Capítulo 7 – Recomeçar
CENA 01. EXTERNA CARIOCA. EXTERIOR. DIA.
Vista belíssima. Moto estacionada. Kadu e Júlia se beijam. Ela parece feliz, mas ele demonstra muito mais.
KADU: – Eu quero te fazer muito feliz.
JÚLIA: (confusa) – Eu não sei, não sei se a gente deve…
KADU: – Ei, o que é isso? O que tá pegando agora?
JÚLIA: – São muitas coisas envolvidas. Você não sabe…
KADU: – Então me conte. (sacando) É o seu ex-marido? Quer falar sobre isso?
JÚLIA: – Esquece, bobagem minha. (T) Bonito aqui, né? Eu sou formada em turismo, já te falei?
KADU: – Não, não falou. E o que você faz trabalhando num buffet?
JÚLIA: – Pois é, não tive muito sucesso no mercado. Ainda! Logo, logo eu emplaco, você vai ver.
KADU: – Claro que vai.
JÚLIA: (carinhosa) – Continua de onde parou. Você dizia que quer me fazer feliz… O que mais?
KADU: – Hummm… Te fazer feliz, te cobrir de beijos… Tá bom assim?
JÚLIA: – Perfeito.
Kadu dá vários beijinhos em Júlia. Lembra de alguma coisa.
KADU: – Ah, um momento, já volto. (vai em direção a moto)
JÚLIA: – Aonde você vai?
Na bolsa que está na moto, ele pega sua câmera. Volta.
KADU: – Faltou fazer uma foto lá na praia.
JÚLIA: – Qual?
Kadu beija Júlia e tira alguns selfies. Bate outras fotos dela. Já estava tocando o instrumental de When You Say Nothing At All – Ronan Keating desde que voltou o clima romântico. No momento das fotos, sobe a letra da música.
Eles se beijam, se abraçam… Muita felicidade. CAM aberta. Corta para:
CENA 02.RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA/NOITE.
Segue a música da cena anterior. Stock-shots da cidade. Final de tarde dando lugar ao anoitecer.
CENA 03. AV. DE IPANEMA. FACHADA DO PRÉDIO DE TIA SOFIA. EXTERIOR. NOITE.
Kadu e Júlia chegam de moto. Felicidade estampada no rosto de ambos. Ela desce.
KADU: – Pronto, tá entregue. Qualquer dia, quero conhecer a sua tia.
JÚLIA: – Claro, a Tia Sofia vai adorar.
KADU: (puxando-a) – Vem cá. (bocas bem próximas) Ainda não tô satisfeito.
JÚLIA: – Sério?
KADU: – Seríssimo.
Kadu beija Júlia. Mostrar agora a janela do apartamento de Tia Sofia, onde Belita vê a cena lá embaixo. Ela esboça um sorriso.
CENA 04. APARTAMENTO DE TIA SOFIA. SALA. INTERIOR. NOITE.
Júlia chegando feliz. Belita com um sorrisinho. Júlia olha pra ela.
JÚLIA: – O que foi?
BELITA: – Eu vi, não adianta negar.
JÚLIA: (confessa) – Ai, Belita, ele é irresistível! Eu não queria nem pensar em me envolver com alguém agora, mas aconteceu… E eu tô achando tão bom!
BELITA: – Você tá certa, tem mais é que se jogar mesmo. Ele é um gato, hein!
JÚLIA: (jogando-se no sofá) – Gato, educado, romântico, atencioso…
BELITA: – Ih, tá apaixonada mesmo.
Belita começa a fazer cócegas ou algo assim em Júlia. Descontração. Elas riem. Corta para:
CENA 05. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE KADU. INTERIOR. NOITE.
