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Criminal Secrets

Criminal secrets – Capítulo 3 (Eu odeio perder)

Capítulo 3                          (Eu odeio perder)

Participações especiais.

Daniela (40): Casada com um homem importante da sociedade carioca, ela teve um relacionamento com um jovem repórter que está ameaçando divulgar essa história nos jornais.

Vítor: Jovem repórter que fez de tudo pra seduzir Daniela e agora planeja alavancar a carreira revelando a traição dela.

Cena 1/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

No quarto, Anderson deitado na cama dorme tranquilamente. A campainha toca, mas Anderson não acorda, a campainha volta a tocar e agora sucessivamente. Como se a pessoa do outro lado estivesse desesperada. Anderson acorda assustado com o barulho da campainha. Ele levanta da cama só de cueca e vai até a sala e abre a porta e vê Daniela nervosa com um jornal nas mãos. Com o jornal ela bate 3 vezes no rosto de Anderson, em seguida ela abre o jornal e mostra a reportagem que Vítor fez sobre ela.

Daniela: Foi assim que você resolveu meu problema? Esse reporte acabou com a minha vida.

Anderson: Eu não estou entendendo.

Daniela: Você não está entendendo? Eu vou te explicar. Eu te contratei pra ser a solução dos meus problemas, se você não era capaz, era só me avisar que eu chamaria alguém que conseguiria.

Anderson: Fica calma. Eu posso resolver isso. Eu não sei por que ele publicou isso. Nós tínhamos um acordo.

Daniela: Acordo que não funcionou. Eu não quero saber como, mas resolva. E vista uma roupa pra falar com seus clientes.

Daniela joga o jornal no rosto de Anderson e sai andando. Anderson fica em choque.

Cena 2/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Mario usa o computador e Anderson em pé atrás dele anda de um lado para o outro.

Anderson: Ela estava furiosa. Normal, eu também estaria se tivesse publicado uma matéria dessas sobre mim. Mas ela bateu na minha cara.

Mario: Ela fez o que?

Anderson: Bateu na minha cara. Com o jornal. Esse reporterzinho vai me pagar muito caro. Odeio esse merda.

Mario: Você não tinha dito que estava resolvido?

Anderson: Eu tinha, mas ele me enganou. Você precisa procurar mais coisas sobre ele. Só o fato de ter se internado na clinica pra dependentes químicos não é o suficiente.

Mario: Eu estou procurando. Estou fazendo o que eu posso e o mais rápido que eu posso.

Anderson: Seja mais rápido e faça mais do que você pode. Eu não vou ficar aqui parado.

Anderson sai do apartamento.

Cena 3/Rio de Janeiro/Manhã.

Jornal.

Na redação do jornal, Anderson caminha pelo corredor e vai até a mesa de Vitor.

Anderson: Qual é o seu problema? Nós tínhamos um acordo. Você cometeu um crime. Você quebrou um contrato de confidencialidade.

Vitor: Como eu sou mal, não é? Você achou mesmo que vir aqui no meu trabalho e me ameaçar com entradas numa clinica de reabilitação ia me impedir de fazer o meu trabalho? Você realmente não me conhece. Eu vivo pelo jornalismo e o que eu fiz foi jornalismo.

Anderson: Não. O que você fez foi baixo. Você se aproveitou de um casamento em crise pra se tornar um amantezinho de quinta e depois publicar toda a intimidade. Você realmente está levando a sério essa ideia que sua carreira vai erguer com esse tipo de matéria? Você quer ser a próxima Fabíola Raipert?

Vítor: Você pode falar até babar, porque não vai adiantar. Meu telefone tocou a manhã inteira. Programas querendo me entrevistar, outros jornais maiores querendo que eu fale com eles. Você não esperava por essa não é? Você pode ser bom no que você faz Anderson, mas eu sou ótimo no que eu faço.

Anderson: Eu vou acabar com você. Pode ter certeza disso. Eu quero ver sua pose quando todos souberem que você não é um jornalista sério. É apenas um ex recuperando de uma clinica de ex-drogados, mas que parece que voltou a se drogar porque está tendo alucinações com a minha cliente. Boa sorte pra arrumar outro emprego quando estiver na sarjeta.

Vitor: Não se esqueça que eu sou bom no que eu faço. Talvez minha próxima matéria seja sobre você.

Anderson: Não tenho nada a esconder. Pode me investigar a vontade.

Vitor: Todos nós temos o que esconder. Todos nós temos segredos ocultos.

Anderson sai da redação.

Cena 4./Rio de Janeiro/Tarde.

Casa de Mag e Julio.

Na sala, Mag e Julio discutem.

Mag: Não precisava mesmo daquela ceninha ridícula que você teve no bar. E por causa do Andy.

Julio: Você ainda o chama de Andy. Você devia ter mais vergonha na cara. Ele te traiu com o colega de quarto. E você ainda vai atrás dele como um cachorrinho querendo carinho.

