HOMICÍDIOS – Episódio 5: ” Eu te disse que você ia pra debaixo da terra antes de mim” #TempoDeReviravoltas
Cena 1 – Posto de Saúde – sala de consultas oftalmológicas; interior/anoitecer:
Judith: O que? Meu passaporte não!
Ela, tremendo, abre a carteira e começa a procurar o documento, mas desiste ao ver sua assinatura no que Theo encontrou.
Judith: Não sei como parou lá!
Marcelo: Vai saber quando chegarmos à delegacia. Vamos!
Judith se assusta. Marcelo puxa a mulher e Theo sai junto, este com cara de confuso.
Cena 2 – Delegacia da Vila Barragens – sala de depoimentos e interrogatórios; interior/noite:
Judith: Então, como havia chegado a três dias da França, meu passaporte era novo e não queria amassá-lo, então coloquei num casaco bege, o mesmo com que fui ao enterro no sábado. Deve ter caído! Isso é tudo.
Marcelo se levantou e Theo repetiu o movimento.
Marcelo: Isso é tudo senhorita Judith. Está liberada!
Judith: E meu…
Theo: Ficará para análises. Venha pela manhã buscá-lo!
Ela concordou com a cabeça e saiu.
Marcelo: O que acha?
Theo: Nada.
Marcelo: Como nada?
Theo: Pode estar falando a verdade, ou pode ser a maior mentira dela! Não consigo entender essa! Difícil! Se bem que…
Marcelo saiu da sala ao perceber que Theo entraria em mais um de seus devaneios. Theo, enquanto isso, falava sozinho e de vez em quando fazia gestos. Estava raciocinando!
25 DE JANEIRO DE 2016 – SEGUNDA-FEIRA
Cena 3 – Praça Ulisses Gurgel – coreto; exterior/manhã:
Theo, que já havia feito investigações no coreto, se sentava agora ao lado oposto de onde tanto procurara nos dias anteriores. Ele observava tudo quando uma pegada, bem próxima ao coreto chamou sua atenção. Ele correu até lá todo animado.
Cena 4 – Delegacia da Vila Barragens – sala inicial; interior/manhã:
Judith, já com o uniforme de trabalho, entra na delegacia e dá de cara com Luiz.
Judith: Vim buscar meu passaporte!
Luiz: Sim. Claro! Está aqui, venha comigo!
Os dois vão até um cofre, que já aberto, abrigava o passaporte de Judith e algumas pistas do caso de Ulisses e Gustavo. Luiz pegou o documento e entregou a Judith que sem agradecer o pegou e saiu da delegacia.
Luiz (pensando): Acordou com a macaca!
Cena 5: Praça Ulisses Gurgel – coreto; exterior/manhã:
Marcelo, preocupado com a demora de Theo, avista o mesmo agachado próximo ao coreto e vai até lá.
Marcelo: Por que…
Ele para de falar com o que vê.
Marcelo: Não me diga que…
Theo: Uma pegada de tênis feita na noite do crime.
Marcelo tira o celular do bolso e tira quase cem fotos e pega uma amostra da terra. Ele começa a rir de repente.
Marcelo: Se esqueceu de uma coisa!
Theo: O que?
Marcelo: Mesmo que a pegada seja distância do tiro. Pode ser uma pegada de alguém que pisou na lama. Já que o tiro foi dado de lá!
Ele aponta o outro lado da praça. Theo se levanta sorridente.
Theo: Detalhe: não choveu no dia, então a única lama seria das estradinhas de chão mais afastadas da vila, fato que comprova que ele veio de lá (ele aponta para trás dele) e também, no momento do tiro, as luzes se pagaram e não se sabe para onde Ulisses estava virado no momento que foi baleado, numa situação comum, as pessoas olham para a lâmpada, que neste caso fica do lado de cá. Assim, temos grande chance de ele virar para trás, exatamente onde estava o assassino ou assassina. Bem aqui! Já que os cálculos indicam três metros e dois centímetros de distância, esta medida fica exatamente aqui! Satisfeito?
Marcelo, que a noinda estava digerindo tudo o que ele disse, sorriu.
Marcelo: Brilhante! Vamos para o laboratório!
Cena 6 – Delegacia da Vila Barragens – sala de análises; interior/tarde:
Theo e Marcelo esperavam impacientemente quando Paulina gritou. A moça das análises disse:
Paulina: Pronto! A pegada é de um tênis da marca NIKE, unissex.
Marcelo: Ótimo! Tem como saber o modelo?
Paulina: Apenas um tênis unissex foi produzido, ou seja, apenas um modelo, o único; mas fizeram centenas de pares!
Theo sai rápido do local assustando os dois.
Cena 7 – Delegacia da Vila Barragens – sala do delegado; interior/tarde:
Theo chega à sala e Marcelo, que cochilava, se levanta em um susto. Theo ri e joga uma folha na mesa. Marcelo pega e lê em voz alta:
Marcelo: Tênis Unissex, preto. Consumidores: Leonardo, Judith, Margareth,
Theo e Marcelo. Como sabe que tenho esse tênis?
Theo ri.
Theo: Está no seu pé. E no meu também!
Os dois riem. Mas Marcelo estava pensativo.
Marcelo: Então três suspeitos têm esse tênis? Hum…
Theo: Quatro! Lembra-se que…
Marcelo: Sim claro! Ainda acham que sou suspeito ok! Devemos tirar Túlio,
Olívia e Dona Miranda da lista?
Theo: Por enquanto não! Caso tenhamos certeza de que são inocentes, aí sim!