O quarto já está em ordem, depois do estrago que Alessandra fez. Kadu entra, deixando a porta entreaberta. Acaba de chegar da rua. Deixa a mochila num móvel, abre e pega a câmera. Liga e dá uma ligeira olhada nas fotos que fez com Júlia. Entra insert de um beijo da cena 01. Volta pra ele, que está deixando a câmera ainda ligada em cima do móvel. Vai pro banheiro. Água começa a cair. Enquanto isso, Leonor entra no quarto, sem fazer barulho. Logo bota os olhos na câmera e, curiosa, a pega. Vê uma foto de Kadu beijando Júlia. Expressão. Misto de surpresa e preocupação.
Corte descontínuo. Kadu vem saindo do banheiro, enrolado numa toalha. Leonor está sentada numa poltrona, com a câmera na mão. Ele meio que se assusta.
KADU: – Que susto, mãe!
LEONOR: – Susto maior levei eu ao ver isso aqui (mostra a câmera). Que mulher é essa, Carlos Eduardo? É essa fulana que está virando a sua cabeça? É ela o motivo daquela sua briga horrível com a Alessandra hoje cedo?
KADU: – Mãe, não é bem assim…
LEONOR: – Então você vai me dizer como é. Ou eu vou ter que descobrir por outros meios? Vamos, pode começar, sou toda ouvidos.
Kadu desconfortável, sem saída. Leonor, ainda sentada, muito séria, implacável. Corta para:
CENA 06. RUA CARIOCA. EXTERIOR. NOITE.
Alguns mendigos formam uma roda na calçada. Gilda dança desengonçada no centro dela. Dá beijinhos na garrafa de whisky que ganhou de Leonor. CORTE DESCONTÍNUO. Gilda está sentada num batente, tentando sem sucesso abrir a garrafa. Está mal, autoestima zerada, levemente grogue. Pede ajuda a um mendigo ao seu lado:
GILDA: – Consegue abrir pra mim?
MENDIGO: – Se a madame dividir…
GILDA: – É nossa. Manda ver aí. (T) Eu não tô bem. Hoje não foi o meu dia. Tem dia que a gente não devia levantar da cama, sabia?! Não devia sair de debaixo das cobertas. Pior que nem dei uma olhada no meu horóscopo hoje. Gilda, sua aquariana imbecil! É isso, eu sou a matriarca dos imbecis. F.D.P.! (olha pra uma criança junto de seus pais, todos mendigos) Opa, criança no recinto. Ordem! Ordem! Vamos respeitar a classificação indicativa. Nada de palavrões, Gildete.
MENDIGO: (dá um gole e devolve a garrafa) – Toma aí.
GILDA: – Valeu! Olha, não me leve a mal, pelo amor de Deus, mas você tá precisando de um banho. Água, xampu, esponja… (T) Não, esquece, esquece o que eu disse… (toma um gole) Eu admiro pessoas com convicções. Você é uma pessoa com convicções. É ou não é? Convicção é fundamental. Não é só beleza que é fundamental não, convicção também é fundamental. Viva as convicções! (toma um gole) Bebe aí. (passa) Bebe aí pra aprimorar as suas convicções.
Gilda cantarola ‘Eu Bebo Sim’, que a gente conhece na voz de Elza Soares:
Eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe e tá morrendo.
Um mendigo avança no mendigo “parceiro” de Gilda, rouba a garrafa e sai correndo. O mendigo roubado sai atrás. Gilda fica sem seu whisky.
GILDA: – Ah não, meu escocês! Poxa, cara, que vacilo! Mendigada egoísta! (levanta e sai) Se eu adivinhasse, teria enfiado essa garrafa no meio da cara da vaca da Leonor. Vaca! Pouca teta pra muita vaca!
Gilda vai caminhando pela calçada. Resmungando. Está apenas com sua bolsa em mãos. Corta para:
CENA 07. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE KADU. INTERIOR. NOITE.
Continuação da cena 05. Sentado na cama, Kadu ainda está enrolado na toalha de banho. Leonor, muito séria, com a câmera na mão:
LEONOR: – Não, peraí, acho que eu não ouvi direito. Você acabou o noivado com a Alessandra? Ou eu tô velha e surda ou você que tá maluco.