Mag: Eu já o perdoei.

Julio: Você ficou várias semanas em depressão. E tudo se resolve com um “eu já o perdoei”. Por favor, minha irmã. Você é melhor do que isso.

Mag: Você quer que eu faça o que? Que eu não converse com eles?

Julio: No mínimo é o que você devia fazer.

Mag: Eu não vou fazer isso. E nossa conversa acabou aqui.

Cena 5/Rio de Janeiro/Tarde.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Anderson entra em casa e vê Gabriela sentada no sofá.

Anderson: O que você está fazendo aqui?

Gabriela: Nós precisamos conversar.

Anderson: Eu não posso agora, eu estou trabalhando.

Gabriela: Mas nós precisamos conversar. Você me acusou de ter matado a Verônica e eu não fiz isso.

Anderson: Você pode calar a boca? Ninguém pode saber dessa história. O Mario pode ouvir.

Gabriela: Ele não está aqui. Ele saiu. Então nós vamos conversar sobre isso sim. Você não pode me acusar. Já basta o seu pai. Você tem que ser sensato. Eu não faria isso.

Anderson: Não faria mesmo, mãe? A senhora tinha motivo. Ela era amante do seu marido. E isso a mais de 3 anos. Mulher humilhada é capaz de qualquer coisa.

Gabriela: Eu não a matei. Pare de acusar. Você adora recriminar seu pai, mas age igual a ele. Vocês são idênticos.

Anderson: Eu não sou igual a ele. Nunca mais fale isso. Você me ouviu?

Gabriela: Eu acho que não vai adiantar essa conversa mesmo. Então, eu só vou te deixar isso aqui.

Gabriela tira um envelope da bolsa e coloca em cima da mesa de centro.

Anderson: O que é isso?

Gabriela: A Verônica estava grávida. Esse é o resultado do exame. Mataram uma mulher grávida.

Anderson: Como você conseguiu isso?

Gabriela: Não importa.

Gabriela sai do apartamento.

Cena 6/Mangaratiba/Noite.

Casa dos Norton.

Na sala, sentado no sofá Pedro lê um livro, Eduardo entra em casa.

Eduardo: Sua mãe está em casa?

Pedro: Ainda não chegou.

Eduardo: Que bom, precisamos conversar. Você sabe que eu não mate a Verônica, não é?

Pedro: Pai, você lembra o que o Andy disse. Não vamos falar nisso.

Eduardo: Eu sei filho. Mas eu preciso que você acredite em mim. Não fui eu.

Pedro: Eu não vou falar disso.

Eduardo: Mas Pedro…

Pedro: Pai. Chega. Essa história pode acabar com todos nós. E se o que eu tenho que fazer é seguir o conselho do Andy, que é não falar sobre isso, eu vou seguir.

Pedro levanta e vai pro quarto.

Cena 7/Rio de Janeiro/Noite.

Apartamento de Anderson.

Na sala, Anderson toma chá sentado no sofá, ele fica pensativo. Mario chega à sala com um envelope e entrega a Anderson.

Mario: Estão todas as informações do Vitor. Tive que ir fundo pra conseguir achar isso. Juro que eu fiquei surpreso quando eu encontrei. Me surpreendeu.

Anderson: Obrigado Mario. E… Desculpe ter gritado com você e falado daquele jeito. Eu odeio perder. E ele ter publicado essa historia me tirou do sério.

Mario: Está tudo bem. Não foi a primeira vez que você fez isso. Eu já estou acostumado.

Anderson: Eu não te trato mal.

Mario: Se você acha… Eu tenho que sair agora.

Anderson: Espere, eu te trato mal?

Mario: Está tudo bem, Andy. Eu tenho que ir. A Mag está me esperando.

Anderson: Vocês vão sair e nem me chamaram?

Mario: Sim. Provavelmente vamos falar de você. Agora tchau.

Mario sai do apartamento.

Cena 8/Rio de Janeiro/Noite.

Bar.

Sentados à mesa, Mag e Mario bebem juntos e conversam.

Mario: O que você quer saber do Andy?

Mag: Quem disse que eu vim aqui te fazer perguntas sobre o Andy?

Mario: Eu te conheço Mag. Pergunta logo.

Mag: O que acontece entre vocês dois?

Mario: Eu já imaginava que seria isso. Nós somos apenas amigos. Dividimos o apartamento e só.

Mag: Não sei. Eu não consigo pensar nisso assim. Você sabe, eu vi vocês dois.

Mario: Você só viu a gente dormindo na sala. Isso não prova que aconteceu alguma coisa.

Mag: Eu não sou burra. Vocês estavam pelados.