Marcelo: Ok! Sei que não gosta, mas terei de dar a notícia à imprensa, para que acabem os boatos de que estamos sem pistas e de que não vamos a lugar nenhum ok?
Theo fica sorridente e sai da sala, mas antes diz:
Theo: Claro! Pode sim!
26 DE JANEIRO DE 2016 – TERÇA-FEIRA
Cena 8 – Praça Ulisses Gurgel – bancos; exterior/manhã:
Várias pessoas passavam pela praça enquanto outras, sentadas ou encostadas, conversavam ou, principalmente hoje, lia os jornais. A manchete do pequeno Jornal Quatro Vilas era: “Polícia começa a agir e descobre pegada do possível assassino” Já o olho da notícia, trazia: Viúva de Ulisses, detetive e delegado, médica Judith e secretária de Gurgel têm o sapato correspondente.
Muitas pessoas culpavam Margareth pelo crime enquanto outras eram ousadas e mandavam a culpa para o recém chegado detetive Theo.
Cena 9 – Casa de Geórgia – sala de estar; interior/manhã:
Em uma sala cheia de revistas, jornais, recortes, CDs e DVDs, Geórgia pegava um lápis e abria se bloco de notas. A folha em que ela escrevia tinha um título para certa lista: “POSSÍVEIS ASSASSINADORES”. Abaixo, seguiam se quase vinte nomes, sendo que um deles estava sublinhado. Abaixo do nome 18, ela escreve: 19- Theo Tavares.
Ela fecha o bloco e sorri.
Geórgia: Se não for a pessoa circulada, é o detetivesinho!
Cena 10 – Casa da Família Gurgel – sala de jantar; interior/manhã:
Margareth tomava seu suco de caju habitual quando Dina chega com o jornal na mão e um copo de suco. A cara de Dina muda ao ver que Lívia ainda não está. Ela está prestes a voltar para a cozinha quando Margareth a vê.
Margareth: Dinamara! Volte aqui!
Dina: Pode me chamar de Dina, senhora!
Margareth: Eu chamo como quiser Dinamara! Dê-me o jornal.
Dina entrega as folhas e Margareth dá um grito. Dina se assusta.
Dina: Alguma coisa senhora? Não me diz que mais uma pessoa bateu os calçados?
Margareth: Fique quieta Dinamara! Em primeiro lugar, é bater as BOTAS! Em segundo, o jornal está dizendo que sou a principal suspeita do crime! Vê se pode! Sou uma santa! Prima de Deus! Celestial e…
Dina dá uma enorme gargalhada e sai correndo enquanto Margareth larga o
jornal e pega uma torrada.
Cena 11 – Cemitério Nossa Senhora da Conceição – túmulo de Ulisses Gurgel; exterior/manhã (aproximadamente 10h00min):
Túlio caminha lentamente pelo cemitério e para ao avistar a lápide do ex-rival. Ele ri e se senta no chão.
Túlio: Viu? Eu te disse que você iria pra debaixo da terra antes de mim! Acabou pra você palerma!Eu vou roubar sua mulher, vou roubar seu dinheiro, vou roubar seu lugar. Vou acabar com…
Ele ouve passos e quando vira de costas…
Cena 12 – Casa de Judith – quarto de Judith; exterior/tarde:
A empregada Júlia passava em frente ao quarto da patroa quando parou para ouvir as palavras que chegavam ao corredor.
Judith: Meu Deus! Uma das principais suspeitas! Deus você sabe como odeio que desconfiem de mim!Meu Deus! Tenho que fazer algo!
Júlia percebeu a gravidade do problema e entrou no quarto no exato momento em que ela colocava uma arma em sua boca.
Júlia: Não minha filha! Não faça isso!
Judith tira a arma da boca e aponta para Júlia.
Judith: Você acredita em mim? VOCÊ ACREDITA EM MIM?
Júlia: Claro minha filha! Claro!
Judith joga a arma na cama e abraça a empregada, que retribui o abraço apertado.
Cena 13 – Delegacia da Vila Barragens – sala do delegado; interior/tarde:
Theo e Marcelo discutiam exaltadamente.
Theo: Não adiantaria perguntar quem passou na terra! Pessoas mentem!
Marcelo: Ué! Você não descobre sempre quem mente e quem fala a verdade!
Theo: Não seja besta! Todos podem mentir muito bem e não serem descobertos!
Luiz entra na sala e os acalma.
Luiz: Acalmem-se vamos embora e amanhã vemos o que vamos fazer! Ok?
Marcelo e Theo: ok.
Cena 14 – Casa de Olívia – quarto de Olívia; interior/tarde:
Olívia entra no quarto com aparência de exausta. Ela abre a gaveta de seu criado mudo e fica confusa.
Olívia: Onde está minha arma?
Cena 15 – Praça Ulisses Gurgel – área aberta; exterior/tarde:
A escola infantil apresentava uma pequena peça teatral e como de costume toda a vila vinha assistir. Quando terminou, muitos aplausos foram dados e uma pessoa, para ser exato, Guilherme Andrade, irmão de Gustavo, o novo coveiro. Ele subiu no palco e ofegante fritou.
Guilherme: O Túlio! Foi o terceiro! Mataram o Túlio!
Todos se chocaram.
Ulisses Gurgel, Gustavo Andrade e Getúlio França estão mortos. Ulisses Gurgel, Gustavo Andrade e Getúlio França foram assassinados!
NO PRÓXIMO EPISÓDIO…
– Digitais, passaporte..novas evidências?
– Depois de uma descoberta que se repete alguém é preso. Seria o fim da grande mente criminosa?
– Mais um crime! Ainda não acabou…