KADU: – A Alessandra não é mulher pra mim.
LEONOR: – Ah, não é mulher pra você. Que ótimo! E quem é mulher pra você? Essa ‘zinha’ aqui? (indicando a foto de Júlia na câmera)
KADU: (combativo) – Sim! A Júlia é mulher pra mim. A Júlia é totalmente o oposto da Alessandra: tem personalidade, tem firmeza de caráter, tem os pés no chão, não é uma mulherfútil, fraca e mimada feito a sua adorada norinha. Quase nora, né, porque felizmente eu abri os meus olhos a tempo, consegui enxergar a cilada na qual eu tava me metendo. Sabe o que os meus amigos chegaram a dizer? Que não me reconheciam mais por eu estar casando com uma mulher “só pra agradar a mamãe”. Eles tinham razão. Eles estavam cobertos de razão, aliás. A Alessandra é a mulher que você quer pra mim. Daí a ser a mulher que eu quero pra mim, há uma longa distância.
LEONOR: – Júlia. Esse é o nome da sua paixonite rebelde?! Sabe aquela máxima que diz assim: “toda rebeldia teve seu momento de razão”? Pois veja só, acaba de cair por terra. (pausa e muda o tom) O que você tá querendo com essa moça? É sexo? Diversão? Carlos Eduardo, meu filho, eu não sou ingênua a ponto de acreditar que as relações conjugais são perfeitas e por si só se bastam. A traição, ter um amante, dois amantes, três amantes… isso existe desde que o mundo é mundo. E vai continuar existindo até o fim dos tempos. Ter alguém da porta de casa pra fora faz inclusive muito bem ao casamento, é uma válvula de escape, é saudável até… E parece que você pensa dessa forma também. Tanto que noivou com a Alessandra mesmo estando envolvido com essa mulher. Ou você a conheceu de ontem pra hoje? (T) Você compreende o que a sua mãe está dizendo, meu filho? Vou resumir: eu entendo que você queira, como vocês jovens dizem, curtir essa moça. Mas pra isso você não precisa jogar o seu casamento com a Alessandra pro alto. Isso é loucura. Já pensou se todo mundo anulasse um relacionamento toda vez que sentisse atração por outra pessoa? Sodoma e Gomorra virariam chá de erva-doce, historinha infantil…
KADU: (já menos infesto) – Você que não tá me entendendo. Ou não tá querendo entender. Eu não amo a Alessandra, e só isso já é motivo suficiente pra eu não querer casar com ela. Aliás, se você quer saber, duvido também que ele me ame. Duvido.(T) O que existiu entre nós foi uma amizade apenas, uma amizade colorida, uma relação que foi ficando séria e tomando outros contornos graças a pressões externas, por pressão do Tavinho, por pressão da chata da Narcisa… e, principalmente, por pressão sua.
LEONOR: – Olha, faz o seguinte: dorme. É isso. O dia foi muito cheio, agitado, muita confusão… Vamos todos deitar a cabeça no travesseiro, colocar as ideias em ordem… Amanhã, a gente retoma essa conversa. Tá bom assim? (dá beijo na testa dele) Boa noite.
Leonor deixa a câmera no criado-mudo e sai. Kadu está sério, ar de contrariado. Olha pra sua câmera, onde se pode ver uma foto dele e Júlia aos beijos. Corta para:
CENA 08. APART. DE DAVI. SALA. INTERIOR. NOITE.
Abre num prato com peixe, camarão e polvo picado. Filipe e Davi estão à mesa, jantando. Há também uma garrafa de vinho e duas taças ali. A sala está com iluminação um pouco baixa, gerando um clima. Ouve-se uma música tocando no ambiente, mas em volume baixo.
DAVI: – Não vai comer? Preparei com tanto gosto.
FILIPE: – O que é isso, é comida japonesa?
