor finalmente aceitou as minhas ideias.

 

José sobe pro quarto, sem dizer nada.

 

Dias depois…

 

Praça…

 

Bruno: Eu? Padrinho? É claro que aceito!

 

Noronha e Aurora estão abraçados.

 

Aurora, alegre: Ótimo, Bruno!

 

Noronha, contente: Obrigado por aceitar o convite, amigo, vai ser muito bom contar com a sua presença no altar!

 

Bruno, curioso: E quem vai ser a madrinha?

 

Noronha conta: A Betânia!

 

Aurora: Epa, eu não sabia disso!

 

Noronha: Nossa, achei que tinha te contado, Aurora, ela é muito amiga minha desde os tempos do colégio, por isso a convidei.

 

Aurora, enciumada: Tudo bem, já convidou mesmo, mas não gosto do jeito daquela mulher…

 

Casa dos Dávila/ Hora do almoço.

 

Anna termina de fazer uma lasanha: Pronto, Éssinho, como você queria meu filho…
Éssio aprecia a comida: Mãe, você sabe mesmo como me agradar…

 

Anna, contente: Claro, fiz essa lasanha especialmente pra você já que hoje é o seu primeiro dia de emprego lá na prefeitura.

 

Éssio começa a devorar o prato: O Coronel chegou ontem de viagem, acredita que ele ficou desde o dia da festa até ontem na capital? Acho que ele tinha alguma coisa haver com a morte do Chico Branco…

 

Anna discorda: Ele não…Mas eu acho que o seu irmão tem!

 

Éssio grita: O NORONHA?

 

Anna pede: Fale baixo, Éssinho, não podemos esquecer que ele ainda mora aqui e pode ouvir o que falamos- Ela começa a sussurrar- O Noronha estava louco no dia da festa, é bem capaz de ele ter cometido um assassinato, esqueceu que ele tentou te matar, Éssio? Então ele é suspeito sim!

 

Éssio: Mas porque ele iria matar o Chico Branco?

 

Anna, rancorosa: Ele não precisa de motivos, só de uma arma na sua frente pra matar alguém…Você não conhece o Noronha tanto quanto eu, ele sempre foi muito violento, invejoso e explosivo…É capaz de tudo.

 

Éssio: Mãe, assim você me assusta com esses comentários.

 

Anna: EXATO! O Noronha é assustador, ele é de dar medo, Éssio, não sabemos que tipo de loucura ele pode fazer contra nós, tenho pena da tal Aurora que vai se casar com ele semana que vem, vai penar nas mãos daquele assassino, coitada…

 

Prefeitura/ Sala de Bravejo.

 

Ruper carrega a pesada mala do Coronel: Que bom que você voltou, prefeito, já estava sentindo sua falta…

 

Bravejo, fumando: É que minha sobrinha teve umas complicações, a coitada tentou resistir o quanto pode mas…- Ele faz cara triste.

 

Ruper: Meus pêsames pro senhor, num dia o Chico Branco, no outro a sua amável sobrinha…

 

Bravejo o encara: Tá insinuando o quê? Olha que eu te demito!

 

Ruper se explica: Não estou insinuando nada, apenas comentei.

 

Bravejo, intimidador: Bom mesmo. Mas já que você tocou no assunto…Tem alguma pista de como o Chico Branco morreu?

 

Ruper nega: Nenhuma que eu saiba, a policia chamou  o Leopoldo já que o senhor estava viajando mas parece que não acharam nada que dê uma pista do assassino…

 

Bravejo: Ótimo- Ruper arregala os ólhos- Quero dizer, que pena, que pena que não acharam nada…Agora não fique aí parado como um poste e me traga uma xicara de café com duas colheres e meia de açucar.

 

Dias depois…

 

Véspera do casamento de Noronha e Aurora.

 

Casa do Coronel Bravejo/ Tarde.

 

A campainha toca, Bravejo trata logo de abrir a porta: É Leopoldo.

 

Leopoldo, cansado: Eu vim correndo quando você me disse que precisava falar comigo urgente!

 

Bravejo, nervoso: Entre…Tenho algo muito importante pra falar.

 

Leopoldo: Então diz, homem!

 

Bravejo conta: A policia me ligou ontem e me chamou pra dar um depoimento sobre a morte do Chico, e eu fui hoje de manhã.

 

Leopoldo, irritado: Só isso? Foi pra isso que você fez eu correr um quarteirão?

 

Bravejo, trêmulo: Não, Leopoldo preste atenção, a policia me ligou hoje de novo, faz meia-hora, eles disseram que acharam uma pista que pode ser decisiva pra descobrir quem é o assassino!

 

Leopoldo: Continuo sem entender o que eu tenho haver com isso!

 

Bravejo explica: Eles me chamaram pra ir lá na delegacia, mas eu não quero ir, quero que você vá em meu lugar.

 

Leopoldo concorda: Tudo bem, eu vou eu vou…

 

Delegacia/ Quase a noite.

 

Leopoldo entra no lugar, que está vazio.

 

Leopoldo: Com licença, eu vim aqui em nome do prefeito, é sobre o caso do Chico Branco.

 

O policial ajeita alguns papéis: Sim, certo, vá até a sala três que eles estão resolvendo esse caso lá…

 

Leopoldo: Tudo bem.

 

Ao chegar lá…

 

Leopoldo se depara com dois policiais conversando.

 

Leopoldo, tímido: Com licença, eu vim aqui em nome do prefeito, sou o vice, vocês ligaram pra casa dele e disseram que tinham uma pista decisiva sobre o assassino…

 

O policial faz sinal pra ele entrar, e depois fecha a porta.

 

Policial: Prazer senhor, meu nome é Godofredo, sou o delegado responsável pelo caso do senhor Chico Branco- Ele faz sinal para o outro policial pegar algo na geladeira- Nós ligamos para o prefeito pois achamos uma coisa suspeita no terno em que ele usava no dia em que foi assassinado, sabe-se que ele não foi baleado, nem agredido fisicamente…Enfim, nós achamos isso no terno dele.

 

O policial abre um pote: Nós achamos isso aqui faz duas semanas, mandamos para um laboratório e o resultado chegou hoje.

 

Leopoldo olha dentro do pote, é um resto de bolinho que está lá dentro.

 

Leopoldo: Um bolinho?

 

O policial faz que “ sim” com a cabeça: Esse bolinho estava envenenado, ele foi a causa da morte do Chico Branco.

 


Termina o capítulo 11.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

Acompanhe também:
Twitter

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

Deixe um comentário

Séries de Web