Mario: Está bem, Mag. Nós transamos aquele dia. Mas foi só isso. Nunca mais isso se repetiu. Nós estamos bêbados. Bebemos muito, bebemos alem da conta e acabou acontecendo o que não devia ter acontecido. E pior ainda você viu o que não devia ter visto. Eu não vou dizer que a culpa disso foi apenas da bebida ou foi dele ou só minha. Acho que não tem culpado nessa historia. E eu sei que te magoamos e você ficou extremamente triste. E eu sinto muito por isso. De verdade.

Mag: Foi bom?

Mario: Acho que já deu de perguntas, Mag.

Mag: Você tem razão. Desculpe. Eu não devia ter perguntado isso.

Cena 9/Rio de Janeiro/Noite.

Rua.

Em frente o prédio do Jornal, Vitor caminha até Anderson.

Vitor: De novo você aqui? Já está ficando chato isso. Mas deixa eu te contar, consegui uma promoção. Sou o novo redator chefe. E você achando que eu não ia conseguir muito com minha matéria. Acho que um de nos dois estava errado. E não era eu.

Anderson: Já acabou? Eu odeio ser o destruidor de sonhos, mas eu vou ter que fazer isso com os seus sonhos. José Fonseca, diretor do “Império dos Tecidos” suborno por saber sobre um filho fora do casamento. Carlos Nogueira dona do “Glotes” aquela fabrica de fósforo, você sabe o qual é na sabe? Suborno por saber que ele é gay. Mônica Leroy diretora do Banco do Brasil, suborno por ela ter matado a amante do marido. E por ai vai. Tenho mais aqui na lista.

Anderson entrega o envelope a Vítor.

Vitor: Onde você conseguiu isso. Ninguém pode saber disso. Você está se envolvendo com pessoas perigosas.

Anderson: Até mesmo o Raul Godoy você suborna. Acho que você não tem amor à vida mesmo. Você sabe quantas pessoas esse homem já mandou matar? Suborno é crime e você vai pra cadeia. Eu vou liberar todos essas informações e vão começar uma investigação contra você e seus amigos. Ai você vai ser preso e na cadeia Raul Godoy vai cuidar de você. Acho que em uma semana você já vai estar morto. Então boa sorte com sua promoção. E eu menti pra você… Eu adorei ser o destruidor dos seus sonhos.

Anderson sai andando.

Cena 10/Rio de Janeiro/Manhã.

Apartamento de Anderson.

No quarto, deitado na cama ele dorme e sonha com a cena da morte de Verônica e acorda assustado e grita. Mario chega ao quarto.

Mario: O que aconteceu? Você está bem?

Anderson: Não. Mas vou ficar assim que eu resolver um assunto.

Cena 11/ Mangaratiba/Manhã.

 Casa dos Norton.

No quarto de Eduardo, ele e Anderson conversam.

Eduardo: Você quer o que?

Anderson: A chave da casa da Verônica. Eu sei que você tem.

Eduardo: Sim, eu tenho. Mas pra que? Por que isso agora?

Anderson: Porque vocês me colocaram nessa historia macabra. E eu fui contra todos os meus princípios pra ajudar vocês. E agora eu não tenho paz pra dormir. Eu vou descobrir quem matou a Verônica. E se você não me der à porcaria dessa chave você já vai para o topo da minha lista de suspeitos.

Eduardo: Não precisa me ameaçar eu vou te dar a chave. Mas foi você quem disse pra não mexermos mais nessa historia.

Anderson: A chave pai.

Cena 12/ Mangaratiba/Manhã.

Rua.

Na calçada, Anderson caminha até a casa de Verônica, ele olha para os lados pra ter certeza que ninguém está o vendo, e ele entra na casa. Na sala, Anderson caminha até o local do assassinato, na sua cabeça flashes de lembranças de Verônica morta. Ele olha em volta da sala se tem algo que ele pode usar como pista e não encontra nada. Ele sobe a escada até o segundo andar e vai para o quarto. Quarto arrumado. Uma toalha em cima da cama. Na parede algumas fotos dela. Anderson vai até o criado mudo e abre a gaveta e procura por algo. Em seguida ele vai até a cômoda e abre as gavetas e procura por algo. O seu celular toca e ele atende.

Anderson: Alô. Oi Daniela. Tudo bem?

Voz de Daniela: Eu acabei de ler o jornal, nosso amigo se retratou no jornal. Disse que ele inventou a historia pra se promover. Não sei como, mas você conseguiu. E graças a Deus meu marido desistiu do divorcio e conseguiu a direção da empresa. Dessa vez você fez tudo certo.

Anderson: Quem bom que as coisas se resolveram.

Voz de Daniela: Bom não. Ótimo. E não se preocupe eu vou te mandar aquela garrafa de Cheval Blanc 1947 que você gosta.

Anderson ouve outro celular tocando dentro do quarto.

Anderson: Eu vou ter que desligar agora. Muito obrigado.

Anderson desliga o celular e vai até o guarda-roupa e o abre. Ele procura entre as roupas e encontra o celular de Verônica que está tocando. Ele olha o visor e lê “Amor”.

Anderson: Que merda é essa?

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