DAVI: – Peruana. Chama ceviche. É uma comida típica famosíssima, nunca ouviu falar?
FILIPE: – É essa que dizem ser afrodisíaca?
DAVI: – Aham.
FILIPE: – Ah ta. Como diz o samba, nunca vi, nem comi, só ouço falar.
Sorrisos discretos. Eles dão algumas garfadas. Nada dizem. O silêncio só não é total porque a música está rolando. Clima um pouco chato. Felipe para de comer, tá sério e quebra o ‘silêncio’:
FILIPE: – Davi, eu… Ontem você me fez uma pergunta e hoje eu devolvo essa mesma pergunta a você.
DAVI: – Sim? Que pergunta?
FILIPE: – O que você tá esperando de mim? Ou melhor, que expectativa você tá criando em relação a nós dois? Sinceramente.
DAVI: (sorriso no rosto) – Sinceramente? É bem louco isso, né? A gente se conheceu daquela maneira totalmente doida, desvairada, dois completos desconhecidos se pegando num banheiro. Praticamente te roubei dos braços de outro cara… E agora estamos aqui, jantando à meia luz, ouvindo uma boa música, depois de um dia inteiro juntos. Acho que isso significa alguma coisa, não?
FILIPE: – Significa que a gente tá se envolvendo. Não sei… Essa comida, essa música, a luz… Acho que a gente tá indo um pouco rápido demais.
DAVI: (para de comer) – Como assim? Não entendi.
FILIPE: – Desde que você me falou aquelas coisas à tarde, eu fiquei pensando, pensando… É complicado, não sei se você vai me entender. Mas eu não quero, eu não quero me prender a você. Eu não quero que essa coisa despretensiosa que a gente tá vivendo vire um namoro, sabe?
DAVI: – Despretensiosa?!
FILIPE: – É… a gente se conheceu há dois, três dias… Foi legal, teve química imediata, teve aventura, teve sexo… Mas eu acho que você tá confundindo as estações. Já deu pra perceber que você se apega muito fácil. Eu acho isso perigoso. A gente tá em busca de coisas diferentes, pelo que eu pude perceber. Eu já tive relacionamentos estáveis, alguns namoros, quebrei a cara em todos eles… Não tô a fim de passar por isso de novo. Não quero e não posso. Você entende?
Silêncio. Os dois não tiram o olhar um do outro. Davi engole seco como quem afoga um choro e responde:
DAVI: – Claro, é um direito seu.
Davi levanta e começa a recolher o seu prato, seus talheres e a taça de vinho. Coloca na pia.
FILIPE: – Não quero que você fique chateado comigo.
DAVI: (ainda lidando com a louça) – Não tô chateado, Filipe.
FILIPE: – Eu tô sendo honesto com você. Tô sendo franco. (pegando o braço de Davi) Ei, para e olha pra mim.
Davi para. Agora está com a garrafa de vinho na mão. Volta a encarar Filipe.
FILIPE: – Diz que você entende o meu lado, que você entendeu o que eu disse, que tá tudo bem…
DAVI: – Eu entendi, tá tudo bem… Mas se você não se importa, eu…
FILIPE: – Já tô indo. (T) Você é um cara legal, Davi. Muito legal. Quero que você saiba disso. A gente se vê por aí.
Filipe dá um selinho nos lábios de Davi e sai com a roupa a qual chegou ao apartamento na noite anterior. Antes de fechar a porta, olha um momento pra Davi, que está com os olhos nele também. Bate a porta. CAM em Davi. Dá um tempinho. Com certa fúria, ele arremessa a garrafa de vinho no aparelho de som. A música calou-se. Na expressão de frustração e ira de Davi, corta para:
CENA 09. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE.
Música: Stand By Me – Seal. Stock-shots da cidade à noite. Encerra na fachada da mansão de Leonor. Corta para:
CENA 10. MANSÃO DE LEONOR. QUARTO DE LEONOR. INTERIOR. NOITE.
Abre num relógio em cima de um criado mudo. Marca 00:15. À luz do abaju, Leonor lê um livro. Horácio dorme ao lado. Ela levanta, vai até o closet e pega uma frasqueira. Calça sapato que usou nas últimas cenas. Sai do quarto. Mistério. Corta para:
CENA 11. BOTEQUIM/RUA CARIOCA. EXTERIOR. NOITE.
Botequim humilde, arejado e grandes portas abertas. Gilda está sentada ao balcão tomando um drink. Está bêbada, mas não a ponto de cair. Enche os ouvidos de um atendente do bar, podendo ser o dono.
GILDA: – Foi em 1979! Isso! Já tem alguns anos, mas eu lembro como se fosse hoje. A estreia do meu primeiro filme no papel principal. ‘As Putas Também Amam’. Foi um escândalo, os críticos de cinema caíram matando. Mas, por ironia, a crítica negativa só fez aumentar o interesse do público. (ri) Foi um estouro de bilheteria. Aí, meu amigo, não teve pra mais ninguém. Ninguém vendia mais jornal, revista e a porra toda do que a titia aqui. Sônia Braga, Elizabeth Savalla, Regina Duarte… todas essas que tinham nome na TV ficavam se rasgando de inveja do sucesso que eu fazia. E não é história não, viu. Os próprios assessores delas é que me procuravam e contavam. Tudo pra me agradar. Ficavam loucos pra fazer parte do meu staff. (T) Eu vou refilmar agora ‘Desilusões de Olívia Watterson’, de 1982. Um versão mais moderna, sabe? Eu não queria repetir esse papel, mas os produtores, patrocinadores… disseram que o filme só sairia se Gilda Lazarotto topasse fazer e tal. Não tive como dizer não. Vou fazer isso pelo meu público e pelo bem da sétima arte. (bebe o restante do drink)
Corta para a rua do bar, mas um pouco afastado dele. Um táxi estaciona. De dentro, sai uma mulher muito elegante. CAM faz um boom up caprichado. Dos pés à cabeça. Ela está usando peruca, muito bem maquiada, batom poderoso, roupa chique e sapato Adamo Belmonte. É Leonor. Ela caminha pela rua de paralelepípedos no sentido do bar.
Corta pro interior do bar. Gilda dá uma fuçada na bolsa pra pagar o que consumiu. Tira R$ 20.
GILDA: – Poutz, só tenho esse. Paga?
O atendente faz sinal negativo. Então ela tira da bolsa o cinzeiro que surrupiou da casa de Leonor.
GILDA: – Fica com isso. (vai sair) Boa noite.
Nesse momento, Leonor vai passando em frente ao bar. Gilda vira-se num slow motion, bota os olhos nela e logo nota os sapatos. Entra o seguinte insert da cena 07 do capítulo 06:
GILDA: – Lindo esse seu sapato. Jean Carloir?
LEONOR: – Adamo Belmonte. Exclusivo. Lindo, não?!
Volta pra Gilda no tempo presente. Não tira os olhos de Leonor, que segue seu caminho. Gilda está surpresa e ao mesmo tempo confusa com o que vê. Pensa alto:
GILDA: – Não pode ser. Eu devo ter bebido além da conta. (T) Não, isso não é alucinação. Ah, mas não é mesmo.
Gilda começa a seguir Leonor de longe. Leonor para em frente a um prédio relativamente humilde, olha pros dois lados da rua e entra. Ela não viu Gilda. Gilda apressa o passo e chega ao prédio a tempo de ver, do portão, Leonor pegando o elevador. Fala sozinha:
GILDA: – Só pode ser ela. A essa hora, nesse lugar, disfarçada desse jeito, parecendo puta de filme B. Quem diria, hein, Leonor vaca Galvão!
Na expressão debochada de Gilda, efeito e corta para:
FINAL DO CAPÍTULO 07